Quinhentos
anos antes de Moisés já houve um rei que decretou o monoteísmo, i.é a
obrigação de ”adorar só um deus” e “não ter outros deus e outras imagens”.
A
primeira vez que apareceu o monoteísmo no mundo não foi com Moisés e o
povo de Israel mas om o rei Akhenaton ( o povo que adora um só deus),
uns quinhentos anos antes de Moisés. O rei era Akhenaton, e o deus único
era Aten, em vez de Javé.
Antigamente
o rei e a religião eram uma coisa só. Os funcionários da religião tinham o rei
como seu chefe. O rei mandava nas festas, fazia as leis e o culto e
nomeava os cargos. Todo o Antigo Testamento
atesta este procedimento também.
No
Novo Testamento, durante o poder romano na Palestina era a mesma coisa: era o imperador
ou o governador Pôncio Pilatos que nomeava o Sumo Sacerdote, e
eles só faziam o que o governador
queria.
Na
Idade Média inverteram-se os papéis. Aí o Papa ficou até mandando nos
imperadores. Ele aceitava ou não aceitava. Eles tinham que dar grandes somas de
dinheiro para o Papa.
No
século 15 começaram as brigas. Nós estamos acostumados com a ideia dos Protestantes,
com Lutero, no século 16. Porém, digamos, o primeiro protestante foi antes de Lutero,
no século 15 e foi o Frei italiano Lorenzo Valla. Este Frei provou, em
1440, que a Doação dos Estados Pontifícios por Constantino ao Papado foi
uma farsa, ou seja, uma falsa doação com assinatura falsa, como
tendo sido feita por Constantino
em 314. Ora o Lorenzo Valla provou que o documento é de 754, portanto 440
anos depois da morte do imperador Constantino. Daí resultou a briga
e a perda dos Estados Pontifícios em 1870, na época de Pio IX. Ficando o
Papa apenas com a Cidade do Vaticano, ou Estado do Vaticano com
acordo firmado finalmente com Pio XI em 1929, chamado o Tratado de Latrão.
No
século 15 houve o famoso Tratado de Tordesilhas, em 1494, em que o Papa
junto com os reis de Espanha e Portugal dividiram a América do Sul ao meio,
ficando a parte Oeste para a Espanha e a parte Leste para Portugal. O Papa
mandava até na ciência: era só o que e como a Igreja dizia.
No
século 18 e 19, com as novas teorias do Iluminismo e das Ciências Humanas
os pensadores começaram a se independenciar. Para aumentar, vieram os
achados arqueológicos que mexeram com a Bíblia. Aí os Papas começaram a ficar
pior. Alguns valeram-se dos Decretos de condenação e dos Dogmas
como último recurso para reforçar a sua autoridade. Mas bastantes coisas
viam-se que não surtiam aqueles efeitos pretendidos. Alguns dogmas aconteceram
no meio desta turbulência para satisfazer a ambição momentânea.
No
século 18 veio a Revolução Francesa, com o tripé Igualdade,
Fraternidade, Liberdade. O mundo estava cansado de “obedecer”
servilmente tanto ao Rei como ao Papa. Liberdades individuais e
liberdade de escolher os chefes da Nações. Acabaram monarquias, os Países tornaram-se independentes,
acabaram-se as Colônias. E veio a liberdade de consciência, segundo a
qual cada cidadão era livre de seguir a sua religião.
A
Ciência independenciou-se do Papa e ficava livre de fazer suas investigações.
Custou caro, mas foi certo. Até que sobre este assunto permanece nalguns
eclesiásticos a mania de continuar pensando que a Igreja tem ainda a última
palavra sobre a ciência, e de mandar na ciência. Isto está fora de época e
fora do prazo de validade como fruta passada. Como em se tratando por exemplo
de engenharia genética, embrionária etc. Será que a Igreja quererá
também mandar na engenharia civil das estradas, pontes, e das viagens à Lua?
Com
isto chegou a filosofia do Estado Laico: a separação de poderes:
nem o Estado manda nas normas da Igreja,
nem a Igreja se intromete na regulamentação do Estado. No Estado todas as
religiões são consideradas por igual. Ah, mas eu católico, ou protestante, vou
torcer pela minha igreja. Negativo. Seja católico ou protestante
na tua prática pessoal e na família, mas como estadista não. O Brasil pertence
ao sistema de ser um Estado Laico.
P.Casimiro smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário