segunda-feira, 1 de julho de 2024

COMO AS CARTAS NÃO AUTÊNTICAS DE PAULO EXCLUIRAM AS MULHERES DA LIDERANÇA.

São Paulo sempre incluiu as mulheres nos serviços e lideranças das comunidades, como vem em suas Cartas. Depois da morte de Paulo um discípulo dele redigiu as hoje chamadas “Cartas Pastorais”, onde se excluíam as mulheres. Várias tentativas houve para fazer o primeiro cânon do Novo Testamento. Marcião tentou fazer o seu primeiro cânon e ainda não tinha em mãos essas Cartas e por isso não as incluiu. São Justino fez uma segunda tentativa do cânon e não as incluiu, apesar de já conhecê-las. Santo Irineu, anos depois, também teve conhecimento dessas Cartas, e as incluiu no seu cânon que veio a ser a terceira tentativa do cânon do Novo Testamento. E foi desta inclusão que resultou a exclusão de mulheres do culto. Quais eram os reais motivos da exclusão? Os reais motivos eram a competição entre Roma e as comunidades evangelizadas por Paulo, que se acirrou depois da morte dele.  Para esta situação não devemos esquecer que Irineu era do Ocidente e tinha uma formação romana, e entre Roma e as regiões evangelizadas por Paulo houve sempre confrontos e disputas de poder e de opiniões, como dissemos. Está aí uma das grandes motivações iguais a muitas outras que têm acontecido na história até hoje. “Além da falta de uma autoridade central, onde as coisas ainda eram deixadas segundo as influências, notemos outra observação pertinente: “Para a formação do cânon não se importavam com a “inspiração uma vez que os primeiros cristãos todos eles se achavam inspirados pelo Espírito Santo. Daí que alguns mais ousados arriscavam fazer esse tipo de Cartas às Igrejas e botavam o nome de uma autoridade como de um apóstolo mesmo que já tivesse falecido” (H.Koester,o.c.p.15 §7.1c).

Conclusão.  Há erros e acertos de Santos na história da Igreja. Tivemos ocasião de ver aqui acertos e erros, erros e acertos. Infelizmente, muitas vezes os erros permanecem mais tempo do que os acertos. Já notamos o tanto de livros e o tanto de tinta perdidos para recompor os erros da teologia de Agostinho que “condenava” as crianças não batizadas e as excluía do céu? Infelizmente isso fez a cabeças de todos os pregadores e missionários que tomavam sobre si a única tarefa de batizar sem nunca ensinar mais coisíssíma nenhuma até aos nossos dias, e se propunham atravessar mares nem que fosse para salvar, entenda-se “batizar” uma  única “alma”.

P.Casimiro João    smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

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