Diz a lenda, aliás o poema, a Odisseia de Homero que o navegador Ulisses, para não se deixar seduzir pelo canto das sereias se fez amarrar a um mastro do navio depois de tapar os ouvidos dos seus homens.
Porém, Orfeu superou esse canto com uma música mais bela, e por isso as
sereias, despojadas do seu poder, se lançaram no mar e se transformaram em
recifes.
O mesmo ar, a mesma música ressoou
dentro dos trompetes dos ouvidos e do coração de Ulisses e de Orfeu, mas a
reação foi diferente. Ulisses esboçou uma reação que foi se amarrar para não se
deixar apaixonar, Orfeu esboçou a reação de superar o canto das sereias, cantou
melhor e as derrotou.
Aqui temos exemplo de resiliência e de superação em
relação aos sons que ressoam nos nossos ouvidos e às imagens que grudam nos
nossos olhos. Quem era Orfeu? Quem eram as sereias?
Certamente que Orfeu poderia ter-nos
deixado este poema encantador: ’’A música é a graça do universo, o presente que
as esferas do universo oferecem aos homens. Eu não vejo que a harmonia das
esferas se deva unicamente à coordenação que existe entre elas como pensava Aristóteles, mas creio que decorra sobretudo do som que dimana do seu movimento.
Trata-se do movimento que harmoniza a nossa alma com os pontos invisíveis do
universo e com muitos mundos distantes.
E aqui chegamos a precisar melhor o
conceito de “harmonia”, que não está tanto na combinação dos sons mas na
correspondência entre a emissão da sonoridade cósmica e a percepção da alma
humana.
Certamente que este lugar não é descritível, como não é descritível a
música, que quando está escrita não soa, e quando soa não é visível. Entre o
sinal preto da nota e o papel branco sobre o qual ela está impressa existe
aquela distância que eu chamo de infinito.
É o infinito que a música preenche e
a alma sente. Foi esse infinito que preencheu a alma
de Orfeu e superou o finito da distância das Sereias.
Falamos agora da ressurreição e da superação
da morte. Alguns se amarram nas tábuas do caixão e pensam que nunca mais delas
sairão. Outros cantam o hino da claridade da Páscoa, e seus voos sobem tão
lindo e tão alto como Jesus. “Não me segura, que ainda tenho que subir para o
Pai” (Jo,20,17).
Mais curta que a distância entre o
cadáver e o sepulcro é a distância entre a fé e o amor da Madalena e de todas
as Madalenas. FELIZ PÁSCOA.
A
DANÇA E A MÚSICA.
Emanuel Tesauro descobriu em 1663 que
na origem do mundo está aquela nobilíssima arte que é a dança, de que se diz
ter nascido desde o princípio com o próprio mundo.
Também Platão concordava que foram os
deuses que nos foram oferecidos como companheiros de dança, que nos
presentearam o ritmo e a harmonia como expressão de prazer.
Aqui neste campo tem santos antigos que
destoam com suas opiniões desta maravilha divina. São João Crisóstomo afirmou
que “onde há dança aí está o demônio”.
Santo Ambrósio identificou a dança como
o caminho mais próximo para a luxúria. E S. Agostinho dizia: “Nos dias de festa
é melhor pegar na enxada do que dançar.”
Estes eram os tipos dos Ulisses que
também se amarravam aos mastros dos navios para ficar cegos. Porém a verdadeira
arte e sabedoria inspira os outros Orfeus a superar com a sua música e dança a
arte das mesmas sereias que amedrontavam os tais santos e que ajudam a adequar
com a eterna musica e dança do universo.
Na verdade a "dança é um meio para
fugir da seriedade dos códigos que nos ameaçam. A dança dissolve todos os
sentidos que querem se propor como sendo definitivos.
Pela leveza do corpo se
restabelece a leveza dos símbolos e a flutuação desses símbolos que joga com a
gravidade dos códigos e com o rigor das inscrições, a dança apaga imediatamente
as figuras recém construídas em contínua criação e destruição para a eterna
expectativa do melhor que a arte constrói” (Umberto Galimberti).
Já Eduardo Galeano diagnosticou os
diversos perfis do corpo naquela frase famosa: “A Igreja diz, o corpo é uma
culpa; A ciência diz, o corpo é uma máquina; A publicidade diz, o corpo é um
negócio; E o corpo diz, eu sou uma festa” (Eduardo Galeano). A você pertence
escolher.
NOTICIÁRIO:
1)- Está decorrendo o Cerco de
Jericó, com adoração das seis da noite até as seis da manhã. Encerrando às
seis da manhã do próximo domingo, domingo da misericórdia.
2)- A Chapadinha comemorou no dia 29
seus 80 anos. Parabéns a todos chapadinhenses e a todos que têm trabalhado para
formar uma cidade de progresso igual, de cidadania e de fraternidade.
3)- Parabenizamos a participação de
todos nos programas de SEMANA SANTA, e da VIA SACRA. Mormente o grupo da Via
Sacra que fez um belíssimo trabalho para a realização da edição da mesma com a participação das Duas
paróquias.
4)- Na 3ªfeira da próxima semana, dia
10 teremos a reunião do CPP. Vá colocando no seu programa. Insistimos que os
programas paroquiais têm preferência sobre as programações individuais e dos
grupos tanto da comunidade local como dos grupos e movimentos.
5)- Dia 06 a 08 tem reunião das
lideranças da PJ (Pastoral da Juventude) no Brejo.
6)- Quaresma foi tempo de revisão de
vida e renovação. Páscoa é tempo de ressurreição para um melhor entrosamento na
Comunidade. Chamo a atenção para as comunidades onde as lideranças
não pastoreiam.
Não se fazem presentes nas celebrações e deixam o rebanho
abandonado e sem pastor, como um carro sem motor. Já viu como fica um carro sem
motor? Repito que os colegiados são o motor do carro. Como estão
marcando sua presença e dando as caras em sua comunidade?
7)- Póximo domimgo, dia 08 tem uma
surpresa na Lanchonete da praça da Matriz ao cuidado da Comunidade da
Sant’Ana em prol da construção da igreja da Santa Ana.
8)- Sábado dia 07 é a missa da unidade.
Todos convidados na preferência.
( Veja imagens da cidade de Chapadinha, e cenas da VIA SACRA de Chapadinha, o espetáculo a céu aberto maior do Baixo Parnaíba).
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