domingo, 11 de julho de 2021

Deus diz: “Eu sou o Sol que se manifesta na luz do Sol; sou o Oceano que se eleva na forma das Ondas; sou o UNO que é muitos” (Rami M.Shapiro).

- Deus é o EU SOU de todos- “O Espirito Santo não é judeu nem samaritano, nem é cristão nem muçulmano”.

- “Contemplai o Pai em mim e vejam o EU de vocês todos.”

- Deus diz: “Sou o Sol que se manifesta na luz do Sol; sou o oceano que se eleva na forma das ondas; sou o Uno que é muitos”.

 “ Nada separa Criador de criatura, nada separa o raio e o Sol ; a onda e o Oceano.”

- “ A morte se aplica apenas à personalidade; o verdadeiro eu é eterno”( Rami.M.Shapiro).

“ Jesus é uma flor do Judaísmo cortada em pleno florescer” (Daniel Matt).


Nesta página damos continuidade à matéria  anterior. (Cf.BLOG www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br de 27/7/2021).

Teremos em vista a obra de Beatrice Bruteau, “Jesus segundo o Judaísmo” Paulus, 4ª edição, 2016.

1. O Jesus teológico. “Há uma antiquíssima tradição religiosa segundo a qual as histórias religiosas têm de ser consideradas em termos metafóricos, e não apenas literalmente. Muitas histórias são tratadas dessa maneira na tradição judaica. O que há de interessante, e por vezes frustrante, nas metáforas, é que, se tentar o suficiente, você pode extrair qualquer conceito de qualquer história.”(Lance Fliter, o.c.p.169).

- Muitos dos escritos dos evangelhos “correspondem por coincidência ao formato helênico comum das fábulas sobre realizadores de prodígios. Alguns elementos religiosos do   mundo mediterrâneo divulgavam sagas chamadas aretologias que engrandeciam rotineiramente a fama, as palavras e as obras de um herói, com frequência com o fim exclusivo de atrair novos fiéis ou adeptos”. (Michael J.Cook o.c. p.22-23).

“Seria bom nos engajarmos em tentativas acadêmicas para distinguir o que Jesus de fato disse, e o que lhe é atribuído pelos autores dos evangelhos ou diferenciar entre o que ele pode ter comunicado a seus seguidores e as elaborações teológicas ulteriores de Paulo e João” “Muitas histórias de conflitos com os judeus refletem a situação nas gerações que vieram depois de Jesus quando os evangelhos eram compilados” (Andrew V. Ettin,o.c.97).

- “As disputas quanto à interpretação e aplicação de leis bíblicas foram exageradas pelas polêmicas da época, bem como pela política dos relatórios dos evangelhos em seu próprio ambiente e de depois pela instituição eclesiástica posterior” (Andrew V. Ettin, o.c p. 90).

 “Muitas Palavras de Jesus foram relatadas anos depois por parte interessadas com seus próprios públicos e objetivos”(id. p.90

“A linguagem oral, parábolas e comparações e os exemplos no momento são respostas às necessidades ou estímulos particulares, e aquele que fala não pretende necessariamente que suas palavras sejam solidificadas em posições eternas. Não obstante ao serem tornadas sólidas, elaboradas em forma de “testamento” essas palavras se enrijecem em construções absolutas e duradouras” (Andrew V. Ettin), 94.

O “servo sofredor”: “Os Judeus e a maioria dos estudiosos entendem que remete a Israel.” (Lance Flitter,o.c.p.178)

O absoluto de Deus - “Quando buscamos revelar o absoluto de Deus falamos da verdade. Quando buscamos aplicar os atributos divinos no mundo relativo dos homens e das mulheres, falamos da lei. Separar verdade de lei e lançá-los um contra o outro é trair a integridade que é Deus. A lei aplica verdade a situações cotidianas de nossa vida. A verdade revela que nossa vida nada tem de nosso, dado que ela pertence a Deus; revela que não somos “eus” separados, porém manifestações sem par e temporárias do EU uno, do EU SOU que se acha por trás de todo aquele que diz “eu sou”.(Rami Shapiro),o.c.p.225).

O reino de Deus está entre ou dentro de vocês (Lc.17,20). Essa consciência de Deus como fonte e substância de todas as coisas requer radical mudança de consciência. Exige de nós que vejamos o Uno que é igualmente muitos. É essa mudança radical de consciência que que Jesus alcançou. Jesus voltou ao mundo de seus contemporâneos judeus e tentou ensinar-lhes que também eles contêm o reino dos céus em si mesmos, e que também eles são a um só tempo humanos e divinos” (o.c. p.225).

“ Diz-se que ele alimentou uma multidão, tal como Elias o fizera, e que fez um homem ressurgir dos mortos como Elias e Eliseu fizeram” (G.b.Gamaliel, o.c.p.118).    Curas: O contemporâneo de Jesus, Hanina ben Dosa curou à distância o filho de Gamaliel”. As cobras não o matavam, curava pessoas a distância, fazia chover. E árvores renascer. Assim como Apolônio de Tiana era capaz de ressuscitar mortos, afastava epidemias, ressuscitou uma jovem, desaparecia e aparecia, inivssível. Eliázar expulsava demônios. (Cf.Daniel Matt.o.c. p 104).

Sobre a ressurreição dos justos:  fé que foi recebida da fé iraniana, e vem do problema da reteibuição”. Não deixar  os maus sem castigo e os justos sem prêmio. Aqui não acontece, então é transferido para a outra vida. Aparece esta doutrina na época dos Macabeus (Cf História de Israel, J.Bright, 537).

3. O Jesus histórico.

“O real caráter de nosso primo Jesus tem sido obscurecido pelos exageros publicitários e pelas distorções nos meios de comunicação. Sob tudo isso podemos perceber um perspicaz  mestre com um jeito especial de usar um útil mashá ou parábola e  um dito espirituoso, bom como dotado de uma excelente opinião acerca de sua própria certeza. Mas sua real identidade tem sido coberta por tantas camadas de tradução e transmissão que o Yeshua original não pode ser totalmente revelado” (Andrew V.Ettin o.c. p.92).

“A Palestina do séc.I estava repleta de candidatos a Messias, e Jesus terá sido visto como apenas um outro numa linhagem de pretendentes ao trono de Davi. O que lhes causava preocupações era a ameaça que Jesus representava para a sobrevivência nacional” (Rami. M.Shapiro, o.c.p.221).

 “ Os romanos não faziam distinção entre movimentos religiosos e políticos. Após o assassinato de João Batista ficaram de olho em Jesus e tinham vigias para acompanhar os seus movimentos. Eles tinham o slogan: “onde se fala em religião ali está a sedição”. O verdadeiro motivo da morte de Yesua foi o temor de que o movimento assumisse feições políticas” (Daniel Matt).o.c

 “Herodes ficou alarmado. A eloquência que Jesus tinha era tão grande que o seu efeito sobre as pessoas poderia levar a alguma forma de sedição. Herodes decidiu então que seria melhor entrega-lo e livrar-se dele antes que seu trabalho levasse a uma rebelião. A acusação era de sedição ou de traição” (Josefo, Antiguidades,18,117-118), o.c. p.110).

Um exemplo histórico: Ao rabino Shammai um pagão lhe pediu “converta-me, desde que me ensine toda a TORÁ enquanto eu conseguir me manterá num só pé. Ele o mandou embora de volta. O mesmo foi ter com o rabino Hillel que logo lhe disse: “Não faça aos outros o que não quer que façam a você mesmo”, o resto são comentários”. Comparando com Jesus: “Destes dois mandamentos depende toda a Lei e os Profetas”  (Lawrence Edwuard, o.c.187).

Sobre os samaritanos: “Muitos dos antigos samaritanos tinham sido convertidos à força por João Hircano I no século II antes de Cristo na guerra dos Macabeus.(Daniel Matt, p.105).

Definição de Jesus: “Jesus foi um judeu super piedoso, intensamente apaixonado por Deus, embriagado do Divino, anticonvencional e extremo em sua devoção a Deus e ao semelhante” (Daniel Matt, p.103).

“Quando os meus olhos se encontram com algo que me parece o “autêntico” Jesus vejo outro par de olhos judeus e posso respeitar a pessoa que me olha de volta com seus olhos” (Lance Flitter, o.c.p.174).

Reflexões do rabino Rami M.Shapiro: “Passado algum tempo abri os olhos e percebi à minha frente um grande crucifixo. Também percebi que Jesus chorava. Ouvi de repente uma voz, Jesus falava comigo: “rabino, disse ele, o que você está fazendo aqui? Respondi: Rabino Jesus, o que você está fazendo aí?” E nós dois nos fitamos durante longo tempo. Jesus finalmente respondeu: “Não é terrível que eles tenham trucidado milhões de pessoas em meu nome? E ouço o clamor da alma dessa gente, todos meus irmãos e irmãs, diga-lhes que parem de matar em meu nome” (o.c. p.160).

A água da samaritana: “Essa sede só chegou ao fim quando se mostra que o eu é uma parte do todo que é Deus.” (p.225)

- Deus é o EU SOU de todos- “O Espirito Santo não é judeu nem samaritano, nem é cristão nem muçulmano”.

“O mito do filho de Deus explode na verdade segundo a qual todo ser humano, toda criatura, toda a qualquer coisa é uma encarnação de Deus” (id).

- “Jesus deixa claro que não é Jesus que é Deus, e sim Deus que é Jesus”.

“O reino de Deus está dentro de vós”: Lc.17,3. Lucas pretendia comentar o versículo  que diz  “a lei não está no céu, está ao nosso alcance para que a coloquemos em prática” (Dt 30,11).(id)

- “No mundo do absoluto não existe tempo, não há nascimento nem morte, não existe mudanças. Deus foi e será o EU de todos”.

- “Contemplai o Pai em mim e vejam o EU de vocês todos.”

- Deus diz: “Sou o Sol que se manifesta na luz do Sol; sou o oceano que se eleva na forma das ondas; sou o Uno que é muitos”.

 “ Nada separa Criador de criatura, nada separa o raio e o Sol ; a onda e o Oceano.”

- “ A morte se aplica apenas à personalidade; o verdadeiro eu é eterno”( Rami.M.Shapiro).

“ Jesus é uma flor do Judaísmo cortada em pleno florescer” (Daniel Matt),o.c.110

No documento “A Alegria do evangelho” eis as palavras do Papa Francisco referindo-se aos nossos irmãos judeus: “A Igreja que partilha com o Judaísmo uma parte importante da Escritura Sagrada considera o Povo da Aliança e a sua fé como uma raiz sagrada da própria identidade cristã. Não podemos considerar o judaísmo como uma religião alheia.

O diálogo e a amizade com os filhos de Israel fizeram parte da vida dos discípulos de Jesus. Somos levados a lamentar as terríveis perseguições de que foram vítimas, em particular as praticadas quando envolveram cristãos

A Igreja também se enriquece quando recolhe os valores do Judaísmo. Há uma rica complementaridade que nos permite ler juntos os textos da Bíblia, e ajudar-nos mutuamente a desentranhar as riquezas da Palavra” (Alegria do Evangelho, nn. 247-249).

P. Casimiro João     smbn


 

Nenhum comentário: