sábado, 18 de maio de 2024

A torre de Babel e suas lições


 

O mundo sumério, onde começou a civilização, tinha os Zigurates. Essas torres piramidais que dominavam a cidade cumpriam todas as funções de centro de controle total: eram os centros de governança, de observação militar, de culto religioso e do calendário astronômico que era outro meio de controle do cidadão. Então, “chegar ao céu” significava isso, uma referência do poder e do saber absoluto. Essa narrativa etiológica sobre a dominação significa a cidade controlada por homens de violência, e a vontade de poder, por isso a torre era a ferramenta, o medo e a chave do poder humano incorporada numa instituição que tudo conectava. Era o oposto às ideias vividas pelo primitivo Israel como uma confederação de tribos onde ninguém dominava sobre ninguém, o que funcionou até Salomão, que foi o iniciador da outra torre de Babel, isto é, do império de Israel. Modernamente podemos ter na mente o binômio dos opostos: democracia versus ditaduras. E no sentido religioso desunião versus união. No Novo Testamento observamos o que a etiologia da torre de Babel representou: a separação de povos e raças versus o que o Espírito do Pentecostes representou: a junção no mesmo Espírito dos mesmos povos e raças.

P.Casimiro João      smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

segunda-feira, 13 de maio de 2024

TEOLOGIA BÍBLICA, A BÍBLIA VERMELHA E AS OUTRAS.


 

“Ninguém em lugar nenhum possui o manuscrito original de qualquer livro bíblico: tudo o que temos é cópia de cópias. Isso inclui até as cópias mais antigas” (Harvey Cox, o futuro da fé, Paulus, 2018, p.209). Não existe um livro único e indisputável que podemos com confiança chamar “a Bíblia”. Aquilo que temos não é a Bíblia, mas interpretações, e interpretações de interpretações. (id.p.217). Isto vem a propósito do assunto de que falei nas páginas anteriores sobre o fundamentalismo bíblico e a crença. Na época de 1920, nos Estados Unidos, apareceu uma nova tradução da “King James” chamada “Revised Standard Version” (Versão Padrão Revista) por especialistas da língua inglesa. Nessa edição os estudiosos que prepararam a nova tradução do versículo de Isaías, 7,14: “eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e será o seu nome Emanuel”, eles repararam que a palavra hebraica significava uma jovem, sem indicar se era virgem ou não. Então nessa edição da King James usaram essa palavra hebraica “jovem” em vez de “virgem”. Ora, assim que a “nova Bíblia” saiu a público, o escândalo irrompeu entre os fundamentalistas americanos, porque viam aí uma blasfêmia.  Com a agravante que ela vinha com uma capa vermelha e não com capa de couro artificial de cor preta como de costume. Como se estava em plena guerra fria entre os Estados Unidos e a Rússia após a segunda guerra mundial, isso foi o estopim para que os fundamentalistas atribuíssem essa Bíblia a um complô dos comunistas da Rússia contra a América do Norte. (Cf. H.Cox, o.c.p.206). No séc. XIX, esses americanos protestantes caprichavam  em se definir como “gente que segue a Bíblia”. Isso era considerado como um teste decisivo para ver se alguém era ou não “cristão de verdade”. Porém, ao mesmo tempo começavam a aparecer estudos e descobertas científicas sobre a Bíblia, e suas traduções. E a pergunta era: qual Bíblia eles seguiam? E a resposta começava pelo reconhecimento de que não existe a “Bíblia pura” mas só traduções. Existem diversas Bíblias diferentes: a judaica, chamada Tanakh; a protestante e a católica, cada uma com muitas traduções. Antes de Lutero a Biblia tinha 39 livros, depois passou para 32.  Outro exemplo, se eles fossem cristãos seguidores da Bíblia no séc.II d.C. a Bíblia era o Antigo Testamento e alguns evangelhos que estavam em disputa ou “sorteio” para ver os que seriam a Bíblia e mais outras Cartas que entraram depois. E no séc. XV os protestantes e católicos tinham os mesmo livros. Então se viu que a ideia de que “a Bíblia” sempre foi a mesma não é exata. E assim entre os fundamentalistas surgiu a pergunta: “Em qual tradução você acredita?  Há estantes e estantes de traduções. Já Origenes no séc.III enfrentou esta dificuldade e produziu uma edição do Antigo Testamento com seis colunas paralelas: do texto hebraico, outra aramaica, outra em grego, outra grego koiné, outra da septuaginta e a sexta coluna com grego moderno da época. Foi a conhecida “Háxapla”, ou Seis colunas. Mais à frente veio um episódio que impressionou as fileiras evangélicas no século XIX: foi a declaração pelo concílio vaticano I (1870)  da infalibilidade do Papa. Isto levou os evangélicos a ter a ambição também de alguma autoridade infalível, por sua vez do lado deles. Esta ambição fortalecia a visão fundamentalista da Bíblia como um “Papa de papel”. Porém, nem para o lado católico e nem para o lado evangélico é um fundamento sólido, porque, por um lado, a declaração do dogma foi arrancada na marra pela pressão  e pelas ameaças contra os cardeais que não votassem a favor, como rezam os anais, e pelo lado dos evangélicos não se encontra a “Bíblia”  em “estado puro” e “original” em nenhum lugar do mundo como dissemos. Resumindo, eis umas páginas muito ecumênicas e muito reveladoras do especialista, de formação batista H.Cox, em oito itens: 1, “Quanto aos fundamentalistas eu aconselho meus alunos a por de lado seus preconceitos e a mergulhar na Bíblia como faríamos com um romance envolvente ou como um filme; 2, Alguns estudiosos do Novo Testamento hoje creem que o autor do Evangelho de Lucas e dos Atos dos Apóstolos – uma única obra chamada “Lucas-Atos”_ teria usado como modelo a Eneida  de Virgílio, numa tentativa de compor um épico cristão; 3, Ler a Bíblia com esse tipo de salto imaginativo nos coloca na companhia de nossos antepassados espirituais, alguns deles patifes, outros santos, a maioria uma mistura dos dois. Mas todos dividimos algo em comum: nossa desajeitada tentativa de não apenas responder aos grandes mistérios, mas de responder a eles negativa ou positivamente com o mito e símbolos de nossa própria cultura particular; 4, Claro que boa parte da Bíblia consiste de poemas, lendas e histórias, e mesmo muitos fundamentalistas não interpretam literalmente os sete dias da criação. Mas por que, a Bíblia poderia reclamar sob qualquer aspecto nossa adesão espiritual e moral? 5, O que dizer de certas moralidades ali representadas, como a exigência de Deus de que os Israelitas matassem todos os cananeus, inclusive mulheres e crianças? Pior, o que dizer daqueles que reivindicam a autoridade da Bíblia para condenar gays, para plantar assentamentos na Cisjordânia, para assassinar um Rabin, ou um médico que faz abortos?  Como lemos textos de ambos os Testamentos que parecem justificar o assassinato e o caos? 6, Para tantos outros a Bíblia não passa de um ícone para botar a mão na hora de prestar um juramento. 7, Outros literalistas bíblicos, que não entendendo nada de poesia do Gênesis, tentam reduzi-lo a um tratado de geologia e de zoologia” (o.c.p.222-238). Não podemos deixar de nos reportar ainda às tentativas do primeiro e segundo século de perseguição a alguns cristãos que, para não ser perseguidos pelo imperador Constantino esconderam seus escritos para que não fossem destruídos ou queimados. Em contrapartida, os grupos que tinham o apoio do imperador acabaram sendo favorecidos e rotulavam os outros de hereges, enquanto que eles se outorgavam o titulo de “católico oficial”.(Cf.H.Cox, o.c.p.p232). Naquele tempo, como hoje, para muitos, o sentido e a definição da fé tornou-se ideologia imperial. Para estes só haverá fé quando se está de acordo com o governo, e com o “status quo”, e com o “império”.

Conclusão. Como conclusão anoto aqui uma observação de um estudioso da religião comparada, que afirma: “Filósofos e teólogos frequentemente ficam divididos entre duas convicções, de um lado eles acreditam que suas sociedades precisam da religião para manter a ordem, mas por outro lado eles mesmos não conseguem assentir àquelas proposições míticas. Sua solução desconfortável normalmente consiste em defender, ao menos em público, um conjunto de crenças para pessoas comuns mas guardando para si o direito de ter as suas dúvidas particulares. E chamam a isso de “mentiras nobres” (Bellah, o.c.p. 280).  O mesmo estudioso H.Cox tem as seguintes afirmações, rendendo-se às teologias da América Latina: “Viajei, ensinei e aprendi em muitos lugares do mundo, do Brasil à China; e da Índia ao Japão. Como professor em meu país natal vim a conhecer estudantes e visitantes de todos os continentes. No lugar de novas ideias ou teorias, a teologia da libertação representa toda uma clara maneira de fazer teologia. Ela começa repensando a mensagem cristã do ponto de vista dos pobres e dos marginalizados. Ela não nasceu nos auditórios de Tubinga na Alemanha, nem nas bibliotecas da Universidade Gregoriana em Roma. Não é uma teologia de “cima para baixo”, mas uma teologia que circula “de baixo para cima”, de milhares de grupos e movimentos de base. Tendo-se originado na América Latina na década de 1960 ela rapidamente se espalhou pelo Sul global, e na Coreia, no Sudoeste asiático, na África subsaariana e na Índia. O bispo Desmond Tutu da África do Sul, prêmio Nobel, assim como os teólogos “minjung” da Coreia, os teólogos da Índia e os líderes da Igreja clandestina chinesa reconhecem sua dívida para com ela. Inclusive variantes protestantes, judaicas, muçulmanas e budistas” (o.c.p.239-246). E finaliza: “A questão apresentada pelos pobres era antiga: a questão de como justificar um Deus de amor e justiça diante do sofrimento e da privação que eles sentiam e viam em torno de si. Eles encontram em Jesus não uma racionalização de por quê as coisas são como são, mas antes que as coisas podem e devem ser mudadas. A teologia da libertação é mais do que uma teologia latino-americana. Ela encarna um salto importantíssimo para fora de muitos séculos em que o cristianismo foi definido como um sistema de crenças imposto de cima para baixo. Ela simboliza e representa a recuperação do fulcro da mensagem do evangelho como tal, como vivido nos primeiros séculos do cristianismo. Ela é um sinal inequívoco da vinda do Espírito Santo”. (o.c.p.250-251). Revisando o nosso título Teologia bíblica, “a bíblia vermelha e as outras”, ainda nos faltaria dizer que nessa época da “Bíblia vermelha” estava nos seus começos a Telogia da libertação, e o fundamentalismo americano, de mãos dadas com o imperialismo americano também dirigiu os seus canhões contra a teologia da libertação. Como dissemos na página anterior, assim como o imperador Constantino financiou a Igreja no séc. IV assim agora o governo americano financiou o fundamentalismo protestante.

P.Casimiro João    smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

segunda-feira, 6 de maio de 2024

TEOLOGIA BÍBLICA, AS CRENÇAS QUE SE FORAM MISTURANDO COM A FÉ.


 

“Colocar o foco da vida cristã na crença e não na fé é simplesmente um equívoco. Fomos induzidos a isso por muitos séculos por teólogos que ensinavam que a fé consiste em crer diligentemente nos artigos ditados em alguns credos incontáveis que eles teceram” (Harvey Cox, O futuro da fé, pag.32). Todas as religiões e culturas são respostas ao mesmo mistério fundamental, mas cada uma responde a ele de sua maneira (o.c.p.38). Para os cientistas, a fé é o “mistério” Não se extasiar com isso é como ser velas apagadas (Einstein). Os seres humanos podem ser definidos como criaturas que perguntam ou criaturas teimosas que não conseguem parar de perguntar”porquê”?; e depois perguntam porque  perguntam “porquê?” (o.c.p.43).

Os humanos são os únicos que enterravam os seus mortos. Em algum momento da evolução, nossos antepassados perceberam que um dia morreriam, e isso aprofundou o mistério. Por mais avançados que fossem os outros animais, só os humanos marcavam os lugares onde colocavam os restos de seus mortos, de inicio apenas com uma pequena pilha de pedras. Eles já estavam tentando extrair sentido do mistério, e era isso que os distinguia dos outros animais. A percepção da própria mortalidade levanta a questão do sentido da vida, e isso acabou dando origem à filosofia, à religião e à cultura. Não se encher dessa admiração seria regredir a um estado pré-humano. Esmoreceríamos até virar velas apagadas. Poderíamos dizer, é melhor parar de perguntar. Mas porque ninguém pára? Aqui surge a religião na evolução da humanidade. Os mitos da criação, como o épico de Gilgamesh, a história da criação dos astecas, os primeiros capítulos do Gênesis não foram primariamente compostos para responder às perguntas sobre “como” e “quando”. Eles são perguntas e não respostas. Surge a pergunta se Jesus tinha fé. Temos que distinguir entre a fé em Jesus e a fé de Jesus. A fé de Jesus não era a fé ou não, da existência de Deus, porque essa fé já nasce com todo ser humano, mas a fé de Jesus é que nos interessa, e qual era? Era sobre recuos e perdas que pareciam às vezes malograr a vinda do Reino de Deus; as dificuldades não eram então de ordem intelectual, mas sobre os percalços da atividade e da sua vinda. As histórias da ressurreição significam que a vida de Jesus e o projeto que buscava não pereceram na crucificação mas continuaram na vida daqueles que continuaram  o que ele começou (Cf.H.Cox o.c.p.75).

Vem a propósito falar de crenças. Falamos em tentativas de encurralar a fé dentro de Kits. A esses kits ou pacotes podemos chamá-los de crenças, a que já nos referimos no blog anterior. Os primeiros desses pacotes de crenças nos inicios do cristianismo se basearam na suposta “autoridade apostólica”. E ela começou com uma aventura de Clemente de Roma. Pela história a gente sabe que entre Roma e Corinto existia uma animosidade sobre a atividade de São Paulo. Então numa ocasião foram eleitos elementos mais novos nas comunidades de Corinto, coisa que os mais idosos não aceitavam para não perder o “status” do mando. E Clemente de Roma antes de ser Papa mandou uma mensagem que, segundo o costume dos exércitos romanos, a razão é sempre dos mais velhos. Foi nisso que ele se inspirou para enviar essa mensagem. A “autoridade apostólica” portanto não vem do primitivo cristianismo, mas é um sofisma adventício posterior” (H.Koester e James Robinson, grandes historiadores da Igreja. (Cf. o.c.p.125). O problema era continuar o “status quo”. Este foi um dos pacotes iniciais que se fizeram crença. Nessa hora as prerrogativas do bispo de Roma não estavam ainda definidas. Igualmente aconteceram coisas curiosas  nesta época. E um outro pacote aconteceu: O mesmo Clemente de Roma teria forjado uma carta como tendo sido a ele direcionada por Pedro para ele ocupar o cargo de sucessor de Pedro. O nome de Clemente também aparece na lista das “Falsas Decretais”, aparecidas no séc.VIII. Mas tem mais: Como Clemente, Santo Irineu entrou noutra briga  sobre quantos evangelhos seriam admitidos no cânon do Novo Testamento. Irineu, que era bispo de Lião, impôs que fossem quatro, pelos seguintes motivos: porque foram quatro os quatro rostos da visão de Ezequiel: um rosto de homem; um rosto de leão; uma cabeça de águia, e uma cabeça de touro. E ganhou a disputa. (Cf. o.c.p.128). Aumentou o pacote de crenças. Outra coisa curiosa foi que “em algum momento do séc.III apareceu um documento chamado “Didascália apostolorum”. Divulgou-se que teria sido escrito pelos apóstolos, o que hoje os estudiosos declaram que foi uma grande armação. Até se dá um poder quase semidivino aos bispos, até que eles teriam recebido de Deus, como reis, o poder sobre a vida e a morte (Compenhausen,p.240), o.c.p.132. Isto estaria bem distante de Jesus lavando os pés de seus discípulos. Na verdade, depois de Diocleciano, o mesmo imperador Constantino ficou conectado  com a estrutura do Império Romano de modo autocrático, com Constantino reivindicando para si a mesma relação próxima com o Deus cristão que Diocleciano tinha com Júpiter. (Williams, 1997,p.206). O mesmo Constantino combinou com o bispo Nicolau de Nicomédia, o ritual  com a simbologia e com tudo que rodeava a monarquia e deveria enfatizar a sua origem divina. Ele só foi batizado na hora da morte. E concedeu a mesma autoridade e as mesmas insígnias aos bispos como tinham os sacerdotes de Júpiter. Estas lendas tiveram fácil entrada no cristianismo, o que podemos chamar de crenças. Por último, vejamos outra lenda que ficou famosa na Igreja. O imperador Constantino um dia contou que viu no céu uma longa lança com uma barra transversal, e nela escritas as palavras “com este sinal, conquiste”, quando estava em guerra contra seu irmão Maxêncio, para suceder no trono de Diocleciano. Daí se formou a lenda visionária para "loucos ouvirem”. Constantino continuou adorando tanto TIQUE, a deusa da sorte, quanto HÉLIO, deus do Sol, e nunca foi batizado, só o batizaram na hora da morte. E as outras religiões continuaram ao mesmo tempo que a de Jesus” (o.c.p138). A “conversão” dele foi estratégia para ser o novo gurú do Deus do cristianismo, como Diocleciano tinha sido o sacerdote máximo e guru do deus Júpiter do império romano. Tanto assim que foi ele que convocou o primeiro concílio da Igreja, e não os bispos, em 325, o concílio de Niceia, no seu próprio palácio de Niceia, rodeado de soldados com lanças brilhantes  onde, no meio deles se atribuía a si mesmo o poder como “sumo sacerdote e administrador” da Igreja (o.c.p. 140-144). Resta-nos dizer que as “visões” dele não passam de “contos de trancoso” e foram motivações políticas para se apoderar dos poderes da Igreja e unir o império que com Diocleciano estava se esfacelando. Entraram e fazem parte de mais um pacote das crenças primitivas. Essa visão será semelhante àquela visão do “fundamentalismo americano” quando em 1920 um tal pastor Dwight Moody imaginou ter visto o Senhor Jesus lhe revelando: “Moody, simplesmente leve o máximo de gente que conseguir para esse ‘bote salva-vidas”. (o.c.p. 198). E, como Constantino financiou a Igreja de Roma, agora o governo americano financiava esse fundamentalismo, que se espalhou por toda a América Latina, e que servia tanto para os pastores evangélicos  como para a ideologia dos governos da extrema direita que incrustou nos governos de Trump nos Estados Unidos, dos Malafaia-Bolso do Brasil e dos Milei da Argentina como dos Pinochet do Chile. Esses fenômenos hoje são chamados  “pareidolia”, isto é, a ação psicológica de “enxergar imagens fabricadas pela mente como imagens nas nuvens do céu, ou na lua “a cabra misteriosa”; ou a “cara de urso” em Marte ou a forma de gato do robô Perseverance, ou “as aranhas em Marte”.

Conclusão. Todo este pacote de crenças deu origem à tão desastrada política da “cruz e a espada” que acompanhou a Igreja em toda Idade Média e mormente nos descobrimentos onde acompanhou os impérios coloniais e deu também origem ao malfadado “padroado”, convênio dos reis com o Papa, e como na “Inquisição”. Desde o seu palácio de Niceia ele, o visionário Constantino deixou para a Igreja a marca de imperadora. Para as diversas colonizações dos países colonizados a triste pompa da Igreja como imperadora e os povos como colonizados. Desde o concílio vaticano I houve coisas que foram aprovadas na marra e com ameaças e “compra de votos”. Se usarmos um bom filtro, na nossa fé, muitas coisas aparecerão como crenças e não como fé. Exemplo, Joana d’Arch foi condenada como herege em 1431 e no séc. XX declarada como santa. (o.c.p.197). E isto é o menos, pois há muito pela frente de coisas escondidas, como já fizemos referência neste blog sobre a “armação” dos Estados do Vaticano. (Cf.www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br) de 8/11/20).

P.Casimiro João    smbn