domingo, 21 de fevereiro de 2021

A arqueologia e os ambientes da Idade do Gelo, do Mesolítico, do Paleolítico, do Neolítico, na Idade de Ferro, da Idade do Bronze e do Bronze recente antes dos Patriarcas de Israel.


 

Reportemo-nos à Idade do Gelo, 9.000 anos antes de Cristo. Antes disso os homens viviam em cavernas, quem sabe, desde 200.000 anos atrás. Era a Idade Paleolítica. Sucederam-se a Idade Neolítica ou Idade da Pedra, em que os homens viviam nas montanhas do Iraque.

Na verdade, após a Idade das cavernas, os mais antigos aldeamentos permanentes que se conhecem são de 9.000 anos a.C. Os humanos aprenderam que podiam plantar grãos e controlar  os animais em rebanhos. Foi o tempo em que começa a marcha para a civilização. De civitas, ou cidade.

O maior progresso veio logo depois, aos 4.000 a.C., com a invenção da escrita pelos Sumérios, na Mesopotâmia.

Os primeiros documentos que foram encontrados são documentos inventariais e de negócios. Isto dá sinais do progresso  ascendente da vida econômica.

Nessa época, a vida econômica se concentrava em volta do templo, O mais antigo deus que se conhece era o deus Eridu. Já tinham instrumentos de pedra, de cobre e  cerâmica.  As mais antigas figuras gravadas representam figuras sentadas de deuses, com máscaras que serviam para fins de culto. Para os mortos eles colocavam alimentos e utensílios, sinais da fé da vida além desta.

Os aldeamentos primitivos evoluíram para cidades-estado. A Cidade-Estado era uma teocracia governada pelo deus. A cidade e as terras eram propriedade do deus; o templo era o seu solar. A vida econômica era organizada em torno do templo, com seus jardins, seus campos, e seus depósitos. Todos os moradores eram súditos do deus, trabalhando na sua propriedade.

O chefe temporal da Cidade-Estado era o lugar tenente do deus do templo. O rei era o sacerdote do templo local que governava como representante do deus, e era o administrador das suas propriedades. A tradição dizia que essa realeza era proveniente do céu desde o princípio dos tempos.

Em volta  do templo floresciam também escolas de escrita que deram origem a grandes obras de literaturas épicas e os mitos. Estas histórias e mitos já vinham sendo contadas e transmitidas de épocas imemoriais. Agora, com a invenção da escrita foi possível a sua sobrevivência pela escrita, como o Gilgamesh, que serviu como estrato para outras obras, inclusive o Gênesis bíblico.

Na época do império de Sargão I, dos acádicos, já os reis deixaram de considerar o templo como centro. O centro foi transferido para o palácio residencial do rei. Por isso mesmo se concederam a si mesmos as prerrogativas divinas, eles eram o deus. O rei começou a usar a tiara de pontas, dos deuses, e seu nome aparece com o qualificativo de divino. Muito tempo antes dos “Augustos” de Roma.

A vida quotidiana dos mortais era colocada do mesmo jeito nos deuses nas suas representações do sexo, dos banquetes, numa atitude de bem viver, e luta pelo poder, alguma coisa como agora.

O deus supremo era o senhor da tempestade. Na realidade, como desde os primórdios, é o que mais assusta a humanidade, o senhor da tempestade tinha que ser o maior. Em Israel era o deus-dos-exércitos, porque na luta pelo poder tinha essa função. E a cidade que tinha o deus mais forte era a vencedora. A cidade derrotada é porque o seu deus era fraco.

As calamidades eram a ira de Deus, por conta de uma afronta. Daí veio o culto de apaziguar a ira de Deus  por meio de sacrifícios. Vêm da pré-história os sacrifícios dos animais, e até de seres humanos: pré história que chegou ao Novo Testamento na história dos sacrifícios de animais e do cordeiro.

Hoje em dia tem uma tendência herdada daí, e também da mentalidade judaica como expressa na Carta aos Hebreus, escrita por um judeu convertido, de que a eucaristia é um rito sacrificial. Era por isso que em toda a Idade Média se “assistia à missa” de joelhos.

As novas orientações indicam que seja de pé para manifestar a ressurreição. Os que hoje pensam voltar ao passado, nos joelhos, esquecem aquela aclamação da Missa: “anunciamos Senhor a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição”(Liturgia eucarística).

Nos tempos antigos do Egito, Idade do Bronze, 3.000 anos a.C aconteceram os maiores avanços do Egito. O faraó não era um vice-rei que governava por eleição divina, nem era um homem que tinha sido deificado, ele era um deus visível entre o seu povo. Nos povos anteriores havia códigos de leis. O primeiro código conhecido é o de Ur III em 1.800 a.C. Porém o faraó não tinha nenhum código de leis. Lá tudo era imutável porque o mundo se segurava no seu centro que era o faraó.

Nessa época do Bronze antigo foram construídas as maiores pirâmides do Egito, as moradas dos reis-deuses, e exploradas as minas de cobre do Sinai. Floresceu nessa época a maior literatura do Egito, entre ela tinha profetas e textos execratórios, que eram tipos de previsões escritas contra os inimigos. Foram encontradas estelas desfeitas em cacos que significavam que as profecias tinham-se realizado no esmagamento dos inimigos contra quem era dirigidas. Entre os profetas ficou famoso o profeta Neferti, da corte do faraó.

Ainda não tinha chegado o tempo dos Patriarcas de Israel, nestes anos de 3.000 a.C.  Chegou a Idade do Bronze recente, 2060-1.900 em que houve uma convulsão geral nesse mundo antigo. A história conta centenas de migrações em todo o Oriente Médio. Povos antes nunca vistos invadiram e destruíram cidades e civilizações. Entre esses, depois dos Sumérios, vieram os acádicos, amoritas, babilônicos, ugaríticos, hurrianos, hititas, indo-arianos, e finalmente os Hicsos. Com estes hicsos o Egito, que tinha caído na mãos de muitos invasores, conseguiu levantar-se e continuar formando um império ainda maior do que os precedentes. É neste cenário que devem ser colocadas as narrativas dos capítulos 12-50 do Gênesis.

Com isso ficamos sabendo que os capítulos 12 a 50 do Gênesis formam o primeiro capítulo da história teológica dos seis primeiros livros da Bíblia. E também como foi antecedida essa narrativa teológica tendo como pressupostos toda a arqueologia desde a Idade   do Gelo, do Mesolítico, do Paleolítico, do Neolítico, da Idade de Ferro, do Bronze primário e do Bronze recente.

P.Casimiro   SMBN

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

 

 

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