Em todas as suas palavras e atitudes, o Papa Francisco
se esforça por abrir caminho a uma Igreja viva e profética. Um de seus pontos
fortes é colocar os leigos como novos protagonistas da História e da Igreja.
Karl Ranher, grande teólogo do Concílio Vaticano II e muito amigo do Papa Paulo
VI, dizia que o leigo não servia só para se sentar a ouvir os padres e depois
meter a mão no bolso para oferecer algumas moedas. O Leigo é uma pessoa
consagrada pelo Batismo e pelos demais Sacramentos. É membro do Povo de Deus. Participa
das funções sacerdotal, real e profética de Cristo. Tem muita dignidade. É uma
honra insigne.
Não se pode abandalhar no desinteresse, na mediocridade, na
vivência vaga-lume que ora existe e logo desaparece para continuar quando
calhar. Deve ser ativo no seu compromisso, consciente de sua fé e dinâmico no
cumprimento de sua missão na Igreja. Não pode ser tratado como bebé, numa
Igreja babá. O leigo deve servir, com afeto, a união na fraternidade universal,
cimentando a solidariedade, promovendo o bem comum, trabalhando pela dignidade humana
e ajudando no desenvolvimento sempre que seja preciso e possível. E depois, à
luz da Palavra de Deus, orientar todas as tarefas temporais (família, mundo do
trabalho, campo das relações, economia, política...) para a realização do Reino
de Deus, aperfeiçoando seus dotes e qualidades e usando-os segundo as
orientações do Espírito Santo.
O Papa Francisco tem insistido, constantemente,
que a igreja precisa de cristãos alegres, corajosos, decididos, competentes, comprometidos,
sem medo e confiantes na graça, adultos e misericordiosos, a serviço dum mundo
melhor. Devem os leigos cultivar na família os valores cristãos. Crianças,
adolescentes e jovens, sem a educação cristã na família, pouco ou nada recebem
na catequese paroquial. É como regar plantas sem raízes. Com os valores da
honestidade, justiça, autenticidade, afabilidade e coragem de vida cristã, a Igreja e a sociedade humana colherão vocações diversas, competentes e abundantes. Sérias e generosas. E, também, só com leigos adultos e responsáveis, a Igreja será Sacramento de Salvação. As vocações sacerdotais, religiosas e missionárias nascem no viveiro da família.
Vocações para o casamento cristão também. Sem a família, tudo fica impossível, porque o mundo apenas está tolerando (quando não hostilizando!) a vida e os valores cristãos. A Igreja será saudável e multiplicadora de sinais evangélicos na medida da santidade cultivada na família
NOTICIÁRIO DA PARÓQUIA
1-
P. Neves regressou de Portugal na quinta feira. Veio com saúde e sem o
perigo que correu, com numa infecção grave num pé por causa dos diabetes. Irmã
Sampedro, foi no dia 9, para Portugal a fim de se recuperar dos efeitos de uma
queda. Tem viagem marcada para Outubro.
2-
P. António lá se encontra num seminário do Instituto, na terra natal do
P. Neves. Está bem de saúde, com muitos remédios e com vontade de voltar a
Chapadinha. Não veio agora porque se vai sujeitar a uma intervenção médica, às
cataratas, nos próximos dias. Recuperou bem da queda que sofreu no quarto e
teve que levar 6 pontos na cabeça. Manda muitas lembranças a todos.
3-
P. Bastos está internado, na Casa de Saúde do Instituto, junto do mesmo
seminário. Todos os dias P. Neves o visitava, mas ele já não conhece ninguém,
tem o corpo cheio de feridas e tem que ir com frequência para o hospital.
Parece encontrar-se em fase terminal. Na mesma Casa de Saúde faleceu há pouco
tempo a mãe do P. Justino e foi internado o pai. Faleceu aí também uma irmã de
P. Jerônimo. Encontram-se nessa Casa 11 membros do Instituto em situações muito
limitadas.
4-
Segundo testemunho do P. Neves, as manifestações do Brasil tiveram
grande repercussão na imprensa européia. Todos os dias eram a primeira notícia
e teve emissoras que pararam seu programa para transmitir, em direto, a
mensagem da Presidente. Todos os noticiários e serviços informativos da mídia se
admiram de haver tão pouca preocupação das autoridades pela situação de pobreza
da população e a precisar de melhor educação, segurança e serviços de saúde.
Lamentam a desagradável depredação do patrimônio público, mas isso não passa
duma pálida imagem do muito que a corrupção e abuso das autoridades fazem.
Pede-se participação democrática responsável de todos.
5-
Estão para chegar 5 jovens portugueses, no dia 25 deste mês, que vêm, em
regime de voluntariado e sem encargos para a paróquia, trabalhar apostolicamente
nas nossas comunidades. No dia 29 chegará o senhor bispo de Coimbra acompanhado
do P. Luis, já bem conhecido de todos nós. Vêm da Jornada Mundial da Juventude.
Aguardamos estes amigos com toda a alegria e desde já agradecemos toda a sua
amizade. D. Virgílio já foi reitor do santuário de Fátima e sua informação ao
episcopado de Portugal será de muita importância. Sua presença no nosso meio
está a ser programada com vivo interesse. As leigas missionárias Sofia e Diana
não poderão vir agora, mas prometem não demorar.
6-
A Paróquia lamenta notória inatividade e certa demonstração de
parcialidade confessional, no relacionamento da Prefeitura com a Paróquia. A
quando da Via-Sacra, na Semana Santa, nunca recebemos resposta do ofício
enviado. Agora nossa juventude pediu, com ofício, o uso da Praça do Povo e não
lhe foi concedida por ter sido preferido outro pedido que certamente terá sido
posterior. Gostaríamos que houvesse revisão de comportamento para evitar
problemas.
7-
P. Neves trouxe de Portugal uma cruz paroquial para as procissões que
foi oferecida pela Irmandade do SS.mo Sacramento de sua paróquia. Também
adquiriu um novo conjunto de cálices que vão ser benzidos a quando da festa da
Padroeira que já estamos a preparar.
8-
Esta semana, as habituais pessoas que frequentam o curso de teologia em
Brejo, estiveram lá participando em mais uma fase de formação. Tudo a Paróquia
fará para que esse curso se faça aqui na paróquia em anos futuros. Precisamos
de leigos bem formados, responsáveis e conscientes de sua missão na Igreja.
9-
Está previsto que, nos próximos meses, teremos a presença e a generosa colaboração
de um jovem do Grupo Missionário João Paulo II (o Tiago!), durante dois anos de
voluntariado, a trabalhar na área da formação litúrgica e musical na nossa
Paróquia. Ficará integrado na comunidade sacerdotal.
10-
De louvar e agradecer o interesse e entusiasmo dos jovens na ajuda ao P.
Casimiro e na preparação da Jornada Mundial da Juventude.
11-
O Papa Francisco acaba de publicar uma encíclica (carta oficial dirigida
a todos os cristãos). Diz ele: escrita a quatro mãos, porque foi começada por
Bento XVI e terminada por ele.
12-
Decorreu com muita participação e
entusiasmo a novena do Padroeiro S. Camilo, na comunidade
BATISMO É A PORTA DA FÉ. MAS
NÃO PARA FICAR SEMPRE À PORTA!
Sim.
Batismo é a porta para a fé. Mas há quem seja batizado e nunca passou da porta.
E viva muito empenhado em não deixar outros entrar, muito interessado em espiar
o que se passa dentro da Igreja e muito preocupado com imitar o que se passa no
mundo. Na estrada da vida surgem muitos perigos e surpresas diversas. Foi o que
aconteceu com o bom samaritano do Evangelho. E é o que acontece com cada um de
nós. Só o compromisso com a solução desses problemas é que é diverso.
Depende
da opção de vida e do grau de sensibilidade e compromisso que cada pessoa tem.
Mas nota-se, com facilidade, que andamos todos muito ocupados em não fazer
quase nada do é mais importante para a eternidade. Vivemos trabalhando para
alimentar o corpo e gozar um bem estar mais ou menos razoável. O resto vai para
trás das costas. Apressados, anestesiados com mil problemas, distraídos com
tantas obrigações... achamo-nos no
direito de nos desculpar do bem que podíamos fazer e não fazemos. Reduzimos
nossa fé à prática de alguns atos esporádicos, ao cumprimento de hábitos
tradicionais e ... Deus é colocado de lado e os outros no esquecimento. E há
quem O despreze e nem lhe ligue importância.
Temos horas para ver a novela do
nosso agrado, perdemos tempo com as exigências da moda, gastamos horas e horas
em relações frívolas e egoístas e... adiamos nosso compromisso fraterno e nossa
adesão a Cristo. Mas o mais espantoso é a mania de reduzir Deus a um garoto de
recados ou a um simples empregado a quem só sabemos pedir que nos ajude a
resolver os mais urgentes interesses.
Para quando começar a ler nossa história
pelo fim, pelo julgamento divino? As Santas Missões, em que estamos empenhados,
desejam acordar os adormecidos, sensibilizar os desinteressados, buscar os
desaparecidos, animar mais os comprometidos e a todos que o Espírito santo
conceda os seus dons para construirmos o Reino de Deus lutando por um mundo
melhor.
POR FAVOR: PENSEM BEM ANTES DE
CASAR NA IGREJA!
Tem andado por volta das 150
vezes, por ano, que sirvo de testemunha qualificada em casamentos celebrados na
Igreja, por ser representante oficial de Deus e da comunidade cristã, segundo a
tradição da Igreja. Digo que sou “testemunha qualificada”, porque os ministros
do Sacramento são os noivos, como todos sabem. Por vezes, sinto-me feliz por
participar. Fico até comprometido com a vida familiar do casal e gosto de saber
que tudo vai correndo bem. Mas quanto sofrimento e tristeza nalguns casos que
acontecem!
Por qual razão alguns pares se
casam na Igreja? Será que existe fé suficiente em Deus que justifique essa
cerimônia? Deus é mesmo tão importante para ser chamado como testemunha desse
ato? Quererão mesmo os noivos ser igreja doméstica, viver na gratuidade seu
amor e entrega conjugal, viver na fidelidade, educar os filhos e progredir cada
dia no amor? Será isso? Quererão eles ser sinal do amor de Deus?
Antes de
continuar, declaro que, para mim, casamento é isso. É batizar o amor, aceitar
ser sinal da vida de Deus Trinitário. O resto é assegurar as panelas e as
colheres de pau; é mera questão de convivência humana. Quantos casam na igreja só
para satisfazer a obrigação de familiares, por imposição de um, para realizar o
sonho de entrar na igreja vestida de noiva, fazer uma festa, convidar amigos e guardar
umas fotos de lembrança! Já vi tanta desgraça depois de filhos feitos nas praças
escuras e em noites de festa, em que se bebeu demais, e viraram prisão para
cumprir casamento por coação, por imposição das circunstâncias! Já fui
testemunha obrigatória de noivos homossexuais que pretenderam casar para chamar
amigos.
Ao casar com uma mulher, no seu pensamento, casaram também com os
amigos... em ato público, na igreja, que ignorava o que se passava ou não o
podia provar. Já servi de testemunha de casamentos em que noivos tinham outra
mulher, mentiram em todo o processo e depois queriam que as duas mulheres
vivessem juntas. E quantos casam sem pretender deixar a vida de solteiros para
logo se recasarem com outro cônjuge em 2ª união. Quem sabe? - Esta segunda
união até pode ser mais firme que a primeira! Mas o 1º casamento na igreja
transforma esta 2ª união de fato numa vida de fé cheia de restrições!
Para quem
deseja viver sua fé em plenitude vai haver limitações. Não poderá ter acesso à
comunhão eucarística nem ser padrinho ou madrinha de Batismo e Crisma. Haverá
outras maneiras de comungar com a vontade de Deus na fidelidade conjugal, na
educação dos filhos, na comunhão responsável da vida conjugal. Mas... sempre
com o desgosto de não haver padre que possa abençoar essa transgressão! E
quanto sofrimento! Comprometer-se com Deus não é brincadeira. Para quem tem fé,
eis o lema: uma só vida, um só sim!