tag:blogger.com,1999:blog-55097259774135066732024-03-27T20:54:08.066-03:00Paroquia de ChapadinhaPastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.comBlogger1043125tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-48195779753338019892024-03-25T05:30:00.000-03:002024-03-25T05:30:25.012-03:00TEOLOGIA BÍBLICA, “Olharão para aquele que transpassaram.” (Jo,19,37).<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5NnSxd3hyphenhyphenpfOu3-Wgo0FJ3SprEftKDrlGMmsbpEPRtguPylwDbtQCMjilRLIdsJQcbRcfqhbbZWwnZvsJ3N27XKbPaM1mC6qwcE9oDtevbXQp1hRvMtKw7npvcDzjy8WSWHWeetr-6V3o8rjYVPl_7bkn_0TJPEdsMGiAVyJu5XigwexjbhBQsBNw/s600/mytra.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="567" data-original-width="600" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5NnSxd3hyphenhyphenpfOu3-Wgo0FJ3SprEftKDrlGMmsbpEPRtguPylwDbtQCMjilRLIdsJQcbRcfqhbbZWwnZvsJ3N27XKbPaM1mC6qwcE9oDtevbXQp1hRvMtKw7npvcDzjy8WSWHWeetr-6V3o8rjYVPl_7bkn_0TJPEdsMGiAVyJu5XigwexjbhBQsBNw/s320/mytra.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Esta expressão de João reporta-se a uma
cena narrada no Livro de Números, cap.21, em que o povo murmurava contra Moisés
porque não tinham carne nem mantimentos no deserto, e então, no eufemismo de
época, o livro descreve que “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Deus mandou
serpentes venenosas que os picaram, e morreram muitas pessoas”. (Num. 21, 1-6) </i>Aí,
“por indicação” de Deus, Moisés teria levantado uma serpente de bronze num
poste, e quem olhasse para ela seria curado.” (Num.21,6s). Afinal, em tempos
mais antigos o filho de um deus teria vindo em socorro de pessoas que também
andavam no deserto, e eram picadas por serpentes. O povo orou ao seu deus,
assim como fez Moisés, e ele mandou o seu filho em socorro desse povo. Ele ficou
enrolado numa planta, o povo olhou bem para ele, e ficaram curados. Ficou
conhecido como Esculápio o filho do deus Apolo. Essa lenda deu origem ao
logotipo da Medicina, e deu origem à narrativa da Bíblia de que falei
acima.(Cf.Philipe Wajdenbaum, “os argonautas do deserto”, p.190). Naquela época
os autores já tinham este método de “Ctrl” (copia e cola), e assim fez o autor
do Livro de Números, num método de adaptação como aconteceu com a data do
NATAL. Por seu lado os autores do evangelho de João se inspiraram aí para
completar: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">do mesmo modo como Moisés
levantou a serpente no deserto assim é necessário que o Filho do Homem seja
levantado, para que todos que nele crerem tenham a vida eterna”.(Jo.3,6). </i><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Isto é, no seu catecismo os autores<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>deste evangelho foram buscar a citação de
Números, assim como o livro de Números foi buscar a cena de Esculápio. Isto
chama-se uma adaptação. Há outros exemplos destas adaptações na Igreja. Uma
delas é a data do Natal. Ninguém sabia a data do nascimento de Jesus na época
de Constantino, séc.IV, então a Igreja aproveitou a festa do deus Mytra o deus
Sol, que era celebrada em Roma no dia 25 de dezembro, para transformá-lo no dia
do nascimento de Jesus. Esse dia era conhecido como<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a festa do “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">dies solis invicti natalis” quer dizer, o dia do nascimento do Sol
invicto. </i>Trocado em miúdos, ficou chamada a <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Festa do Natal. </i>Assim a celebração do Natal transformou e adaptou a
maior festa pagã do império romano para a festa do Natal. Assim a festa do deus
Mytra passou a ser a festa de Jesus no Novo Testamento. No próprio império
romano nascia a maior festa cristã nas raízes da maior festa pagã. A isto
chama-se transformação e adaptação. Se fossemos enumerar o que há de mais casos
históricos levaria muito tempo e páginas e paciência. No título desta página
fizemos referência a outro dito do evangelho de João, referindo-se justamente à
posição de Jesus na cruz: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">olharão para
aquele que transpassaram” (Jo.19,37).</i> Mais uma referência à recomendação de
Números: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os que olharem, </i>i.é, os que
virem <i style="mso-bidi-font-style: normal;">ficarão curados”. </i>Essas mesmas
palavras vêm no primitivo quadro do deus Esculápio filho do deus Apolo: ”<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Olhem bem para ele, escondido na planta,
para ficarem curados”.(Ph.</i> Wajdenbaum o.c.p.197).<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>João também diz que isso já tinha sido proferido pelo profeta
Zacarias. No entanto os comentadores referem o pronunciamento de Zacarias à
morte de Josias, o último rei de Judá, morto por um sodado egípcio na batalha
de Meguido. E as palavras são diferentes: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eles
olharão para mim por causa daqueles que foram transpassados e lamentarão como
quem lamenta a morte de seu único filho, ou a morte de um primogênito”
(Zac.12,10). </i>Também os estudiosos notam que esta citação não aparece em
nenhum outro evangelho, nem em lado nenhum do N.T. e nem em São Paulo. Aliás, em épocas posteriores ao profeta Zacarias eram lidas também edições do escritos do famoso Apolônio de Rodes, o autor do livro original que referimos "Os argonautas" onde narra as curas de Esculápio.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Parafraseando o evangelho, no nosso tempo diríamos que não basta olhar só para
Jesus na cruz. Essa atitude era a atitude histórica do povo sofredor no meio
das “serpentes”, mas agora o povo sofredor está no meio das ruas das grandes
cidades, e são picados pelos venenos das políticas exclusivas que os desprezam,
os marginalizam e matam de morte matada pela arma das policias, pela arma dos
vigias de supermercados dos que os vigiam como não tendo o direito de entrar
nos supermercados. E no meio de tudo isso há a mística quase nunca entendida: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O que fizerem ao menor dos meus irmãos é a
mim que estarão fazendo”. (Mt.25,40).<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-85002776502120940912024-03-18T04:20:00.000-03:002024-03-18T04:20:27.610-03:00TEOLOGIA BÍBLICA, UMA SÓ LETRA OU UMA VÍRGULA.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw3w9q4NQ-rote4qBgG-FNc4H2CU2tPgQ57KUCfDnNEqgukli543GkF3NNJOuTiBD1gM4__VqnPoygxHmRxaUhLdSpR2z5uQp0mSwoSLmZXPihtXcs0dAHDzpXkYBGYkgk0u0MCA3A3hxs9sWDk-9fsII7pRaSF28GlIxGRVOEdaRVWA3BKe0B3xYh/s563/biblia%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="563" data-original-width="563" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhw3w9q4NQ-rote4qBgG-FNc4H2CU2tPgQ57KUCfDnNEqgukli543GkF3NNJOuTiBD1gM4__VqnPoygxHmRxaUhLdSpR2z5uQp0mSwoSLmZXPihtXcs0dAHDzpXkYBGYkgk0u0MCA3A3hxs9sWDk-9fsII7pRaSF28GlIxGRVOEdaRVWA3BKe0B3xYh/s320/biblia%202.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Tomemos um exemplo em Mateus: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não penseis que vim para abolir a lei e os
profetas; não vim para abolir mas para dar-lhes pleno cumprimento. Antes que o
céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da
Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, quem desobedecer a um só destes
mandamentos, por menor que seja e ensinar os outros a fazerem o mesmo será
considerado o menor no Reino dos Céus; porém quem os praticar e ensinar será
considerado grande no Reino dos Céus”(Mt.5,17-19).</i> Em primeiro lugar, se
tomarmos este discurso à letra, Paulo seria o menor no Reino dos Céus, ou mesmo
excluído. Mas ele é um dos maiores no Reino dos Céus. E então? Ou a Bíblia
brinca ou temos que procurar uma explicação. É o que tentaremos fazer.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Comparemos com estas afirmações de
Paulo:<i style="mso-bidi-font-style: normal;">”O homem é justificado pela fé, sem
a observância da lei”(Rom.3,28). </i>E: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Ele(Jesus)
aboliu na sua própria carne as obras da Lei”(Ef.3,15). </i>Paulo pôs a cabeça a
prêmio para acabar com a circuncisão. Jesus falou contra a observância do
sábado: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“O sábado foi feito por causa do
homem, e não o homem por causa do sábado”(Mc.2,27). </i>Falou contra a obsessão
da lei de lavar jarros e<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>copos
segundo o mandamento deles<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> (Mt.15,20). </i>Contra
o conceito de comer “alimentos impuros” (Mt.19 ss). Faremos a pergunta: Então o
evangelho está cheio de contradições? Sobre o mudar “uma só letra ou vírgula”,
há um grande reparo a fazer. Os estudiosos dos pergaminhos e documentos antigos
estão carecas de observar que os copistas omitiam e trocavam letras, palavras,
vírgulas e pontos por falta de certezas e por falta de clareza do que estavam
copiando. Ou por engano próprio ou por falta de visão devido à fraca luz das
lamparinas de óleo ou de azeite, por cansaço do trabalho e de letras apagadas.
Quantas trocas devem ter acontecido, é impossível de calcular. Além de outra
coisa: as traduções de uma língua para outra: do aramaico para o grego, grego
para o latim, de novo para o aramaico e hebraico. Impossível de imaginar. Todos
os estudiosos e investigadores das ciências bíblicas afirmam que não existe
mais nenhuma Bíblia “original”, nenhum evangelho “original”. Dois pontos
importantes a considerar: Nos primeiros tempos da era cristã o povo era livre
de “aumentar” palavras, frases e textos nos evangelhos, Cartas, etc. Assim como
também faziam isso os próprios Judeus na sua Bíblia do Antigo Testamento. Um
cristão lembrava de fazer um comentário de tal discurso, de tal evangelho, e
fazia; o seu escrito ficava lá grudado junto com o evangelho, de tal maneira que
ninguém sabia se eram de Jesus essas palavras ou dos primeiros autores ou de
quem. Simplesmente ficavam lá. Podia ser um pregador, um catequista ou outro
cristão. Quem sabe, às vezes era de alguém que não concordava com o que estava escrito
e aumentava no texto a sua opinião. Do mesmo modo os Judeus na sua Bíblia, como
disse. Até que por fim os Judeus puseram um ponto final nisso e determinaram
acabar com esse costume e essa liberdade. Isso foi no século II d.C. o chamado
“canon.” Depois deles os cristãos fizeram a mesma coisa mas só mais tarde, no
século IV, o “canon” do Novo Testamento. Até essa data, o que não terá
acontecido de acrescentos e comentários nos evangelhos? Você pode imaginar.
Vejamos o que dizem os autores: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“A Bíblia
não é mais a mesma desde que começou a ser elaborada. Há diferentes razões para
isso, como traduções, e reinterpretações dos manuscritos; as cópias eram feitas
à mão, e não sempre por profissionais. Ela não é um livro único mas um
compilado de diversos livros reunidos, que foram sendo escritos ao passar dos
anos. Esse detalhe resulta em erros, omissões de partes dos manuscritos e,
importante, tanto por problemas na tradução como por desejo de quem fazia a
cópia. Caso você não saiba de química básica, folhas de celulose ou fibra, como
papiros, ou couro de animal, se deterioram na presença da humidade, por este
motivo não se tem os originais dos textos bíblicos. Não existe originais da
Bíblia em local nenhum do mundo. O papiro p66, por exemplo, data do séc. III e
não contém a famosa passagem da mulher adúltera. A Bíblia é baseada na sua
grande maioria nos textos fragmentados, faltando partes, e tentando completar o
que faltava. De qualquer forma, o livro que conhecemos como “Bíblia sagrada”
não tem um original”.(C. Grossmann, Quora, 2009). </i>No caso presente era a
época quente das polêmicas sobre a “circuncisão”. O Paulo pregava que não mais
necessária a circuncisão, outros que sim. Os cristãos convertidos do Judaismo
faziam muita polêmica. O Paulo já não estava vivo, mas ficaram as Cartas dele.
As Cartas de Paulo começavam rodando. As Cartas foram escritas antes dos
evangelhos. No caso, este evangelho de Mateus foi escrito nos anos 80-85. Por
outro lado, na comunidade onde foi escrito o evangelho de Mateus havia muita
influência de Pedro, pois era a região de Antioquia onde Pedro tinha pregado. E
como sabemos, entre Pedro e Paulo havia embates sobre a circuncisão. Pedro era
indeciso e Paulo era firme na sua decisão. Não é então de admirar que, ou no início
da escrita do evangelho, ou depois, qualquer pregador aumentasse a sua opinião
e escrevesse mesmo no evangelho contra a doutrina de Paulo. Aí havia o perigo
seguinte: muitas pessoas podiam ficar confusas sobre se foi Jesus ou não quem
falou este discurso que até só vem no evangelho de Mateus. É o que aconteceu em
toda a Idade Média até há pouco tempo que se ia repetindo. Infelizmente a
Igreja ensina-nos só a repetir, e não a pensar, e ameaçando com os dogmas. Até
que estudos e documentos encontrados e comparados, como os documentos do Mar
Morto em 1946 levaram os estudiosos a descobrir por sinais certos que muitas palavras
não são originais de Jesus nem dos primitivos evangelhos, como no caso que
estamos estudando. Há uma ciência que consiste em comparar essas cópias em
busca do que seria o texto original.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
É divertido o estudo da Bíblia. Afinal, à primeira vista alguém poderia ficar
amarrado com o tal “quem mexer numa só letra ou virgula” (Mt.5,19), como a
galinha fica amarrada por um fio desenhado no chão, e afinal a Bíblia não foi
só mexida numa letra mas em muitas, e muitas virgulas. Naquela época havia uma
“polarização”, digamos, entre os radicais ou fundamentalistas contra um Paulo e
os cristãos e comunidades que avançavam na compreensão da revelação e da fé e
que, parafraseando Jesus, podiam dizer que “o homem não foi feito para a
revelação, mas a revelação é que foi feita para o homem”, e da mesma maneira a
fé: “o homem não foi feito para a fé, mas a fé é que foi feita para o homem”.
Uma observação: O que veio primeiro o homem ou a revelação? O homem ou a fé”?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro joão<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-16580662471725950772024-03-11T05:03:00.000-03:002024-03-11T05:03:31.217-03:00TEOLOGIA BÍBLICA, DEUS YAHWEH FRACO E FORTE.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb4grFoVw6RKwomaArijZqz76neEv945luy-hbd9Q9IGBKlreMwD3fr8eHIRioSUSNffaUO5RdiRrYxdBCWmeFcX1Pl6tiL1pp4BDXchpOXYBKTlNsPL7M50WCp0PZR1VEHMi8oSxNXan42XPXHOfQi-an7xcLjpdvrE6TXoMSz887QPiNAu9HEqM9/s1148/DERROTA%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="716" data-original-width="1148" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb4grFoVw6RKwomaArijZqz76neEv945luy-hbd9Q9IGBKlreMwD3fr8eHIRioSUSNffaUO5RdiRrYxdBCWmeFcX1Pl6tiL1pp4BDXchpOXYBKTlNsPL7M50WCp0PZR1VEHMi8oSxNXan42XPXHOfQi-an7xcLjpdvrE6TXoMSz887QPiNAu9HEqM9/s320/DERROTA%202.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nos padrões do antigo Oriente a derrota
de uma nação poderia também indicar a impotência de seu deus. A nação da Bíblia,
que sempre considerou o seu deus Yahweh como o mais forte, um dia entrou em
crise com as sucessivas derrotas de que foi alvo. E agora? Era a pergunta.
Nessa hora tiveram que amargar e enfrentar a sanha dos deuses vizinhos que
“teriam derrotado” Yahweh assim como tinham derrotado a nação. Ashur, o deus
mais vizinho era visto como um imperador divino sobre todos os deuses das
outras nações. Assim o deus Ashur tinha o mesmo nome da Assíria e tinha
derrotado Yahweh. E o pior era que a Assíria dominava o mundo todo, desde o
Egito até a Palestina. Israel era um país quebrado. E de quebra, há um dado
importante nisso tudo: a base social de Israel foi quebrada, ao mesmo tempo que
a nação, qual era a base social? A família. E como é que a família foi
quebrada? Com os sucessivos cativeiros onde eram escravos. Como a terra fazia
parte da família, ela foi deixada para trás; os filhos foram deixados e
separados dos pais, e as mulheres separadas dos maridos. E ainda mais, os reis
ficaram também na cadeia feitos prisioneiros, ou mortos. Foi assim o retorno do
exílio quando essa nação quebrada voltou aos pedaços das terras estrangeiras.
Foi quando, em vez do rei, era nomeado o sumo sacerdote para o governo no lugar
dos reis que já não existiam mais, com exceção de João Hircano, (104 a.C.)
quando os romanos lhe concederam o título de rei antes de ser assassinado. Isto
era o ano 537 a.C. quando Ciro mandou eles de volta para suas casas, mas na
condição ainda de escravos da Pérsia que tinha vencido a Babilônia, e depois
ainda no poder de Alexandre, o grego em 333 a.C. no período helenístico, tendo
uma folga de 40 anos no período dos macabeus até cair no poder dos romanos em
63 a.C. Digamos que isto teria sido providencial da seguinte maneira: Antes, os
reis tínham os seus deuses, como qualquer um dos reis das nações vizinhas, ou
quando casavam com estrangeiras ou tinham concubinas que traziam os seus
deuses. Agora não tinham mais o rei, não tinham os deuses do rei e das
concubinas. E aquilo que anteriormente tinha sido tão criticado sobre os “deuses”
das outras nações eles esqueceram<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>que
tinham sido também os seus deuses. Era agora a hora de começar a cumprir. Era o
século III e II antes de Cristo, quando Israel começou a considerar-se povo de
um só deus ou monoteísta porque disseram Yahweh é o nosso rei e o nosso deus
porque não temos outro rei, (Cf.Daniel, 3, 37ss.) Aliás, muito antigamente já
tinha havido o Akenatón do Egito que em 1.200 a.C. tinha decretado um só deus
para toda a nação, o que foi praticado até a morte dele. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nesta época que estamos falando, a
Bíblia foi editada, e reeditada, e o monoteísmo que agora adotaram, digamos, na
marra, eles o estenderam como se tivesse sido praticado em épocas anteriores, o
que é uma falácia. E nas reedições que agora fizeram assim colocaram nas novas
reedições, desde o Êxodo, Deuteronômio, Crônicas etc.(Cf. 2Cr.36,14) Autores
modernos colocam esta data como a mais produtiva da escrita e reescrita da
Bíblia, dizendo que antes tinham só “ensaios”, nós diríamos rascunhos. E teria
sido esta a data da elaboração definitiva da <u>Torah</u> e dos Livros
Históricos, de Gênesis até Reis. (Cf. Mark Smith, “O memorial de Deus”, p.170).
E também Philippe Wajdenbaum, “Os argonautas do deserto, pari passu). Vejamos o
que diz M.Smith: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">As reedições de grandes
textos religiosos sobre o passado parece ajudarem a gerar e a modificar a ideia
de uma deidade única na história bíblica”(o.c.p.177). E assim, esta atividade
de editar e reeditar textos antigos envolveu também sua configuração: Textos
deste tipo e deste tempo canalizaram todos os papéis dos deuses anteriores para
esta única divindade agora adotada</i>, o Yahweh. Deste modo foi construída uma
afirmação pós-exílica sobre o monoteísmo como sendo constante em todo o passado
de Israel. “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">No contexto pós-exílico uma
das mais importantes asserções do monoteísmo reside na construção da primeira
metade da Bíblia Hebraica canónica, a Torá e os Livros Históricos” (</i>M.Smith,
o.c.p.179). Na verdade, vejamos a data em que os estudos modernos colocam a
escrita da Torá e dos Livros Históricos: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O
formato destas obras foi concluído ao redor de 198 a.C. à época</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">de Ben Sirac, sendo a última reedição do fim
do império persa. Desta maneira, e nesta estratégia, o politeísmo foi empurrado
para as sombras, ou negado, como se em todo o período tivesse havido “um só
deus em<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Israel</i>” (o.c.p178),
estratégia que já foi explicada neste blog (</span></b><a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></b></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> de
25/2/24). Um exemplo flagrante: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Em
Êxodo, 6,2-3 fica bem claro que que os patriarcas não conheciam a deidade pelo
nome que a tradição javista associou ao chamado de Moisés” (o.c.p179). </i>Estamos
vendo como a<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> “memória coletiva de Israel
e a amnésia coletiva de Israel ajudou a gerar e visão monoteísta da Bíblia fora
da cosmovisão politeísta israelita mais antiga e, então, interpretaram os fatos
antigos à luz da nova visão” (o.c.p.179). </i>Estamos agora observando como no
mundo acontecem coisas estranhas: religião e política caminham juntas, ou para
bem ou para mal. Sobre as acirradas críticas aos santuários de Dã e Betel, com
o deus Baal se recusando a unir-se aos cultos de Jerusalém com o deus Yahweh
mas também com a deusa Asherá o autor M.Smith observa o seguinte: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O problema não era ter ou não ter outros
deuses mas era a competição de diferentes divindades apoiadas por diferentes
santuários”.(o.c.p.81). </i>Isto é, não eram problemas religiosos mas políticos
porque tanto em Betel como em Jerusalém cultuavam vários deuses e deusas, como
a Asherá, esposa de Yaweh.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>E tanto
assim que eles levaram esta briga até transportá-la para o Monte Sinai, onde
estrategicamente montaram a cena do “bezerro de ouro”. E tanto em Betel o deus
Baal era representado como um “bezerro de ouro” como em Jerusalém o deus Yaweh
era representado também como um “bezerro”, junto com a consorte “Asherá”, a
“Rainha do céu”(Cf. o.c.p.101; cf. Jer.7,18 e 44,19).<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Esse bezerro de ouro estava acontecendo
nesse momento entre eles. Na verdade O Sul queria que todos viessem em
Jerusalém, mas os do Norte não queriam e fizeram seus santuários e os seus
deuses (Dã e Betel). Embora que tanto uns como outros tinham vários deuses, com
suas imagens. O povo da Samaria fez esses cultos “a fim de impedir a sua
população de continuar sua peregrinação a Jerusalém,” (o.c.p.62; cf. 1 Reis,
cap.12), i.é, para que os Baal do Norte não fossem adorar os Baal de Jerusalém.
Antes de concluir, diremos com M.Smith que com todas as habilidades e
estratégias de época em época o Sinai conseguiu firmar-se como “uma realidade
quase divina, consistindo de múltiplas partes de diferentes períodos; em
resumo, como uma unidade “divina e eterna”, ainda que um amálgama humano unido
pelo tempo”. (o.c.p.215). Assim como “mudanças posteriores sobre as figuras de Davi
e Moisés foram transformados em figuras heróicas e lendárias”(id.p.230). Em
consequência: ”Historicamente falando, a revelação no Sinai, como ela é
apresentada na Bíblia, não “aconteceu” no ponto de origem de Israel. Em vez
disso, como vimos, a apresentação bíblica do Sinai envolveu descrições
construídas em vários pontos no tempo, apresentadas como uma única narrativa”
(o.c.p.232). Além disso, como dissemos na página anterior, </span></b><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não há evidências claras da <u>estadia de
Israel no Egito</u> nem em fontes e documentos egípcios, nem na
arqueologia. (M.Smit, O memorial de Deus,p.176-177).</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Terminamos como começamos: Yahweh, deus fraco e forte. Era fraco quando sofriam
derrotas. Mas eles queriam sempre ganhar, e que Yahweh sempre ganhasse. Mas ele
ganhou sendo fraco e “derrotado” porque com as derrotas sucessivas do povo judeu
ele veio a ser o “deus e o rei dos judeus que já não tinham outros reis nem outros
deuses como vimos atrás. E assim a política andou sempre no meio. E apesar da
relativa folga depois de voltarem para suas casas, nunca o povo judeu alcançou
a liberdade depois da queda da Samaria no séc.VIII a não ser por uns 40 anos
com os macabeus, de 123 a 63 a.c. ano da conquista por Roma. E nunca também
deixou o politeísmo. Porém, depois dessa sujeição histórica às nações
estrangeiras e depois desses deuses que sempre cultuou, Yahweh ficou escolhido,
digamos, na marra, como único deus. Foi então o último recurso, e dali em
diante Israel, diante do mundo, teve ocasião<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>de ficar como o padrão de nação monoteísta. Vejamos o que diz uma
escrita da época: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Senhor, estamos hoje
reduzidos ao menor de todos os povos, somos hoje o mais humilde de toda a
terra: estamos sem reis, sem profetas, sem guias, não há holocausto nem
sacrifício, não há oblação nem incenso, não há lugar para oferecermos em tua
presença as primícias e encontrarmos benevolência”(Dn.3,37-38). </i>É como você
quando não tem mais ninguém para quem recorrer é que se apega com Deus. Assim,
quando ficaram sem rei e sem seus deuses e suas concubinas, ele ficou como
único rei e único deus, como vimos, menos de 200 anos antes de Cristo. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Quando não há mais recursos, só Deus mesmo</i>”.
Digamos que pela sua “fraqueza” Yahweh se tornou o deus “forte”,
historicamente, politicamente, e teologicamente.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blgospot.com..br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p><span style="text-decoration: none;"> </span></o:p></span></u></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-87752400859889925932024-03-04T03:45:00.000-03:002024-03-04T03:45:33.394-03:00TEOLOGIA BÍBLICA: SALOMÃO, ESPLENDOR OU MITO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj55gLz8-8FhaHlZv56BLC0hvZmGo9QP9oSUpVdC4d1Ldg50qYpvQvYudb01n_ChlzYHrbzIMYhMf7jYvAmmdTFgTkhLVGIS3yEY7SdgZlSX-aVnFd-kJHstAdvSaugYB4pEzUkwLpD6im3F6fYtTdCeWDMXJPsfRIe6BkhkT4YnTvWeu0ClzS2wj9Y/s768/ARQUE%20OUTRA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="510" data-original-width="768" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj55gLz8-8FhaHlZv56BLC0hvZmGo9QP9oSUpVdC4d1Ldg50qYpvQvYudb01n_ChlzYHrbzIMYhMf7jYvAmmdTFgTkhLVGIS3yEY7SdgZlSX-aVnFd-kJHstAdvSaugYB4pEzUkwLpD6im3F6fYtTdCeWDMXJPsfRIe6BkhkT4YnTvWeu0ClzS2wj9Y/s320/ARQUE%20OUTRA.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Na
página anterior tivemos alguma referência à história de Salomão e apresentámos
as referências de Mark Smith que “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">apesar
de não ser considerada historicamente inútil, a Bíblia não ocupa mais o lugar
privilegiado de ditar as normas para a reconstrução do passado de Israel. O
testemunho bíblico é “considerado” e “pesado” com evidências arqueológicas e
textos extrabiblicos depois de terem sido avaliados separadamente por seu valor
histórico” (Mark Smith “O memorial de Deus”, p.35).</i> O assunto hoje é a
historicidade das narrativas salomônicas e, de quebra, de Davi.</span><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Primeiramente, nenhuma <u>construção de
Salomão foi encontrada em Jerusalém, como o famoso Templo de Jerusalém.</u>
Pelo contrário, achados arqueológicos de grandes construções foram
achados na <u>Samaria, e em Meguido</u>, onde nunca andou Salomão, e de uma
data mais de 100 depois dele. Porém a Bíblia desvia os locais e os autores das
construções, atribuindo-as a <u>Salomão, em Judá, no Sul, por motivos
políticos que veremos em seguida</u>.(Cf. J. Ademar Kaeffer, A Bíblia e a
Arqueologia, Paulus, 2018, p.57-58).</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> “<u><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Em Jerusalém </span></u><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">não
há vestígios de construções que a Bíblia atribui a <u>Salomão</u>. Nem uma
pedra dessa estrutura foi encontrada, apesar de mais de um século de buscas por
conexões entre o texto bíblico e as <u>evidências do local de escavações</u>.
Essas construções contadas pela Bíblia, afinal de contas são da época da
dinastia omrida, dos reis do Norte: <u>Omri e Acab, no Norte</u> e
não na Jerusalém de Salomão.”(o.c.p.68). O motivo foi a ideologia dos
escritores do Sul que quiseram passar uma borracha na historia do Norte.</span>
<span style="mso-bidi-font-weight: bold;">O templo de Jerusalém só na época
de <u>Josias</u> é que começou a funcionar depois da construção
subsidiada com o dinheiro da Assíria quando conquistou o país, para com
isso manter o domínio sobre <u>Judá</u> que prometeu boa convivência
e <u>vassalagem de tributos</u> a N<u>abucopalasser</u> e <u>Nabucodonosor
II da Assíria</u>.</span> <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Esta será
então a época do <u>Primeiro Templo</u>. </span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Foi nesta época que teve início a maior atividade
literária, que antes constava só de ensaios. Foi assim que a literatura <u>deuteronomista
feita no Sul</u> reeditou a <u>história bíblica</u> segundo a
sua ótica ideológica. E conseguiu isso aproveitando-se do <u>declínio do
Israel Norte (Samaria)</u> tomada por Sargão II e Nabucopalassar. Foi
assim que trocou os dados da história, forjando a <u>ideologia do</u> <u>império
de Salomão.</u></span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Depois os
assírios resolveram também abocanhar <u>Judá</u> e <u>Jerusalém</u>,
quando Judá quis trair a confiança da <u>Assíria</u>, aliando-se
secretamente com o rei Necau do Egito. Como tinha sido o fim da Samaria,
no Norte em 722, assim foi o fim de Judá, no Sul em 586.</span> <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Falámos no inicio do período da <u>escrita</u>.
Ele começou na <u>Samaria</u>, Norte. Inscrições hebraicas aparecem pela
primeira vez em <u>Hazor</u> e <u>Betsã</u> em 883 na
Samaria (Norte), enquanto que no Sul só no século seguinte.</span> E porque é
que essa escrita prosperou no Sul, em Judá?<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Porque <span style="mso-bidi-font-weight: bold;">alguns fugitivos da
Samaria, quando foi tomada por Nabucodonosor, conseguiram fugir para Judá e
levaram consigo esses primeiros escritos, que depois foram transformados <u>pela
ideologia do Sul</u>. Temos na cabeça que Davi conquistou Jerusalém em 1.000
a.C. e depois teria sido sucedido por Salomão e daí por diante. Porém, as
últimas descobertas e escavações arqueológicas têm mudado a visão que é a
seguinte: 1- A formação de Estado da Samaria, Norte não tem nada a ver com os
filhos de Salomão depois do ano 1.000 a.C. mas com a dinastia Omrida (Omri e
Acab (884-831). 2- Como se formou o <u>Israel bíblico</u>: No séc.VIII
(722 a.C.) deu-se a queda de Samaria, Norte, e houve uma migração em massa para
Judá e Jerusalém: gente vinda da Samaria, de Betel etc. Jerusalém que tinha
1.000 habitantes ficou com cerca de 15.000 almas. Judá transformou-se em Reino
neste momento. A Assíria tinha aniquilado a Samaria porque era perigosa, mas
Judá não oferecia perigo nenhum. Foi com esta vinda para Judá que se formou
o <u>Novo Estado de Israel bíblico</u><i style="mso-bidi-font-style: normal;">.</i></span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">Não
há evidências claras da <u>estadia de Israel no Egito</u> nem em
fontes e documentos egípcios, nem na arqueologia. (M.Smit, O memorial de
Deus,p.176-177).</span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A escrita tomou agora seu grande momento. E foi
reformulada e reeditada toda a história de Israel, sob a ótica dos escribas do
Sul. O grande objetivo foi promover os “<u>reis davídicos</u>” como os únicos
governantes legítimos, e o Templo de Jerusalém, que de um quase nada foi
construído por Dário e os sucessores de Nabucodonosor, como dissemos, para
servir à ideologia da Assíria. O que levou pouco tempo, só até 586 quando se
deu a queda de Jerusalém e Judá.</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> <i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="mso-bidi-font-weight: bold;">“O autor de Êxodo incorporou as tradições do
Norte mas as sujeitou aos seus principais objetivos ideológicos. Por isso <u>foi
necessário a imaginação épica</u> da <u>construção do império
salomônico</u> para dar todo o respaldo aos seus objetivos. Por isso é uma
história não bem contada na Bíblia, pois é ideologicamente distorcida, a fim de
servir aos interesses de Judá num momento em que o reino da Samaria já não
existia mais. Isto até que chegasse o momento em que Judá deixou também de não
existir mais. 586 a.C. (Cf.o.c.p.91).</span></i><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Do lado da arqueologia fica evidente que os <u>monumentos
tradicionalmente atribuídos a Salomão</u> fazem parte da lenda. Como
vimos, em população e em relevância, Judá era desconhecida dos reis do entorno.
Nesse primeiro momento Judá não era ainda reconhecida como Estado. Foi devido a
isso que a ideologia posterior de <u>Judá</u> elaborou outros dois
mitos, Jeroboão e Roboão como filhos de Salomão para daí construir um Salomão
fabuloso e de quebra o mesmo Davi, os quais historicamente teriam sido apenas
simples chefes tribais. Nos registros da época não se encontram noticias de
Salomão nem do seu reinado. “Salomão não é mencionado em nenhum texto
extrabíblico nem do Egito nem da Mesopotâmia” (J.Ademar Kaeffer, o.c.p.56).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><u><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Conclusão</span></u></b><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">.
A história bíblica é muito intrincada. Este pequeno resumo possa servir para
nos alertar sobre as nossas seguranças e nos levar a desconfiar de nossas
certezas.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: justify;"><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">P. Casimiro
João smbn</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="background: white; color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-80229114062586196932024-02-26T04:43:00.001-03:002024-02-26T04:43:52.107-03:00TEOLOGIA BÍBLICA E ÁRVORES COMO PRIMEIRO LUGAR DE CULTO NA BÍBLIA <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9mYIqsClxMiQo2vqVwiz47jl6yt9DLvduGAZ_x2d5j6Tq1ovMfbUgg9NyAkOrkIWSarNIpWY4hSitcrYFD366DFN1KbHR-H2x-UvKur38h0zdla-MHnfZTIba3q8d70cio59_m0aCwRJ3QF9y0JV9sP2RqPB-SLChMv-Urflefrah0Jt2j7P57DpQ/s768/ARVORE%20BLOG.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="768" data-original-width="512" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj9mYIqsClxMiQo2vqVwiz47jl6yt9DLvduGAZ_x2d5j6Tq1ovMfbUgg9NyAkOrkIWSarNIpWY4hSitcrYFD366DFN1KbHR-H2x-UvKur38h0zdla-MHnfZTIba3q8d70cio59_m0aCwRJ3QF9y0JV9sP2RqPB-SLChMv-Urflefrah0Jt2j7P57DpQ/s320/ARVORE%20BLOG.png" width="213" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A árvore foi o primeiro lugar de culto
na Biblia. A ciência é neutra, e tem que ser neutra para ser ciência. Não que o
cientista não seja religioso, mas entrando no campo da ciência tem que entrar
num campo neutro. No caso, uma descoberta arqueológica tem o mesmo valor para
quem tem religião e para quem não tem religião. Sem ideias preconcebidas. Já
por exemplo os autores bíblicos, no seu aspecto histórico, aproveitando
memórias do passado, refletem as suas preocupações religiosas e teológicas, de
tal maneira que só um estudo científico irá descobrir o que pertence à história
e o que pertence à fé. Na verdade, os grandes trabalhos da Bíblia com aparência
histórica contêm vários níveis de composição: o passado, a reflexão religiosa e
às vezes ainda visam o futuro da escatologia, de modo que geram uma confusão na
mente do leitor leigo. O resultado final desse quadro dificilmente se parece
com o esquema da própria Bíblia sobre a historicidade de Israel (Cf.Mark Smith,
o memorial de Deus, pag38). <i>“A história
bíblica construída na Torá e na história do Deuteronômio representa a história
nacional fundadora de Israel como refém das condições do presente do povo e de
suas esperanças no futuro”. </i>Por isso, “<i>apesar
de não ser considerada historicamente inútil, a Bíblia não ocupa mais o lugar
privilegiado de ditar as normas para a reconstrução do passado de Israel. O
testemunho bíblico é “considerado” e “pesado” com evidências arqueológicas e
textos extrabiblicos depois de terem sido avaliados separadamente por seu valor
histórico” (o.c.p.35). As fontes disponíveis na Bíblia são principalmente
instantâneos do passado por meio de narradores posteriores impondo suas
próprias interpretações do passado de Israel sobre estes antigos retratos. Os
autores bíblicos, ao escreverem história refletem as preocupações dos seus
tempos. O que parece então ser narrativas históricas são respostas atuais aos
desafios dos tempos passados. Os escritos bíblicos são então produtos de seus
próprios autores em sua própria época refletindo a memória coletiva”.(o.c.p.37</i>).
Então, a Bíblia torna-se uma mistura do passado de Israel e das memórias ou
reflexões coletivas sobre esse passado.</span></b></div><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Vejamos algumas curiosidades sobre o
passado de Israel e partindo da árvore que foi o primeiro lugar de adoração,
“postes sagrados” ou tocos de plantas. Os antigos tinham no seu imaginário que
os deuses moravam nos “lugares altos”, como por exemplo as árvores. Aí eram feitas
as celebrações de nascimento, casamento, morte e luto. A essa árvore ou “poste sagrado”
era dado o nome de “asherah” que posteriormente virou deusa, “deusa asherah”, a
qual depois foi considerada a consorte ou esposa de Javé, quando Javé ganhou o
status de deus de Israel, já que o primeiro era o deus “EL, dos edomitas. Cf.
o.c.p.61 e 91. Daí partiram para os “lugares altos”, onde eles colocavam a
moradia dos deuses, já que os deuses dos edomitas e ugaríticos eram também os
deuses de Israel e moravam nos “lugares altos”. Daí vieram as construções dos
templos nos lugares altos, às vezes chamados só de “lugares altos”. Daí vieram
também as “torres” das igrejas porque Deus só podia habitar nos lugares altos.
E daí vieram as lendas da “torre de
Babel” por onde os deuses desciam mas os mortais não podiam subir. Alguns
lugares começaram a ganhar mais aglomerações de pessoas: peregrinações” festas
do outono, colheitas das frutas e festas das tendas. O chefe do culto era o pai
de família, o patriarca. E daí, algum outro ocupava o nome de “homem de deus”,
na falta do pai de família, como Samuel e sucessores, que também resolviam
problemas sociais e de guerra; foi a origem dos “Juizes” e do livro dos “Juizes”.
<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Avançando mais na linha do nosso tema
sobre a historicidade da Bíblia, grandes narrativas tidas como históricas,
veremos que são reflexões do tempo em que foram escritas sobre variações de
tempos passados, e tais escritos viraram epopeia. “Não há evidências históricas
sobre a historicidade do Êxodo ou algum tipo de historicidade por trás da
grande epopeia que foi construída. A narrativa do Êxodo até Números pode conter
tradições mais antigas que foram moldadas para responder a questões posteriores.
Alguns ancestrais puderam ter andado nessas trilhas mas sem nenhuma escravidão.
Não há evidências históricas sobre a historicidade do êxodo ou algum tipo de
historicidade por trás da grande epopeia que foi construída (o.c.p.45). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Falemos sobre o politeísmo em Israel.
“A realidade mais antiga é que muitas divindades residiam no antigo Israel, o
que foi amplamente esquecido” (o.c.p.53). Até porque as falas contra os deuses
foram escritas depois que Israel nadava tranquilamente por séculos na
convivência com todos os deuses do seu panteão, com deuses superiores e outros
inferiores como os “Angeli” (“Anjos”, “mensageiros”) que faziam as ordens dos deuses
maiores. Inclusive, com Javé com sua consorte Asherah como falei já. As várias
críticas contra os “deuses” dos pagãos são devidas à amnésia coletiva do povo,
no dizer do mesmo autor M.Smith: “<i>A
amnésia coletiva de Israel sobre os outros deuses, a saber, que muitos destes deuses
tinham pertencido primeiramente a Israel ajudou-os a esquecer seu próprio
passado politeísta, e portanto serviu para induzir a amnésia coletiva.”
(o.c.p.25)<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Vejamos várias estratégias da narrativa
bíblica. Uma delas é aquela luta contra os vários deuses. Esse politeísmo em
que sempre nadaram e mergulharam os judeus inventou a história do “bezerro de
ouro”. Essa é uma estratégia do reino do Sul (judá) contra o reino do Norte que
também tinha o santuário de Dã e Betel e diziam: “estes também são os deuses
que nos tiraram do Egito” (1 R.12,28). E a estratégia da narração foi colocar
esta crítica no episódio de Moisés no Sinai, coisa nem pensável naquela época. “<i>A luta contra o ‘bezerro de ouro’ é uma
reação contra os santuários da Samaria e foi colocada no relato do Sinai para
fazer do Sinai o centro de toda a história bíblica. É portanto uma transposição
moral e atemporal. O que vemos em Êx.32,4.8 é uma reação contra os santuários de
Samaria no Norte em 1 Reis 12,28” (o.c.p.30 e 63). </i>E o autor citado Mark
Smith conclui: <i>“O problema não era o
politeísmo mas a competição entre diferentes divindades apoiadas por diferentes
santuários. O monoteísmo deles não se originou historicamente no primeiro
momento no Sinai com Moisés e a Aliança feita lá”.(o.c.p.86 e p.133).</i> A arqueologia
encontrou documentos dos reis babilônicos dizendo: <i>“capturamos os deuses da confiança dos judeus nas suas cidades”
(o.c.p.93).<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Outra estratégia de como o deus “El”
virou Javé para os israelitas foi a lenda de Jacó versus Isaú com a seguinte
conotação: Jacó, o filho mais novo de Isaque tomou o lugar do mais velho que
era Isaú. Por isso, assim como Isaú, o mais velho perdeu para Jacó, o mais novo,
assim “El”, o deus mais velho perdeu para Yahweh, o nome do deus mais novo escolhido
agora. (o.c.p.45), Gn.32,23-33). Foi quando Jacó trocou o nome por Israel, que
era o mesmo nome da nação “Tu te chamarás Israel”; e de quebra “El” trocou o
nome por “Yahweh”, (Gn.cap.32). Este foi o jogo entre os escritores “E” e “J”,
isto é a tradição “eloista” e a tradição “javeista”. </span></b><b><span style="color: #222222; font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O livro de Gênesis corrobora isto
quando fala que <u>Jacó</u>, no Norte ofereceu sacrifício ao seu
deus <u>El</u>: “<i>Aí (</i>em Siquém) <i>fez um altar, que
denominou <u>El</u>, o deus de Israel”</i>(Gn.33,20).</span></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">
E tudo isto porque ainda não existiam as inimizades entre Israel e os edomitas
como depois aconteceram nas diversas lutas sobretudo quando eles ajudaram os
inimigos a derrubar o templo de Jerusalém em 586 a.C.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Sobre Davi: “Os últimos sucessos
militares de Davi são descritos em termos adulativos, e mesmo esses sucessos
não podem ser defendidos como históricos; as questões de cronologia levantadas pelos
arqueólogos e as questões críticas levantadas pelos estudiosos demoliram a
visão gloriosa que Davi recebera na tradição religiosa posterior, assim como
como suas habilidades são lendárias”(o.c.p. 59). Afinal, reina também entre as
mesmas pesquisas que isso á atribuído também a Salomão. Na verdade, “polêmicas
reais e apologéticas são frequentemente escritas como fatos históricos, e esta
monarquia não deve ter sido tão grande quanto no início se pensou” (Finkenlstein,
Mazar e Stager, o.c.p.60). “<i>A história
lendária de Salomão são contos populares atribuídos a ele, como as lendas do bebê
e as duas prostitutas, e da rainha de Sabá. A própria construção do templo e a
figura do templo é mais ideológica do que real, segundo o maior investigador
bíblico israelense Finkenlstein, pois nas escavações arqueológicas não se
encontram sinais evidentes do seu tamanho. (id. pp.61ss.).<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
A Bíblia é composta de edições e reedições, e cada época de uma reedição tinha
novas versões sobre os mesmos fatos e novas ideologias e defender. E, como
disse, pertence à investigação e erudição científica destrinchar e avaliar; é o
que a gente tem que ir aprendendo e não ficar sempre pensando as mesmices de
que tudo era como antigamente.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> </span></b></p>
<b><div style="text-align: justify;"><b><i><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;"> </span></i></b></div></b>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-11834105100398573782024-02-19T04:50:00.000-03:002024-02-19T04:50:05.939-03:00Quem eram os “servos inúteis” do evangelho<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixOkTV2WYAR38Q3trQbs_ifT7AI_50-x_JwoPHL7n8EDRoDjXl3x5zZdE3CwPkYDSCewlEnfTkg-HMscsU2rEtfss0pv1jHpI9idVPhBlDxosr8io_79n8aeWUebp4BC8AvHfax-qL7C57MeNqKOAT2LkJAmQc6ZHZgOG3jJmog8n6B1LDYg1gsDwY/s612/MEDICO%206.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="408" data-original-width="612" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixOkTV2WYAR38Q3trQbs_ifT7AI_50-x_JwoPHL7n8EDRoDjXl3x5zZdE3CwPkYDSCewlEnfTkg-HMscsU2rEtfss0pv1jHpI9idVPhBlDxosr8io_79n8aeWUebp4BC8AvHfax-qL7C57MeNqKOAT2LkJAmQc6ZHZgOG3jJmog8n6B1LDYg1gsDwY/s320/MEDICO%206.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Uma certa vez, no evangelho de Lucas, encontramos esta expressão: “Assim também
vós, quando tiverdes feito tudo o que vos mandaram, dizei: ‘somos servos
inúteis’, fizemos o que devíamos fazer” (Lc. 17,10).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Em
primeiro lugar, a quem era dirigida esta palavra? A uma autoridade? A um sumo
sacerdote? A um doutor da lei? Ou a um governador? Não? Era a um trabalhador
manual ou rural, talvez um escravo. Na época do <u>colonialismo</u> era assim
que tratavam os colonos, mas ninguém diria isso a um “europeu”. Infelizmente
seguimos muito os vícios da antiga Grécia e Judeia neste campo. Os antigos
gregos seguiam a filosofia de <u>Platão</u> segundo a qual as ideias moravam no
Olimpo celeste, e eram separadas da matéria da terra. E havia uma parte da
humanidade que se devia dedicar ao estudo das ideias. Esta classe de pessoas
não podia se ocupar com trabalhos manuais e do campo. E deviam ter uma formação
adequada de estudo, ou “skolé”, donde deriva a nossa palavra <u>Escola</u>.
Esta era a filosofia de <u>Platão e Aristóteles</u>. A outra classe de pessoas
era dos trabalhadores rurais. Eles não estudavam e tinham que produzir os bens
para aqueles primeiros. Já para <u>Homero e Hesíodo</u>, o trabalho era um
castigo que Zeus impôs aos homens, coisa semelhante ao que encontramos no
Gênesis. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Entre
os romanos havia os cidadãos livres e os não livres, estes que tinham sido
derrotados nas guerras e faziam os trabalhos servis, isto é de servos e
escravos. E havia os detentores dos direitos de propriedades e os que
trabalhavam nelas sem nenhum direito. Os donos de propriedades tinham todos os
direitos perante os servos. Os servos eram desprovidos de todos os direitos e
de personalidade jurídica. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Em
consequência temos que olhar portanto as categorias sociais da época.: “servo
inútil” seria igual a animal de carga, que você pode espancar para andar,
trabalhar, pode maltratar, berrar com ele; se ele morrer tem logo outro animal.
Por isso o trabalhador só tem que comer para entrar logo no trabalho, como se
fazia com qualquer animal. Daí que esse desprezo de “servo inútil” significa isso,
e não vamos pensar que será um discurso de Jesus mas uma composição da época
usando as mesmas categorias sociais da época. Estamos longe ainda da <u>Declaração
Universal dos Direitos Humanos</u> de 1949 e dos direitos sociais dos
trabalhadores que foram se desenvolvendo do séc.XVIII em diante até chegar aos
nossos dias. Já vimos noutro BLOG como a própria Igreja, durante muito tempo
foi conivente com a situação de opressão, finalmente despertando e reagindo com
a publicação das Encíclicas Sociais. (</span></b><a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></b></a><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;"> 01/01/23), e no Brasil com as SEMANAS SOCIAIS.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Aqui
no Brasil, a primeira vez que se falou nos direitos dos trabalhadores foi na
Constituição de Getúlio Vargas, de 1934, onde foi instituído pela primeira vez <u>o
salário mínimo</u>, 08 horas de <u>jornada de trabalho</u>, e a organização do
trabalho de <u>mulheres e crianças</u>, muito requisitadas pela indústria
porque eram mais baratas. E solidificaram-se e aperfeiçoaram-se mais os
direitos trabalhistas com a famosa CLT, Consolidação das Leis de trabalho de
1943.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">. “Somos servos inúteis” portanto é uma daquelas sentenças
que passaram de prazo de época de validade e não dá para alguém se aplicar a
si<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>com aquela iludida “humildade” que se
julgaria “evangélica”. Pelo contrário é falsamente evangélica porque uma
diminuição do ser humano. Tudo que é contra o ser humano é anti-evangélico. E
contra toda a mentalidade de Jesus que disse: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Eu não lhes chamo de servos mas amigos” (Jo.15,15)</i>.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">P.Casimiro
João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 16.0pt;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-78689291703560573302024-02-12T04:54:00.000-03:002024-02-12T04:54:03.959-03:00TEOLOGIA BÍBLICA E SEUS DESAFIOS <p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbiLi1gjauWQWliZWRc9d6pmfnuI33bWrTUjBjQi9UVKyBC5D_fBnKJjXtSWE_T6v-iVsSVdnOMbe8qOUc61pZ_EvEkSNLbLFZx_i6IKTBjPaq0iwAvF7nB7IKmMNvsIPHWds7516YWPxvqkhxs6liu4r_srYrZkxP6VGO2c6ah8wTxPXkhC-doRK3/s248/DNA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="148" data-original-width="248" height="148" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjbiLi1gjauWQWliZWRc9d6pmfnuI33bWrTUjBjQi9UVKyBC5D_fBnKJjXtSWE_T6v-iVsSVdnOMbe8qOUc61pZ_EvEkSNLbLFZx_i6IKTBjPaq0iwAvF7nB7IKmMNvsIPHWds7516YWPxvqkhxs6liu4r_srYrZkxP6VGO2c6ah8wTxPXkhC-doRK3/s1600/DNA.jpg" width="248" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">Há duas ordens de
conhecimento: o saber da fé e o saber da razão.(G.Sp, 59). <i style="mso-bidi-font-style: normal;">O saber da fé baseia-se no testemunho de experiências religiosas
confiáveis de primeiros fãs de Deus que tiveram a capacidade de transmiti-las
com sua vida e suas comunicações verbais. O saber da ciência baseia-se em
métodos de investigação empírica, matemática e histórica. </i>Na Grécia antiga,
Platão considerava o corpo como prisão da ama; a vida espiritual tinha como
meta a libertação da alma. Para Platão e Plotino o mundo material era apenas
uma sombra. A verdadeira realidade era o “mundo espiritual”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;">Digamos
já de início que Platão cortava toda a possibilidade de acreditar na ciência e
nos seus métodos, para ele só havia o valor da “experiência religiosa”, uma vez
que o “mundo material” era “uma sombra”, e a verdadeira realidade era o “mundo
espiritual”. </i>Ainda faz parte do imaginário de 90% por cento de cristãos
este espectro da mente humana que veio desses primeiros pensadores gregos.
Entre cardeais, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis de ambos os
gêneros. Do Antigo Testamento e do Novo Testamento. E essa era a eclesiologia
dominante antes do vaticano II, época da cristandade, jurisdicista e
triunfalista. Quando o século 19 teve um despertar deste imaginário milenar
para restabelecer o valor do mundo material, a voz da Igreja, pela voz do Papa
Pio IX promulgou o Syllabus, condenando todas as novas filosofias que começavam
a pulular, se afastando do tal Platão e Plotino. Aquelas raízes da filosofia de
Platão e Plotino criavam uma separação escandalosa entre corpo x alma; terra x
céu; mundo x Igreja; profano x sagrado; natureza x graça. O vaticano II
abandonou essa postura para afirmar que Deus e o mundo não são rivais, mas o
mundo é obra de Deus, ele é constitutivo da Igreja e do cristão. Isto leva ao
problema candente sempre atual, queiramos ou não, do binômio fé e ciência,
teologia e razão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">A teologia é um
serviço à fé e uma instância crítica necessária para evitar que a prática
religiosa degenere em fideismo, fundamentalismo e fanatismo. Justamente as três
coisas que estão incluídas no imaginário do mundo recebido de Platão, como o
“corpo prisão da alma”, e o mundo “material” como uma “sombra”, e a “vida
espiritual” como a “verdadeira realidade” donde, dessas três raízes, se gera o
tal fideísmo, fundamentalismo e o fanatismo. É aí que entra a teologia. A
teologia vem dar o entendimento entre o mundo da ciência e o mundo da fé. Os
dois campos têm suas atribuições e seus limites. O mal que havia nos postulados
dos primeiros ditados do tal Platão era que o estudo do espiritual devida
abranger, regular, organizar e dominar o estudo do mundo da matéria. Veio daí
que a ciência tinha que ser escrava da fé, porque o mundo material era apenas
“uma sombra” e a vida espiritual “tinha como tarefa libertar a alma”. Estava
feita a plataforma para que a fé dominasse a ciência, e que sempre a fé tivesse
a última palavra, aumentando o desprestigio da Igreja como aconteceu com a
publicação da encíclica “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Humanae Vitae</i>”
de Pio XII. E assim sucedeu em toda a Idade Média e Antiga, até o despertar de
novo mundo e um novo modo de entender o mundo e a fé. Foi aí, no séc.19, quo
Pio IX se apavorou e pôs a Igreja em pé de guerra contra a ciência. Foi nessa
época que a ciência se independenciou da fé e que os cientistas fizeram a
seguinte afirmação quando perderam a paciência vendo que a Igreja teimava
sempre em se imiscuir em todos os caminhos da ciência, e colocava a ciência
numa camisa de forças: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Quanto maior a fé,
menor a ciência, e vice-versa” (Dawkins). </i>Nessa época a fé passava a ser
vista como um estágio a ser superado pela ciência, no dizer de Augusto Comte,
porque só atrapalhava a progresso da sociedade. Na verdade nesta época e depois
de Galileu Galilei não só se passou a questionar a autoridade da Igreja mas a
própria existência de Deus. Se uma Igreja assim era o caminho para chegar a
Deus, esse caminho não levava a Deus nenhum e era melhor ficar sem a Igreja e
seu Deus. Os cientistas dispensaram a hipótese de Deus ao mesmo tempo que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>dispensaram a intervenção da Igreja. Vejamos
alguns passos da ciência nos últimos séculos: 1642 a máquina de calcular por
Blaise Pascal; 1897 a telegrafia sem fio, por Morse; 1902 o rádio; 1925 a TV;
1934 o radar; 1964 o laser e calculadoras eletrônicas; 1967, primeiro
transplante de coração; 1972, inicio da engenharia genétia por Herbert Boyer e
Stanley Cohen; 1957 lançamento do primeiro satélite não tripulado em volta da
terra; 1960, os foguetes teleguiados; 1961, a primeira viagem tripulada em
volta da terra; 1968, a primeira viagem tripulada em redor da lua; 1969, a
primeira alunissagem feita pelo homem; 1942, a energia nuclear; DNA, em 1953
por Francis Crick. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">A Igreja, em todos os
tempos reivindicava para si o direito de sentenciar sobre verdade e falsidade
da pesquisa científica. E a marcha vitoriosa da ciência foi por isso
erroneamente interpretada como derrota da crença em Deus. Mesmo que agora vá
respeitando paulatinamente o direito inalienável da ciência, mesmo assim fica
sempre uma tradição de se expressar nas categorias da metafisica medieval
estranhas à cultura contemporânea determinada pela moderna tecnologia. Na
verdade, todos os conceitos ou imagens de Deus, por mais adequados que nos
pareçam, não são Deus<i style="mso-bidi-font-style: normal;">”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></i>Santo Anselmo de Cantuária dizia que Deus
é sempre maior pois não cabe em categorias filosóficas ou científicas. (Cf. Cf.Urbano
Zilles, Desafios atuais para a Teologia, pag.29). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A Igreja nunca se libertou desse medo histórico
e inconsciente da ciência, como também nunca se libertou da ambição
inconsciente de querer “controlar” a ciência e os avanços científicos. Por isso
já se criou o jargão que a “Igreja anda 500 anos atrasada”. E as boas
consciências atribuem isso à “sabedoria da Igreja”, para não dizer que essa
sabedoria é inércia, medo e paralisia.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">Conclusão</span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">.
À guisa de conclusão podemos resumir a relação entre razão e fé nos seguintes
itens: 1) A fé e a razão são diferentes modos de conhecer; 2) A fé e a razão não
se podem contradizer porque o autor de ambos é <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Deus; 3) No homem que se abre à experiência
religiosa Deus se revela e o capacita para que possa ser um elo de transmissão
para outros humanos, tendo em vista tanto em Israel como na revelação cósmica;
4) A razão exerce papel fundamental na formulação da fé tanto nos preâmbulos
como para ilustrar por meio de comparação semelhanças e dessemelhanças. (Cf.o.c.p.82)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></i></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-49018395177322948702024-02-05T04:28:00.002-03:002024-02-05T04:32:40.373-03:00O matrimônio um palco; o mundo um palco.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxigR1Z8bG2NihJhQLzk9b7VoU_F4VqLWAm3frQQivnIXGa8kZOWiYwXWY4I4DrDqtrbhFiJmAttzjE4C-sL2om-D4BuG-G5-xbGdd5zhTFyyVIzkVVNuT9HguXDDgZRx4YcNydkntbXyvGlSib3IQtrpCa8uvNW7-UDgEeIH9PhpzTf42tzhvNrHg/s1600/TRINTA%20ANOLS%20DE%20CARREIRA.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxigR1Z8bG2NihJhQLzk9b7VoU_F4VqLWAm3frQQivnIXGa8kZOWiYwXWY4I4DrDqtrbhFiJmAttzjE4C-sL2om-D4BuG-G5-xbGdd5zhTFyyVIzkVVNuT9HguXDDgZRx4YcNydkntbXyvGlSib3IQtrpCa8uvNW7-UDgEeIH9PhpzTf42tzhvNrHg/s320/TRINTA%20ANOLS%20DE%20CARREIRA.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">“Este mundo é um
palco, cada individuo cumpre o seu ato e dá a continuação do drama a outros
indivíduos. É o todo que é o drama. Os indivíduos, na verdade, depois de
cumprir seu papel aqui, não saem de um drama, que no seu conjunto continua a
marchar sem fim e, por assim dizer, em um palco firmemente montado continuam
sempre dando a outros indivíduos espirituais a possibilidade da apresentar o
seu ato” (K.Rahner, Curso fundamental da fé, p.514).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Este trecho leva-nos a
pensar na questão do cristão perante o pluralismo da existência humana. Na 1ª
Carta de Paulo aos coríntios ele limita a vida do homem cristão e da mulher
cristã ao “sagrado” e ao “profano”: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Meus
irmãos, eu gostaria que estivésseis livres de preocupações. O homem não casado
é solícito pelas coisas do Senhor e procura agradar ao Senhor. O casado
preocupa-se com as coisas do mundo e procura agradar à sua mulher e assim está
dividido. Do mesmo modo a mulher não casada tem zelo pelas coisas do Senhor e
procura ser santa de corpo e espírito. Mas a que se casou preocupa-se com as
coisas do mundo e procura agradar ao seu marido”.(</i>1Cor.7,32-34).Esta
reflexão de Paulo é fruto do dualismo da sua época que separava Deus e o mundo,
Deus e marido, Deus e esposa, espírito e corpo como coisas opostas e proibidas,
filosofia e antropologia agora fora de época e que perdeu a validade de prazo.
Ele louvava a mulher solteira pelo fato de estar “livre”para servir o Senhor,
como se o Senhor fosse inimigo do “mundo” e do “marido”, e vice-versa o homem
solteiro, como se o Senhor fosse inimigo do “mundo” e da “mulher”. Enquanto que
existe uma unidade: servir o marido e servir o “mundo” aí se serve ao mesmo
tempo o Senhor, como uma medalha com verso e reverso. Quem quisesse usar esses
versículos para uma pastoral familiar e tomasse à letra poderia cair numa
grande alienação e alienar o auditório. É por isso que a Bíblia cria muitas
armadilhas e pode iludir muita gente. Na verdade, o homem cristão e a mulher
cristã são confrontados com o pluralismo da vida, com uma vida plural, e nessa
pluralidade devem realizar a unidade do seu entendimento e do seu agir, e não
devem cair na tentação de querer agir como uma barata correndo em todas as
direções sem encontrar um rumo de uma unidade: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">onde eu encontro Deus se eu tenho que dar conta do meu balcão? e dos
meus relacionamentos com agnósticos, com ateus, e com gente que faz assédios? e
dar conta do meu namoro, e dos meus relacionamentos com o marido? e logo depois
como posso encarar a igreja, a missa e as tarefas dos meus compromissos
religiosos?...”</i><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Na verdade, o cristão
tem o direito e o dever de se entregar tranquilamente e cheio de confiança ao
pluralismo de sua própria existência. “E de experimentar o amor e a morte, o ódio
e a ternura, sucesso e desilusão. E no meio de tudo isso, cheio de confiança,
deixar-se interpelar pelo próprio Deus que quis este pluralismo do seu mundo a
fim de que o homem faça ideia de que tudo isso está envolvido pelo mistério
eterno. E algumas vezes o homem cristão e a mulher cristã tem que contar com
uma realidade plural obscura, cheia de trevas e incompreensível” (o.c.p.421), onde
terão ocasião de exercitar a calma e o discernimento do seu espírito. O cristão
é o que aceita tranquilamente a diferença entre o que somos e o que devemos ser,
como tarefa. E nisto supõe a relatividade do presente. E estará habilitado a
dizer um “não” a alguma coisa e um “sim” a outra coisa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Esta diferença faz
parte do palco da vida humana e coloca o cristão em pé diante dela.
Precisamente o homem cristão e a mulher cristã aceitarão tranquilamente este
palco da vida, ou seja, a distância entre o que somos e o que devemos ser;
assim como vemos o mundo como é e como devia ser e tomar uma atitude de
“aceitar-se”. Aceitar-se quando erramos e aceitar-se quando acertamos, sabendo
de antemão que nem sempre vamos acertar. É maravilhosamente confortante fazer a
cabeça pensando que não se é perfeito. E ainda mais cultivando a resiliência e
a predisposição para prosseguir mais alto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">O homem cristão e a
mulher cristã saem sempre de sua própria falha e se voltam para o que lhe está
adiante. Na incompreensibilidade de sua liberdade por vezes cheia de trevas e
escuridão sabem-se continuamente envolvidos pela graça de Deus e que sempre
devem refugiar-se nessa graça. E são sempre aqueles que jamais fazem cálculos
perante Deus mas, pelo contrário, entregam a Deus e à sua graça todo cálculo,
todo esforço moral, uma vez mais sem a pretensão de fazer contas perante Deus”
(o.c.p.475). Deste modo avaliamos aquela teologia de que falamos embasada numa
cosmologia tradicional e fora de validade de prazo. Para manter seu otimismo, o
homem cristão e a mulher cristã poderão afirmar em sua fé cristã e na esperança
coletiva a ela vinculada que o mundo no seu conjunto está salvo, que o drama da
história da salvação terá em seu conjunto êxito positivo, que Deus já superou
por Jesus Cristo crucificado e ressuscitado o “não” dito pelo mundo com o
pecado” (o.c.p.479).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Conclusão</span></u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">.
K.Rahner encerra o seu livro “Curso fundamental da fé” com o dito que formou o
título desta matéria, “Este mundo é um palco”. E o cantor Francisco Marinho, natural de Chapadinha tem
um título “A vida é um show: eu sou o palco e a vida é o show”. Vejamos mais
algo da letra do hino: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“O ar que eu
respiro faz parte do show, e os instrumentos que tocam é a paz e o amor; Jesus
é o artista; eu sou o palco e a vida é um show. Respeitar a vida é simples
assim: saber dar valor à arte e à cultura: viver o amor. É deixar o amor tomar
conta de ti: a vida é um show. A vida é dez e até mais de cem: a vida é uma
festa e não tem pra ninguém: a vida é linda, a vida é um show”.</i> Para ouvir
digite o site:<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> (</i></span><a href="http://www.franciscomarinhoreligiao/"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">www.franciscomarinhoreligiao</span></i></a><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">).<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-84304742129433941892024-01-29T04:57:00.003-03:002024-01-29T04:57:56.080-03:00TEOLOGIA BÍBLICA E REVELAÇÃO CÓSMICA<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHEqCd7szS3GZ9akvMrAPYXYQwIv70pMaKK7x5nfjcDW0g0UqAlaN_ePRHTzDwgh7y1ARSkKSxK9EqcwPvl_hi8-STngvVTRXxfb9P7jong-Knx0gSGcAoKr2TrTMpYzFVP3HJAQjGUJ7bS_i_eys-ATkb4dMs0U7XwNq85nawwQEBipnlp-MPocCE/s211/DALAI%20LAMA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="211" data-original-width="148" height="211" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHEqCd7szS3GZ9akvMrAPYXYQwIv70pMaKK7x5nfjcDW0g0UqAlaN_ePRHTzDwgh7y1ARSkKSxK9EqcwPvl_hi8-STngvVTRXxfb9P7jong-Knx0gSGcAoKr2TrTMpYzFVP3HJAQjGUJ7bS_i_eys-ATkb4dMs0U7XwNq85nawwQEBipnlp-MPocCE/s1600/DALAI%20LAMA.jpg" width="148" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Falamos noutra página da encarnação ou
união hipostática cósmica. Falemos agora da revelação cósmica.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A nossa tese, e a tese de Karl Rahner é
a seguinte: A história universal do mundo significa a historia da salvação. A
história da salvação e revelação acontece onde quer que esteja acontecendo a
história humana individual e coletiva (K.Rahner, Curso fundamental da Fé, p.176
e 179). Isto nos conduz a que a história é tripartite: história humana,
história da salvação e história da revelação. A primeira afirmação é que a
auto-oferta de Deus é aquela em que ele se comunica absolutamente à totalidade
do homem, significando que a história universal do mundo significa história da
salvação. Toda a história é também por isso mesmo história da revelação. Onde
quer que a história humana seja vivida e sofrida lá está acontecendo a história
da salvação e da revelação, e veja bem, não somente onde essa história seja
vista de forma explicitamente religiosa, mas em toda a sua abrangência. Na
verdade, a mediação dessa experiência transcendental não precisa
necessariamente ser vista e vivida como explicitamente religiosa, basta ser
humana. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A segunda afirmação: Quando falamos
história e história universal de salvação, ela é coexistente com a história
universal do mundo. Trata-se aqui da universalidade da salvação, e de quebra,
da revelação. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Aliás</i>, podemos deduzir
esta verdade de várias referências do ensino dogmático cristão. Em virtude da
vontade salvífica universal de Deus não temos o direito de limitar o evento
real da salvação à explícita história da salvação narrada no Antigo e no Novo
Testamento, pois a Igreja evoluiu do axioma “fora da Igreja não há salvação”
proferida por S.Justino no séc. II para o axioma “fora da Igreja muita
salvação” um dos corolários do concilio vaticano II (L.G. 16). Aí nos avisa o teólogo:
“Esta afirmação poderá parecer surpreendente a um primeiro momento para o
cristão acostumado a ouvir que a história da <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>revelação inicia-se com Abraão e Moisés, ou
seja, com a história da aliança no Antigo Testamento. Uma compreensão vulgar do
cristianismo, de modo geral e sem cuidados, identifica a história explícita da
revelação no Antigo e no Novo Testamento e sua escrita no Antigo e no Novo
Testamento com a história da salvação simplesmente. Pois aqui nos interessa
afirmar que a história da salvação como história da revelação em sentido
próprio ocorre em todo lugar onde está ocorrendo a história coletiva e
individual do gênero humano” (o.c.p.179). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Uma pergunta é necessária: Uma vez que
a revelação não é exclusiva da historia de Israel, perguntamos: haverá alguma
diferença entre a “revelação bíblica” e a “revelação universal ou cósmica” de
que estamos falando? A resposta empírica é a seguinte: “Tem a historia da
revelação transcendental e histórica casos bem e mais bem logrados da
necessária autoexplicação dessa revelação transcendental”. Um desses casos bem
sucedidos foi a revelação bíblica, o que não tira o mérito da revelação das
outras civilizações e culturas. Uma característica da recepção da revelação é
que possa chegar à consciência de maneira reflexa dessa história que é coextensiva
com a história universal. O povo bíblico expressamente teve consciência muito
aguda, mas uma consciência muito iluminada também foi apanágio de outras
civilizações. Neste particular, a “vontade salvífica de Deus que na dogmática
católica contrasta com o pessimismo de Agostinho, é caracterizada como
universal, i.é, prometida e ofertada a todo homem, indiferentemente do tempo e
do espaço e implica o que chamamos de visão beatífica. (Cf. o.c.p.181).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No Novo Testamento pode ter havido o
seguinte engano quando se falava de “ex opere operato”, i.é, uma vez posta uma
ação resultava a salvação, o que é uma falácia que beira a magia. “Uma pessoa
que não se realizasse na liberdade e uma salvação que fosse realidade operada
só por Deus são conceitos contraditórios. A salvação não realizada na liberdade
não pode ser salvação” (o.c.p.182). Estamos falando duma atividade chamada
autocomunicação de Deus por parte de Deus, e numa autotranscendência do homem.
Não aconteceu apenas nos tempos de Israel e naquelas pessoas determinadas, mas
em todos os tempos e raças. Afirma ainda o teólogo: “A experiência
transcendental tem uma história, e não ocorre esporadicamente de tempos a
tempos inserida na história, porque a experiência transcendental tem uma
história idêntica com a história humana e não ocorre apenas em determinados
pontos.Tudo isto que estamos apontando adéqua com os últimos documentos da
Igreja”(o.c.p.187). Vem nos seguintes documentos do concílio vaticano II: Lumen
Gentium, 16; Gaudium et Spes, 22 e Nostra Aetate, 1 ss.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Os historiadores das religiões constataram a existência do profetismo e de
profetas nas civilizações anteriores ao judaísmo. Até porque “nas pessoas que
nós chamamos de ‘profetas’ vem a ser verbalizado algo que em linha de princípio
existe em todos, também em nós que não nos chamamos de ‘profetas’. O profeta,
considerado de maneira teologicamente correta, não é nada mais do que o crente
que logra expressar corretamente sua experiência transcendental de Deus”
(o.c.p.194). Para termino da nossa reflexão, não há dúvida de que seres
inteligentes habitam o imenso espaço cósmico. E o mesmo Deus que se
autocomunica ao ser humano que há 5 bilhões de anos passeia neste pequeno espaço
chamado planeta terra é o mesmo que se revela e se autocomunica a esses
admiráveis seres cósmicos. Aí a revelação que já é cósmica vai ser mais cósmica
ainda.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspopt.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-44093241434767687412024-01-22T04:22:00.000-03:002024-01-22T04:22:20.982-03:00União hipostática cósmica, Sementes do Verbo, Cristãos anônimos.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8QH2j0K5BduQJFk0vuDFzZ9qAiwsc5rdwmjJks4VSxJNP24guWz23I-XDd1OlT1GAEFYlGgb7Gj21mwz_IWCXRsZ_0C9RsS8gH9_KW9VzekBB9axMUwcmzHXxlWMZcgU_WhauTf104FBH7gfStHRNx_A5An_S8cvO9CL7XSuo-wZfVaS8Yy7GmR6h/s236/ANJOS%20DEGRAUS.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="236" data-original-width="214" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj8QH2j0K5BduQJFk0vuDFzZ9qAiwsc5rdwmjJks4VSxJNP24guWz23I-XDd1OlT1GAEFYlGgb7Gj21mwz_IWCXRsZ_0C9RsS8gH9_KW9VzekBB9axMUwcmzHXxlWMZcgU_WhauTf104FBH7gfStHRNx_A5An_S8cvO9CL7XSuo-wZfVaS8Yy7GmR6h/s1600/ANJOS%20DEGRAUS.jpg" width="214" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">De acordo com os
ensinamentos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>judaicos no Talmude, o
Universo era composto de sete céus. E autores judaicos discutiam detalhes
destes céus, assim como as distâncias entre um e outro, sendo que havia acordo
em que a distância entre eles seria de 500 anos de viagem. Sendo assim, como
Deus habitava o sétimo céu(cf.2Cor.12,2) Deus estava a 3.500 anos de viagem dos
seres mortais. Estes céus tinham anjos como chefes e guardiões, cada categoria
de anjos comandava dez fileiras, nesta ordem: Serafins, Ofanins, Querubins,
Shishinins, (com Gabriel como chefe), Tarshinins, Ishins, Hasmalins, e
Hishinins,(com Miguel como chefe), Malaquins, e beneHeloins. Estes seriam os
dez Arcanjos que foram criados primeiro. Inclusive, quando Moisés subiu aos
céus enfrentou muitos problemas com algumas fileiras de anjos até conseguir o
seu lugar. Nalgumas categorias havia anjos que se revoltaram contra Deus e
estes eram os anjos caídos que na citação de Gênesis tiveram problemas com as
filhas dos homens, pois “os filhos de Deus (os anjos) casaram-se com as filhas
dos homens (Gn.6,1-4). Deus, estando tanto acima da Terra pouco ia se importar
com os seres humanos. (Cf Scholem, Gershom, “Talmud Tradition”,1965 e David Zumerkor,
“Numerologia judaica”, 1994, pari passu) E as injustiças reinantes na terra
continuavam e aumentavam. O homem não tinha defensor no céu. Somente os
poderosos e ricos é que copiavam essa hierarquia e essa separação, se dizendo
que eram o deus, ou os filhos dos deuses, e que os homens pobres não tinham deus,
eram os sem-deus. Assim como eram os sem-deus, eram os sem-terra porque Deus
não tinha deixado terra para eles. E assim nascia a escravatura. Não adiantava
o grito do pobre e do sofredor, porque não tinha deus que o escutasse.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">Por isso que o
evangelho segundo João começou assim: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">No
princípio era a palavra, e a palavra estava com Deus, e a palavra era
Deus”(Jo.1,4)</i>. Essa maneira de dizer era uma filosofia grega. Mas, quem
ouvia a palavra, essa que era Deus? Então essa palavra-deus veio ao mundo, que
não a reconheceu (Jo.1,10). Porém, aos que a reconheceram, ela deu-lhes a
capacidade de se tornarem filhos de Deus. (Jo.1-13). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Para vir ao mundo, a palavra-deus fez-se carne.
Essa palavra ficou tão próxima como assim: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Esta
palavra não é muito difícil nem está longe do teu alcance. Eis que não está no
céu para que você fique perguntando: quem subirá por nós até o céu para
trazê-la a fim de que possamos ouvi-la e colocá-la em prática? Também não está
além do mar, para que fiques perguntando: quem irá atravessar por nós o mar para
trazê-la a fim de que possamos ouvi-la e colocá-la em prática? Sim, essa
palavra está ao teu alcance: está na tua boca e no teu coração para que a
coloques em prática” (Dt.30,11-15). </i>Tão próxima se tornou essa palavra-deus,
que, segundo o evangelho de João, se fez carne. Afinal, para os Rabinos essa
Palavra morava na distância de 3.500 anos de viagem. João e o Deuteronômio, por
seu lado disseram que mora na carne de quem a recebe e acolhe.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: -8.5pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">A
cristologia tradicional cristã aplica esta palavra-deus ao Cristo encarnado. A
teologia atual de Karl Rahner e outros aplicam-na a todo ente que recebe e vive
a palavra de Deus. Para K.Rahner a encarnação, portanto, não é um problema
isolado, mas um acontecimento cósmico. Vejamos algum paralelismo com a
distância dos 3.500 anos de viagem, e a tese da proximidade de K.Rahner:
“Podia-se dizer do Criador, com a Escritura do Antigo Testamento que Deus está
no céu e nós na terra; mas do Deus que proclamamos pela fé em Jesus Cristo é
preciso dizer que ele está precisamente onde nos achamos e somente ai pode ser
encontrado. Quando Deus quis ser não-deus, surge o homem”(K.Rahner, Curso
fundamental da Fé, p.269). “A união hipostática ou a autocomunicação de Deus
consistiu só num único caso ou deve-se pensar que essa autocomunicação se deve
pensar como a divinização da criatura espiritual pela autocomunicação de Deus?
Não será ela momento próprio e específico da concessão dessa graça aberta a
todos de um modo geral?”(o.c.p.239). “Esse acontecimento global não pode<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>ser bruscamente acósmico e puramente
meta-histórico; pelo contrário, esta comunicação deve ser acontecimento que se
expanda desde ponto espacial e temporalmente determinado.” (o.c.p.241). Estamos
falando da transcendência e imanência de Deus, tema que trouxemos da
“distância” dos Rabinos, e da encarnação na carne, do IV evangelho. Deduzimos
daqui que esta “encarnação cósmica”, como no dizer de K.Rahner, se aplica a todos
que praticam de coração sincero as suas religiões, como afirma a Gaudium et
Spes do Vat. II, N.16. Eis como fala isso o mesmo autor citado: “Ao dizer a
Escritura que quem ama o próximo cumpriu a lei, trata-se da verdade última, uma
vez que o próprio Deus tornou-se este próximo, e desta sorte em todo o próximo
sempre é acolhido e amado Aquele que é simplesmente o mais próximo e o mais
longínquo”(o.c.p.272). Quase na mesma página é chamado o homem como a “cifra”
de Deus (268). Há uma revelação universal que entra na mesma dança da revelação
bíblica, antes e depois de Jesus Cristo: “Não é só a ‘história da revelação
bíblica antes de Cristo’ que constitui a ‘história da revelação’ pois
categorialmente não existe nada que aconteça também na história de outros
povos, mas ela é a interpretação dessa história como evento de comunhão
dialogal, e é a interpretação que constitui a história como história de
revelação"(K.Raher, o.c.p.204)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: -5.65pt; text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">Conclusão</span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">.
Karl Rahner passou pela fórmula “as sementes do Verbo”, foi o pioneiro da
expressão teológica “cristãos anônimos”, do concílio Vat.II, e avançou para a
“encarnação cósmica” no livro “Curso Fundamental da Fé, após o concílio. A
fórmula “sementes do Verbo” já vem de São Justino que no séc.II d.C. afirmava
que todo ser humano participa do Logos ou seja, da palavra-deus e portanto traz
em si uma semente do Verbo. Pela formula “cristãos anônimos” K.Rahner explicava
a Lumen Gentium, n.16; e com a teologia da “encarnação ou união hipostática
cósmica” torna o acontecimento “encarnação” como acontecimento de que participa
ontologicamente todo ser humano consciente ou mesmo inconscientemente. Não
vamos nos admirar se por exemplo afirmarmos como inconscientemente participam
as crianças. Encerrando: “A teologia não consiste na “simples repetição” de um
ensinamento supostamente eterno; ao contrário, trata-se da tradução da mensagem
histórica daquele mundo de experiência ao nosso mundo de hoje” (H.Kung, Teologia
a caminho, p.198). E mais: “A história não é a permanência da mesmesidade mas o
devir do novo. A encarnação surge como o inicio necessário e duradouro da <u>divinização
do mundo como um todo”</u>. Isto nos leva a afirmar a possibilidade de genuína
história da revelação fora do Antigo e do Novo Testamento, junto com K.Rahner,
quando afirma: “Não está dito que encontremos semelhante pureza essencial da
revelação somente no âmbito do Antigo e do Novo Testamento”. “A relação com
Jesus Cristo constitui ou se afirma como <u>patrimônio geral dos cristãos</u>;
porém já no Novo Testamento e depois existem ou têm existido várias
cristologias legítimas” (K.Rahner,o.c.p.225, 219, 191 e 247).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">P</span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">.Casimiro<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>João<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">www</span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-41222212277196855642024-01-09T14:51:00.000-03:002024-01-15T05:03:45.850-03:00JESUS E SUA MÃE, E O CORDÃO UMBILICAL.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-UDlvAim1yi4iXW7Jo055TY1VEzwrBYczgBgMEoY2Afcu7sCYLrj9gZhg17RNdGUmLrQd8ZNTyz4nNQcLi3etbT9XnqSY_ArUUzIx3P0CTjkrX3GVcC6SX7F5OyDLYYUuVh5N0QSp6OIIHj_psoXvPYNvUl54GG_68PRkhFzglfEmlavinwu8Ve9a/s1920/CORD%C3%83O.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="841" data-original-width="1920" height="140" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-UDlvAim1yi4iXW7Jo055TY1VEzwrBYczgBgMEoY2Afcu7sCYLrj9gZhg17RNdGUmLrQd8ZNTyz4nNQcLi3etbT9XnqSY_ArUUzIx3P0CTjkrX3GVcC6SX7F5OyDLYYUuVh5N0QSp6OIIHj_psoXvPYNvUl54GG_68PRkhFzglfEmlavinwu8Ve9a/s320/CORD%C3%83O.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">O amor da família
limita, o amor da solidariedade é nossa vocação.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Um dia Jesus falou
assim: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos: quem fizer a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>vontade de Deus esse é meu irmão, minha irmã
e minha mãe” (Mc.3,35). O escritor João Mohana inventou esta expressão de um “amor
amazônico” no seu livro “Vida sexual de solteiros e casados”, referindo-se que
o amor do casal é extensivo a toda humanidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Esse ensino de Jesus
nos dá duas lições: A primeira era para dizer à sua mãe que já não lhe
pertencia mais. A segunda para dizer que ele agora era de todos, já não mais da
família de Nazaré, mas da família da humanidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Aliás, é o repeteco da
lição de outra ocasião quando, segundo o evangelho de Lucas foi encontrado no
Templo entre os doutores da lei aos 12 anos, depois de três dias de buscas, e
respondeu assim também para sua mãe Maria: “Porque me procuravam, não sabiam
que eu devo ocupar-me nas coisas do meu Pai? (Lc. 2,49).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Quanto à 1ª lição, o
recado para as mães biológicas é o seguinte: Não adianta prender os filhos a
você. Os filhos de vocês já não lhes pertencem mais, desde que assumiram os
seus caminhos. Largaram o cordão umbilical quando foram colocados no mundo; e
largaram o segundo “cordão umbilical” quando atingiram o uso da razão, e por
terceira vez quando atingiram a maioridade. Não adianta querer segurar esses
cordões, porque já não existem mais: o primeiro é o cordão umbilical físico e
biológico, os outros são cordões umbilicais psicológicos e afetivos. Foi esse
recado de Jesus no trecho em questão. Na verdade, Deus não é judeu, nem cristão,
Deus é universal. E Jesus também não é judeu, nem cristão, nem de Jerusalém, ou
de Atenas ou de Roma. (</span><a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></a><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">
17/7/22).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">O ser humano é feito
para a humanidade, para o “amor amazônico”, e cósmico. Quanto mais se libertar
dos cordões que o geraram mais se desenvolverá; quanto mais ficar aprisionado
mais se atrofiará. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Vem ao nosso propósito
a pergunta: quem sabe o nome da mãe dos grandes homens da humanidade: a mãe de
um Einstein, de um Luther King, de Mahatma Gandhi, Copérnico e Galileu, Kepler,
Platão e Aristóteles, e de um São Francisco? Isto remete-nos para outra página
onde dizíamos que o ser humano é um átomo pensante do universo. Como seria a
astronomia se não existisse um Einstein? Como seria a aviação se não existisse
o Santos Dumont e os irmãos Wright? E como seria a sabedoria sem os filósofos
da Grécia? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Cada cientista, cada
filósofo, cada santo, não tem nacionalidade, ele é cósmico, pertence à família
cósmica e universal, e cada um de nós também. Eles e nós somos átomos pensantes do
universo. (</span><a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></a><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">
25/9/22.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">Conclusão. </span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Estes gênios da humanidade participam, no
primeiro grau, da magnitude divina de Deus. E como dizia o cientista Carl Sagan
“nós somos uma faísca de estrelas”, e glosando “somos faíscas de Deus”. Então
eles são faíscas de primeira grandeza. Igual como Jesus, eles pertencem ao
número dos principais representantes da humanidade, irmãos universais e
cósmicos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</span></a><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%;">
11/10/20).<o:p></o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-45399853032267211552024-01-07T03:26:00.010-03:002024-01-07T03:55:34.485-03:00Os reis Magos e os Links do Antigo Testamento<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmWos3F_QbRUhen5VxUkUWx2L6f6q5DMsbll-LYlWvMcA4Bi_bJ6vPYQj2Xet3y8YYzQyg-3SHIF057GPE8MCI9UpCxunjdH4ChIsc-Iv5-DcSq1D49kE3JfrSsutGtQ2gTt_YZLNWGbwMsiMLYJp3z8mNH5xF7wpG924Csoo1MQXCCyEsEAAsPWQQ/s698/reis.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="413" data-original-width="698" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmWos3F_QbRUhen5VxUkUWx2L6f6q5DMsbll-LYlWvMcA4Bi_bJ6vPYQj2Xet3y8YYzQyg-3SHIF057GPE8MCI9UpCxunjdH4ChIsc-Iv5-DcSq1D49kE3JfrSsutGtQ2gTt_YZLNWGbwMsiMLYJp3z8mNH5xF7wpG924Csoo1MQXCCyEsEAAsPWQQ/s320/reis.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Não está falado que
eram três, mas “alguns” (Mt.2,1). Também não está falado que eram reis, mas "alguns magos”(id).
Sobre ver uma estrela, temos o primeiro link sobre personalidades famosas que,
naquela época, também eram contempladas com aparição de estrelas no seu
nascimento, por ex: Apolônio de Tiana, o taumaturgo, e imperadores como
Augusto, Tibério, e Nero. Sobre Herodes, diz um teólogo e historiador: “Devemos
observar que a cena é historicamente improvável”. Porque Herodes não iria
consultar os sacerdotes e escribas, com quem andava sempre em guerra. E não se encontram referências a esse episódio da morte de crianças por Herodes em nenhum escrito dessa epoca.(Warren
Carter, o Evangelho de Mateus, Comentário sociopolítico e religioso, pag.113). Em
vez disso “progressivamente aparecem ecos da história de Moisés nesta cena
quando Jesus revive eventos no passado de Moisés e Israel, um novo Êxodo”
(o.c.p.117). Vale dizer, Mateus fez um novo link com o êxodo indo buscar o
episódio da matança dos filhos dos hebreus no Egito e transportando para este
capítulo (Cf.Êx.1,15).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Sobre os “presentes”
oferecidos pelos magos temos um outro link, indo buscar ao terceiro Isaías
quando descreveu a alegria da volta do povo hebreu no regresso do cativeiro da
Babilônia; e o profeta, que também é poeta falou do coração batendo forte, pois
com esses retornados “chegarão as riquezas de além-mar e mostrarão o poderio de
suas nações; será uma inundação de camelos e dromedários de Madiã e Efa a te
cobrir; virão todos os de Sabá trazendo ouro e incenso e proclamarão a glória
do Senhor” (Is.60,6). Mateus faz então esta alusão introdutória fazendo os link
que lhe convinham antes do inicio da vida de Jesus, no cap.3, que começa com a narração
do batismo. Tanto ele como Lucas e João fazem estes links com a sociedade
antiga e com o Antigo Testamento. Para introduzir o início da vida de Jesus e
para unir Jesus com a história universal e do povo bíblico. Os autores clássicos
e o imaginário cristão têm no pensamento que o Antigo Testamento era uma
preparação para Cristo. Porém o atual pensamento é outro, como afirma Karl Rahner:
“Sobre Antigo Testamento como ‘preparação para Cristo’ é mais uma experiência
da suposta necessidade da redenção; mas não se torna propriamente claro se e de
que maneira essa preparação possa constituir mais do que uma experiência da
suposta necessidade de redenção; não se torna claro como então se deva entender
esta preparação se nos lembrarmos de que as gerações do gênero humano se sucedem,
como também se desligam umas das outras de sorte que em certo sentido cada uma
delas há de começar tudo de novo” (K.Rahner, Curso Fundamental da Fé,
pag.201-202).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">O escopo de Mateus nessa
narração introdutória não é primeiramente histórico, i.é, se as coisas aconteceram
assim ou não, mas é teológico, ou seja, é a mensagem a transmitir, que é o
chamado de todos os povos para a família de Cristo e a salvação em Cristo, como
dito por Paulo: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Este mistério Deus não o
fez conhecer às gerações passadas mas acabou de o revelar agora pelo Espírito
aos seus santos apóstolos e profetas: os pagãos são admitidos à mesma herança,
são membros do mesmo corpo e associados à mesma promessa em Jesus Cristo por
meio de Evangelho”(Ef.3,5-6).</i> Deste modo esta mensagem imbrica naquela
outra que, assim como Moisés foi o pastor e guia do Antigo Testamento, assim
Jesus Cristo é o novo Moisés, pastor e guia do Novo Testamento.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">Conclusão</span></u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">:
Esta mensagem delineada no Prefácio de Mateus na introdução da vida de Cristo é
o mote que perpassa transversalmente em todas as páginas do evangelho de
Mateus. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-42012307384672983022023-12-30T09:15:00.007-03:002023-12-30T09:21:22.793-03:00As novidades da Casa de Nazaré.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXJ7-Zb23Tjm32zzLq6qfy07IQjTlWOsiDvccNmpct1XAYxDyTdayniOeivxJ6Vz1niG4v9L_Joo5FQaiOHzM-8IJqFxvA_rPW46AdKJCub2nMnHxweYP9xiyghZK2qgiq5L2HNqUsOqC2cFKtHmpKU7fstf86rsMrOiUhSin-PYRJSgzXbHxskPDv/s320/NOVIDADES%20DACASA%20DE%20NAZAR%C3%89.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="226" data-original-width="320" height="226" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXJ7-Zb23Tjm32zzLq6qfy07IQjTlWOsiDvccNmpct1XAYxDyTdayniOeivxJ6Vz1niG4v9L_Joo5FQaiOHzM-8IJqFxvA_rPW46AdKJCub2nMnHxweYP9xiyghZK2qgiq5L2HNqUsOqC2cFKtHmpKU7fstf86rsMrOiUhSin-PYRJSgzXbHxskPDv/s1600/NOVIDADES%20DACASA%20DE%20NAZAR%C3%89.png" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Eu suponho
que quando um par de jovens junta a sua vida para formar uma família, a maior
preocupação surge logo: e agora: o filho chegou, como educar esta criança? Deve
ter pais que levam uma bagagem de conhecimentos, mas deve ter outros com muitos
receios, como marinheiros de primeira viagem. </span><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">Augusto
Cury dá algumas dicas: “educadores que querem controlar tudo na educação dos
filhos acabam transmitindo o que mais detestam, a insegurança e o medo. A culpa
excessiva esmaga a lucidez, e o desespero esfacela o prazer de viver, Quem não
corre riscos está inapto para educar”.(Augusto Cury, Maria a maior Educadora da História, p.16)</span><span face="Arial, "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt;">.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Desde que
recebeu o convite para conceber o menino Jesus, o mundo da jovem Maria de
Nazaré virou do avesso. Ela estava só. A não ser seu futuro marido, ninguém
poderia oferecer-lhe o ombro para chorar. Tinha que usar suas lágrimas
para irrigar a serenidade e se conhecer para não entrar em desespero. A jovem
mãe do menino Jesus viveu uma vida pautada por fatos imprevisíveis.
“Educar é caminhar sem ter a certeza de onde se vai chegar” (A.Cury, p.17).</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">Maria
devia ser ótima contadora de histórias. Contava não apenas a sua história, mas
a história do seu povo e dos personagens que o marcaram. O pequeno Jesus devia
colocar as mãos sobre a mesa que seu pai havia feito e ouvir
prolongadamente a sua mãe. Jesus também leu o mundo e com sua mãe ia entendendo
os seus problemas.(o.c.p.160).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">“Maria
falava das suas lágrimas para Jesus, dos seus temores, dos seus sonhos. Muitos
pais trabalham arduamente para deixar uma herança para seus filhos, mas se
esquecem de que o maior tesouro que eles podem dar é o seu próprio ser. Muitos
lutam para que seus filhos tenham um diploma, mas não batalham para que eles
aprendam a viver.” (o.c.p.156)</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">. </span><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Como sábia
contadora de histórias, Maria contava a historia de sua vida, e os seus
conflitos. Os educadores aconselham isso. Como instruir os filhos a lidar com
os seus conflitos, se nos calamos sobre os nossos? Treinamos para realizar
tarefas, fazer provas, praticar esportes, dirigir carros, lidar com a conta no
Banco, mas não para falar de nós mesmos. Essa é uma das mais graves e absurdas
contradições humanas. “Somos especialistas em maquiar o que somos” (A.Cury, p.
163).</span><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="background-color: white; color: #222222; font-size: 18pt; text-align: justify;">Para
muitos perfeccionistas vale também esta assertiva: Quem é plenamente saudável?
Somos todos imperfeitos, mas sentimos a necessidade neurótica de ser perfeitos.
Para Jesus somente é grande quem enxerga sua pequenez, somente é saudável quem
assume sua doença. Mais que disciplinar, falar com segurança, colocar
limites, devemos encantar nossos filhos com o filme de nossa existência”
A.Cury, p.101).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">Um olhar
sobre a família de Nazaré nos dá outra lição. Jesus entendeu que não há quem
torne os outros infelizes se primeiro não está machucado (lei da psicologia
social tal como a lei da gravidade). O que leva ao seguinte esclarecimento: por
trás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. (A.Cury, p.106).</span><span face="Arial, "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt;"> </span><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">É por isso que Jesus se treinou para perdoar e falar sobre o perdão. O
perdão será uma utopia se não compreendermos o outro na sua dimensão interior.
Perdoar não é um ato coitadista, mas de elevada inteligência. Muitas
pessoas montaram um departamento de cobrança em suas casas, são especialistas
não em se amar, mas em se cobrar. E especialistas em exigir o que não podem
dar.</span><span face="Arial, "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt;"> </span><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">Jesus era especialista em se doar, e
mais especialista ainda em não querer dos outros a mesma resposta. Esperava ser
amado, mas não esperava ansiosamente o retorno. Era o segredo do seu equilíbrio
emocional.</span><span face="Arial, "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt;"> </span><span face=""Arial Black", "sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt;">Este é o segredo do equilíbrio
emocional de nossa vida. E uma das maiores lições da Casa de Nazaré.
(A.Cury,p.165).</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Conclusão</span></u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">. Sem comentários, temos aqui em curtas frases muito da intuição e do
estudo de Augusto Cury. Na verdade, só as mulheres podem dar uma nova face ao
mundo. “Uma mãe fascinante como Maria com um braço ela segura o filho, com o
outro muda a Historia” (p.147). Para encerrar esta página, A.Cury arrisca ainda
uma afirmação inédita e inteligente: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Se
num determinado momento as mulheres ocupassem as funções dos homens e os homens
as das mulheres, é provável que 90% da corrupção, da discriminação, dos
assassinatos, dos atos terroristas, dos conflitos internacionais, seriam
eliminados em pouco tempo” (o.c.p.178). “Os homens sempre foram o sexo frágil, pois
só os frágeis usam a força. As mulheres sempre usaram mais as ideias e a
sensibilidade” (o.c.p18).<o:p></o:p></i></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">P.Casimiro
João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 18pt; mso-bidi-font-family: Arial; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.combr<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: #222222; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-26159966531374695262023-12-24T04:34:00.001-03:002023-12-24T04:34:35.104-03:00Fé bíblica e fé atualizada – Advento, Natal, Anunciação<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAegVNRzLa4yh2iDmFrwHR-n8Do7CSmOwhQHyPfzYOe43m3by5CqzZBOw4vuhezmf-wBzt1_t6Ug7zUcNHvjvDvDFxY3Zln9vWa6Rour2y7G6FQtGZUhxDnkoZezoYkUM2V1redUU7a6nZz4E0qYIV1yCfjyjimTqtvC7Pg_P87gQI0tIxduHuKg_J/s1280/BURRA%20BALAL%C3%83O.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAegVNRzLa4yh2iDmFrwHR-n8Do7CSmOwhQHyPfzYOe43m3by5CqzZBOw4vuhezmf-wBzt1_t6Ug7zUcNHvjvDvDFxY3Zln9vWa6Rour2y7G6FQtGZUhxDnkoZezoYkUM2V1redUU7a6nZz4E0qYIV1yCfjyjimTqtvC7Pg_P87gQI0tIxduHuKg_J/s320/BURRA%20BALAL%C3%83O.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A Pontifícia Comissão Bíblica em 1993
declarou para toda a Igreja e para toda a humanidade que na Bíblia as palavras
não são ”palavra por palavra palavra de Deus” (n.40). Temos muitos exemplos de
autores bíblicos que nos divertem com “contos” como o conto ou novela de Jonas;
o conto ou novela de Sansão (Jz.cap.13 segs); o livro de Jó que é uma reflexão
sobre a sabedoria; o livro de Gênesis, só para trazer alguns exemplos.
Inclusive os 30 capítulos do livro dos Provérbios vêm de livros mais antigos de
provérbios, o livro dos provérbios de Amenenope (cf.A.Raymond, 2011,p.175-180).
E também profetas copiaram a profissão e arte da profecia de antigos profetas
sumérios, mesopotâmios, zoroastros, persas e babilônicos. Há uma confusão entre
“fé bíblica” e fé atualizada. O teólogo K.Rahner<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>diz que existe a “fé irrefletida e a fé
refletida”(Curso Fundamental da Fé, p.340).(<a href="http://www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br/">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br</a>
23/4/23). Se falarmos em fé bíblica teremos que afirmar que o mundo foi feito
em 6 dias; que a serpente “falava”; que “Adão e Eva” eram figuras reais; que
não houve evolução das espécies; que a burra de Balaão falou; que Jonas esteve
3 dias na barriga da baleia; que o sol parou com uma ordem de Josué, e por ai
adiante.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A mesma Comissão Bíblica Pontifícia
também alertou para o fundamentalismo “que tem a tendência a uma grande
estreiteza de visão, pois ele considera conforme à realidade uma antiga
cosmologia já ultrapassada só porque vem na Bíblia. A necessidade de uma
hermenêutica, isto é, de uma interpretação no hoje do nosso mundo encontra um
fundamento na própria Bíblia e na história da sua interpretação. E ainda
avança: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os textos da Bíblia são a
expressão de tradições religiosas que existiam antes deles</i>”. Por isso é que
a nossa fé não pode<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>ser a dos tempos
bíblicos, nem como foi na Idade Média, nem a fé de Agostinho que botava as
crianças sem batismo no inferno, e como a fé de São Cipriano e do concílio de
Cartago para os quais ”fora da Igreja não havia salvação” (conc. de Cartago,
séc.III; IV conc. de Latrão, séc. XIII e de Florença, séc.XV).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Por outro lado, além de sabermos que
muitos artigos de fé da Bíblia dos judeus são devedores à fé dos sumérios e
babilônicos, como o trinômio céu, inferno, purgatório, também sabemos que a
ressurreição não pertencia à fé da Bíblia antes do profeta Daniel que escreveu
no século dois a.C. E que mesmo assim o partido dos Saduceus nunca aceitou que
há “ressurreição, nem Anjos nem espíritos”(At.23,8). E também sabemos que
muitas coisas do Antigo Testamento foram passadas para o Novo Testamento, tipo
esquemas ou “formatos” de histórias de vocações de heróis importantes e de
Nascimentos. Um exemplo é o anúncio e o nascimento de <u>Sansão</u>, o “conto”
ou lenda que já falei, além de outros. Nesses formatos havia os seguintes itens
iguais para todos: Estéreis e (ou) idosas; anjos; gravidez de estéril ou velha;
medo; não beber bebidas alcoólicas; a cria seria consagrada desde o ventre
materno. Compare esse formato do A.T. (Jz.13) com o anúncio do Nascimento feito
a Zacarias: Estéreis e idosos; não tinham filhos; anjo; medo e perturbação; não
beberá álcool; consagração desde o ventre. (Lc.1,5-26) e com o anúncio feito a
Maria e encontrará os mesmos elementos. Devido a isso os estudiosos dizem que o
anúncio a Maria faz parte do Antigo Testamento, ou seja, o evangelho de Lucas foi
buscar o esquema no A.T. Desta maneira os estudiosos dizem que o evangelho de
Lucas se divide em três seções, a primeira a seção do Antigo Testamento; a
segunda o <u>tempo de Jesus</u>; a terceira <u>o tempo da Igreja</u>. (Cf.
Eugene Boring, Comentário ao Novo Testamento vol.II, p.1055). Isto porquê?
Porque para o anúncio do Nascimento, Lucas foi buscar os esquemas ou formatos
do A.T. E isso não pertence à vida de Cristo, que inicia com o Batismo, como
afirmei. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Os teólogos nos previnem que os
evangelhos não são geográficos, nem históricos, mas teológicos. Isto é, se há
Anjos ou não, não vem ao caso, o que importa é a mensagem. Se a narrativa
aconteceu daquele jeito como vem escrita não vem ao caso. A este respeito, a
Igreja passou por várias teologias, e algumas foram deixadas para trás, como a
primitiva teologia de Santo Agostinho que afirmava que crianças não batizadas
não iam para o céu. Outra, a afirmação teológica que “fora da Igreja não há
salvação” como definiram os concílios de Cartago e Florença e IV de Latrão,
entre outras. Atendendo a este processo sabemos que entre os evangelistas, cada
um tinha que defender uma posição ou teologia reinante em sua comunidade e foi
assim que escreveram os evangelhos.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Numa coisa os evangelhos são unânimes
tanto os sinóticos como o IV evangelho: descrever o início da vida e atividade
de Jesus com o batismo por João Batista. Porém com o seguinte detalhe: somente
Marcos começa direto “naqueles dias Jesus, veio de Nazaré, da Galileia e foi
batizado por João”(Mc.1,9). Os outros trazem um Prefácio, ou Prólogo, onde
dizem a crença ou mensagem que vão expor. Assim tem o prólogo de João, de
Mateus e de Lucas. Ontem fiquei pensando que se não fosse São Lucas não
teríamos o imaginário do <u>Natal</u>, e se não fosse <u>São Francisco</u> não
teríamos o presépio.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Do que fica dito vamos reter o seguinte: Nesses anúncios todos e no anúncio a
Maria não é para ver como é que foi mas para ver em que a Igreja acreditava. E
isso era a “teologia” ou a “mensagem” a transmitir. FELIZ NATAL.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-64724607803298725682023-12-18T05:09:00.000-03:002023-12-18T05:09:10.543-03:00A TECNOCIÊNCIA E A MORAL<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgwPbEklC9wAUadXWm7hWX74NOXwmau5WsG1ivEgRh04HtrZUVEakm55ZvQg8p90Q-rHM1aTwZNrdLZPX-EfxmYQTJ5N-N3JqqgtWpMrkmk2QD2-jDT-bjA8HoP7YCf-a0oT00bUtBVbODmVIQjwRJZrftk9eX2lWn1FB1r5-1X4Du6exCURHRXGxq/s1124/natureza%20e%20casas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1124" data-original-width="843" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhgwPbEklC9wAUadXWm7hWX74NOXwmau5WsG1ivEgRh04HtrZUVEakm55ZvQg8p90Q-rHM1aTwZNrdLZPX-EfxmYQTJ5N-N3JqqgtWpMrkmk2QD2-jDT-bjA8HoP7YCf-a0oT00bUtBVbODmVIQjwRJZrftk9eX2lWn1FB1r5-1X4Du6exCURHRXGxq/s320/natureza%20e%20casas.jpg" width="240" /></a></div><br /> <b style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A natureza é imutável? Cadê o motor
imóvel? Ou a evolução de Charles Darwin? Cadê a era industrial? Me disseram que
não se pode mexer com a natureza, mas a natureza mexe com a gente. Porém a
natureza toma outras roupagens conforme as épocas.</span></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Dizer “segundo a natureza” já não é a
mesma coisa de há 2000 anos ou de 1000 anos atrás, porque a natureza se tornou por
sua vez incerta, e insegura de si mesma e sujeita a ser “corrigida” pelo homem.
Veja a correção dos hormônios e os transplantes de coração. Veja a seleção de
embriões. A Igreja fala que isso é perigoso porque é criar super-homens
artificialmente. A resposta é fácil: e quando ela cria espontaneamente gigantes
e super-homens? A diferença está na frequência modificada pela técnica. E
quando o Faustão ganhou o coração de um doador? Não houve receios de quê? E o
que falar dos super-homens e supermulheres que estão sendo programados para ser
gerados para a Lua e mais espaços? Onde funciona a natureza aí?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Natureza versus moral</span></u></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
A moral diz “não matar”. Porém na Inquisição a Igreja passou por cima da moral
e inventou junto com a monarquia a técnica da “<u>sobrevivência da fé</u>”, ou
o “<u>princípio pragmático</u>” de Gianni Vattimo, e a “caça às bruxas” que
eram conduzidas à fogueira e ao extermínio.
E assim matavam e queimavam quem se desviasse da fé. A Igreja não pode
se queixar se vir que a técnica hoje já resolveu a seu modo o problema da
convivência entre os homens com mais sucesso do que tenham alcançado todas aa
morais que se sucederam na história” (Cf. Umberto Galimberti, “Rastros do
sagrado”, pg.363). Assim, ao lado da moral funcionam também as normas da
técnica, chamadas também como “regras da arte” segundo as quais cada um deverá
fazer da melhor maneira possível o que escolheu fazer, gerir com competência e
rigor a função a que foi chamado. Chega-se assim a dizer que as “morais
profissionais ou técnicas” não são um indicio de amoralidade mas o sinal da
progressiva ocupação da técnica de um espaço que lhe concede a moral”
(o.c.p.364).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Este aporema é sobremaneira oportuno e
urgente, de tal maneira que o autor citado nos adverte ainda: “Neste ponto é
importante evitar o problema relativo ao modo como configurar-se a moral na idade
da técnica, e para enfrentá-lo é preciso antes de mais nada acabar com as
falsas inocências, e com as fábulas da ciência neutra que opera apenas os meios
que depois as decisões dos homens optam por empregar ou bem ou mal. A ciência não é neutra porque cria um
mundo com determinadas coordenadas que nós não podemos deixar de habitar e,
habitando-as adquirimos hábitos e costumes”. Veja bem o que mudou: antigamente
o chinelo, o sapato, o lápis e o relógio faziam parte dos pertences e das
viagens do homem, como a bengala do cego e as muletas do acidentado. Hoje em
dia é o celular, o Laptot, o fone de ouvidos, a máscara dos olhos e a mala de
bordo. A tecnociência é o nosso mundo. Não somos seres imaculados e estranhos
que por vezes nos servimos da ciência e da técnica. Habitamos um mundo já
organizado cientificamente e tecnicamente. Não é uma escolha nossa, é o nosso
ambiente onde vícios e virtudes, condutas e paixões, sonhos e desejos são
cientifica e tecnicamente estruturados. (cf. o.c.p.364).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Esta é uma realidade a que o ser humano
atual não pode furtar-se. E no caso de alguém entender que pode sobreviver
recorrendo às épocas “<u>daqueles tempos</u>” de quando “<u>no</u> <u>meu tempo
não era assim”,</u> estaria fabricando para si um ser mitológico que andou
neste planeta há cem anos, mas que agora não anda mais. Nesses tempos era um
mundo terraplanista, hoje não é mais. A isto junte-se a consideração que há 100
anos o mundo era um mundo rural, a cidade era uma exceção para poucos. Hoje
porém a cidade se estende até os confins da terra. A “natureza” era o que
enchia a vista e o imaginário desse tempo. Antes a “natureza era o largo
horizonte sem fim. Hoje a velha natureza vive-se na cidade, isto é, a cidade
tomou o lugar da natureza, de tal modo que muitas pessoas só conhecem alguma
partezinha da “natureza” pela televisão.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão.</span></u></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">
Podemos dizer que o ser humano de há 100 anos tinha os braços, pernas, cérebro
e o coração da natureza. Hoje braços, pernas, cérebro e coração são tomados
pela técnica. Pense numa grande fábrica chinesa ou em São Paulo em que os
braços, pernas e cérebro são de mais de 100 robôs comandados pela inteligência
artificial. Apenas três ou quatro humanos de mistura estão lá também,
confundindo-se com todos aqueles seres em movimento constante. Aí um leigo
muito histórico e empacotado na sua roupagem meio aristocrática pode olhar
aquelas figuras impecáveis e automatizadas e se perguntar: Cadê a natureza e a
técnica? Cadê a moral na era da técnica? Ainda tem um motor imóvel? Cadê a era
industrial de há 100 anos quando os primeiros carros e trens e barcos começaram
a ser movidos pelo carvão e o vapor de água? Que época estamos vivendo?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin;">www.paroquiadechapadinha.blgspot.com.br</span></b>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-58938847914789404652023-12-11T04:41:00.000-03:002023-12-11T05:18:04.528-03:00Mantos dourados do passado, ou viver o novo?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKDGaIZgOpzN7RabMrts-C2hGu9DV9mx5RzWIwem7RNPxdzTPuZX9U158VOC2C2YdQ_2FD1zyOEr20UIgmiD5Q1v5Q_R0elKwDDtPcsJ3xNpmvmcLKLmpKANb_LSdiMTpFAxgEpmWI5Z5hjdHG6QjfewkpMHNiY5r1c9AqoOYZ9efikhWG12TYqUGv/s705/SERPENTE.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="705" data-original-width="220" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKDGaIZgOpzN7RabMrts-C2hGu9DV9mx5RzWIwem7RNPxdzTPuZX9U158VOC2C2YdQ_2FD1zyOEr20UIgmiD5Q1v5Q_R0elKwDDtPcsJ3xNpmvmcLKLmpKANb_LSdiMTpFAxgEpmWI5Z5hjdHG6QjfewkpMHNiY5r1c9AqoOYZ9efikhWG12TYqUGv/s320/SERPENTE.png" width="100" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Para quem se sentir sem chão ao ler
esta matéria, pode reavaliar seu pensamento sobre a dúvida da fé com a seguinte
afirmação de Umberto Galimberti: “Aqui concordam Paulo, Agostinho e Tomás: ‘Não
existe uma fé que não seja acompanhada pela disposição da dúvida” (Umberto
Galimberti, “Rostos do Sagrado”, pag.333, cf.Tomás de Aquino, Suma Teologica,
Questio de fide, quest.I,tr.it, Compêndio de Teologia, Marietti, Turim, 165).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">É nesta disposição da dúvida que se
baseia a teologia. Percorrendo a Historia vemos que a caminhada tem sido uma
interrogação constante. Formaram-se vários sistemas filosóficos e a teologia
ia-se apoiando ora num ora noutro. E formaram-se correntes teológicas cada uma
respondendo de sua maneira a várias questões, resultando em várias aporias.
Concilios e mais concílios foram convocados para debates que se seguiam. Dogmas
e mais dogmas foram sendo forjados para tentar barrar mais perguntas a assuntos
que ficavam sem respostas. E os autores hoje em dia têm a consciência de que os
dogmas, igual a Sagrada Escritura têm a sua consistência na contingência
histórica e cultural da sua época em que foram redigidos. “A mesma batalha tem
de ser vencida em relação aos dogmas, onde mais uma vez a revelação divina foi
expressa por homens” (Raymond Brown, Biblical Reflections on Crises Facing the
Church,, London, 1975, p.116). Nesta disposição, vou fazer bastantes citações
do Livro “O Católico de Amanhã”, da Paulus,2013, que pode ser considerado uma
Introdução à Teologia para os dias de hoje. “Dentro do cristianismo, agnósticos
escreveram suas próprias escrituras, inclusive evangelhos, confiavam em suas
experiências e seu conhecimento religioso e em geral resistiam a quaisquer
exigências da autoridade concernentes ao “verdadeiro” ensinamento. Sua visão do
mundo era muito complexa: a matéria era má e Deus estava distante. Selecionavam
do pensamento cristão o que se adequava às suas ideias sobre a maneira como a
realidade se ligava ao divino. Em especial, dentro do cristianismo, alguns
aspectos do gnosticismo encontravam base comum com especulação fundamentada no
pensamento judaico: especulação sobre Adão e Eva; o papel da Sabedoria celeste
vindo esclarecer os seres humanos perdidos na escuridão; e a criação de rituais
batismais como meio de incorporar os seres humanos a uma nova raça celeste
livre das restrições deste mundo” (Pheme Perkins). Walter Kasper, bispo e
teólogo alemão diz: “A primeira fase no desenvolvimento da doutrina da Trindade
ocorreu no conflito com o gnosticismo”. A narrativa mítica de Adão e Eva
desempenhou papel fundamental nesse desenvolvimento. Significava, para eles,
que Jesus era interpretado no contexto de um modelo de raça caída que precisava
ser salva. Como já vimos, essa visão do mundo realçava o fato de nós, seres
humanos, não podermos salvar a nós mesmos e obter entrada no céu. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">A ênfase na dignidade de Jesus e as
perguntas complexas que levantou ofuscaram a realidade humana de Jesus.
Consequentemente, herdamos uma longa tradição suspeita quanto a falar de Jesus
como humano semelhante a nós (por exemplo era limitado; ele não sabia tudo).
Esse entendimento teológico desenvolveu-se em grande parte de acordo com
padrões do pensamento grego. Do pensamento grego os teólogos da Igreja
primitiva criaram um entendimento de Jesus como o Verbo preexistente que tinha
estado com Deus e que desceu ao nosso mundo, como se Deus estivesse em outro
lugar lá nas nuvens e viesse desse lugar passar algum tempo conosco. Do
pensamento grego desenvolveu-se o entendimento de duas naturezas unidas em uma
única pessoa. E da mesma filosofia grega desenvolveu-se a solução para a
questão teológica mais incômoda a respeito de Jesus – seu relacionamento com o
Deus Único da religião judaica. Assim surgiu a doutrina da Trindade.
Entretanto, a Igreja cristã ficou irrevogavelmente dividida quanto ao que
significava a expressão “da mesma natureza”. <u>O Concílio de Calcedônia
definiu o que os cristãos devem crer, mas em uma estimativa em que 99,99% por
cento dos cristãos nos séculos que se seguiram não tinham e agora não têm
nenhum entendimento dessas palavras. </u></i>Ao mesmo tempo foi uma época de
interferência e até domínio pelos imperadores, e de personalidades interessadas
e preocupadas em antagonismo rancoroso e lutas entre bispados importantes.
Termos técnicos sem origens bíblicas transformaram-se em palavras-chave em
respeitadas declarações de crença. Seu emprego fez com que o Ocidente e o
Oriente entendessem mal e dessem uma ideia falsa um ao outro. Doutrinas sobre
Jesus, desenvolvidas dentro do contexto de um determinado tempo e cultura, em
um entendimento literalista da Queda, uma visão religiosa do mundo que entendia
estar Deus distante de nós e a necessidade de Jesus ser uma figura de Deus para
sermos realmente salvos passaram a ser consideradas imutáveis. Devemos
continuar a contar uma história de nós mesmos em relacionamento com Deus que
nos vê primordialmente como uma “raça caída”? Tem um Deus masculino, localizado,
que reage e nos deixa de fora, depois envia seu filho que caminha nesta Terra
conhecendo o “plano eterno”? e depois faz esse seu Filho ter morte terrível
planejada com antecedência, para podermos ser reconduzidos à amizade com esse
Deus? Vamos continuar a citar a Escritura para apoiar essa história sem
qualquer referência à visão do mundo e aos padrões de pensamento nos quais os
autores e editores bíblicos operaram?”(Michael Morwood, O Católico de Amanhã”
Paulus, 2013, p.68-73). Em páginas anteriores falei no comunicado da Pontifícia
Comissão Bíblica que já em 1993 afirmava que nos evangelhos há inúmeros
escritos que dependem de “cosmologias antigas e ultrapassadas”, e que essas
teorias “antigas e ultrapassadas” continuam fazendo o substrato de grandes porções
de nossa teologia. Quando as novas edições de novas teologias ficarão
acessíveis para colocar nas mãos dos alunos dos novos cursos acadêmicos, e daí
passando a fazer parte do ensino das catequeses e das homilias? Será um
trabalho de anos e anos ou centenas, mas por algum lado se deve começar. Acho
que esta é<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a questão deste autor da
presente matéria.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Vejamos o trato que tem sido dado ao
perfil de Jesus. “Depois de sua morte, camadas e camadas de interpretação e
entendimento foram colocadas em sua vida e seu ministério, de modo que ficou
extremamente difícil conhecer a realidade de carne e osso de Jesus. Quem esse
homem realmente pensava que era? O que ele pensava que estava fazendo? O que
ele esperava alcançar? Depois de 2000 anos puseram um manto de entendimento sobre
a realidade original e continuamos a ver Jesus à luz do manto em vez de
refletir sobre a realidade original: a vida e o ensinamento de Jesus. Por
exemplo, que pensamentos e sentimentos teriam ocupado a mente de Jesus quando
se dirigia para o rio Jordão? Quais eram as convicções que o guiavam? Talvez
ele se sentasse na margem do rio algum tempo antes de avançar e se comprometer”
(o.c.p.78). Segundo, o que mais intrigava Jesus? Não seria a multidão de
pessoas que o procuravam, mas ao mesmo tempo condicionadas pela educação
recebida, pelos costumes sociais e pelas atitudes religiosas que os levavam a
crer que Deus não estava perto deles? E como eram desprezados pelos outros não
seriam também desprezados por Deus? Atitudes de medo, ignorância e um
sentimento de distância do sagrada enchiam os seus dias. O que ele teria que
fazer para mudar essa situação? O que mais impressionava Jesus era a
generosidade entre os pobres. No entanto eles pensavam que Deus não estava
perto deles. Jesus teria que chamá-los para mudar essa maneira de pensar.
Tinham que mudar a cabeça. Tanto os “bem estabelecidos” não lhes davam
importância que eles assim se julgavam sem importância nenhuma diante de Deus.
Tanto eram chamados de pecadores, que eles assim se consideravam como pecadores.
Tanto eram chamados de impuros, que eles assim se consideravam como impuros. Eles
olhavam os “bem estabelecidos” como “ditadores”. E claro, como o filho põe em
Deus o que ele vê no pai, eles punham em Deus isso de ser também “ditador”.
Porque nossa espiritualidade segue as imagens e pensamentos que temos sobre
Deus: <u>ditador</u> e <u>cruel</u>. Nós herdamos, muitas vezes sem questionar
e procuramos ser fiéis a essa falsa visão. Dá para termos uma ideia do trabalho
que Jesus ia enfrentar entrando nesse mar de lutas.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Grande parte de preconceitos que Jesus enfrentou, não habitarão ainda a cabeça
de muitos de nós agora no século XXI? Qual é o novo discernimento que a nova
era da nossa história terá que adotar? O escritor Frei Beto inventou o bordão
“não estamos numa época nova, estamos numa nova época”. A Igreja como um todo
já se deu conta dessa nova época, ou se recolhe e se enrola nos mantos dourados
do passado, proclamando que nada mudou, mas que tudo está igual? Como? Se mudou
a visão do mundo, transplantam-se corações e rins, dois gêmeos com uma só
cabeça se fazem viver cada um com sua cabeça, e está tudo igual? Ou talvez a
Igreja continue querendo realizar cirurgias cardíacas num hospital moderno só
com o conhecimento do século primeiro depois de Cristo?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-81175025359149068532023-12-04T05:00:00.011-03:002023-12-04T06:24:28.874-03:00Pedras de Jeremias caindo nos templos de Javé.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKQM4NPCO8vja3kB6VZkQZ10tq2KVkrKuPDyWAHDndoN8ENBBgUPwQhkvP1rSqxx2xNezpc-w_fgEFxSSvOADO2YDYqXZ6oDAxNjkyAa_7GQZhClJIZwXKCkGRa6d5loysg5yda7aW2n4JFKob8iU7ZunvMM7kU5OqBshcukEV8ffjpc6TsUfaTJn/s799/templo%202.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="584" data-original-width="799" height="234" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHKQM4NPCO8vja3kB6VZkQZ10tq2KVkrKuPDyWAHDndoN8ENBBgUPwQhkvP1rSqxx2xNezpc-w_fgEFxSSvOADO2YDYqXZ6oDAxNjkyAa_7GQZhClJIZwXKCkGRa6d5loysg5yda7aW2n4JFKob8iU7ZunvMM7kU5OqBshcukEV8ffjpc6TsUfaTJn/s320/templo%202.png" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">“Quanto
a você, não reze por este povo. Não insista comigo porque eu não atenderei.
Você não está vendo o que eles fazem nas cidades de Judá e nas ruas de
Jerusalém? Os filhos recolhem lenha, e os pais acendem o fogo, e as mulheres
preparam a massa para fazer pães em honra da rainha do céu. Este templo onde o
meu nome é invocado será por acaso um <u>esconderijo de ladrões</u>?<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Vocês vão até o meu lugar em <u>Silo</u>,
onde antes eu fiz habitar o meu nome, e vejam o que eu fiz lá por causa da
maldade do meu povo Israel. Vou tratar este Templo onde é invocado o meu nome
no qual vocês tanto confiam, vou tratá-lo do mesmo modo como tratei <u>Silo</u>.
Minha ira vai pegar fogo, e não se apagará” (Jer.7,11.14.18.20).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Comparemos
com outras “pedras” do Novo Testamento, no evangelho de Lucas: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Os inimigos farão trincheiras contra ti, e
te cercarão de todos os lados. Eles esmagarão a ti e a teus filhos. E não
deixarão pedra sobre pedra. Está escrito: Minha casa será casa de oração, no
entanto vós fizestes dela um covil de ladrões” (Lc.19,43.46).</i> <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Nossa constatação é a seguinte: Neste
trecho de Lucas, ele foi buscar ao Jeremias cap.7, e <u>copiou</u> e <u>colou</u>.
Isto porque o ambiente daquela época de Jeremias era o mesmo do ambiente de
Lucas no ano 80 d.C. Aliás, outras pedras já tinham derrubado o santuário de <u>Silo</u>,
muito antes de Jeremias. “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não viram o que
eu fiz, em <u>Silo</u>, o que eu fiz lá por causa da maldade do meu povo de
Israel?”(Jr.7,49). </i>De tal forma que as pedras que derrubaram <u>Silo (1.100
a.C.)</u> eram as mesmas que derrubaram o Templo de Judá, com Jeremias,(600
a.C.), e o Templo de Jerusalém, com Lucas (70d.C). E os pecados eram os mesmos,
e os inimigos usaram os mesmos métodos. Em <u>Silo</u> as maldades começaram com
os filhos de <u>Heli</u> que roubavam os <u>alimentos do santuário</u>; Vieram
os <u>filisteus</u> e acabaram com o templo e carregaram a <u>arca </u>da
Aliança. Em Judá, onde se sacrificava à <u>deusa Astharte, “a deusa rainha do
céu</u>”, o templo teve a mesma sorte. Depois que os assírios destruíram o templo de Betel na Samaria (720
a.C.), foi a vez do templo do reino <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de
Judá, no Sul, em 600 a.C. E finalmente, já no Novo Testamento foi a vez do
Templo de <u>Jerusalém (o segundo Templo), destruído pelos romanos, em 70 d.C</u>.
Foram três sessões de pedras, contra três épocas de infidelidades do povo de
Israel.<o:p></o:p></b></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Enfocando agora as pedras do texto
de Lucas, vejamos o paralelo que tem com Jeremias e como foi transposto por
Lucas para o seu tempo. Essa realidade das pedras, “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">não ficará pedra sobre pedra” </i>já tinha acontecido quando foi
escrito o evangelho de Lucas no ano 80 d.C. E o Templo foi destruído no ano 70
d.C. No entanto, por um artifício literário muito frequente na Bíblia, o presente
é posto no passado, como tendo sido dito por Jesus, o que não é provável. Na
antiguidade coisas passadas eram ditas como profecias de coisas futuras. Aliás,
em comprovação do que falamos, há “profecias” na Bíblia que nunca se cumpriram,
como aquela sentença: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não passará esta
geração antes que tudo isto aconteça”(Mc.13,3 e Lc.21,32). </i>O que era “tudo
isto”? <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Este evangelho do Reino será
pregado pelo</i> <i style="mso-bidi-font-style: normal;">mundo inteiro para servir
de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim”(Mt.24,14). </i>E: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A vinda do filho do homem sobre as nuvens”
(Lc.21,27). </i>E: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não acabareis de
percorrer as cidades de Israel antes que volte o filho do homem”(Mt.10,23).</i>
<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Voltemos ainda à reflexão de Lucas
sobre o fim do Templo. Comparando com a narrativa de Mateus, qual é a diferença
que existe? É que em Mateus não é mencionado o Templo mas só as construções da
cidade: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Os discípulos aproximaram-se de
Jesus e fizeram-no apreciar as construções. Jesus porém respondeu-lhes: vedes
todos estes edifícios? Em verdade vos declaro? Não ficará pedra sobre pedra,
tudo será destruído”(Mt.24,1-2</i>). E do mesmo modo em Marcos (Mc.13,1-37). Concluímos
daqui que a intenção de Lucas era expressamente trazer aqui a mesma lição de
Jeremias, 600 anos atrás. Enquanto que a dos outros evangelistas era só de
chamar para a vigilância e espera do final da história. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Naqueles dias depois desta tribulação o sol se escurecerá, a lua não
dará o seu resplendor, cairão os astros do céu e as forças do céu serão
abaladas. Então vereis o filho do homem voltar sobre as nuvens com grande poder
e glória. E enviará os anjos e reunirá os seus escolhidos dos quatro ventos,
desde a extremidade da terra até a outra extremidade do céu”(Mc.13,24-27). </i></span></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">É
impressionante a teologia de Lucas, e como conseguiu unir os episódios dos
eventos dos três templos para enfocar numa única visão a atual época histórica
vivida pelas comunidades, desenhando assim numa pirâmide de três faces a sua
intenção e a sua teologia. Apontando para o vértice da pirâmide que o “templo
não é um covil de ladrões para eles se esconderem e com esse pretexto de uma
“falsa religião” enganarem a população de que eram “muito religiosos” mas à
sombra do templo praticarem todas as hipocrisias.</span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;"></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">Conclusão</span></u></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 18.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">. O final dos
tempos ou escatologia era tema sempre presente em Israel. No livro de Isaias
vem que “os céus se enrolarão como um lençol, e as estrelas cairão como folhas
de figueira” (Is.34,4). Claro que eles pensavam que as estrelas estariam
presas no grande “lençol” do “céu e por isso iriam todas cair. Devido a isso no
Novo Testamento se fala em “sinais no céu, na lua e nas estrelas” (Lc. 21,25; Mt. 24 14; Mc cap.13) e de quebra
em tudo que atingiria o Templo.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 18pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-size: 11.0pt;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-3125746078995972662023-11-27T05:18:00.000-03:002023-11-27T05:18:30.059-03:00Existe uma religião verdadeira?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho8BhJDNjoHOzdPKPkMFGM-3EARA25UM2SJenYOeXpfHgFN3H5j6ZSnJO7kTTT6OZ4UHiJdLzX7dgStKiSeMoxFjifK5fYln51XYoal08QAI541okX9eZ4LFvNlmwF9QiuFIo94MVZLtRhK_Jj5QRvRNvTxqMwZZgXlkeFoAbgh3cFbKRPTiGrRMuN/s480/BLOG%202.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="360" data-original-width="480" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEho8BhJDNjoHOzdPKPkMFGM-3EARA25UM2SJenYOeXpfHgFN3H5j6ZSnJO7kTTT6OZ4UHiJdLzX7dgStKiSeMoxFjifK5fYln51XYoal08QAI541okX9eZ4LFvNlmwF9QiuFIo94MVZLtRhK_Jj5QRvRNvTxqMwZZgXlkeFoAbgh3cFbKRPTiGrRMuN/s320/BLOG%202.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No Cristianismo já se guerreou, se queimou
e matou gente, se destruiu e assassinou, se falsearam documentos. Aí nos
deparamos com esta pergunta: Houve coisa igual em outras religiões? Houve. No
Cristianismo há gente santa? Há. Também há nas outras religiões? Há. Então a
pergunta volta: haverá uma religião verdadeira ou haverá igualdade entre
religiões? Junto com esta pergunta vai outra: Onde está a verdade? Vejamos: “Nenhum
problema produziu na história das religiões tantas guerras como o problema da
verdade. Em todos os tempos o fanatismo cego pela verdade atormentou, queimou,
destruiu e assassinou impiedosamente. A consequência foi o cansaço da verdade,
a desorientação e o abandono de toda religião” (H.Kung, Teologia a caminho, p.262).
Para sair já de posições antipáticas, começo esta reflexão assim: No céu não
haverá religiões, só uma, a do amor. Não existirá o Budismo, ou Hinduísmo, ou
Islamismo, nem o Cristianismo. No final não existirá nenhuma religião, mas
somente o próprio inefável ao qual se dirigem todas as religiões” (o.c.p.291).
Esta é nossa premissa. Daí vamos deduzir várias verdades escondidas nesta caixa
de Pandora ao contrário. A posição tradicional da Igreja era que apenas uma
religião é verdadeira, todas as outras seriam falsas. Esta teologia foi
preparada nos primeiros séculos por Orígenes, Cipriano e Agostinho, copiando do
A.T. onde o Judaísmo funcionava como a única religião verdadeira. E isto foi
definido depois pelo IV concílio de Latrão (1215), com o jargão “Fora da Igreja
não há salvação”, e pelo concílio de Florença em 1442. Com a chegada das
descobertas dos novos continentes a Igreja viu a fragilidade dessa teologia e
procurou interpretar de forma nova esse dogma. “Roma entendeu de forma nova
esse dogma absolutamente excludente, o que com frequência levou a uma
reinterpretação e até transformá-lo em seu contrário” (o.c.p.266). Na verdade,
como falei no Blog anterior, essa configuração da “salvação” já não servia para
os tempos modernos que começaram com as descobertas. E assim se mostra que dogmas
parece serem como camisas de força que com o tempo ou eles estouram ou estoura
a pessoa. No concílio de Trento os teólogos Belarmino e Suarez reconheceram como
suficiente para a salvação eterna um desejo inconsciente do batismo e de entrar
na Igreja. E no séc.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>XVII Roma condenou
a proposição dos Jansenistas que era: “fora da Igreja nenhuma graça”. E no séc.
XX, em 1964 o concilio vaticano II afirmou na Constituição sobre a Igreja: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Todos os que buscam a Deus sinceramente e
procuram cumprir a sua vontade<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>conhecida
por meio da consciência, e agem sob o influxo íntimo da graça podem obter a
salvação” (L.G. n.16). </i>E na Declaração sobre as religiões não cristãs: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">A Igreja católica não rejeita o que é
verdadeiro e santo em todas as religiões” (Nostra Aetate n.2). </i>Como podemos
ver, o dogma caiu por si mesmo como fruta passada e “fora de prazo” de validade.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Chegados neste ponto, os teólogos
perguntam: então o “Cristianismo o que tem ainda para oferecer” E a questão é:
se o anúncio cristão hoje, diferentemente de outras épocas, constata já não a
pobreza<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>mas as riquezas das outras
religiões, então o que o próprio Cristianismo<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>ainda pode oferecer? Como pode continuar oferecendo a “luz”, quando
reconhece por toda a parte uma luz revelada? Se todas as religiões têm verdade,
por que o Cristianismo seria a verdade? Se há salvação fora da Igreja, e do
Cristianismo, o que ele tem a mais? (o.c.p.268). Antes de partir para outras
reflexões, a resposta adequada será: o Cristianismo tem a oferecer a referência
ao “humano”, ao autenticamente humano. Não adiantaria a multidão de ritos, de celebrações,
de teologias e de orações, mas desprezando e negligenciando o ser humano. “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Tudo o que quereis que os homens vos façam
fazei-o vos também a eles, pois esta é a Lei e os profetas” (Mt.7,12).</i>
Porque se as outras religiões praticam isso e o Cristianismo não, o que poderia
então oferecer? Não se pode apelar ao “divino” para destruir o “humano”. “Se
uma religião pratica aquilo que é verdadeiramente humano, isso sim, pode
invocar em seu favor a autoridade do “Sagrado” (o.c.p.274), pois o que há de
mais “sagrado” é o ser humano, nem o “sábado”, nem os jejuns, sacrifícios ou
orações.(Mc.2,28).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Chegamos a outro ponto onde topamos com
outra constatação seguinte: As outras religiões têm virtudes e defeitos? Porém,
há acusações contra o Cristianismo quando ele pensava ser a única religião
verdadeira, justo como também o Judaísmo, o que depois achou que não era bem
assim, quando se pensa na queima de “hereges” e na “venda de indulgências” em
tempos idos. No critério de outras religiões o Cristianismo se apresenta ante
as outras religiões com uma “consciência doentia do pecado” e da culpa, e de
sua aversão contra o mundo e o corpo”, (o.c.p.273), deixando de lado o valor em
si do “ser humano”, e de deixar de lado o “não faça aos outros o que não quer
que façam a você mesmo”. Daí que a <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>verdadeira
religião pode se identificar com a “bondade” ou a boa conduta, da seguinte
forma: um cristão ou um budista “verdadeiro” é o cristão ou o budista “bom”. Nesse
sentido a questão de qual é uma verdadeira ou falsa religião se identifica com
a prática da bondade e do amor. Já dizia um cantor: “O amor é a melhor religião”
<i style="mso-bidi-font-style: normal;">(<a href="mailto:FranciscoMarinho@.com">FranciscoMarinho@.com</a>).
</i>Nesse sentido todas as religiões são iguais quando levam ao 1º e 2º
mandamento do Sinai, que já não é um mandamento exclusivo mas patrimônio das
religiões universais, (Mt.7,12).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Do que dissemos seguem-se alguns
corolários: 1- O Cristianismo não tem nenhum monopólio da verdade, e tampouco o
direito de renunciar ao testemunho da verdade que ele possui, como as outras
religiões possuem as suas verdades. (L.G.16), precisando lidar com o binômio <u>diálogo
versus</u> testemunho; 2- Depois do concílio vaticano II o teólogo Karl Rahner
lapidou a frase que os fiéis sinceros das outras religiões são “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">cristãos anônimos”</i>, para explicar o nº16
da Constituição sobre a Igreja, e o nº2 sobre as religiões que já aduzimos.
Isso pôde ter servido para aquela época do concílio para dar o ponta pé inicial
do inicio do novo jogo da teologia. Porém agora vemos que já não tem sentido uma
vez que supõe uma situação de superioridade que considera de antemão a própria religião
(a cristã) como a única verdadeira; e só por isso já exclui o diálogo antes
mesmo de iniciá-lo. Devemos afirmar que os homens e mulheres de outras
religiões devem ser respeitados como tais e não integrados ou colonizados numa
camisa de força da teologia cristã. Ou seja, eles se conhecem como pertencendo e
cumprindo a sua consciência e a sua religião pelo seu valor próprio e não com a
“capa” de um anonimato que não existe e que esvaziaria o valor das suas crenças.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Poderá haver uma religião unificada para o mundo inteiro? Impossível, porque
todos os caminhos bons levam a Deus. Na verdade, nenhuma religião possui toda
a verdade. Apenas Deus possui a verdade plena. Só o próprio Deus, qualquer que
seja o seu nome, é a verdade. No <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>fim da
história não haverá religiões, só uma, a do amor. Já não existirá Budismo ou
Hinduísmo, Islamismo ou Judaísmo ou Cristianismo. No final não existirá nenhuma
religião. Nem profetas ou<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>iluminados
como pontos de luz nos horizontes da humanidade: nem Maomé, nem Buda, nem o próprio
Jesus Cristo que entregará tudo a Deus Pai (Jo.14,28).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-43021646567570008172023-11-25T09:43:00.000-03:002023-11-25T09:43:49.600-03:00Cristo Rei e o pastoreio em Israel.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhElMJHt64LJzuVDxvyhlhkxfZqYReQHriKk42Y2HlGF_48Nx_FEz7MiCSCFn8cwp0jcjKWyzNLcgVMq8I9pKiVrM3_lfV2vQ9O43XPoufCp8QG8qffSAQLn1FobVVZiUXTOO4ZD4yn-0GZVRnkfh8G4dA4IasDAul95hUXoBo_y56830OSfcKZimOy/s735/cc2aceb782aa04c889320a7b300c58a2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="526" data-original-width="735" height="229" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhElMJHt64LJzuVDxvyhlhkxfZqYReQHriKk42Y2HlGF_48Nx_FEz7MiCSCFn8cwp0jcjKWyzNLcgVMq8I9pKiVrM3_lfV2vQ9O43XPoufCp8QG8qffSAQLn1FobVVZiUXTOO4ZD4yn-0GZVRnkfh8G4dA4IasDAul95hUXoBo_y56830OSfcKZimOy/s320/cc2aceb782aa04c889320a7b300c58a2.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">“Eu vou procurar a
ovelha perdida” (Ez.34,16). Deus prometia sempre procurar a ovelha perdida. Uma
vez que “eles” os israelenses faziam perder. Perder quem? Os cidadãos, tratados
por “ovelhas”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">No
Novo Testamento acontece o paralelo: “Eu tive fome e me destes de comer; eu
estava com sede e me destes de beber” (Mt.25,35). A vida começa pelo comer e o
beber. Os governantes deste mundo nunca experimentaram o que é ter fome e o que
é ter sede. Jesus experimentou. Com algumas raras exceções: <u>Nelson Mandela</u>
(da independência da África do Sul); <u>Samora Machel</u> (da independência de
Moçambique); <u>Agostinho Neto</u> (da independência de Angola); <u>Xanana
Gusmão</u> (da independência de Timor Leste); <u>Mahatma Gandh</u>i (da
independência da Índia).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">“As
orações religiosas, as práticas devocionais, as celebrações e adorações não
salvam por si mesmas; existem para nos aproximar de Deus e dos irmãos”. (Sônia
Gomes de Oliveira, Presidente do Conselho Nacional do Laicato do Brasil).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">P.Casimiro
João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-top: 12.0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%;">www.paroquiadechapadinha.blogspot.om.br<o:p></o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-64425651576709632142023-11-20T05:07:00.000-03:002023-11-20T05:07:10.018-03:00QUANDO FOI CONDENADA A TEOLOGIA DE S.TOMÁS.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYG6UevE29YUDK2M4inbTV9xyzT6f6PZ5t8AX_UqfdH9BrwUqLlQXwpU5S_WZ_hS_IjS9diLLt3M8ys_Z9CyRkRcCZ8zplCrM9sGAHgHi8r9uf-rIb9SG_wK6lGHAV19g3pHQXJrzGIpCQoEyAX0pNO0xYHrlTFw-OQDgRibCq4cTx6p3rvQRtMXp0/s991/condenar%20francisco%20n%C3%A3o.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="592" data-original-width="991" height="191" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYG6UevE29YUDK2M4inbTV9xyzT6f6PZ5t8AX_UqfdH9BrwUqLlQXwpU5S_WZ_hS_IjS9diLLt3M8ys_Z9CyRkRcCZ8zplCrM9sGAHgHi8r9uf-rIb9SG_wK6lGHAV19g3pHQXJrzGIpCQoEyAX0pNO0xYHrlTFw-OQDgRibCq4cTx6p3rvQRtMXp0/s320/condenar%20francisco%20n%C3%A3o.png" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“A condenação de Santo Tomás em 1277,
três<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>anos após a sua morte, pelos bispos
das duas<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>principais Universidades da
Europa, Paris e Oxford, foi considerada como a mais desastrosa condenação da
Idade Média porque impediu por muitos anos o livre desenvolvimento da teologia”
(Kung H. “Teologia a caminho, p.190).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Não só essa condenação da teologia de
Tomás mas muitas outras condenações tiveram o mesmo efeito aqui referido pelo
autor citado. Isto acontece porque os grandes pensadores podem dizer o que
disse o teólogo H.Kung: “Jamais aprendi a jurar pelas sentenças do mestre,
porém aprendi a aprender dia após dia, pois na teologia também é preciso
aprender a aprender.” (o.c.p.213). Impressiona-nos o fato pouco conhecido e
menos divulgado da condenação da teologia de São Tomás. Mas também ele passou
por essa experiência. Fazemos referência a este fato pelo seguinte: As gerações
estão sujeitas a bitolas ou modelos de expressar a fé que já vem correndo
calmos como um rio pelas suas margens. E todo mundo olha aquele rio e acha que
se não fosse o seu trajeto ele não seria mais o rio. Mas a história não é só a
nossa visão e o nosso horizonte e o nosso rio. Ao rio nós vamos chamar agora de
religião, fé ou teologia; à bitola chamamos <u>paradigma</u>, ou <u>modelo</u>
ou <u>configuração</u>. Um rio pode mudar o seu curso, i.é a sua configuração,
devido a terremotos, abalo das placas teutônicas e outros eventos mas ele
permanece o mesmo rio. A fé, a religião ou a teologia pode mudar de
configuração mas permanece a mesma fé. Foi isso que fez São Tomás na Idade
Média, como já tinha feito Orígenes no primeiro séc. d.C.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nos primeiros séculos “Orígenes, o
primeiro sábio e pesquisador metódico do Cristianismo” (o.c.p.179), foi
condenado porque propôs a fé numa nova configuração que hoje é muito
conceituada pela teologia. Em seguida veio a configuração de S.Agostinho que
antes de ser aceita passou por outra condenação. Na Idade Média campeou São
Tomás com a Suma Teológica, que foi condenada também depois da sua morte porque
propunha a fé numa nova configuração, apoiando-se na filosofia aristotélica. A
respeito disso diz Kung: ”Novos modelos teológicos não surgem porque alguns
teólogos gostam de brincar com o fogo ou porque ficam sentados na sua
escrivaninha criando novos modelos mas sim porque o modelo hermenêutico
tradicional fracassa. Ou seja, não encontra respostas satisfatórias para as
grandes questões levantadas em novos contextos históricos” (o.c.p.172). São
Tomás só foi reabilitado por Pio V duzentos anos mais tarde em 1567, mas mesmo assim, no concílio de Trento foi dada muito mais relevância a Duns Escoto do que a
Tomás. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A configuração teológica de S.Tomás
representava um grande avanço para o séc.XIII ultrapassando as teologias de Orígenes
e S.Agostinho. Por sua vez, com o andar dos tempos, o que era um avanço para
aquela época já não era mais para o século 19 e 20. Antes do concílio Vat.II o
mundo deu uma enorme guinada devido às descobertas científicas da época com
Galileu, Copérnico, Kepler e vários outros e também por conta da pesquisa
cientifica bíblica. Por isso, como dizem hoje os teólogos, o que era avanço
para o séc.XIII tornou-se retaguarda ou atraso para os séculos seguintes. Justo
nessa época em que era urgente uma teologia dialogante e dialógica e dialética,
os Papas se firmaram numa teologia monolítica medieval e colonialista, como
vinha sendo ainda a teologia escolástica e aristotélica de Tomás de Aquino, do
“motor imóvel”. E assim “os pregadores e Catequistas recebiam pedras em vez de
pão” (o.c.p.217). Foi nessa época que foram pulicados o “Síllabus” de
condenações de Pio IX e as encíclicas Pascendi de Pio X e Generis humani de Pio
XII.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Na história da ciência teológica
acontece que “os pesquisadores mais velhos e seguidores dos modelos
tradicionais se opõem durante toda vida aos novos paradigmas. Isso acontece não
só por causa da </span></b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">teimosia
do idoso mas também porque estão totalmente comprometidos com os antigos
modelos ou configurações. Precisa-se de uma nova geração até que finalmente a
grande maioria assuma as novas configurações” (o.c.p.179). E o cientista Max
Plank dizia: “Uma nova verdade cientifica não costuma se impor pelo
convencimento e pela conversão de seus adversários mas sim esperando que eles
desapareçam, e que as novas gerações se familiarizem com essa verdade” (
Autobiografia, p.42). Ele e também Ch.Darwin se referiam tanto às ciências como
à teologia. E Eisntein disse: “É mais difícil destruir preconceitos do que
desintegrar um átomo” (o.c.p.181).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“O problema maior<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> da</i>
dificuldade e da demora de aceitar os novos modelos acontece quando a teologia
e a Igreja rejeitam um modelo hermenêutico determinado é que a rejeição se
transforma facilmente em condenação, e a discussão é substituída pela
excomunhão; identificando-se Evangelho e teologia, realidade eclesial e sistema
eclesiástico, conteúdo de fé e expressão de fé. E a consequência é que esse modelo
hermenêutico tradicional com sua explicação teológica se transforma em <u>verdade
verdadeira</u> ou seja aquele velho modelo teológico se torna <u>dogma,</u> e a
tradição se torna tradicionalismo. Historicamente na Igreja e na teologia esse
fechamento se transformou em violência e repressão: contra todos os direitos
humanos, perseguição dos “hereges”, inquisição física ou psicológica dos
opositores, ou simplesmente proibição da discussão, como vimos com Orígenes e
Tomás de Aquino.” (Cf. o.c.p.189).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Reparando bem, atendendo a modelos ou expressões de modelos
da religião ou de fé, há o essencial, e há o acidental, o acessório. ”Os
representantes da religião institucional sempre se aproveitaram disso para
preservar não só o essencial mas também o acessório, e até o ridículo e
sobretudo para revestir o próprio poder de uma aura de eternidade e
imutabilidade divinas. Quantas coisas como instituições muito terrenas
(autoridades romanas), ou posições jurídicas, objetos litúrgicos e ritos folclóricos
foram declarados “santos” e intocáveis para imunizá-los contra qualquer crítica
e reforma. Os menores detalhes em assuntos de fé, de moral e de Igreja foram
regulamentados juridicamente, sancionando-se os desvios com penas
eclesiásticas, excomunhões, inclusões no índice e suspensões “a divinis” neste
mundo além do fogo eterno no outro. Assim não se preservava a mensagem cristã e
a causa do Cristianismo, mas também mitos e costumes, às vezes de origem pagã,
a superstição, a procura de milagres e o culto das relíquias, mitos e símbolos
duvidosos que, mesmo que tivessem seu sentido na sua época, não têm mais agora”
(o.c.p.250).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em 1983 realizou-se o Congresso ecumênico internacional em
Tubinga, na Alemanha, e uma das coisas importantes que se constataram foi que a
<u>perda da hegemonia político-militar e econômica e cutura</u>l da Europa deu
um abalo da hegemonia do Cristianismo como única religião verdadeira,
“salvífica” e “absoluta”: pela primeira vez realizou-se um encontro do
Cristianismo com as religiões mundiais. Aí o lado cristão deu-se conta de
adquirir mais disposição em ouvir seriamente as outras religiões e aprender
delas. Será que isto seria possível no modelo de teologia e de Igreja na Idade
Média, com Santo Tomás de Aquino, ou no séc.XIX com os Papas Pio IX, Pio X e
Pio XII?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">. Vimos nesta breve reflexão que uma pessoa pode mudar de
modelo ou formato de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>religião sem mudar
de religião. É como trocar a moldura de um quadro mas não a figura do quadro.
Assim por exemplo, quando se trata de “conversão: quando por exemplo um
católico, por sentir repugnância contra o sistema romano autoritário se torna
protestante, ou vice versa, se um protestante se torna católico, atraído pela
unidade e universalidade católica, então, em ambos os casos não acontece uma
mudança de religião propriamente dita, mas ambos permanecem cristãos, pois
houve só uma mudança de paradigma (ou configuração)” (o.c.p.242). Como
dizíamos, só trocaram de moldura mas a figura do quadro ficou a mesma. Isto é,
não houve troca do essencial mas só do acidental ou acessório.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiuadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-45675943719867354682023-11-13T05:06:00.001-03:002023-11-13T05:06:56.958-03:00GÊNESIS OU TERRAPLANISTA? VOCÊ TOPA?<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJw8UBpkca2Tk6OODgE7AsI9fREMcaCCnfBek9si2VSMZ72Hxipi9l6T2yWr4Y488ldL-7Si14pRChVz0cAQ-fcbTqVKo3tbtQjvT3pxtHyNgKonUy7g7c2fNJIrreRJBNfePLnsi5aOm-zbX33Sjn8TLgaIG5Ec8AsT8VPx98OcPEpIOrY7hcayfV/s1280/genesis%20blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJw8UBpkca2Tk6OODgE7AsI9fREMcaCCnfBek9si2VSMZ72Hxipi9l6T2yWr4Y488ldL-7Si14pRChVz0cAQ-fcbTqVKo3tbtQjvT3pxtHyNgKonUy7g7c2fNJIrreRJBNfePLnsi5aOm-zbX33Sjn8TLgaIG5Ec8AsT8VPx98OcPEpIOrY7hcayfV/s320/genesis%20blog.jpg" width="320" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nossos antepassados nem imaginavam as
maravilhas que se escondem na composição do Sol e do nosso universo. O sol
produz os fótons em seu centro, onde a fusão atômica cria átomos de hélio e de
hidrogênio, e, no processo, fotos são liberados na luz do sol. Os ións do
cérebro dependem do alimento, o alimento depende dos fótons produzidos no
centro do sol, o sol resulta de explosões anteriores, quando estrelas
explodiram, e tudo isso resulta de seja o que for que aconteceu no primeiro
momento do início dos 15 bilhões de anos. Essa saraivada fotônica do início dos
tempos provê de energia nosso modo de pensar. Incêndios do início dos tempos
fortalecem agora mesmo, neste instante você mesmo. O que você pensa e sente
neste momento só é possível através do fogo cósmico. Todo o seu sistema nervoso
é rico de deste fogo. Por isso o cientista Carl Sagan dizia que nós somos
faíscas de estrelas. A bola de fogo primeva existiu duzentos bilhões de ambos
sem consciência introspectiva. Por si só essa estrela não podia se dar conta da
sua beleza. Mas a estrela pode, por nosso intermédio, refletir sobre si mesma
e, em certo sentido, você é essa estrela. Você é aquela estrela trazida a uma
forma de vida que possibilita à vida refletir sobre si mesma. Então sim, a
estrela realmente sabe de seu grande trabalho, de sua entrega ao encanto da
vida e de sua enorme contribuição à vida, mas por meio de sua articulação
ulterior – você. Mais ainda nossa admiração cresce se soubermos o seguinte:
qualquer pesquisa vai fornecer uma riqueza de informações cheias de fascínio
sobre nossa galáxia e seu lugar no universo. Por exemplo: Há mais de 200
bilhões de estrelas só na nossa galáxia. Nossa galáxia é tão extensa que a luz,
viajando 300.000 quilômetros por segundo leva 100 mil anos para atravessá-la. O
Sol com seus planetas viaja ao redor desta galáxia à velocidade de 210
quilômetros por segundo. Uma viagem ao redor da galáxia o nosso Sol leva 250
milhões de anos. Nossa galáxia é a segunda maior num grupo de 30 galáxias. A
maior é Andrômeda, que está a 18.921.600.000.000.000 quilômetros de nós. Os
astrónomos calculam que há mais de 300 bilhões de galáxias, cada uma com
bilhões e bilhões de estrelas. Ainda mais: nosso Universo é apenas um entre uma
multidão de Universos e, em certo sentido, os muitos Universos competem uns com
os outros pelo direito de existir. (Cf. John Gribbin, “Os princípios, a formação
do Universo, 1994 p.XIII). Tudo isto fruto do Big Bang inicial acontecido há 15
bilhões de anos atrás. Aconteceram explosões que foram criando galáxias,
estrelas, constelações, aos bilhões. E ainda continuam numa atividade criativa
infinita em expansão contínua. Comparando agora, em contrapartida, com a visão
primitiva do Gênesis, podemos baixar as seguintes conclusões: A morte não veio
ao mundo por intermédio do pecado humano. A morte já era realidade milhões e
milhões de anos antes que os seres humanos caminhassem no planeta.
Desenvolvimento, morte, desastres e revoluções eram partes essenciais da
existência deste planeta milhões e milhões de anos antes que os seres humanos
entrassem em cena, com o sistema solar criado há 5 bilhões de anos incluindo a
Terra, as plantas e as flores há 600 milhões de anos, e o ser humano há cinco
milhões de anos. No entanto, toda a teologia do Novo Testamento está baseada
nisso como se fosse real. Então não deveríamos concluir que a “Queda da
criação” não será uma metáfora? Que não houve uma queda nada parecida com o que
está descrito no Gênesis? Como fica então a vida de Cristo e sua missão? Ou não
deveremos pensar o quanto de simbólico e não literal é a narrativa com que
estamos lidando? (Cf. M.Morwood o.c.p.19 e 33). Dessa visão ou cosmologia
antiquada e mítica do mundo é que, por exemplo, o Novo Testamento tirou as
consequências para a teologia de São Paulo que se baseava no imaginário
lendário da “criação de um só homem, e que pelo ‘pecado de um só homem’ entrou
o pecado no mundo” (Rom.5,17). A respeito disso devemos reler o documento da
Pontifícia Comissão Bíblia que nos fala nas “cosmologias já ultrapassadas: “O fundamentalismo
tem uma tendência a uma grande estreiteza de visão, pois ele considera conforme
à realidade uma antiga cosmologia já ultrapassada, só porque encontra-se
expressa na Bíblia”(Pontifícia Comissão Bíblica, 1993, 40-41). A Igreja no
princípio se negou a compartilhar a ciência de Galileu e ficou como hoje estão
os terraplanistas, fora dos padrões da ciência. Na época, a Igreja, se apoiando
numa falsa autoridade sobre a ciência condenou a ciência em nome da teologia,
invertendo a definição de teologia e trocando <u>cosmologia por teologia e
teologia por cosmologia</u>, firmando-se que a ciência de Galileu era contra a
Sagrada Escritura. Tanto assim que só 350 anos mais tarde deu o braço a torcer
apresentando ao mundo científico desculpas pelo modo como tratou Galileu e os
cientistas. Hoje em dia todo mundo está sendo formado na ciência de Galileu
sobre a astrofísica, astrologia e cosmologia, sobre a Terra que gira em torno
do Sol, e não o Sol em volta da terra, coisa que a Igreja condenava, como se
fosse missão da Igreja governar a ciência. E nós também somos convidados a
outra visão do mundo diferente daquela na qual a fé cristã se formou, com a
teoria terraplanista. É nessa visão que somos desafiados a falar de Deus,
Jesus, Igreja e nossa fé cristã.<i> </i><o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Se isto fosse parar na mente de terraplanistas iriam se arrepiar pensando que
na Bíblia nunca leram isso. E nunca irão ler. Como os bebês de proveta não vêm
na Bíblia, e também as últimas possibilidades de editar embriões humanos, e
quem sabe, selecionar embriões inteligentes para futuros super-homens e super-mulheres,
e implantações de chips nos cérebros humanos, e escanear o cérebro para ver as
possibilidades de seu pensamento e seus planos, o que servirá para futuras investigações
forenses e policiais, isso também não vem na Bíblia Assim como a Inteligência
Artificial e os robôs de múltiplos serviços que estão invadindo o mundo, de tal
maneira que, no Japão, o povo não distingue quem é gente e quem é robô que está
enchendo as ruas das cidades. Termino, com a pergunta que não cala, do início
do texto: O antes e o depois do Gênesis, ou continuar terraplanista, você topa?<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João smbn<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> <o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"> </span></b></p><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><br /></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-38688071023001219002023-11-06T04:28:00.000-03:002023-11-06T04:28:14.049-03:00Revelação, inerrância e inspiração bíblica<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid5jR5hkGj8V1KGHz7SAomN6-5BnnVSU_tyrtBlGmt7yF9aEbSqq3SqtFK8Pr27i74S2w-R53wjEgWUvT4plkpMDambgINIjg9RPh7OCv8sHlW0Kv9X4ZD1NO_tKKQY0diNf-owsVdtKAuJUUVlzGSKAvPE4ScL0diDt-YLGr3xV7QLMaRHRphpWsR/s537/COR%C3%83O.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="406" data-original-width="537" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEid5jR5hkGj8V1KGHz7SAomN6-5BnnVSU_tyrtBlGmt7yF9aEbSqq3SqtFK8Pr27i74S2w-R53wjEgWUvT4plkpMDambgINIjg9RPh7OCv8sHlW0Kv9X4ZD1NO_tKKQY0diNf-owsVdtKAuJUUVlzGSKAvPE4ScL0diDt-YLGr3xV7QLMaRHRphpWsR/s320/COR%C3%83O.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">“O concílio de Trento não foi claro, e
deixou a discussão em aberto sobre se a Escritura é a única fonte da Revelação
ou se esta tem duas Fontes, a Escritura e a Tradição. O Vaticano II também não
encerrou com clareza o assunto, embora se notasse a favor das Duas Fontes pela
pressão da Cúria. A única tábua de salvação sobre a Escritura como única Fonte
da revelação foi uma indicação velada no último capítulo da Constituição sobre
a Revelação onde se indica a Escritura como “alma da Teologia” (Cf. Hans Kung,
“Teologia a caminho” p68-71). Estamos falando em Fontes da Revelação, ou seja a
Escritura e a Tradição. Tradicionalmente tem-se defendido as Duas Fontes. É por
isso que colocamos a posição do concilio de Trento e do Vaticano II, na análise
do teólogo H.Kung que foi perito no Vaticano II. Quer no concilio de Trento
quer no Vaticano II campearam fortes reações, como era de esperar, contra a
Reforma protestante do século XVI. Por seu lado, o protestantismo reagiu
atribuindo a infalibilidade às frases bíblicas, a mesma que os católicos
atribuíam ao Papa e à Tradição. Por isso que para eles a Bíblia é como um “Papa
de papel” (o.c.p.71). Isto é, como para os católicos o Papa teria o dom da
infalibilidade, assim para eles a Bíblia tem infalibilidade, como única Fonte
da Revelação.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Agora vamos falar da <u>inerrância</u>.
Em que consiste a inerrância? Aquilo que não tem erros, infalível. Fabricada
pela Reforma protestante, para se contrapor à infalibilidade do Papa, a
inerrância seria aplicada a todas as palavras e frases da Bíblia. Esse assunto
nem apareceu no concílio de Trento. Simplesmente os Papas, no século XIX se
aproveitaram dessa doutrina dos protestantes em favor de sua própria política.
No Vaticano II o esquema que trazia a discussão sobre a inerrãncia foi retirado
da ordem do dia pelo Papa São João XXIII, o Papa que convocou o concílio.
Porém, o sucessor, Paulo VI, homem indeciso e obedecendo de novo ao esquema da
Cúria aceitou colocá-lo de novo na ordem do dia da terceira sessão, para
surpresa de todos.” (o.c.p73). Então as conclusões do vaticano II foram as
seguintes: A palavra “inerrância” foi substituída pela outra palavra
“inspiração”, tirando da cabeça que o autor da Bíblia não é um “instrumento” de
Deus, como se dizia no sentido de “inerrância”, mas que era o autor descrevendo
suas experiências e de seu povo, experiências estas que se alimentavam da
convivência com Deus. Portanto, não havia uma limitação ou supressão da sua
autoria, como antes se pensava. Inclusive, o autor estava sujeito a erros, como
expôs o cardeal de Viena, Franz Konig (o.c.p.74). Daí em diante, autores
católicos seguidos por muitos protestantes concordam nos seguintes pontos
básicos: 1) Os livros bíblicos são também totalmente humanos; devem ser
julgados e relativizados de acordo com seus dons e suas limitações, seus
conhecimentos e possibilidades de erro. 2) Não são como um ditado, e não se
trata de um milagre, como por exemplo no caso do Corão que, na crença do islão, veio
diretamente do céu e ditado por um Anjo. 3) Os escritos do Novo Testamento não
pretendem ter caído diretamente do céu e não são excluídas deficiências nem
falhas, obscuridades nem confusões, limitações nem erros (Cf. o.c.p.76-77). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Em último falemos de <u>Magistério da
Igreja</u>. O Magistério da Igreja consiste no conjunto dos dogmas, encíclicas
papais e documentos da Sagrada Congregação da doutrina da Fé. Vejamos quatro
itens que é preciso refletir. 1) ”Não só os Santos Padres mas também os
concílios ecumênicos se desautorizam muitas vezes um ao outro, ou se corrigem
de<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>fato; 2) Nem sequer os concílios
ecumênicos têm, a priori, a verdade em seu favor; ao contrário, ela somente se
revela pelo fato de as afirmações conciliares serem “recebidas” e aceitas por
toda a Igreja; 3) A intenção dos próprios concílios não é constituir uma
doutrina, mas apenas constatar e confirmar o que já vem sendo crido; 4) Os
concílios não têm a capacidade de dispor da verdade de Cristo, devem
esforçar-se por compreendê-la; 5) Portanto, <u>Sim</u> à Bíblia, mas não ao <u>biblicismo</u>,
que tende a idolatrar a letra da Escritura. E também <u>Sim</u> à autoridade,
mas não ao autoritarismo que tende a idolatrar a autoridade quando rejeita
qualquer crítica à autoridade em nome de suposta ortodoxia católica” (o.c.p
78-79).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Referimos algumas vezes nestas páginas
o documento da Pontifícia Comissão Bíblica que nos alerta sobre muitas
passagens bíblicas que são baseadas numa “antiga cosmologia já ultrapassada”, e
que não precisam ser aceitas “só porque encontram-se na Bíblia” (PCB, 1993,
pp.40-41). E também os autores bíblicos são autores humanos e não “anjos” ou
“instrumentos” de Deus, como dizemos nesta página. Sabemos que muitas
narrativas antigas passaram para a Bíblia, como o caso dos primeiros Onze
capítulos do Gênesis, para dar só um exemplo e são cópia de “mitos” antigos.
Então não será lógico que um dogma que se baseia num mito antigo só poderá vir a
ser um dogma mitológico?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Encontramos várias narrativas na Bíblia que relatam “cosmologias antigas e
ultrapassadas” que já não têm aplicação para o agora de hoje, “passaram de
prazo”. A mesma afirmação não valerá também para vários atos do Magistério que
se apoiam nessas narrativas e passagens da Escritura já “passadas de prazo”?
Dogmas que dependem de mitos bíblicos e dessas cosmologias, não estarão também
eles debaixo de suspeição? <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<span style="background: white; color: #555555;"><o:p></o:p></span></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></i></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-80245893673137023532023-10-30T05:04:00.000-03:002023-10-30T05:04:00.866-03:00IBOPE NA ESCRITA DOS EVANGELHOS.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_k-MZioNeLEhsQDxaBM7L7mCKJ4JE5BtyMj241UIu7e3FyW8XaEGnaF-vREZAmBZhCNO25wD2slGTbwdM6ytmbL2RQ6tcX-jMS82DLeDyiFfKeqpop5rz-UnT0dkbbFy86R2241mab2QWGP9diBwwMi1oQH8Ly5U8ud1ijOcRcwgXeu7p-uys-KSF/s430/ibope.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="200" data-original-width="430" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_k-MZioNeLEhsQDxaBM7L7mCKJ4JE5BtyMj241UIu7e3FyW8XaEGnaF-vREZAmBZhCNO25wD2slGTbwdM6ytmbL2RQ6tcX-jMS82DLeDyiFfKeqpop5rz-UnT0dkbbFy86R2241mab2QWGP9diBwwMi1oQH8Ly5U8ud1ijOcRcwgXeu7p-uys-KSF/s320/ibope.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 4.2pt; margin-right: 8.5pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Às Às vezes nós vamos atrás do que no
evangelho não tem importância e é de algum comentarista que pôde ter
acrescentado ao texto do primitivo evangelho. E isso dava ibope. Ou por não
concordar com o que vinha escrito atrás ou colocando um seu comentário às vezes
até fora do contexto. Botamos aqui um aparte histórico de como isso acontecia.
Em primeiro lugar, os evangelhos tiveram início com a narrativa da Paixão. E a
primeira narrativa apareceu 40 anos d.C. no pequeno evangelho de Marcos. Mateus
e Lucas tiveram conhecimento dele e depois cada um fez algumas mudanças e
aumentos nos seus respectivos escritos que foram chamados de evangelho de
Mateus e de Lucas, pelos anos 80 e 95 respectivamente. De João nem se fala
porque foi escrito pelos anos 100 ou 105 d.C. E aí devemos tomar consciência<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do seguinte: nenhum dos evangelistas foi
testemunha ocular dos acontecimentos da Paixão, como eles mesmos atestam quando
dizem que depois da prisão de Jesus <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“todos
o abandonaram e fugiram” (Mc. 14,50; Mt.26,56 ). </i>E então deixaram Jesus
sozinho e entregue à própria sorte. Em segundo lugar, como não havia
testemunhas presenciais nem entre os apóstolos e nem entre os redatores, a
curiosidade dos primeiros convertidos levava a se dirigirem aos mais velhos
para captar “ditos”, frases e acontecimentos da pessoa de Jesus para
reconstituir o “Jesus histórico” da maneira que fosse possível, o que foi
acontecendo. Até que, depois das recordações da Paixão surgiu outra coleção ou
livrinho que foi chamado de “Ditos de Jesus”. E ambos começaram a circular.
Esses “ditos” e acontecimentos eram aumentados depois por comentaristas e novos
redatores. E tudo isso sendo grampeado em épocas sucessivas. Este processo foi
avançando até o século IV. Aí a Igreja, já mais organizada levantou a voz e
veio a proibição de fazer mais aumentos e acrescentos no que já estava escrito.
Esse trabalho ganhou o nome de “Lista” ou “Cânon” na linguagem da época. Isso
deu-se no concílio de Hippona (África) no ano de 393 por iniciativa do São
Cipriano. Na verdade “na época em que a fé cristã entrou no mundo, esse ‘mundo’
era mágico, ou seja, davam mais valor ao misticismo, como sonhos, sinais e milagres,
onde tudo era milagre”(Dreher, Martin, “A Igreja no império romano” 2013, p.103).
E, como vimos, foi muito difícil reconstituir a figura do “Jesus histórico”.
Tornou-se mais fácil delinear então a figura do “Jesus da fé”, que tem feito o
grande imaginário de toda a teologia, catecismos, e vivência das Igrejas e do
povo cristão. Além disso, ainda que os evangelhos apócrifos ficaram fora do
Cânon do séc.IV, contudo muitas páginas deles, difusas e aleatórias ainda
ficaram nos evangelhos, sobretudo nas narrativas da Infância e da ressurreição.
Uma terceira observação: Dissemos que as narrativas da Paixão não foram
presenciadas por testemunhas oculares. Então como foi? Fácil assim: os
redatores foram buscar narrativas do Antigo Testamento que falavam do poema do “Servo”
de Isaías, cap. 50 sgs. E ai usaram o processo “copia-cola” aplicando-o a
Jesus. E foi isto que deu mais ibope do que os fatos históricos anteriores. Um
exemplo mais: No cap.14 de Lucas vem que um rei preparou o casamento do seu
filho, porém os convidados faltaram ao convite. Foi quando o rei mandou os
empregados introduzir na sala do banquete cegos, aleijados, povo da rua para encher
a sala do banquete” (Lc. 14,15-24). Em Lucas e Marcos condensam assim. Porém em
Mateus foi inserido um comentário de um pregador ou algum catequista que
certamente podia não concordar com aquela multidão no banquete, e então,
segundo os estudiosos, fez a sua colocação aumentando o seguinte: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Quando o rei entrou para ver os convidados
observou ai um homem que não estava usando trajes de festa e perguntou-lhe ‘amigo,
como entraste aqui sem o traje de festa?’ Então o rei disse aos que serviam: amarrai
os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e
ranger de dentes. Porque muitos são os chamados e poucos os escolhidos”
(Mt.22,11-14). </i>A gente pergunta: afinal, quem é que estava com traje de
festa, se todos estavam sem traje de festa, pois os empregados “se espalharam
pelos caminhos e encruzilhadas e reuniram todos quantos encontraram, maus e
bons, de modo que a sala do banquete ficou lotada”? (Mt.22,10). E ainda: o
comentarista trocou os pés pelas mãos: afinal foram poucos os convidados e
muitos os escolhidos, ao contrário do que ele disse, tanto que encheram a sala.
Então, repetindo o nosso início: às vezes vamos atrás do que no evangelho não
tem importância e é de algum que talvez não sabia o que dizia. Porque dá “ibope”.
Quantos pregadores devem ter feito sermões empolgados com este homem castigado
porque não tinha o “traje”, atribuindo ao pecado, afinal tudo fora do contexto.
Aliás isso dá belamente para um sermão burguês e para auditórios de burgueses.
E dá “ibope”. Mas não dá ibope aquela lição moral de incluir gente de rua, trabalhadores,
doentes, aleijados, no banquete, e, o que falta ainda, gente que faz questão de
escolher seu gênero e suas opções sexuais. Isso não ia dar ibope, pelo contrário,
ia dar “exclusão”, do jeito dos fariseus. Falamos que os pregadores tradicionais
enfatizam o “traje de festa” para falar do pecado. Na verdade a Igreja<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>sempre gostou de falar de pecado. Os protestantes
dão ibope com o demônio, a Igreja católica dá ibope com o pecado, talvez mais
do que com a misericórdia. Só para terminar, outro “ibope” com o pecado: o da “ovelha
perdida”, equiparada ao “pecador”. Vejamos o contexto no evangelho de Mateus: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Guardai-vos de menosprezar um destes
pequeninos porque eu vos<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>digo que os
seus anjos no céu contemplam sem cessar a face do meu Pai que está no céu. Que
vos parece? Um homem possui cem ovelhas, uma deles se perde; Não deixa ele as
99 nas montanhas para ir buscar aquela que se perdeu? E se a encontrar sente
mais alegria do que pelas noventa e nove? (Mt.18,10-14).<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 4.2pt; margin-right: 8.5pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aqui dá ibope duas vezes, falar
de “criança” e da “ovelha perdida” referindo-se ao “pecador”, enquanto aqui não
tem essa conotação. Já dissemos em páginas anteriores que esses “pequeninos”
eram as pessoas expulsas das sinagogas, pois no catecismo dos Judeus (o
Talmude), os Anjos se envergonhavam dessa gente incluindo as crianças. E de “ovelha
perdida” não tem a ver com o “pecador” mas com essas pessoas expulsas das
sinagogas. Como diz o versículo quando falou dos “pequeninos”: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">que vos parece, um homem possui cem ovelhas,
e uma delas se perdeu”, </i>essa que faz parte dos “pequeninos” e que é preciso
ser acolhida de volta. “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">O que fizerdes ao
mais pequenino dos meus<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>irmãos é a mim o
fizestes” (Mt.25,40).</i><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Também naquele
outro contexto que diz “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Deixai vir a mim
as crianças e não as impeçam porque o reino dos céus é para aqueles que se lhes
assemelham”(Mt.19,14). </i>Quem são aqueles que se lhes assemelham? Os “pequeninos” e os
“desprezados”. “Jesus demonstrou sua preocupação pelos pequenos usando um dos termos
mais desprezados da época que era a palavra “criança”, e insistiu que seus
discípulos recebessem os mais humildes” (Elsie Gilbert, “Biblia e Criança”).
Estes humildes eram expulsos das Sinagogas. Resultado: a “ovelha perdida” nunca
foi o “pecador” mas as pessoas desprezadas e expulsas dos ambientes sociais e
religiosos, como hoje das nossas igrejas e convivências. E o evangelho em
questão termina assim: “Quando encontrar essa pessoa pequena e expulsa (essa “ovelha
expulsa” haverá mais alegria no céu do que pelos 99 acomodados que se julgam os
donos da religião, da fé e da igreja” que se julgam justos como o fariseu no “templo”
(Lc.18,9-14). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 4.2pt; margin-right: 8.5pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span><u>Conclusão</u>. Este senhor que terá feito esse comentário ele queria
falar certamente que o homem excluído tinha “pecado”, falando do <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“traje”. Sim, a Igreja sempre teve tendência de
insistir no pecado. Os protestantes no demônio. Outro “ibope”. E dá-se outro “ibope”
na “ovelha perdida”, equiparada ao “pecador”. Nem vemos que isso vem no contexto
dos pobres expulsos da Sinagoga, entre eles as crianças. Então comparemos com o
outro paralelo “tudo que fizerem ao mais pequenino dos meus irmãos foi a mim
que o fizeram” (Mt. 25, 40). Já pensou no outro “ibope” que tem dado aquilo de que “a
mulher foi tirada da costela do homem”? Dizendo que não foi tirada da cabeça nem dos pés
para que não fosse dominada pelo homem.” Quanto ibope tem dado essa anedota
tirada do “mito” da Criação, de Gn.2,22).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 4.2pt; margin-right: 8.5pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>P.Casimiro João smbn<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>www.paroquiadechapadinha.bogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 10.0pt; margin-left: 12.7pt; margin-right: 8.5pt; margin-top: 0cm; text-align: justify; text-indent: -35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial Black","sans-serif"; font-size: 20.0pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-81166252385168878172023-10-23T04:43:00.007-03:002023-10-23T05:03:03.000-03:00O que é “Revelação”, conceito moderno de Revelação bíblica.<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc0tO9gkGhr1BgBM7kHIoHegTR_MMdMwV9Mw9UfrdtSVVHe5F85vt4Wkg3p0eh1fnNO6-dRtf3jkaP4hNoLRvpSD85XGAX9NBClPgex-xSKmR-govFAK2ln3X8f47qWPuS2JP-kizz6mlHDk07Pm09MNr-W4VVeneveIR0XhksM1zPsVy-KQ9_iaA9/s297/biblia%203.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="269" data-original-width="297" height="269" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhc0tO9gkGhr1BgBM7kHIoHegTR_MMdMwV9Mw9UfrdtSVVHe5F85vt4Wkg3p0eh1fnNO6-dRtf3jkaP4hNoLRvpSD85XGAX9NBClPgex-xSKmR-govFAK2ln3X8f47qWPuS2JP-kizz6mlHDk07Pm09MNr-W4VVeneveIR0XhksM1zPsVy-KQ9_iaA9/s1600/biblia%203.jpg" width="297" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">No Blog anterior falei que Deus não é
propriedade de nenhuma religião. Na teologia tradicional Revelação era a forma
pela qual Deus se dá a conhecer e acreditava-se que Deus só tinha se revelado ao
povo de Israel. Concomitantemente vinha o conceito mágico de inspiração e
inerrância segundo o qual todas as palavras da Bíblia seriam ditadas por Deus.
Este conceito mágico hoje não é mais aceito, mormente desde o Concílio Vaticano
II, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>conforme a Declaração da<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Pontifícia Comissão Bíblica de 1993, 40-41 e
Documento Lumen Gentium, 16 do Vaticano II. No Blog anterior trouxe à nossa
reflexão as diferentes experiências dos vários povos e civilizações e o novo
conceito de “revelação”, que consiste na experiência elaborada de homens e
mulheres que desenvolveram experiências mais vivas de Deus.(cf. E.Schillebbekx,
“Jesus, História de um Vivente, p.20-26; e H.Kung, “Teologia a caminho”,
p.135). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Depois da reflexão sobre as diferentes
experiências dos povos, comecemos pelo exemplo paradigmático, o povo de Israel.
O povo de Israel passou por duas experiências diferentes e sucessivas de Deus:
do deus da agricultura, “Elohin” que era o mesmo dos Sumérios passou para o
deus da guerra, Sabaoth, com a experiência do faraó e da monarquia do rei Davi
e aí foram desenvolvendo, absorvendo e formulando a “revelação de Deus” como deus
guerreiro: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Formei-te guerreiro para saberes
que fora de mim não tem outro” (Is. 45,6). </i>A essa revelação chamamos “o
deus do Antigo Testamento”. Com a vinda de Jesus Cristo ao mundo, a humanidade ficou
marcada com uma nova “revelação” a que eu chamaria a “terceira revelação
bíblica”. Esta é fundamentada na experiência que os Apóstolos tiveram de Jesus
Cristo. Jesus Cristo sendo judeu não partilhou da experiência do povo judeu do
Antigo Testamento como “deus dos exércitos”, ou “guerreiro”. Desligando-se
dessa experiência, corrigiu sempre os seus discípulos que não podiam ser
“filhos do trovão” quando eles pediram para mandar “fogo do céu” e queimar os seus
adversários (Jo.5,7). Chamando-os até de “satanás” quando teimavam em que ele
devia ser o Messias imperador e guerreiro igual o rei Davi (Mt.16,18). Assim
Jesus confirmava essa sua desligação da antiga experiência de “revelação” de um
deus guerreiro e “imperador”. O último corte conhecido foi o seu silêncio na
hora da “Ascenção” quando lhe perguntaram se era agora o início do seu reino
imperial? (At.1,1). Daí em diante começou para os apóstolos uma nova etapa, o
nascimento de um mundo novo, e de uma nova religião: a nova “revelação”. A
duras provas os apóstolos se acostumaram a dizer “Tchau” ao deus do Antigo
Testamento, ao mesmo tempo que começaram a sintonizar com a experiência de
Jesus Cristo e com a nova “revelação”: “não, o Pai de Jesus não é o deus
guerreiro e vingador do Antigo Testamento mas o Pai que acolhe fracos,
pequenos, doentes, cegos, aleijados, coxos, paralíticos, mulheres, leprosos,
crianças, pecadores, prostitutas, e rejeitados. Eles mesmos sentiram na pele
essa fraqueza e rejeição, apanharem de todo o jeito, foram perseguidos, e viram
companheiros degolados e mortos à espada. E finalmente sofreram o vexame de ser
expulsos das Sinagogas dos seus próprios concidadãos. A esta experiência foi
dado o nome de <u>Novo Testamento</u>, e “nova revelação”, como lhe chama
inclusivamente o livro do Apocalipse: “Revelação de Jesus Cristo, que lhe foi
confiada por Deus para manifestar aos seus servos o que deve acontecer em
breve” (Apoc.1,1).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">E agora me permitam transcrever H.Kung:
“Não há revelação fora da experiência humana, nem cristianismo sem a
experiência concreta de Jesus Cristo que dá à vida humana sentido, significado
e direção. Jesus Cristo é para a fé cristã revelação definitiva de Deus porque
seus primeiros discípulos assim o experimentaram. De certo, não é a fé dos
discípulos que constitui Jesus como revelação, salvação e graça de Deus; mas
sem essa experiência de fé eles não poderiam considerá-lo como revelação de
Deus, salvação e graça. A revelação se realiza num longo processo de
acontecimentos, experiências e interpretações, e não numa intervenção
sobrenatural um tanto mágica. Usando uma imagem: a revelação vem “de cima”, de
Deus, mas sempre é experimentada, interpretada, testemunhada e enfim teologizada
“de baixo”, ou seja pelo homem e a partir dele.” (o.c.p.135). Comparemos minha
reflexão acima com esta afirmação de H.Kung quando diz que a “revelação vem de
cima”. E como custou aos Apóstolos essa nova e “terceira revelação” vinda “de
cima”, de Jesus Cristo, tanto que eles não foram capazes de recebê-la nos três
anos da vida de Jesus mas só depois da partida de Jesus. E continuando: “mas
sempre é experimentada, interpretada e testemunhada e por fim teologizada”
(H.Kung,o.c.p. 135). Aqui falamos de “experiência” e “teologização” da
“revelação”. Aqui entram modelos culturais da época em que se processa essa
teologização. E aqui afirmamos que as duas primeiras “revelações”
bíblicas dependeram da história de Israel, a primeira de um “deus agricultor”,
a quem deram o nome de “Elohin”, a segunda como “deus guerreiro” ou deus dos
exércitos. E a terceira “revelação” dependeu da experiência com Jesus Cristo.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Tanto as experiências de Israel como
dos outros povos foram interpretadas e teologizadas segundo modelos culturais
da sua época. Vejamos a este respeito mais: “Não só as experiências
provenientes da história de Israel, mas também as experiências com Jesus Cristo
foram apresentadas desde o início com interpretações diferentes pelos autores
bíblicos. São articulações figurativas e conceituais seguindo modelos de um
mundo de experiências totalmente diferentes do nosso, que já não falam
diretamente para nós, e que precisam hoje de novas interpretações e nova
linguagem. O Novo Testamento assumiu com muita liberdade elementos da antiga
cultura. Isso também dá a nós a liberdade de apresentar novamente a nossa
experiência com expressões próprias de nossa cultura moderna. O Cristianismo
não se baseia em mitos, lendas ou fábulas, e tampouco é uma “doutrina” ou a
religião do “livro” (H.Kung, o.c.p.136-137). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">A teologia cada vez mais usa o método
histórico-crítico que tem presidido e fundamentado a ciência moderna. E como
afirma ainda o autor citado: “o mesmo concílio vaticano II aprova
fundamentalmente o método histórico-crítico. De fato: se hoje uma exegese
a-histórica já está totalmente superada, também o está uma teologia dogmática
a-histórica. E se a Bíblia precisa ser interpretada de forma histórico-crítica,
ainda com muito maior razão também o dogma pós-bíblico. Uma teologia que em vez
de questionar os “dados” permanentes continuasse aberta ou veladamente autoritária não
poderá responder às exigências científicas do futuro” (o.c.p.139).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Finalmente, o que fica aqui dito sobre
a “revelação” e a “experiência” do povo de Israel vale também para os outros povos
como afirma São Paulo: “Acaso Deus é só dos judeus? Não é também Deus dos
pagãos? Sim, é também Deus dos pagãos. Pois Deus é um só” (Rom.3,29). “Essa
experiência com experiências não aconteceu de maneira abstrata em um indivíduo
isolado mas sempre no contexto concreto de uma cultura determinada e de uma
tradição de experiência religiosa seja cristã, seja budista ou outra.
(o.c.p.144). Atenda-se ainda ao seguinte, como atrás ficou afirmado: não basta
“recorrer sempre a uma mensagem supostamente a-temporal e eterna, mas é preciso
uma nova “tradução” para o nosso mundo. Já indicamos: cada nova situação é um
elemento constitutivo intrínseco na compreensão da revelação de Deus. (id.id.).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão.</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">
Quisemos muito resumidamente condensar e definir o conceito de “Revelação” como
a teologia o propõe hoje. A teologia atual se baseia no método
histórico-crítico da exegese. Na teologia escolástica e neo-escolástica a
exegese era uma ciência auxiliar de Teologia dogmática, porém hoje se propugna
como sendo ciência teológica Fundamental, segundo J.Blanc e H.Kung. Aqui neste
novo paradigma também é posta em questão a Tradição como segunda fonte da
teologia dogmática, para a qual a Escritura funcionava como uma “pedreira
exegética”, para extrair dela frases soltas e muitas vezes fora do contexto que
serviam para aprovar o que se pretendia. Seria um armazém da “pedra filosofal”
que servia para tudo. Daí nasciam procedimentos harmonizadores donde concluíam
o que convinha. Essa tradição portanto não resistiu ao bisturi da exegese
histórico-crítica. Além disso faziam muita confusão entre Eclesiologia e
Teologia com interpretações equivocadas, como a exegese moderna descobriu, nos
seguintes exemplos: o “poder das chaves”(Mt.16,19); <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“Todo o poder me foi dado nos céus e sobre a
terra”(Mt.28,18) que levou ao imperialismo mais absolutista da Igreja; e “Quem
crer e for batizado será salvo, quem não crer será condenado”(Mc.16,16) entre
outros. “A teologia só o será se se fundamentar na exegese histórico-critica”
(Josef Blanc, cit. por H.Kung o.c.p.135).<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%;"><o:p> </o:p></span></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5509725977413506673.post-42668088795768704342023-10-16T04:56:00.009-03:002023-10-16T05:09:13.984-03:00DEUS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA RELIGIÃO<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsGnPMSNgiX-KeqPjBN-0mfbWgbfqCzPIKdeBemB0pr8aD6NhyphenhyphenhF4RWCcpiaWVSdK-WIGrIZzIJwDpdSTSAaf9WhefTh1o2NnXtBnRojh3wNVVQUL3QukxaCS3C5j57vCiu8tUmlRg7dLSqv8bwsUp5kcQXJxf7T6dOjYXxK1fmYt8EC3EyIjncerW/s800/DEUS.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="800" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsGnPMSNgiX-KeqPjBN-0mfbWgbfqCzPIKdeBemB0pr8aD6NhyphenhyphenhF4RWCcpiaWVSdK-WIGrIZzIJwDpdSTSAaf9WhefTh1o2NnXtBnRojh3wNVVQUL3QukxaCS3C5j57vCiu8tUmlRg7dLSqv8bwsUp5kcQXJxf7T6dOjYXxK1fmYt8EC3EyIjncerW/s320/DEUS.png" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Deus é eterna pergunta; as respostas
nunca chegam a responder. A teologia atual diz que a resposta é sempre o fruto
de uma experiência desse Deus irrespondível. (Cf: E.Schillebeekx, “Jesus, a
história de um Vivente”, p.20-22; H.Kung “Teologia a caminho, p.135). Sempre
houve homens e mulheres com experiências mais vivas de Deus. Alguns escreveram
livros, outros só deixaram discípulos. Entre os judeus, que eram agricultores,
eles tiveram uma experiência de um deus agricultor que criou o homem num
jardim. Mais à frente tiveram a experiência de um deus guerreiro com a
experiência do faraó no Egito e com a experiência da monarquia de Davi. O
primeiro deus era <u>El</u>, o deus da montanha e da agricultura. O segundo foi
<u>Javé</u>, o deus da guerra e dos exércitos (Sabaoth). O vizinhos e
antepassados deles, os sumérios começaram também com o mesmo deus “<u>El</u>”
da agricultura e da fecundidade. Os gregos tiveram o deus do fogo que acabou
sendo roubado por um deus revoltado, o famoso Prometheu que trouxe o fogo para
a terra. Pandora a mulher do ladrão do fogo espalhou os males na terra porque
recebeu uma caixa com todos os males, e quando foi abrir a caixa espalhou os
males no mundo, quase assim como fez a Eva na Biblia dos judeus. Os gregos
cultivavam a sabedoria, que era representada pelo fogo. Mais à frente,
concentraram a sabedoria no <u>Logos</u>, deus da sabedoria, principio sem
princípio e existente antes de todas as coisas. Sabedoria que tudo criou. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Os chineses tiveram a experiência da
harmonia do universo. O deus Panku era o dono de um machado que dividiu o mundo
entre céu e Terra. Panku era a consciência do Universo. Para os chineses a
sabedoria conta mais do que a santidade. Por isso cultivavam a harmonia entre o
mundo e o espirito. O mestre Confúcio foi o primeiro a publicar a grande máxima
dos chineses: “<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Não faças a ninguém o que
não queres que te façam”. </i>Ele divulgou o principio do Tao ou Taoismo que representa o equilibrio das forças positivas e negativas do universo.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Os índios da América do Sul tinham o
deus Tupã, deus das matas e das florestas e dos frutos. As matas mais fechadas
se abriam por elas mesmas para lhe dar passagem. A um aceno seu se acalmavam os
ventos mais desencadeados. Quando o mar estava furioso, um simples gesto de sua
mão lhe impunha obediência. Nessa experiências das matas e dos mares e dos
frutos, o símbolo maior é o Cocar, confeccionado de penas de aves e plantas só
existentes na Amazônia.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Já para os Japoneses, cercados de água
e cujo país é um aglomerado de ilhas e mar, é o deus Kami, o deus dos
kamikazes, que é o deus dos pescadores. Das águas e dos mares. É ele que dá aos
homens o equilíbrio entre os homens e a natureza. Ele também é o deus da
agricultura e do arroz. Os japoneses mostram o seu talento para o trabalho
porque produz riqueza por meio do deus Kami tendo um martelo na mão. A cada
martelada faz surgir moedas de ouro, e a martelada representa o trabalho.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Nesta breve exposição vimos como a
experiência que os homens tinham de Deus é resultado das suas experiências com
o meio ambiente, de onde partem para o ser superior. Uns se baseiam na
agricultura, outros nos rios e matas, outros na floresta, e outros na
sabedoria. Um dia Jesus perguntou aos discípulos o que pensavam de sua pessoa,
quem ele era? Pedro de imediato deu uma resposta: o Messias, o filho de Deus. E
pela sequência fica bem claro qual era o conceito de Messias que ele tinha na
cabeça, e que estava na cabeça de todo mundo: um rei guerreiro enviado por Deus
para restaurar o Israel e sujeitar todas as nações ao seu domínio. Portanto,
Pedro tinha na cabeça a experiência de Israel, o deus guerreiro da época
gloriosa da monarquia de Davi. E de quebra, o Messias enviado por Deus devia
ser o mesmo terrível monarca e invencível guerreiro e imperador. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Que isto estava na cabeça dos
discípulos fica claro no episódio dos filhos de Zebedeu, que junto com a mãe se
dirigiram a Jesus para que, no seu reino colocasse eles dois, “um à direita e
outro à esquerda". (Mc.10,35-45). A resposta de Jesus foi decepcionante
para eles. Exatamente como a resposta ao Pedro a quem disse que estava fazendo
o papel dos “demônios”, i.é, desviando-o de seu propósito, quando Pedro lhe
falou que ele não era Messias para sofrer: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“Afasta
te de mim, você está sendo para mim como um satanás”(Mt.16,20). </i>Não foi
suficiente a lição, porque nos Atos dos Apóstolos, no relato da Ascensão, todos
eles gritaram em coro: <i style="mso-bidi-font-style: normal;">“É agora que vais
restaurar o Reino de Israel”? (At.1,6).<o:p></o:p></i></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Já houve tempo em que havia da parte de
algumas figuras humanas a convicção de que tinham a resposta certa sobre Deus. “À
maneira do Coran”, o livro do Islão que os islamitas pensam que é a resposta certa
de Deus que teria mandado um Anjo, o anjo Gabriel para escrevê-lo, e portanto
nada se pode mudar dele; por isso eles são o ponto do fundamentalismo mais terrível
do mundo ainda hoje. Simultaneamente e paralelamente antes do Concílio Vaticano
II nas Igrejas cristãs e católica reinava essa mesma ideia, o que hoje já não é
mais sustentável. A não ser em algumas minorias que ainda têm a cabeça de há
1500 anos atrás, ou então a cabeça dos fundamentalistas islâmicos. Enquanto que
a teologia chegou ao consenso de que a resposta de Deus é o fruto elaborado de
homens e mulheres que desenvolveram experiências mais vivas de Deus.
(Schillebeebkx e H.Kung, oo.cc.p. 20-22 e pag.153 respectivamente). E nisto se
baseia o novo conceito de "revelação" universal, com o corolário de
salvação universal, que não se limita ao povo de Israel mas se estende também aos
outros povos e suas “bíblias”, <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>como delineado
pelo Vaticano II, (L.G. n.16) e Pontifícia comissão Biblica, 1993, pp.40-41). <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><u><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">Conclusão</span></u></b><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">.
Deus é eterna pergunta; as respostas nunca chegam a responder. Deus é maior do
que todas as palavras. Deus não pode ser domesticado por nenhuma religião e não é propriedade de nenhuma religião.<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">P.Casimiro João<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>smbn<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";">www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span face=""Arial Black","sans-serif"" style="font-size: 20pt; line-height: 115%; mso-bidi-font-family: "Times New Roman";"><o:p> </o:p></span></b></p>Pastoral da Comunicaçãohttp://www.blogger.com/profile/13468605625984417501noreply@blogger.com0