domingo, 4 de março de 2018

O politeísmo em Israel, os deuses e as deusas, e os Mandamentos.



No ano de 586 a.C quando começou o exílio israelita em Babilônia o politeísmo fazia parte da cultura de Israel. Foi apenas após o exílio que a adoração única e exclusiva de Javé tornou-se estabelecida e possivelmente só mais tarde no tempo dos Macabeus, duzentos anos a.C.

O Deus bíblico do Antigo Testamento provavelmente foi uma fusão de vários Deuses pagãos. A personalidade e os atributos de Javé foram influenciados por outras antigas divindades do Oriente como o Pai celestial El, e o jovem guerreiro Baal e a deusa Asherah. 

Elementos comuns à cultura das antigas civilizações do Médio Oriente, principalmente da região onde hoje fica o Estado de Israel, o território palestinense, o Líbano e a Síria contribuíram para as ideias sobre os seres divinos.

Há bons indícios de que o Deus do Velho Testamento é uma fusão entre um Deus idoso e paternal El, um jovem Deus guerreiro, Baal e a Deusa do sexo feminino Asherah, porque na realidade os antigos não concebiam um Deus sem família. 

A poucos quilômetros ao Norte de Canaãn, a atual Síria ficava a cidade-Estado de Ugarit, cuja língua e cultura eram praticamente idênticas às de seus primos israelitas Os estudiosos chegaram à conclusão de que Israel e Ugarit pertenciam à mesma grande matriz cultural.

O salmo 104 apresenta as águas ameaçadoras que vêm dos oceanos e estão dispersas. Mas elas são incorporadas à criação de Deus e juntas no centro devido ao sopro ou “ruah”, espírito de Deus. Também isso pertencia à literatura ugarítica e mesopotâmica.

Todos eles tinham a “grande deusa” da luz, a deusa do Sol, ou a “Luz dos deuses”, o grande Sol, que também era seguido pelo antigo Israel. Mais à frente essa luz foi aplicada à Torá, como a luz de Deus, a “luz da Torá” como os Judeus gostavam de dizer. Compare com a afirmação de Jesus “Eu sou a luz do mundo” (Jo.8,12).

Tanto nos textos ugaríticos como no antigo Israel o Sol fazia parte do panteão dos deuses, e portanto fazia parte dos deuses e do culto ritual. O antigo número de 70 deuses encontrado nos textos ugaríticos sobreviveu na religião judaica dos 70 anjos, um para cada um dos povos do mundo (Cf. Dt.32,8).

Em geral, a imagem de Javé como deus guerreiro e patrono divino  pressupunha certa tolerância e culto a outras divindades em sua casa divina, mas sendo subordinados a ele. Existiam outros deuses para Israel mas Javé deve ser  o incontrolável deus patrono (Mark Smith “O Memorial de Deus”, 148). Notemos que o primitivo nome de Israel era Isra-yahu, e quando adotou o deus El, dos vizinhos mudou o nome para Isra-El, Israel do novo Deus.

Em Jeremias, cap. 7 e 44 fala-se de uma grande deusa, a rainha dos céus. Esta rainha dos céus ou Asherah fazia o casal junto com Javé. Porém, na habilidade e psicologia israelita esta deusa deu lugar mais tarde à “Sabedoria” descrita em Provérbios, 3,18 como tendo todos os atributos divinos, como uma “emanação de Deus”.

Em outras tradições, os “filhos divinos “ eram filhos de Deus que depois se transformaram em anjos. Faziam parte do panteão dos deuses. Alguns tinham cargos especiais e nomes como Miguel. O mais importante deles quis ocupar o trono de Javé mas acabou jogado para a terra. 

O  evangelho de Lucas faz-se eco desta  tradição lendária quando coloca na boca de Jesus: “Eu vi Satan caindo do céu como um relâmpago” (Lc.12,10), assim como o Livro do Apocalipse no cap. 12,7-9. Também isto é partilhado da literatura ugarítica em Gn.6, 1-2: “quando os homens começaram a ser numerosos sobre a terra, e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram belas e tomaram como mulheres todas as que que lhes agradavam”

Vamos dizer que o monoteísmo só conseguiu implantar-se depois do exílio da Babilônia. Antes disso o povo vinha convivendo com tantos deuses. Porquê? E nos Mandamentos? “não terás outros deuses diante de mim”? (Ex.20,3)? Isso é uma prova de que eles conviviam com esses deuses, e não só, os reis recebiam as Encíclicas dos Papas e diziam: Publique-se, respeite-se, mas não se cumpra”, assim também faziam os Judeus.

Ouviam os Mandamentos, respeitavam, mas como na época feudal e até agora, pensavam: publique-se, respeite-se mas não se cumpra. E sempre os Judeus foram convivendo com outros deuses.

Jeroboão, no ano 930 a.C. quando se separou do reino de Judá, fez os templos de Dãn e Betel e lá tinha os seus deuses e os bezerros de ouro (1 Reis 1,12-26). E quando foi vencido pelos reis da Pérsia em 722, os reis do Sul disseram que foi castigo de Javé. Porém, em 580 a.C o reino do Sul, Judá, também foi vencido por Nabucodonosor rei da Babilônia e veio o exílio também para eles. 

E agora, foi castigo de quem?
Bem que Jeremias dizia que era castigo também de Javé, mas o povo continuava dizendo que era castigo de Aserah, a rainha dos céus, que era a família de Javé que deu o castigo por terem esquecido dela. ( o.c.148).

Daí em diante, no exílio, o povo refletiu e refizeram as suas teologias. Foi nessa época que nasceu o livro do Êxodo e Gêneses. E de toda a sua experiência tiraram a lição de que, para sobreviverem como povo e como religião não podiam mais agarrar-se a outros deuses, mas escolheram Javé como único Deus. 

Na verdade Jeroboão tinha deuses e foi vencido. Roboão tinha Javé embora adicionando outros, e também foi vencido. E agora? Politicamente não podiam sobreviver imitando outras nações mas fecharam com um só deus Javé. E no caso de se recuperarem ainda como povo se comprometiam a ser no mundo um povo monoteísta.

Esta foi a opção deles, e é assim que fizeram o novo Catecismo que foi Gênesis e Êxodo, donde nasceu a Torá. Foi assim que assumiram a sua condição de povo “sofredor”. E assim o povo de Israel deu uma volta de 190 graus de conversão. 

Em vez de quererem deus ao seu serviço Javé como “deus dos exércitos”, o povo dominado pelos outros povos, decidiu ser o povo servidor do Senhor e se colocar ao seu serviço como “servo”. 

Daí nasceu um dos Cantos mais bonitos da Bíblia, o “SERVO DE JAVÉ” do segundo Isaías, cap.42-54. E de quebra, teriam que levar a sua luz, que era a “Luz da Torá” a todas as nações.

Concluindo diremos portando que enquanto Maomé e o Islão impuseram a sua religião monoteísta pela força das armas, o povo de Israel o fez pela força da convicção e do convencimento político e religioso.

                    NOTICIÁRIO
1)- Hoje tem a feijoada, que acontecerá no CBNET em prol da construção da igreja de Sant’Ana na comunidade dos Bairros Aldeia e Vila Liberdade, na BR 222. Já começámos os alicerces. Também, de quebra, os presentes que você estaria oferecendo para o pároco convido a colocar seu valor nos envelopes dos Ofertórios. Desde já obrigado.

2)- Tem exposição do SS.mo Sacramento porque é o primeiro domingo.

3)- O Bairro Vila Liberdade agradece ao vereador Netinho porque conseguiu lâmpadas para os todos os  postes.

4)- No próximo dia 12/3 reunião com as coordenações da Pastoral Familiar (Centro e Bairros)

5)- No dia 07/3 reunião com os Ministros da Eucaristia.

6)- No dia 08/3 reunião com os formados em teologia e com os que estão se formando.

7)- No dia 09/3 reunião com os Colegiados

8)- Nesta semana visitas da Quaresma em Santa Teresinha dias 6 e 7. E São Raimundo dias 8 e 9

9)- VIA-SACRA: Quem quiser participar como atores da VIA SACRA 2018 ainda tem vaga. Convocados 10 elementos da PJ; 10 elementos da RCC; 10 elementos dos Acólitos; 10 elementos do Shallon e 10 elementos do Caminho. E outros que não fazem parte desses Movimentos estão também convidados.

10)- Ritos de batismo para a Páscoa: 18/3 primeiro Rito às 10.00h; 25/3 segundo rito, às 15.00h. Batismo no dia de Páscoa às 15.00h.

11)- Semana Santa: Domingo de Ramos, Quinta Feira Santa e Sábado Santo em dois Polos: Na igreja de Santo Antônio e na Matriz, nos mesmos horários: Domingo de Ramos às 08.00h; Quinta Feira Santa às 17.00h; Sábado Santo às 20.00h. As visitas a idosos e doentes na comunidade do Centro serão na 2ª e 3ª feira Santa. Quarta, Quinta e Sexta Feira Santa confissões da parte da manhã, a ainda sábado Santo.

 Noticias da diocese:

1)- 03 e 04/3 Assembleia diocesana de RCC

2)- 02 a 04/3 Estudo diocesano do evangelho de São Marcos

3)- dia 08 dia internacional da Mulher

4)- 09 a 11 Estudo diocesano sobre Fé e Política

5)- 09 a 11 Encontro diocesano de coordenadores de Catequese




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