Estamos em crescente e responsável
processo de preparação para nossa paróquia ser mais missionária. Estamos já em
Missão Popular. Missão é fruto do nosso encontro pessoal com Cristo (Luc.19,13).
É forte experiência de fé (2Cor.11,4-7). É natural exigência de nosso amor a
Deus e compromisso do nosso ser Igreja. Missão é cooperação com a obra
salvadora do Redentor (Ef.6,19-20); é mandato expresso de Cristo (Mat.28,18); é
dever essencial de todos os crentes, constituídos em Igreja, pela força do
Espírito(dizia S. Paulo: “ai de mim se eu não evangelizar!”); é exigência do
próprio ser da Igreja que não é museu, nem depósito, nem caixa de isopor, nem
simples armazém das verdades divinas. Missão é Vida que dá vida, porque o Ressuscitado
continua entre nós. É Força do Espírito que não podemos extinguir. É Fonte de
graça que não podemos privatizar. É Alegria que tende a comunicar-se. É Notícia
que não se pode guardar só para nós. É oferta de graça que temos que entregar. É
Fogo que tende a comunicar-se. É fogueira que se deve atear. É Novidade que se
tem que anunciar. É Paixão pelo Evangelho que não se pode abafar (2Cor.4,3-5).
É Solução que ninguém devia ignorar (At.13,49). É Investimento sagrado que
temos que publicar ( 2Tim.4,2-3,5). Não é a Igreja que tem Missão.
É a Missão
de Cristo que tem a Igreja. Esta existe para a Missão, para emprestar a Cristo
capacidade humana de comunicar com os homens de hoje. Por isso, Missão é
urgência que não se pode adiar. É Riqueza de Salvação universal que não podemos
guardar ou inutilizar (Ef.3,7-9). Missão é resposta ao apelo do Senhor. É
Felicidade que temos pressa em partilhar (At.19,20). É Acontecimento que todos
têm que conhecer, amar, viver e anunciar (Col.1,25-28). É vivência de uma
Esperança que deve invadir todo o ser humano, é expressão solene de nosso
agradecimento a Deus (At.6,7). Fazer Missão é dar testemunho fiel do que
vivemos e sentimos; é sinal de nossa obediência a Deus e a Seu projeto; é festa
de perpétua libertação que temos que celebrar para agradecer e evitar futuras
recaídas no esquecimento da Aliança (Heb.2,3,11-12). Missão é sair de si e ir
ao encontro dos irmãos para acordar os adormecidos na fé, para interessar os
desanimados na caminhada salvadora, para motivar os desinteressados, para
despertar os distraídos de seus deveres batismais; é ajudar a levantar os
caídos em pecado, é ousadia de bater à porta dos que viraram as costas a Cristo
(Gal.1,6-8). Missão é trabalho que tem recompensa garantida (Mc10,29). E nunca
esquecer: é contínuo esforço de identificação com Cristo, em cada um de nós!
SABER E DEIXAR ESTAR!
O cristianismo é bonito quando
invade toda a vida. Se aceite apenas como amostra, é inútil. Se lhe seqüestram
apenas um ou outro pormenor, se não desce à totalidade da vida, se não o deixam
descer do cérebro às outras faculdades... enfeite por enfeite, há por aí muitos
enfeites menos mentirosos e mais cômodos. Com dificuldade deixamos que nos
tirem a tranqüilidade. Tudo anda em alta rotação: a terra não pára, as estações
sucedem-se, os tempos mudam, os fatos multiplicam-se, os jornais e telejornais
depressa envelhecem. Nós, mesmo assim, gostamos de ficar nos nossos hábitos, na
tranqüilidade dos nossos princípios. Numa palavra: gostamos que não nos encomodem.
E, se aparece alguma crítica ou algum pregoeiro que desestabilize nossa prática
quotidiana, que queira mexer com nossa consciência... logo colocamos nosso
arsenal bélico em ação, montamos nossos mecanismos de defesa.
Apreciamos imenso
nossa desordem organizada. Valem muito nossos vícios justificados! Sempre foi
assim. E aqui não é diferente. Quando, na igreja, se fala de princípios vagos,
de doutrina geral, de teorias abstratas... tudo certo, tudo se reveste de
comodidade. Todos ouvem e ficam sossegados. Não há cabeças a abanar, rostos a
fazer caretas, acentos a ranger. A pregação passou por cima. Sobrevoou a
realidade. Não incomodou, por isso, tem total concordância. Tudo vai ficar
placidamente na mesma. Não se provoca divisões, não há apreciação negativa, as
sensibilidades não são feridas, ninguém se sente machucado. A comunidade fica
como que embalada no seu conforto, firme no seu velho proceder, confirmando o
que não fez e devia fazer, o que devia pensar e não pensa, o que devia remover,
mas deixa ficar. Mas quando o pregador desce ao terreno prático, entra no
espaço da vida real, pica o comodismo, condena atitudes egoístas, fala de
corrupção política, mexe em interesses mesquinhos... a reação é outra. Logo
aparece uma montanha de sentenças, uma enxurrada de críticas mordazes, o pleno
exorcismo de tudo que foi dito.
Nesse dia (nem que o pregador tenha sido bem
profeta!), tudo está errado, tudo sai condenado. Prefere-se mais facilmente o
palavreado à Palavra, a generalidade ao concreto da conversão. Que ninguém
toque no nosso jeitinho de viver! Falar de justiça social, fidelidade conjugal
ou responsabilidade familiar, tocar o assunto da castidade no namoro e do bem
comum na política? – Isso é crime! Sempre foi assim! “O padre só fala de
política!” “A Igreja não tem nada que se meter nisso!” “Está sempre a
exorbitar!” Como se a missão da Igreja fosse de ver e calar, de olhar e não
ver, de ouvir e não escutar, de saber e deixar estar, de não dizer nada a
ninguém! Como se Cristo tivesse vindo à terra para abençoar o diabo. Nota-se
que em Chapadinha a dimensão comunitária da fé ainda não foi aceite. Nem
vivida. E a dependência do poder econômico e do emprego público é muito grande.
Falta aqui gente e esforço de iniciativa própria, de compromisso com o
desenvolvimento, trabalho de promoção social e... menos dependência da
“ajudinha pública”, da Bolsa Família, da agricultura de sobrevivência, da
corrupção política.
O PERIGO DAS ONDULAÇÕES HISTÓRICAS QUE NOS CHEGAM!
Gosto de ir à beira mar. Aprecio imenso ficar
olhando a imensidão da água e, ao entardecer, extasiar-me com o sol poente
mergulhando, ao desaparecer muito devagar, lá longe, na distância das águas. Quando
pequeno, parecia-me que o mar também comungava aquela roda grande parecida com
a hóstia que o padre nos dava na igreja. Aprecio o movimento das águas e observo,
admirado, o bater das ondas na praia. Mas, quando no Inverno, o mar galga as
areias da praia e invade a rua fronteiriça, mete medo. E noutros lugares, ouve-se
dizer, as gigantescas e teimosas ondulações fendem rochas, invadem cidades e
afundam transatlânticos.
Pude constatar essa força quando viajei a primeira vez
para Moçambique e, no encontro das águas do Oceano Atlântico com o Índico, o
barco em que viajava com cerca de 800 passageiros apanhou uma tempestade
enorme. E ainda sabemos que há correntes e vagas de fundo que, embora não se possam
observar, têm imensa influência no aquecimento das águas e no clima geral. Mas
estou falando destas coisas, porque comparo tudo isto ao que se passa na nossa
vida. Andamos embalados pelas ondas de cada momento. Nosso pensamento e
sensibilidade dependem muito das vagas de notícias que nos chegam, dos
interesses de quem domina: ora somos convidados a uma euforia, ora a uma
angústia que nos afunda na tristeza. Sentimos
uma atração enorme pelos noticiários televisivos. Todos os dramas que acontecem
à distância ou na esquina da rua em que habitamos invadem nossa privacidade.
Nossa vida, nossos valores... são influenciados pela onda noticiosa que o mundo
nos envia.
Temos o coração hipotecado aos fatos, aos discursos de líderes, à
necessidade de solidariedade para com as famílias sem teto, a criança
violentada, o velho abandonado, o frágil injustiçado, o jovem esquecido...
Sofremos ao saber que uns tudo têm, amontoam cada vez mais e a outros lhes falta
o necessário para sobreviver. Vivemos uma hora complexa da História da
Humanidade. Não é uma época com mudanças, mas uma mudança de época. Com o mesmo
à vontade se defende a guerra e se engrandece a paz, se valoriza a vida e se
justifica o aborto, se aprecia a fidelidade conjugal e se promove a
libertinagem sexual, se trabalha pela justiça e se legisla a favor da
arbitrariedade, se deseja a verdade e se vive na corrupção, se exige
transparência na administração pública e se deseja acabar com a investigação do
Ministério Público, se fala em criar condições para prender o homem à terra e
se mandam construir milhares e milhares de casas na zona urbana... Tudo
complexo demais! Numa sociedade assim, algo precisa ser equacionado na escala
dos valores. A escola tem que ensinar mais que juntar letras e fazer contas. Assistimos
a uma série de aberrações que exigem que nos firmemos em opções sérias e
conscientes. Quem oscila ao sabor do que lhe chega ou se deixa envolver por
todas as vagas tendenciosas que lhe tocam... nunca espere sossego ou felicidade
duradoura.
NOTICIÁRIO DA PARÓQUIA
1-No momento
que escrevemos este noticiário, está decorrendo o primeiro retiro de preparação
para as Santas Missões Populares na Paróquia. Muita participação (cerca de 700
pessoas) e grande entusiasmo. Como Assessor veio o Rev.do P. António, Pároco de
Lima Campos, onde já se realizaram as Santas Missões Populares há 17 anos. De
notar o extraordinário colorido que dezenas de bandeiras, representando
comunidades da cidade e do interior, apresentam na assembléia. O retiro está a
ser coordenado por um secretariado constituído por membros de comunidades da
cidade. Hoje, sábado e amanhã, domingo, toda esta gente vai comer no Centro ao
meio dia, comida essa que está sendo preparada por uma equipe na cozinha do
Centro Novo.
2
2- Domingo,
vamos começar às 05.00H com uma caminhada que terminará na Matriz com a
celebração da Eucaristia. Só vai haver missa na Matriz à noite. Nos bairros não
vai haver celebração da Eucaristia.
A
construção da igreja de S. José está caminhando para o fim. Acabou-se de
colocar o piso no templo e esta semana já se construiu o muro de proteção entre
a igreja e o caminho que passa ao lado. Na próxima semana vai-se fazer o piso
do acesso à igreja dentro do pátio e começar a rebocar a casa que serviu de
almoxarifado e que vai servir de salas de catequese. Está também combinado com
o pintor Êxodo fazer as imagens na frente do templo que vai ser consagrado ao
Espírito Santo.
3- A
Inauguração da igreja de S. José, onde a Paróquia gastou mais de R$250.000,00,
vai ser inaugurada no próximo dia 5 de Maio, à tarde, pelas 16.00H. Desde já
convidamos comunidades e pastorais e a população em geral para participar. O
grupo de pessoas que se reúne lá e que vai ser constituído em comunidade cristã
se está preparando para o ato.
4 4- P. Neves
viajará para Portugal logo após a inauguração da igreja de S. José.
Impressionante o vasto e generoso ramalhete de boatos que surge quando o Pároco
se ausenta. Muitas pessoas têm perguntado se ele vai e não volta. Tudo isso é
boato. P. Neves vai tratar de sua saúde e ter um tempo de descanso com seus
irmãos em Portugal. Se Deus quiser, estará de volta em fins de Junho para
começar os preparativos do festejo da Padroeira que este ano tem que superar
todos os outros que se têm realizado. Mas superar na participação e beleza
espiritual de todos. Não nos pronunciamos contra o Carnaval nem contra as
festas religiosas. Mas juntar as duas coisas não pode ser. Queremos uma festa
da Padroeira que nos leve a imitar Maria, a grande discípula e missionária de
Jesus.
5- Muita
literatura se tem feito a comentar os 100 primeiros dias de administração da
nova Equipe Municipal. Sabemos que a nível nacional, os produtos estão todos
subindo e o comércio foi influenciado. Não se pode atribuir à mudança de
Governo no Município tudo isso, embora a mudança do dia de pagamento pode ter
freado, por enquanto, as compras. Vemos boa vontade em melhorar situações que
estavam caóticas, mas, por exemplo, no Hospital e na Educação, as coisas ainda
não estão como se querem. O blog da transparência está sem explicações. Também
piorar mais do que estava seria um pouco impossível! Agora é preciso dar
prioridade ao trabalho e descer do palanque da política, opção que ainda não se
viu.
6- Embora o
Pároco não tenha participado da audiência realizada na Câmara sobre a lei que
querem fazer, proibindo o Ministério Público de fazer investigações, somos
contra essa lei. Políticos vêem que Ministério Público está a incomodá-los e
então querem retirar-lhe o poder de investigar. Quem não deve não teme. Somos,
absolutamente, contra a criação dessa lei e vamos pedir a participação de todos
num baixo-assinado contra. Mas em Chapadinha os senhores Promotores deviam
aparecer mais a público, se integrar na sociedade.
7- Estamos
pensando e pedimos a opinião de todos sobre alugar ou não a antiga casa das
Irmãs da Caridade para uma Secretaria Municipal. A casa está vaga esperando que
o Senhor Bispo decida ou não vir para Chapadinha. Mas continuar vazia por mais
tempo, estraga-se demais. A casa precisa de urgente arranjo e talvez seja
melhor alugá-la. Pedimos opiniões.
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