Vamos
tratar da descrição bíblica e descrição arqueológica da formação de Israel,
passagem do mar, Sinai e deserto, e conquista da Palestina a Canaã; o nome de
Israel e o nome de Iaweh.
Vimos
em páginas anteriores que na Idade do Bronze antigo, Médio e Recente (3.000
-1.1700 a.C.) clãs de agricultores, pastores e guerreiros se movimentavam por
toda a área da Mesopotâmia, Síria, Turquia, e Egito,
e Canaã. Civilizações e cidades, povoados eram construídos, e destruídos
por novas ondas de invasões.
Pelos
anos de 2.500-2.000 começaram os carros de rodas, leves e de raios, e
impulsionaram as guerras. Quem os tinha, correspondia agora a ter tanques
e carros de assalto. No Sinai exploravam-se minas de ferro e de
bronze, e os ferreiros se aperfeiçoava em instrumentos de guerra
com lanças, espadas e arcos.
Por
outro lado, a localização do Sinai descrito na Bíblia não é uma certeza de localização segundo a
arqueologia porque o Sinai era uma península com três locais chamados
Sinai: o Sinai do Sul, outro ao Noroeste limitando com a Arábia,
formado de vulcões, e outro ao Norte da península.
A
península do Sinai passava de um império para outro conforme as conquistas e
guerras entre Amoritas, Hititas, Caldeus, Hurrianos,
Síros e Babilônicos, e Hicsos. Esses impérios referiam-se
a uma tribo chamada Hurú, que os historiadores identificam com os
antepassados dos hebreus. E também outros indivíduos chamados Apirus,
que não eram clã, mas o nome genérico de indivíduos sem clã, sem cidades, e
vagantes entre clãs, que viviam entre assaltos, e trabalhos assalariados ou
contratados como guerreiros. Estes também se instalaram na Palestina.
Depois
dos Hicsos dominarem o Egito, na Idade do Bronze Médio, o rei Meneptá
contratou vários Apirus para os trabalhos no Egito. E Amenófis II
levou cativos milhares deles como prisioneiros de guerra em incursões
que fez na Palestina. Ali teriam feito muitos trabalhos até Ramsés II,
como a reconstrução de cidades. É nas Cartas do rei Meneptá onde aparece
pela primeira vez o nome de Israel já na Palestina, antes da chegada do
grupo do deserto com Moisés.
Com
o declínio de Meneptá e Amenófis II muitos destes Apiru aproveitarm para
escapar do Egito. E junto com eles aproveitaram a oportunidade também muitos
trabalhadores egípcios para fugir dos
seus odiados senhores. Por sua vez, nas suas viagens encontravam outros clãs dominados
por amoritas e hurrianos
que não estavam dispostos a obedecer mais aos seus clãs. Muitos foram se
juntar aos operários da mineração do Sinai do Sul, onde tinha
minas de cobre e ferro, e outros avançaram para Canaã e Palestina.
Na
história mundial aconteceu nesta época a maior descoberta que foi a descoberta
da escrita. Começou na Mesopotâmia com os caldeus, no
ano 2.500 a.C. em escria cuneiforme. Mas foram os habitantes de Canaã
que a aperfeiçoaram inventando a escrita linear que foi a antepassada da
nossa escrita. A época das origens de Israel, na verdade, foi uma época de
expansão cultural.
Estes
acontecimentos pertenciam aos movimentos dos impérios da Idade do Bronze
Médio e Recente, antes da chegada de Moisés. Por isso quando o grupo
de Moisés chegou lá na Palestina alguns anos mais tarde já encontrou todos
esses hebreus já residentes em Canaã.
Dizem
os historiadores que Moisés deve ter recebido a religião de Iaweh que o sogro
já praticava nas tribos dos Amoritas, na região do Sinai, onde
ele, Jetro era chefe de clã e o sacerdote do clã (Êx.18,1).
Depois
desta primeira fuga de vários hebreus e egípcios, outro grupo se organizou à
volta de Moisés, e foram-se juntar aos hebreus que já tinham partido
anteriormente para a Palestina.
O
grupo formado pela aliança do Sinai dirigiu-se para Cádis, que
era um Oásis. Depois de Cádis e após demoras e aventuras chegaram a Seón,
reino de clãs amoritas, composto
de agricultores de colonos hebreus chegados antes, e de pastores
de várias proveniências. Os hebreus receberam os recém-chegados de
braços abertos, assim como o restante da população, que já tinha ouvido falar
deles e da nova religião. O rei de Seón consta que ficou só com alguns
guerreiros da sua guarnição, e finalmente também estes se passaram para o lado
de Moisés. A Bíblia dá este entendimento no episódio de Balaão.(Num.22,21-41).
Os
israelitas do grupo de Moisés entraram na Palestina trazendo sua nova fé, e com
eles numerosas cidades e povoados que já tinham-se passado para o seu lado. Foi
assim que chegaram a Siquém, cidade que era o centro do maior grupo
de colonos hebreus antigos.
Assim
que a conquista se concluiu, os representantes de todos os componentes e clãs se
reuniram em Siquém e ali, numa aliança solene se comprometeram a
ser o povo de Javé e adorar unicamente a ele. (Jos. Cap.24). Lembremos
que uns 150 anos antes de Moisés o rei Aquinatón tinha estabelecido já uma
religião monoteísta pro seu povo. Assim a estrutura de Israel assumiu na sua
forma clânica, uma religião monoteísta podendo-se mesmo dizer que ali teve o
inicio a história de Javé como Povo.
Como vimos, de todo o Israel da Bíblia nem todos,
mas só um pequeno número estava na aliança do Sinai. Foi o grupo do
deserto, porque a maioria já estavam estabelecidos na Palestina e Canaã muito tempo atrás nas
antigas andanças de reinos e clãs. Inclusive, este grupo de hebreus já antigos
moradores na Palestina é que até mantinham o controle de Siquém, como um
Estado governado por eles. Eles tinham os deus deles, como El’birit, de
Siquém; e El’Elyon de Jerusalém. Com a chegada do grupo do deserto
adotaram Javé que Moisés recebeu do sogro.
Vamos
agora falar do nome de Israel e de Iahweh. Israel já era o nome
de um clã dos hebreus que estavam há tempos na mineração das minas do
Sinai (Jhon Bright, Historia de Israel, 163). Quando parou a vinda de
egípcios, foram eles que tomaram o comando das Minas e se aliaram aos madiantias.
Foi aí que Moisés recebeu de Jetro, seu sogro o culto de Iahweh. Javé
era o deus dos madianitas, e Jetro o seu sacerdote. Estes madianitas
eram também chamados de quenitas, i.é, ferreiros, por conta do
trabalho nas minas.
Escavações
nesse local encontraram panos coloridos de tipo cortinado dessa época
que devem ter sido panos das Tendas. E uma serpente de bronze
pintada, que lembra a “sepente de bronze” do deserto. (Num.21,6).
A
narração bíblica de Josué foi composta no final do séc.VII descrevendo fatos
como tendo acontecido há mais de 600 anos atrás em estilo épico; é preciso
levar isso em consideração. Um caso típico está na cidade de Jericó. Na
época escrita em Josué não foi encontrado nenhum vestígio da existência de
muralhas. A arqueologia demonstrou que Jericó era simplesmente um lugarejo. Assim
como a cidade de Aia; as duas são parte de uma lenda para impressionar.
Aliás essas duas cidades já não existiam na época da chegada à Palestina.
Esta
nova visão impede-nos de supor que os israelitas irromperam repentinamente do
deserto numa avalanche poderosa deixando arrasadas muitas cidades ao cabo de
campanhas violentas. Eles eram em número relativamente pequeno. Eles se
juntaram aos que já estavam lá muito tempo atrás.
Encerrando
agora a nossa matéria, vem à mente uma pergunta. Uai, e não parece tudo tão
natural assim? E onde está a ação de Deus?
Na
verdade, Deus anda com a história. Quando os homens forem para a Lua e Marte,
Deus vai viajar com eles. E os primeiros que nascerem lá vão dizer: “Deus nos trouxe até aqui, da Terra, e nos acompanhou”
– GLÓRIA A DEUS! Até já chegou à Lua
a Arca de Noé. Você não está por dentro? Pesquise no Google, senão eu
explicarei na próxima semana.
P.Casimiro smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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