segunda-feira, 27 de julho de 2020

Quando começou a se chamar ”Igreja” e “Católica” a nossa Igreja?


A primeira vez que se falou “Igreja” foi em Antioquia, no séc.I. Mateus é o único evangelho que traz a palavra “igreja”. “Católica” no século II.

Nessa época, entre os anos 90 d.C. quando foi escrito o evangelho de Mateus, justamente na cidade de Antioquia, como estão de acordo os eruditos biblistas, havia  duas alas de cristianismo: uma ala mais chegada aos judeus, que relutava em aceitar Jesus como o Messias crucificado, e outra ala que tinha isso  como fundamental.

O apóstolo São Pedro era o líder da comunidade cristã de Antioquia desta segunda ala ou partido.  E gerou-se assim uma certa animosidade entre as duas alas de cristãos. (E.Boring, II 748).

Estavam sendo escritos os primeiros pergaminhos do evangelho de Mateus por meio da escola mateana que deu origem ao evangelho de Mateus.  Não é que São Mateus estivesse aí, mas os tempos seguintes é que atribuíram esse evangelho a Mateus. São Mateus estava na Etiópia nessa época Os escritos circulavam anônimos, sem autor e sem datas, e foram recebendo os títulos conforme as comunidades catalogassem.

Como começou então o título “igreja”? Como havia rivalidade entre essas duas comunidades de cristãos e até certa perseguição os redatores definiram a sua comunidade como sendo a igreja legítima que aceitava Jesus como o Messias crucificado. E nos pergaminhos do evangelho ficou: “Esta é a minha igreja, as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt.16,18) porque a outra ala “infernizava” a vida deles, assim como também os Judeus das Sinagogas.

São Pedro foi o primeiro bispo de Antioquia. A comunidade cristã de Antioquia configurava-se como a “igreja” messiânica e o povo escatológico de Deus e  considerava-se uma comunidade perfeccionista e perseguida.

Esta comunidade quis pôr em destaque a pessoa de Pedro, contrapondo-o à popularidade que Paulo gozava na região. “A igreja mateana foi petrina, ao invés de paulina. O evangelho de Mateus entendeu a figura de Pedro como sendo importante para a igreja como um todo e não apenas para a sua própria comunidade” (Boring).

E “católica”? Veio do costume do século II de chamar as “Cartas Católicas” a coleção das Sete Cartas” de Tiago, Pedro, João e Judas que vinham sem endereçamento, em contraste com a primeira coleção das “Sete Cartas” de São Paulo. Estas eram dirigidas às igrejas, ou igreja universal “católica” em grego. (Boring).

Então, a igreja recebeu o nome a primeira vez em Antioquia no evangelho de Mateus, confeccionado lá. O único evangelho que traz esse nome. E católica devido à segunda coleção de CartasCartas católicas” (para toda a igreja).

O primeiro que começou a usar o nome de "IGREJA CATÓLICA" foi Santo Inácio de Antioquia no ano de 120 depois de Cristo.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

O que quer dizer “Segundo as Escrituras”.


Logo de início irei dizer que na teologia dos evangelhos significa que tudo que aconteceu na vida Cristo estava escrito no plano de Deus “

E em muitos lugares esta expressão aparece em palavras como “é necessário” “o que deve acontecer” e “plano de Deus”. “É necessário que o Filho do Homem seja entregue nas mãos dos pecadores, seja morto e ao 3º dia ressuscite” (Lc.24,7) Como também Mt.16,21 e Jo.12,24). “Ele nos manifestou o misterioso plano de sua vontade” (Ef.1,9). 

Daí foi um passo para a epígrafe “segundo as Escrituras”. “Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras“(1Cor.15,3-4).

Um segundo motivo é a lembrança do passado de Israel, em Oseias quando disse: ”Passados dois dias ele nos revivificará e ao 3º dia nos erguerá e restaurará a fim de que possamos viver em sua presença” (Os.6,2), notando que estava se referindo à situação política da época querendo levantar a esperança. 

E ainda a expressão três dias querendo dizer em breve. Como dizem os estudiosos, quando se falava em ressurreição no Antigo Testamento estavam falando de um ressurgimento agora, neste mundo, aqui e agora.

Um terceiro elemento a considerar é que na Cristologia adâmica de Paulo, tudo o que aconteceu com Adão tinha que acontecer com Cristo considerado o segundo Adão, mas ao contrário: em Adão a morte, em Cristo a ressurreição. 

No livro “a vida de Adão e Eva,”escrito por Fíló  cuja leitura era corrente entre os judeus do 1º século trazia a promessa de um Adão fiel de ressurreição e acesso renovado à arvore da vida “e serás imortal para sempre”.
Vamos recuar então para pesquisar mais esse fio da historia. Os primeiros cristãos viam-se como vivendo nos últimos dias de realização, entre a ressurreição de Jesus, as primícias da ressurreição, e o triunfo de Deus, que ocorreria em breve em suas próprias vidas. 

Portanto aqueles que tinham vivido o tempo do Messias experimentariam também a volta de Jesus que aconteceria nas suas próprias vidas. E seriam testemunhas da glória de Deus.
Para os primeiros cristãos, a ressurreição não era um fenômeno particular ocorrido na única pessoa de Cristo mas um fenômeno universal da coletividade que eles iam experimentar ainda em vida. 

Por isso todos viviam na expectativa de ver o triunfo de Cristo descendo dos céus juntamente com os que já tinham morrido, que iriam ressuscitar primeiro, e eles, os vivos seriam as testemunhas e iriam presenciar juntamente com eles a volta de Jesus. 

Imagine a expectativa. “ Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou cremos também que Jesus levará com ele os que morreram. Depois nós os vivos seremos arrebatados com eles sobre as nuvens ao encontro do Senhor, nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor”(1.Tes.4,14-18).
No entanto Jesus não voltou. A história seguiu em frente. Já falei noutro tema que entre as várias atitudes surgidas na época, uma ganhou relevância, a atitude milenarista daqueles que empurraram a volta de Jesus para o fim da história, baseados no jargão do Antigo Testamento que “mil anos para Deus são como um dia, e um dia como mil anos” (Sal.90,4).
Porém, Lucas teceu a sua própria teologia. Segundo Lucas, o Cristo vem no meio da História em curso, e não no seu final. Seus argumentos: Deus tem um “plano” para a história universal. O senhorio de Deus se manifesta conduzindo a história de tal maneira que todos encontrem a salvação e experimentem já os efeitos da ressurreição nesta vida. 

E apresenta várias cenas onde algumas  pessoas já experimentam uma centelha da ressurreição em vida, como Lázaro, Talita, o filho da viúva de Naim. Depois da ressurreição da Talita (Lc.7,11) e do filho da viúva de Naim, Jesus anunciou aos dois discípulos de João Batista: Ide dizer a todos que aquilo que esperavam pro fim dos tempos já chegou: ”os mortos ressuscitam” (Lc.7,22).
E sempre com o mantra: “é necessário”, “o que deve acontecer”, era “o plano de Deus que se cumpriu”. Em outras palavras, isso estava escrito na mente de Deus, que derivou para aconteceu “segundo as Escrituras”.
P.Casimiro SMBN


domingo, 12 de julho de 2020

A Origem do Mal no Mundo e o Gnosticismo e o Cristianismo inicial

O mundo que se começou a encontrar com o cristianismo era muito divertido, mas muito questionador.

Naquelas épocas as filosofias correntes se cruzavam com a religiosidade de tal maneira que se tornava difícil saber onde terminava a religiosidade e começava a filosofia. 

No cristianismo da Grécia havia de mistura uma filosofia dominante que era o gnosticismo que era muito devedora do platonismo e adaptava o platonismo à religião. Essa filosofia influenciou muito a escrita do evangelho de São João, e algumas Cartas de São Paulo.

Nesse sentido havia uma preocupação muito grande em responder às perguntas como: donde vem o mal no mundo, se o Ser máximo lá em cima está no controle de tudo? A esse Ser máximo, eles chamavam Pleroma, que tinha a completude de todos os bens.

Segundo a filosofia de Platão que lhes dava respaldo, esse Pleroma ou o Deus prefeito estava bem acima das preocupações dos mortais, estava lá no mundo das Ideias, e não tinha contato com a matéria. 

Porém, no próprio Ser divino havia uma parte inquisidora que desejava conhecer sua própria origem dentro da máquina divina: era a SOFIA em português SABEDORIA.

Nesse intervalo de tempo a Sabedoria conseguiu fazer uma viagem para a Terra e aí concebeu outro ser divino, um tipo de rei ou príncipe que não  obedeceu ao Ser Máximo o deus primário ou Pleroma. Este ser assim caído do céu é que resolveu criar a matéria, porque seu pai não tinha ainda criado a matéria porque a matéria era má.

Este ser que criou a matéria é que ficou sendo o deus deste mundo, como lhe chama São Paulo na 2ª Carta aos Corintios: “para os incrédulos cuja inteligência o deus deste mundo obcecou...” (2 Cor.4,4). Ou “o príncipe deste mundo” no evangelho de São João: “Já não vou falar mais convosco porque vem o príncipe deste mundo” (Jo.14,30). Este "príncipe deste mundo" também era chamado de demiurgo ou criador.

Entre os seres humanos criados por este ser divino demiurgo havia dois partidos: os que só se importavam com a matéria e o que ela podia lhes oferecer, e os que não se conformavam com este mundo e tinham sentimento profundo que não pertenciam a este mundo: “Vós não sois do mundo, como eu também não sou do mundo” (Jo.17,16, e Jo15,20).

Quando no processo de separação, quando a mãe Sofia se desprendia do deus primário PLEROMA, uma centelha da realidade divina chamada Espirito foi concedida a SOFIA e continua na mesma versão em cada um destes seres humanos. 

Assim, a humanidade não vem só com seus primários elementos matéria e alma, mas com seus primeiros elementos do Espírito divino do mundo do eterno dentro do Pleroma. É por isso que esses seres humanos não se sentem em casa, e anseiam por se libertar deste “corpo de morte” que é a matéria. “Quem me livrará deste corpo de morte”? (Rom.7, 23).

A Sabedoria dos gnósticos encontra uma versão paralela na Literatura hebraica em seu poema sobre a SABEDORIA (Provérbios, todo capitulo oito).

Podemos concluir agora enumerando os 05 princípios do Gnosticismo: 1. O mundo gnóstico não se sentia em casa neste mundo; 2. A composição dualista da realidade, em espirito e matéria; corpo e alma; 3. A  compreensão de salvação como libertação de sua prisão terrestre e carnal; 4. Desprezo deste mundo; 5. Seres espirituais que pertenciam ao mundo divino e podiam assumir forma humana e comunicar conhecimento secreto aos mortais.

Terminando, tivemos ocasião de ver como estas correntes e filosofias, querendo ou não, estavam no imaginário quotidiano dos cristãos da época e como sinais delas ficaram  nos escritos do Novo Testamento, e querendo ou não influenciam ainda hoje o nosso imaginário.
P.Casimiro SMBN www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

segunda-feira, 6 de julho de 2020

O fim do mundo e as Seitas Milenaristas

No imaginário dos primeiros cristãos a primeira coisa que tinham sobre o Messias era que ele veio como o encarregado de trazer o castigo divino sobre o mundo, salvando os justos e vingando a morte de Jesus. “Este Jesus que vós crucificastes, e que Deus transformou em juiz dos vivos e dos mortos” (At, cap2)

Essa foi a primeira explanação colocada na boca de São Pedro logo após a Páscoa. Por outro lado, isso ressuscitava o imaginário apocalítico do Antigo Testamento iniciado com o livro de Daniel (cap. 12) e logo tomado pelos Macabeus.

Os Macabeus insistem na vingança divina e fazer ressuscitar o sangue derramado. O Apocalipse de Daniel insiste em que o povo de Deus feito servo sofrido há de aparecer glorioso vindo do céu para a vitória sobre os seus torturadores.

Este servo sempre foi o povo da Aliança, e depois o Messias, que assumiu essas dores do povo de Deus e que finalmente se manifestaria na sua descida  com glória nas nuvens do céu para vingar os inimigos.

Quando os primeiros cristãos começaram arriscando as primeiras conversas sobre a Bíblia, o ponto aglutinador era a ideia de um Messias prometido. 

Claro que além da ideia clássica da vingança de Deus anunciada e esperada ainda tinham o outro substrato de um filho prometido a Davi que seria o Messias com a finalidade de restaurar o povo derrotado em suas humilhações e cativeiros, para vingar todos os povos que o tinham oprimido, e inaugurar o reino eterno de Deus. 

Assim, ao imaginário deste Messias glorioso juntou-se o imaginário do Servo Sofredor transformado agora em juiz das nações: Eram como dois rios que se juntavam num só mar.

Este era o  imaginário que enchia as cabeças e as conversas de todos os primeiros cristãos convertidos dos judeus, e dos primeiros missionários. E como iriam transmitir isso para os pagãos que não sintonizavam e não tinham sido iniciados numa história “sagrada” como eles?

Então eles esclareciam assim: este acontecimento escatológico dos últimos dias já aconteceu na pessoa de Jesus de Nazaré que em breve voltará em glória como Filho do Homem a fim de restabelecer o reino eterno de Deus.

Pode parecer estranho, mas não era tanto, porque os ouvintes já tinham muitas histórias em que os deuses deles também morriam e ressurgiam, e celebravam essas mortes e ressurreições nos seus cultos. 

Além disso tinham sacrifícios em que na comunhão com o deus, o deus era comido na refeição sagrada, e eles assim participavam na vida desse mesmo deus.

No tocante ao retorno final, a primeira geração morreu sem ver o retorno de Cristo, e como e porquê continuava tudo do mesmo jeito? Então começaram a dividir-se: 

Uns grupos opinavam, vamos aguardando, que a data vai chegar. O segundo grupo perdia a esperança e dizia, vamos tirar o cavalo da chuva porque isso não vai acontecer nunca. Um terceiro grupo arriscava que a mesma volta de Jesus era por meio do Espirito Santo que Jesus tinha prometido. 

E o quarto grupo preferiu empurrar tudo para o fim dos tempos, se apoiando nos salmos que diziam “ Mil anos diante de Deus são como um dia, e um dia como mil anos”(Sl. 90,4).

Foi da ideia deste quarto grupo que depois surgiram as seitas milenaristas: em cada 1.000 anos esperavam a volta de Jesus.
P.Casimiro SMBN
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

domingo, 5 de julho de 2020

Nossas condolências pelo falecimento do Dr. José Almeida





Nossas condolências pelo inesperado falecimento do Dr. José da Costa Almeida. 
Chapadinha inteira é conhecedora e devedora de tanta dedicação de  um médico competente e amigo que ele era. 
E da mesma maneira quando exerceu o cargo de Prefeito de Chapadinha nos anos de 1983-1988.
Por sua amizade e colaboração com a Igreja católica e as outras igrejas sempre mereceu nosso respeito.
O BLOG da Paróquia deixa aqui os sentimentos de pesar, saudade e amizade à esposa D.Edilene, familiares mormente D.Elmarene, D.Zenite e a todo pessoa da SAÚDE de Chapadinha. 
A PAZ DO SENHOR.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Acostumados ESTAMOS NA MÃO DE DEUS; Agora também ESTAMOS NA MÃO DA CIÊNCIA


Deus fez 2 livros, a BIBLIA e a NATUREZA.

O livro da Natureza foi feito antes da Biblia

A Natureza é regida pelas leis da Ciência,

Portanto Deus fez a BÍBLIA e a CIÊNCIA.

Por isso estamos na Mão de DEUS e na Mão da 
CIÊNCIA.

É com estas duas Mãos que Deus nos segura:

a MÃO DA FÉ e a MÃO DA CIÊNCIA.

Temos que caminhar com um pé numa e outro pé na outra, senão tropeçamos.

              E        CIÊNCIA

Acostumados ESTAMOS NA MÃO DE DEUS, Agora também ESTAMOS NA MÃO DA CIÊNCIA

Deus fez 2 livros, a BIBLIA e a NATUREZA.

O livro da Natureza foi feito antes da Biblia

A Natureza é regida pelas leis da Ciência,

    Portanto Deus fez a BÍBLIA e a CIÊNCIA.

  Por isso estamos na Mão de DEUS e na mão da CIÊNCIA.

   É com estas duas Mãos que Deus nos segura:

    a MÃO DA FÉ e a MÃO DA CIÊNCIA.

  Temos que caminhar com um pé numa e outro 

     pé na outra, senão tropeçamos.
  
       E        CIÊNCIA