A vida é caminhada, não estacionamento. Somos seres
imperfeitos, inacabados, por isso, vamo-nos fazendo aos poucos, cada dia,
sempre. Somos seres sempre em busca de algo que nos falta. Sentimos que não
somos tudo, nem sabemos tudo, temos necessidade de avançar, ir em frente,
procurar mais vida, mais saber, mais experiência. Somos “já” algo do que queremos, mas “ainda
não tudo” pelo que ansiamos. Somos projeto em realização. Como romeiros nas
estradas da vida, caminhamos sempre em busca da plenitude que, continuamente,
nos escapa. Peregrinamos rumo ao além, a algo de definitivo, de infinito,
transcendente que já começa a estar presente aqui e agora. Nossa vida tem sede
de Deus, dizia o salmista (Ps.42, 2-3). Acordados, sonhamos sempre com “mais”.
S. Agostinho o sentiu e nós também.
Os judeus, depois de se libertarem da opressão do Egito,
gostavam de manter viva essa memória libertadora. Reviviam-na na festa da
Páscoa e nas caminhadas rumo a algum santuário da Palestina: Jerusalém,
Silo, Siquém, Betel, Barsabeia... Reviviam a memória do passado e ganhavam
força para, no futuro, não voltarem a cair, de novo, na escravidão. Jesus, a
grande manifestação de Deus na História humana, andava caminhando de aldeia em
aldeia, anunciando a Boa Nova... Afirmou mesmo: ”Eu sou o Caminho” (Jo.14,6 )
Os primeiros cristãos eram chamados: “os do Caminho” (At. 9,2-3). Após Jesus
ter subido ao céu, muita gente desejava conhecer mais de perto a terra e os
lugares por onde Jesus tinha andado e dirigiam-se à Terra Santa. Andavam
centenas ou até milhares de quilómetros, procurando os caminhos mais curtos,
por entre matos e campos. Daí a palavra: “peregrinação” (per agria) que quer
dizer: “caminhar através dos campos”.
Depois do século VII, com a ocupação da
Palestina pelos povos maometanos, começaram as viagens para Roma, centro da
cristandade. Daí a palavra “romeiro” (de Roma). E, quando se pensou em dar o
nome a um grupo de cristãos, foi escolhida a palavra “paróquia” que vem do
grego (para+oikos) e significa: “residência provisória”, moradia em terra
estrangeira. O Pároco é o pastor que vive e ajuda as pessoas a viverem como
moradores em terra estrangeira, como passageiros em trânsito, rumo à plenitude
da vida. As paróquias surgiram para cultivar a espiritualidade do Êxodo, da
vida como caminhada ou peregrinação. “Paróquia”, então, lembra esses grupos,
igrejas domésticas, multidões de pessoas... que celebram a memória de Jesus,
morto e ressuscitado e, vivendo em vigílias de oração, se fortalecem mutuamente,
rumo à eternidade. A Paróquia é espaço de reflexão, por isso, não deve perder
sua intensa dimensão pascal. Deve lembrar a valorização desta vida como
“passagem”, rumo ao infinito. Ainda hoje, nosso povo simples e pobre, gosta
tanto de “procissões”, caminhadas de um lugar para outro, em conjunto, na
companhia de Jesus Eucaristia ou de um irmão santo. Ninguém faz essas
procissões sozinho ou com muitos pesos. É que nossa vida cristã tem sentido
comunitário, precisamos da ajuda fraterna, do estímulo dos outros e de uma vida
sóbria. Não nos podemos prender ou estacionar no provisório. Somos peregrinos,
romeiros... do eterno.
1- DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS ‘1
Este domingo da Ascensão do Senhor é também o Dia Mundial
das Comunicações Sociais. Celebra-se este ano pela 46ª vez. Bento XVI publicou
uma mensagem para este dia com o título: “silêncio e palavra, caminho de
evangelização”. No complicado mundo da comunicação, tão incentivado pela
tecnologia, é possível maior rapidez e vastidão de conteúdos. Mas o ser humano
deve saber parar para escolher o melhor, para refletir e saber discernir o
essencial do acidental, o importante do inútil e não se deixar levar por tudo
que lhe chega nos jornais, na televisão ou na internet. Palavra e silêncio, são
dois momentos necessários para adquirir capacidade de autêntico diálogo e saber
distinguir valores de contra-valores. Recebemos imensos estímulos, mas nem tudo
que nos é comunicado é boa resposta às
importantes perguntas que temos. Não é a tecnologia que dá credibilidade à
comunicação. Precisamos saber analisar, discernir o verdadeiro do falso. Não é
por ouvirmos umas ideias na televisão que vamos por aí fora a comunicá-lo a
todos. Se Deus fala ao homem mesmo no silêncio, também o homem pode descobrir
no silêncio a possibilidade de falar com
e de Deus. Façamos tudo para que Cristo se forme em nós e depois vamos
fazer tudo pelo Evangelho (Gal.4,19 e ICor.9,23)
NOTICIAS DA PARÓQUIA:
1- ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
Vai decorrer em Milão, Itália, de 30 de Maio a 3 de Junho
o Encontro Mundial das Famílias. Terá como tema: “A Família, a Festa e o
Trabalho”. A vida familiar depende muito do trabalho e as necessidades e ritmos
da família também trazem problemas ao mundo do trabalho. A festa surge como
algo complementar ao trabalho. O ser humano não vive apenas para trabalhar,
como não vive só de pão. Vive também de relações, da oração, de afeto, de
amizade, solidariedade, jogo, arte, contacto com a natureza, etc,etc. Festa e
trabalho condicionam muito a vida familiar. Este Encontro pretende ser uma
partilha de experiências de famílias vindas de todo o mundo. A família tem
caráter insubstituível para a saúde e coesão social. À medida que se empobrece
a qualidade das relações familiares, cresce também a necessidade de adquirir
coisas, de mais consumismo que pode levar ao endividamento das pessoas e das
famílias. A política, a economia, a cultura deverão esforçar-se por satisfazer
as profundas preocupações dos seres humanos e não apenas impor modelos que só
têm o fim de estimular o desejo ao supérfluo, ao inútil e, tantas vezes, ao
prejudicial.
2- Nos bairros onde se celebra missa à semana, no dia 18
de cada mês ou no dia da semana em que se celebra missa, anterior ao dia 18,
devem os missionários/as da Mãe Rainha fazer todo o possível para que venham à
celebração as famílias que recebem a imagem e as imagens.
3- No momento em que estamos escrevendo este folheto ainda
não sabemos como decorreu o encontro na
Matriz para entrega do relatório sobre a Saúde Pública feito a partir das
achegas dos grupos realizados durante a Campnha da Fraternidade. Este encontro
é apenas o princípio de um processo que vai ter continuidade em mais
iniciativas para a população ficar mais consciente de seus deveres e direitos e
participar melhor em tudo que diz respeito ao sistema da Saúde Pública. Não
permitiremos que alguém da classe política profissional se queira apoderar
deste esforço, mas pedimos que todos nos juntemos para lutar por um melhor
sistema de Saúde Pública.
4- Apoiamos a população do Bairro de Campo Velho que não
gostou da ideia da Prefeitura fazer um Posto de Saúde numa esquina da Praça.
Achamos esta ideia de péssimo gosto e, se é preciso fazer, outro posto ( ou
basta reanimar o já existente?) que se faça no meio da Praça para que os
lugares mais nobres da cidade comecem a ter melhor utilidade que promover a
bebedeira.
5 - Esta semana vão preparar e fazer a Primeira Comunhão os Catequizandos do Centro e do Bairro da Corrente. Na Corrente a Comunhão será no dia 25 à noite. No Centro no dia 27 na Missa das 10.00h. As Confissões serão marcadas nos encontros
MOBILIZAÇÃO GERAL A FAVOR DE UMA CAMPANHA ELEITORAL MAIS DEMOCRÁTICA
A Campanha
Eleitoral está à porta. Os candidatos começam a aparecer. Os pedinchões começam
também a rondar e a chatear para trocar seu voto por favores. E assim vão
milhões de reais para satisfazer esses pedidos que depois os eleitos retiram
dos cofres públicos. Campanha Eleitoral não é feira. E o bem comum é
constantemente adiado por esses crimes. Recursos particulares para fins
particulares é comércio. Recursos particulares para fins públicos é
voluntariado. Recursos públicos para fins públicos é administração pública.
Recursos públicos para fins particulares é gatunagem, corrupção. A Conferência
dos Bispos do Brasil preocupou-se com a próxima Campanha Eleitoral e enviou ao
povo de Deus recomendações que, a seguir, resumimos.
I – AGIR COLETIVAMENTE.
Somos
um povo. Somos uma família. Todos preocupados com o bem comum, com uma Pátria e
um Município melhores. Se cada um só buscar seus interesses, essa necessária união
torna-se impossível. Ninguém se pode desligar da responsabilidade comum.
Todos,
o Estado e o povo brasileiro, devem aproveitar a realização das Eleições
Municipais para refletir e construir novas práticas (entre nós, ainda há muitos
costumes antigos que devem ser abolidos!) que facilitem a consolidação da
democracia. Para isso, todos devem buscar a construção de uma consciência
coletiva. Todos, portanto, devem-se sentir sujeitos do processo eleitoral.
Organismos eclesiais e pastorais devem trabalhar para que haja uma consciência
coletiva e ninguém troque o bem comum por interessezinhos pessoais. Todos,
cidadãos responsáveis, pelo bem da Nação e do seu Município.
II- FORMAR COMUNIDADES PARA A PARTICIPAÇÃO
Nada
sem a participação consciente de todos. Um novo Brasil, um novo Município só
acontecem se todos se interessarem. Nota-se certo desencanto ou descrédito em
grande parte da população. A hora exige mais esforço comum. Ninguém deve cruzar
os braços, desanimar, deixar que as coisas aconteçam de qualquer maneira.
Deixar tudo nas mãos de quem já está no poder é a melhor maneira de piorar a
situação.
III- CONSCIENTIZAR PARA O VOTO CIDADÃO
O
voto é um instrumento de trabalho. Mas temos que aprender a usá-lo. Com ele,
podemos cultivar um Brasil melhor ou deixar tudo ao abandono nas mãos dos
atrevidos e inescrupulosos. Não se deve trocar voto por favores ou por uma
esmola. Quem faz isso é miserável, é o pior dos analfabetos, vende sua
dignidade. Nosso voto não deve privilegiar irresponsáveis bem falantes, nem
caras bonitas enganadoras. Temos que acabar com os profissionais da corrupção.
Voto tem relação com bem comum e serve para mostrarmos se somos bem educados ou
mal educados. Para isso, conhecer as funções das pessoas que queremos eleger e
saber escolher as melhores para essas funções. Quem antes já lá esteve e não
fez nada pelo povo, pode esquecer! Quem é ficha suja esqueça-o também. E pense
bem: não vote em quem deseja substituir ou se apoiar em ficha suja. Vamos
procurar realizar debates para conhecer melhor os candidatos.
IV – CRIAR COMITÉ CONTRA A CORRUPÇÃO
Não
basta falar contra a corrupção. É preciso agir, vigiar... para que ela não
aconteça. Há quem, em segredo ou pela calada da noite, troque votos por
tijolos, madeira, dinheiro. Há quem faça consultas médicas gratuitas, provocando
filas enormes à porta de sua residência. Candidatos a vereador costumam pedir
enormes verbas públicas para comprar votos. E assim obrigam os administradores
municipais a acumular dinheiro, não fazendo o que devem. Isso é crime. Crime de
quem o faz e crime de quem o aceita. Urgente descobrir as pessoas que praticam
esses crimes e denunciar às autoridades eleitorais para que se possa corrigir o
erro. Para isso, formar um grupo de pessoas responsáveis e registrar um comitê
contra a corrupção. E agir, secretamente também, para conhecer e denunciar os
irresponsáveis.
V- CRIAR COMISSÕES DE ACOMPANHAMENTO
POLÍTICO
Sem
esforço, nada vai mudar. Há uma tendência real até para piorar. Se o eleito
ficar sozinho, a tentação é preocupar-se com seus interesses individuais e
esquecer a população. É preciso acompanhar o eleito para que ele se comprometa
com a comunidade. E haja um governo mais popular e a democracia fique mais
participativa. Importante que as pessoas valham mais que o capital, que se
reveja o modelo econômico para que o consumismo não inviabilize a felicidade
das famílias, que se democratize os Meios de Comunicação Social e haja uma
Reforma Agrária e Urbana mais amplas e uma Reforma Política séria que não
facilite tanto os interesses de quem está no poder.
Simpósium sobre a saúde pública neste sábado foi um sucesso.
O espaço da igreja matriz encheu para colocar os resultados dos trabalhos da Paróquia de Chapadinha - Centro e Bairros - sobre o TEMA DA CF. 2012 : FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA. Fizeram-se presentes ao evento a Prefeita municipal Danúbia Carneiro, a Secretária da Saúde D.ra Coutinho, a Presidente da Câmara Municiapal S.ra Márcia, o pesidente do PT. sr. Paiva, e muitio público representado partidos e Comunidades de Bairros. A abertura foi feita pelo Párcoco - P. Neves, e seguiu-se a apresentação dos trabalhis pelo senhor Pirrita, na qualidade de representante da Paróquia. Após a apresentação seguiu-se caloro debate, com perguntas, críticas e sugestões. As autoridades presentes procuraram ora se defender ora prometer dar soluções para os problemas apresentados. ( Veja algumas fotos abaixo).
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