No ano de 586 a.C quando começou o exílio israelita em Babilônia o politeísmo fazia parte da cultura de Israel. Foi apenas após o exílio que a adoração única e exclusiva de Javé tornou-se estabelecida e possivelmente só mais tarde no tempo dos Macabeus, duzentos anos a.C.
O
Deus bíblico do Antigo Testamento provavelmente foi uma fusão de vários Deuses
pagãos. A personalidade e os atributos de Javé foram influenciados por outras
antigas divindades do Oriente como o Pai celestial El, e o jovem guerreiro Baal
e a deusa Asherah.
Elementos comuns à cultura das antigas civilizações do Médio
Oriente, principalmente da região onde hoje fica o Estado de Israel, o
território palestinense, o Líbano e a Síria contribuíram para as ideias sobre
os seres divinos.
Há
bons indícios de que o Deus do Velho Testamento é uma fusão entre um Deus idoso e
paternal El, um jovem Deus guerreiro, Baal e a Deusa do sexo feminino Asherah,
porque na realidade os antigos não concebiam um Deus sem família.
A poucos
quilômetros ao Norte de Canaãn, a atual Síria ficava a cidade-Estado de Ugarit,
cuja língua e cultura eram praticamente idênticas às de seus primos israelitas Os
estudiosos chegaram à conclusão de que Israel e Ugarit pertenciam à mesma
grande matriz cultural.
O
salmo 104 apresenta as águas ameaçadoras que vêm dos oceanos e estão dispersas.
Mas elas são incorporadas à criação de Deus e juntas no centro devido ao sopro
ou “ruah”, espírito de Deus. Também isso pertencia à literatura ugarítica e
mesopotâmica.
Todos
eles tinham a “grande deusa” da luz, a deusa do Sol, ou a “Luz dos deuses”, o
grande Sol, que também era seguido pelo antigo Israel. Mais à frente essa luz
foi aplicada à Torá, como a luz de Deus, a “luz da Torá” como os Judeus
gostavam de dizer. Compare com a afirmação de Jesus “Eu sou a luz do mundo”
(Jo.8,12).
Tanto
nos textos ugaríticos como no antigo Israel o Sol fazia parte do panteão dos
deuses, e portanto fazia parte dos deuses e do culto ritual. O antigo número de
70 deuses encontrado nos textos ugaríticos sobreviveu na religião judaica dos
70 anjos, um para cada um dos povos do mundo (Cf. Dt.32,8).
Em
geral, a imagem de Javé como deus guerreiro e patrono divino pressupunha certa tolerância e culto a outras
divindades em sua casa divina, mas sendo subordinados a ele. Existiam outros
deuses para Israel mas Javé deve ser o
incontrolável deus patrono (Mark Smith “O Memorial de Deus”, 148). Notemos que
o primitivo nome de Israel era Isra-yahu, e quando adotou o deus El, dos
vizinhos mudou o nome para Isra-El, Israel do novo Deus.
Em
Jeremias, cap. 7 e 44 fala-se de uma grande deusa, a rainha dos céus. Esta
rainha dos céus ou Asherah fazia o casal junto com Javé. Porém, na habilidade e
psicologia israelita esta deusa deu lugar mais tarde à “Sabedoria” descrita em
Provérbios, 3,18 como tendo todos os atributos divinos, como uma “emanação de
Deus”.
Em
outras tradições, os “filhos divinos “ eram filhos de Deus que depois se
transformaram em anjos. Faziam parte do panteão dos deuses. Alguns tinham
cargos especiais e nomes como Miguel. O mais importante deles quis ocupar o
trono de Javé mas acabou jogado para a terra.
O
evangelho de Lucas faz-se eco desta tradição lendária quando coloca na boca de
Jesus: “Eu vi Satan caindo do céu como um relâmpago” (Lc.12,10), assim como o
Livro do Apocalipse no cap. 12,7-9. Também isto é partilhado da literatura
ugarítica em Gn.6, 1-2: “quando os homens começaram a ser numerosos sobre a
terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens
eram belas e tomaram como mulheres todas as que que lhes agradavam”
Vamos
dizer que o monoteísmo só conseguiu implantar-se depois do exílio da Babilônia.
Antes disso o povo vinha convivendo com tantos deuses. Porquê? E nos
Mandamentos? “não terás outros deuses diante de mim”? (Ex.20,3)? Isso é uma
prova de que eles conviviam com esses deuses, e não só, os reis recebiam as
Encíclicas dos Papas e diziam: Publique-se, respeite-se, mas não se cumpra”,
assim também faziam os Judeus.
Ouviam
os Mandamentos, respeitavam, mas como na época feudal e até agora, pensavam:
publique-se, respeite-se mas não se cumpra. E sempre os Judeus foram convivendo
com outros deuses.
Jeroboão,
no ano 930 a.C. quando se separou do reino de Judá, fez os templos de Dãn e
Betel e lá tinha os seus deuses e os bezerros de ouro (1 Reis 1,12-26). E
quando foi vencido pelos reis da Pérsia em 722, os reis do Sul disseram que foi
castigo de Javé. Porém, em 580 a.C o reino do Sul, Judá, também foi vencido por
Nabucodonosor rei da Babilônia e veio o exílio também para eles.
E agora, foi
castigo de quem?
Bem
que Jeremias dizia que era castigo também de Javé, mas o povo continuava
dizendo que era castigo de Aserah, a rainha dos céus, que era a família de Javé
que deu o castigo por terem esquecido dela. ( o.c.148).
Daí
em diante, no exílio, o povo refletiu e refizeram as suas teologias. Foi nessa
época que nasceu o livro do Êxodo e Gêneses. E de toda a sua experiência
tiraram a lição de que, para sobreviverem como povo e como religião não podiam
mais agarrar-se a outros deuses, mas escolheram Javé como único Deus.
Na
verdade Jeroboão tinha deuses e foi vencido. Roboão tinha Javé embora
adicionando outros, e também foi vencido. E agora? Politicamente não podiam
sobreviver imitando outras nações mas fecharam com um só deus Javé. E no caso
de se recuperarem ainda como povo se comprometiam a ser no mundo um povo
monoteísta.
Esta
foi a opção deles, e é assim que fizeram o novo Catecismo que foi Gênesis e
Êxodo, donde nasceu a Torá. Foi assim que assumiram a sua condição de povo
“sofredor”. E assim o povo de Israel deu uma volta de 190 graus de conversão.
Em vez de quererem deus ao seu serviço Javé como “deus dos exércitos”, o
povo dominado pelos outros povos, decidiu ser o povo servidor do Senhor e se
colocar ao seu serviço como “servo”.
Daí nasceu um dos Cantos mais bonitos da
Bíblia, o “SERVO DE JAVÉ” do segundo Isaías, cap.42-54. E de quebra, teriam que
levar a sua luz, que era a “Luz da Torá” a todas as nações.
Concluindo
diremos portando que enquanto Maomé e o Islão impuseram a sua religião
monoteísta pela força das armas, o povo de Israel o fez pela força da convicção
e do convencimento político e religioso.
NOTICIÁRIO
1)- Hoje tem a feijoada, que acontecerá
no CBNET em prol da construção da igreja de Sant’Ana na comunidade dos Bairros
Aldeia e Vila Liberdade, na BR 222. Já começámos os alicerces. Também, de
quebra, os presentes que você estaria oferecendo para o pároco convido a
colocar seu valor nos envelopes dos Ofertórios. Desde já obrigado.
2)- Tem exposição do SS.mo Sacramento
porque é o primeiro domingo.
3)- O Bairro Vila Liberdade agradece ao
vereador Netinho porque conseguiu lâmpadas para os todos os postes.
4)- No próximo dia 12/3 reunião com as
coordenações da Pastoral Familiar (Centro e Bairros)
5)- No dia 07/3 reunião com os
Ministros da Eucaristia.
6)- No dia 08/3 reunião com os formados
em teologia e com os que estão se formando.
7)- No dia 09/3 reunião com os
Colegiados
8)- Nesta semana visitas da Quaresma em
Santa Teresinha dias 6 e 7. E São Raimundo dias 8 e 9
9)- VIA-SACRA: Quem quiser participar como
atores da VIA SACRA 2018 ainda tem vaga. Convocados 10 elementos da PJ; 10
elementos da RCC; 10 elementos dos Acólitos; 10 elementos do Shallon e 10
elementos do Caminho. E outros que não fazem parte desses Movimentos estão
também convidados.
10)- Ritos de batismo para a Páscoa:
18/3 primeiro Rito às 10.00h; 25/3 segundo rito, às 15.00h. Batismo no dia de
Páscoa às 15.00h.
11)- Semana Santa: Domingo de
Ramos, Quinta Feira Santa e Sábado Santo em dois Polos: Na igreja de Santo
Antônio e na Matriz, nos mesmos horários: Domingo de Ramos às 08.00h; Quinta
Feira Santa às 17.00h; Sábado Santo às 20.00h. As visitas a idosos e doentes na
comunidade do Centro serão na 2ª e 3ª feira Santa. Quarta, Quinta e Sexta Feira
Santa confissões da parte da manhã, a ainda sábado Santo.
Noticias
da diocese:
1)- 03 e 04/3 Assembleia diocesana de RCC
2)- 02 a 04/3 Estudo diocesano do evangelho de São Marcos
3)- dia 08 dia internacional da Mulher
4)- 09 a 11 Estudo diocesano sobre Fé e Política
5)- 09 a 11 Encontro diocesano de coordenadores de Catequese
Nenhum comentário:
Postar um comentário