sábado, 20 de março de 2021

A “Arca de Noé” na Lua; Minas de Cobre e Ferro no Monte Sinai; Os Madianitas Iniciaram Moisés no Culto a Javé no Sinai.


 

Vamos tratar da descrição bíblica e descrição arqueológica da formação de Israel, passagem do mar, Sinai e deserto, e conquista da Palestina a Canaã; o nome de Israel e o nome de Iaweh.

Vimos em páginas anteriores que na Idade do Bronze antigo, Médio e Recente (3.000 -1.1700 a.C.) clãs de agricultores, pastores e guerreiros se movimentavam por toda a área da Mesopotâmia, Síria, Turquia, e Egito, e Canaã. Civilizações e cidades, povoados eram construídos, e destruídos por novas ondas de invasões.

Pelos anos de 2.500-2.000 começaram os carros de rodas, leves e de raios, e impulsionaram as guerras. Quem os tinha, correspondia agora a ter tanques e carros de assalto. No Sinai exploravam-se minas de ferro e de bronze, e os ferreiros se aperfeiçoava em instrumentos de guerra com lanças, espadas e arcos.

Por outro lado, a localização do Sinai descrito na Bíblia  não é uma certeza de localização segundo a arqueologia porque o Sinai era uma península com três locais chamados Sinai: o Sinai do Sul, outro ao Noroeste limitando com a Arábia, formado de vulcões, e outro ao Norte da península.

A península do Sinai passava de um império para outro conforme as conquistas e guerras entre Amoritas, Hititas, Caldeus, Hurrianos, Síros e Babilônicos, e Hicsos. Esses impérios referiam-se a uma tribo chamada Hurú, que os historiadores identificam com os antepassados dos hebreus. E também outros indivíduos chamados Apirus, que não eram clã, mas o nome genérico de indivíduos sem clã, sem cidades, e vagantes entre clãs, que viviam entre assaltos, e trabalhos assalariados ou contratados como guerreiros. Estes também se instalaram na Palestina.

Depois dos Hicsos dominarem o Egito, na Idade do Bronze Médio, o rei Meneptá contratou vários Apirus para os trabalhos no Egito. E Amenófis II levou cativos milhares deles como prisioneiros de guerra em incursões que fez na Palestina. Ali teriam feito muitos trabalhos até Ramsés II, como a reconstrução de cidades. É nas Cartas do rei Meneptá onde aparece pela primeira vez o nome de Israel já na Palestina, antes da chegada do grupo do deserto com  Moisés.

Com o declínio de Meneptá e Amenófis II muitos destes Apiru aproveitarm para escapar do Egito. E junto com eles aproveitaram a oportunidade também muitos trabalhadores egípcios para fugir  dos seus odiados senhores. Por sua vez, nas suas viagens encontravam outros clãs dominados por amoritas e hurrianos  que não estavam dispostos a obedecer mais aos seus clãs. Muitos foram se juntar aos operários da mineração do Sinai do Sul, onde tinha minas de cobre e ferro, e outros avançaram para Canaã e Palestina.

Na história mundial aconteceu nesta época a maior descoberta que foi a descoberta da escrita. Começou na Mesopotâmia com os caldeus, no ano 2.500 a.C. em escria cuneiforme. Mas foram os habitantes de Canaã que a aperfeiçoaram inventando a escrita linear que foi a antepassada da nossa escrita. A época das origens de Israel, na verdade, foi uma época de expansão cultural.

Estes acontecimentos pertenciam aos movimentos dos impérios da Idade do Bronze Médio e Recente, antes da chegada de Moisés. Por isso quando o grupo de Moisés chegou lá na Palestina alguns anos mais tarde já encontrou todos esses hebreus já residentes em Canaã.

Dizem os historiadores que Moisés deve ter recebido a religião de Iaweh que o sogro já praticava nas tribos dos Amoritas, na região do Sinai, onde ele, Jetro era chefe de clã e o sacerdote  do clã (Êx.18,1).

Depois desta primeira fuga de vários hebreus e egípcios, outro grupo se organizou à volta de Moisés, e foram-se juntar aos hebreus que já tinham partido anteriormente para a Palestina.

O grupo formado pela aliança do Sinai dirigiu-se para Cádis, que era um Oásis. Depois de Cádis e após demoras e aventuras chegaram a Seón, reino  de clãs amoritas, composto de agricultores de colonos hebreus chegados antes, e de pastores de várias proveniências. Os hebreus receberam os recém-chegados de braços abertos, assim como o restante da população, que já tinha ouvido falar deles e da nova religião. O rei de Seón consta que ficou só com alguns guerreiros da sua guarnição, e finalmente também estes se passaram para o lado de Moisés. A Bíblia dá este entendimento no episódio de Balaão.(Num.22,21-41).

Os israelitas do grupo de Moisés entraram na Palestina trazendo sua nova fé, e com eles numerosas cidades e povoados que já tinham-se passado para o seu lado. Foi assim que chegaram a Siquém, cidade que era o centro do maior grupo de colonos hebreus antigos.

Assim que a conquista se concluiu, os representantes de todos os componentes e clãs se reuniram em Siquém e ali, numa aliança solene se comprometeram a ser o povo de Javé e adorar unicamente a ele. (Jos. Cap.24). Lembremos que uns 150 anos antes de Moisés o rei Aquinatón tinha estabelecido já uma religião monoteísta pro seu povo. Assim a estrutura de Israel assumiu na sua forma clânica, uma religião monoteísta podendo-se mesmo dizer que ali teve o inicio a história de Javé como Povo.

Como  vimos, de todo o Israel da Bíblia nem todos, mas só um pequeno número estava na aliança do Sinai. Foi o grupo do deserto, porque a maioria já estavam estabelecidos  na Palestina e Canaã muito tempo atrás nas antigas andanças de reinos e clãs. Inclusive, este grupo de hebreus já antigos moradores na Palestina é que até mantinham o controle de Siquém, como um Estado governado por eles. Eles tinham os deus deles, como El’birit, de Siquém; e El’Elyon de Jerusalém. Com a chegada do grupo do deserto adotaram Javé que Moisés recebeu do sogro.

Vamos agora falar do nome de Israel e de Iahweh. Israel já era o nome de um clã dos hebreus que estavam há tempos na mineração das minas do Sinai (Jhon Bright, Historia de Israel, 163). Quando parou a vinda de egípcios, foram eles que tomaram o comando das Minas e se aliaram aos madiantias. Foi aí que Moisés recebeu de Jetro, seu sogro o culto de Iahweh. Javé era o deus dos madianitas, e Jetro o seu sacerdote. Estes madianitas eram também chamados de quenitas, i.é, ferreiros, por conta do trabalho nas minas.

Escavações nesse local encontraram panos coloridos de tipo cortinado dessa época que devem ter sido panos das Tendas. E uma serpente de bronze pintada, que lembra a “sepente de bronze” do deserto. (Num.21,6).

A narração bíblica de Josué foi composta no final do séc.VII descrevendo fatos como tendo acontecido há mais de 600 anos atrás em estilo épico; é preciso levar isso em consideração. Um caso típico está na cidade de Jericó. Na época escrita em Josué não foi encontrado nenhum vestígio da existência de muralhas. A arqueologia demonstrou que Jericó era simplesmente um lugarejo. Assim como a cidade de Aia; as duas são parte de uma lenda para impressionar. Aliás essas duas cidades já não existiam na época da chegada à Palestina.

Esta nova visão impede-nos de supor que os israelitas irromperam repentinamente do deserto numa avalanche poderosa deixando arrasadas muitas cidades ao cabo de campanhas violentas. Eles eram em número relativamente pequeno. Eles se juntaram aos que já estavam lá muito tempo atrás.

Encerrando agora a nossa matéria, vem à mente uma pergunta. Uai, e não parece tudo tão natural assim? E onde está a ação de Deus?

Na verdade, Deus anda com a história. Quando os homens forem para a Lua e Marte, Deus vai viajar com eles. E os primeiros que nascerem lá vão dizer: “Deus nos trouxe até aqui, da Terra, e nos acompanhou” – GLÓRIA A DEUS!  Até já chegou à Lua a Arca de Noé. Você não está por dentro? Pesquise no Google, senão eu explicarei na próxima semana.

P.Casimiro   smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

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