Os meus interesses. Os teus
interesses. Os nossos interesses. E nem o empurrão de 500 anos de evangelização
consegue mudar nosso ambiente, relativizar nossos miseráveis interesses
individuais. Caridade, bem comum, solidariedade, verdade, atenção à realidade...
ainda estão longe!
Quem gosta de navegar na internet pode ficar sossegado. Não
lhe falta material na literatura local. Escreve-se e expõe-se com fogo,
defende-se e ataca-se com paixão. Incendiou-se a fogosidade literária e política
de Chapadinha. Há quem pense que política é esgrimir argumentos lucrativos,
esmagar rivais ou derrotar idéias adversárias. As opiniões viraram espetáculo,
as palavras parecem malabarismos de circo a puxar à habilidade de quem as usa
ou à curiosidade de quem as aprecia.
Quantos infantilismos e vulgaridades
insultuosas vaidosamente exibidas em traje científico! Contrata-se jornalistas
de renome, aluga-se blogs, paga-se a prestigiados elogiadores, aceita-se e
compra-se adversários políticos a bom preço... e tudo para a democracia se
transformar em ditadura, em governo totalitarista e dominador. Autêntico
“chavismo”! Quando noto a pretensão de um governo querer correr em trilho único,
com o combustível de elogios comprados... perante uma fácil e silenciosa alienação
popular devida ao desequilíbrio econômico de nossas populações que se dobram
esmagadas, numa humilhante dependência, diante de quem tem muita riqueza
acumulada... quando vejo todas essas pretensões, sinto indignação, dá-me
vontade de dar um murro na mesa ou explodir em generoso protesto, porque tudo
não passa de uma tremenda e perigosíssima falácia. O que vem depois, todos
sabemos: o governante faz o que quer, desvia o que pode e ainda se fica a rir.
Isso é lição bem aprendida em gestões municipais anteriores. E o interessante é
ver como ninguém enfrenta ou denuncia a situação. Tudo encaroça em resignação! Todos
ficam calados, olhando à distância, sem levantar poeira... preparando-se para,
quando aparecer oportunidade, poderem fazer o mesmo, sem ninguém os importunar.
Sem participação, as eleições não passam
de alienação frustrante. Corre-se, buzina-se, embandeira-se o ambiente, faz-se
carreatas enormes, ajuntamentos espetaculares, pronunciamentos bombásticos,
promessas fantásticas e depois... silêncio absoluto ou covarde cochicho. Todos
se calam, os partidos desaparecem, fecha-se os comitês, desaparecem os
diretórios, não se apresentam sugestões, evita-se desacordos, vereadores (com
letra pequena!) vendem-se a quem mais dá como prendas em leilão público (sem
dignidade nem vergonha. Que desgraça!), as contas de governantes corruptos e
inescrupulosos vão ser aprovadas... (Isto tudo dito em palavras simples para o
povo simples me compreender, porque não são as palavras retorcidas que fazem a
verdade!).
Queremos uma oposição ativa e acordada que pense, que discorde, que acrescente
opiniões, que sugira alternativas de governo, que valorize o bem que acontece e
ajude a evitar o mal que pode prejudicar. Onde arranjar uma oposição assim forte
que não seja frouxa e menos agarrada aos seus interesses? Que não queira trocar
votos por empregos para amigos (futuros eleitores!) e favores, mesmo que de
pastores? Onde poderemos ir buscar uma oposição que faça pensar, que oriente os
acontecimentos para o bem comum, que faça olhar para as reais necessidades da
população? Interessante: quando compro um ou dois quilos de peixe, sempre
aparece algum para dar ao gato. (Coitado! E ele que não tem hospital local!).
Porquê perder tempo a analisar se em 30 ou mais toneladas de peixe apareceu ou
não algum em mau estado?!
Como é possível começar obras em fim de mandato e
deixar tudo desmantelado? Como não levantar averiguações sobre dinheiros
públicos desviados? (podridão humana é pior que peixe podre!) Porquê tanto
congestionamento de doentes, partos, consultas, análises, emergência e
internamentos num único lugar? Para quando a fiscalização no Areal do que
acontece na construção dos milhares de casas populares? Porquê uma estranha
paralisação do comércio?– E outras coisas de que falaremos depois!
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