Antes que Israel
vivesse a época da monarquia teve que passar pela 1ª fase da organização
de um povo, que eram as tribos. Foi a época dos Juízes. Essa foi um tipo
de confederação tribal semelhante ao que aconteceu na Grécia e na
Asia Menor. Isto levou uns 200 anos.
Aí nesse teste se
acostumaram pouco a pouco à convivência com o cultivo da terra e lavoura
familiar, que não tinham nunca praticado. Além do costume de povos errantes e
nômades, eles pertenciam às classes mais baixas e viviam numa situação
desesperadamente pobre.
Até que, já cansados
de viver o aprendizado das tribos, acharam que tinha chegado o tempo de ter o
seu Rei, e deram o grito a Samuel: “Nós queremos
um Rei como as outras nações” (1 Sam.8,5).
Os hebreus que foram
encontrados já residentes na Palestina e em Canaã (norte da Palestina) por
Moisés tinham os seus deuses, El’birit de Siquém, e El’Elyon de Jerusalém, mas de boa mente
abraçaram a nova religião e o deus do Sinai, Iahweh.
Os hebreus que saíram
com Moisés do Egito levaram a nova fé e o nome de Iahweh da Aliança do Sinai e
os comunicaram aos antigos irmãos hebreus já moradores de há muitos na
Palestina. Os historiadores dizem uma particularidade: Não foi por conversões
individuais que isso aconteceu, mas por uma cerimônia de conversão em massa.
E essa cerimônia de conversão em massa deu-se na chamada Aliança de Siquém,
depois da Aliança do Sinai.
Podemos notar que o
fenômeno da Aliança de Siquém teve tanta ou paralela importância quanto
a Aliança do Sinai. Com a diferença: que a Aliança do Siquém já foi
feita e confirmada com todo o povo dos hebreus, enquanto que a Aliança do Sinai
tinha acontecido só com o pequeno grupo de Moisés. Segunda diferença: que a
aliança do pequeno grupo de Moisés, do Sinai é que levou o rastilho e o fogo
para “incendiar” a grande aliança do Siquém. “A unificação das tribos deverá
ser atribuída não a conversões individuais mas deve ter ocorrido mediante
alguma cerimônia solene de ‘conversão em massa’ como a grande aliança em
Siquém” (J.Bright, 206). (Jos.24).
Estava adotado o monoteísmo
como obediência, não abstraindo nomes de outras divindades. Em algumas partes
da Palestina imagens da deusa-mãe foram encontradas. Historiadores
atribuem isso a uma concessão de sincretismo, como outros deuses alternativos
não foram descartados e iam tendo incremento e aceitação aqui e ali em toda a
Palestina. Achenathon já tinha começado a incrementar a religião de um único
deus, Aten, no tempo dos Madianitas, próximo do clã do sogro de Moisés, também madianita, antes de Aliança
do Sinai.
Escavações recentes
revelaram que foram encontrados templos próximos da cidade de Aman e nas montanhas
de Gerisim, perto de Siquém,
que eram santuários da pequena liga das tribos pré-israeltas que já se
encontravam na Palestina antes da chegada de Moisés. E continuaram a existir depois da própria aliança do Sinai, porque a conversão
e o desapegar-se de velhas tradições não é uma coisa automática.
O paralelismo da
Aliança do Sinai com as alianças dos povos vizinhos com seu Rei é
evidente. Esses tratados começavam com um preâmbulo no qual o Grande Rei se
identificava; “Estas são as palavras do
vosso Rei, de nome tal”. Em seguida vêm as façanhas e os benefícios do
Grande Rei, que obrigavam os vassalos à aceitação e gratidão pelo Rei.
Por fim vinham as
obrigações para com o Grande Rei: essas obrigações proibiam ralações com
estrangeiros, como também inimizades com os mesmos vassalos do Império. O
vassalo devia estar sempre pronto a servir
o Rei com a maior vontade “de todo o coração”.
E eram invocados os
deuses das montanhas, dos rios, das águas e do céu e da
terra como testemunhas. O vassalo deve ter um só soberano.
Nesse esquema foi composta a aliança do Sinai. Exemplo disso é o Cântico
de Moisés, onde ele invoca também o céu, a terra, as montanhas e colinas
como testemunhas. (Dt.32,1)
Como referido várias
vezes, a lei do Sinai seguiu sobretudo o esquema dos códigos de leis da
Mesopotâmia, Código de Hamurabi. Por outro lado, a assimilação de Israel
de elementos de sacrifícios nos contatos com as tribos do deserto expõe o fato
de incluírem no culto israelita ritos pagãos e uma teologia
pagã de sacrifícios.
A união de Israel
ficou fundamentada nisto: na consciência de todos eles terem sido um povo de errantes
e sem clã, sem rei, invadindo e servindo nas guerras dos outros; e
tendo-se encontrado com um sacerdote parente de Moisés, Jetro; e tendo recebido
aquela religião e aquele deus, Iahweh, por intermédio do sogro de
Moisés, Jetro, conseguiram formar um povo e um reino com um só rei, Iahweh.
O povo da aliança se
sentiu grato de uma “eleição” maravilhosa e gratuita, devido à sua condição “nômade,
de Apirus errantes. Nunca tinham tido um rei, agora se orgulhavam de ter
Iahweh. Daí veio a teocracia incrementada depois dos Juizes.
Quando este grupo se
dirigiu à Palestina, lá entrou e se estabeleceu. Elementos que já estavam
estabelecidos lá, adotaram a sua fé e entraram em sua estrutura por meio da
cerimônia referida, de Siquém. Isso representou, de certo modo, nova aliança,
porque foi feita com uma nova geração e com elementos que antes não eram
adoradores de Iahweh.
Encerrando esta
matéria, podemos comparar agora a
importância de Siquém para a formação do Povo de Israel: As Semelhanças
e as Diferenças entre a Aliança do SINAI
e a Aliança de SIQUÉM.
P. Casimiro smbn
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