Quem
não serve não ama. O evangelho de São João nos surpreende quando coloca no fim
da vida de Jesus um único mandamento que ele deixou bem visualizado no serviço
do lava pés: o mandamento do amor e do serviço. A doutrina pode dividir as pessoas,
o amor que se torna serviço pode somente unir.
Na
verdade, o amor vale mais do que a fé. A doutrina precisa de formulações
segundo as diferentes culturas; o amor que se torna serviço é a linguagem
universal que todos podem compreender.
A
doutrina pode se impor; o serviço somente se oferece. O amor quando se traduz
em serviço torna-se visível, e é o único distintivo dos que aceitamos Jesus; “nisto
todos saberão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns pelos outros”.
(Jo.13,35) .
Pelo
contrário, quando falta o amor aprontam-se outros distintivos como fardas,
insígnias, roupagens e decorações com as quais nos queremos mostrar como
religiosos. Na verdade “batas”, “fardas” ou “insígnias” estão ligadas a
determinado contexto cultural limitado geograficamente a uma parte específica
do mundo ao passo que o amor que se traduz em serviço é a linguagem universal
que não conhece limites ou fronteiras geográficas reconhecida por todos.
Pensemos
nos serviços dos “Médicos sem fronteiras”, uma organização humanitária
internacional que leva cuidados médicos a todas as parte do mundo.
Pensemos
também na maior ONG mundial que é PASTORAL DA CRIANÇA, nascida no Brasil e
presente em mais de 70 países fundada pela doutora Zilda Arnes.
Tanto nos
Médicos sem Fronteiras como na Pastoral da Criança a fé pode ser diferente, mas
o amor que se traduz em serviço é o mesmo.
Na
verdade a doutrina pode se impor e pode desunir; o serviço somente se oferece e
só tem a missão de unir.
O bom
pastor Jesus, e o bom pastor Papa Francisco alimentando e segurando as famílias
com vinte colunas na construção da torre de uma boa família.
Jesus
pautou-se sempre pelo bom senso, e pela sensatez, que quer dizer bom senso, e
faz a pessoa sensata.
Um dia teve esta afirmação exemplar: “ Qual de vocês,
querendo construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos para ver
se tem o suficiente para terminar? (Lc. 14,28) Isto leva-nos a pensar que a
família é essa torre para construir.
Porque assim? Porque é uma construção
alta, elevada. A família está nos olhares de todo mundo: “fulano casou, sabe,
já reparou naquela família, como são pessoas bem educadas, e aqueles filhos,
que amor de crianças”?
O Papa Francisco dá umas vinte colunas que eu selecionei
no Documento “A ALEGRIA DO AMOR” para a construção da torre de uma boa família.
Primeiro, saber gerir o erotismo. “Não
podemos de maneira nenhuma entender a dimensão erótica do amor como um mal
permitido, ou como um peso intolerável, mas como um dom de Deus que embeleza o
encontro dos esposos, evitando a obsessão por um único tipo de prazer, o que
acabaria por debilitar e combalir o próprio prazer e prejudicar a família” (147
e 152). 2)- Desenvolver o hábito de dar real
importância ao outro (138).3. Despojar-se das pressas, colocar de lado as
próprias necessidades e urgências, e dar espaço ao outro. (137). 4) O diálogo
que é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver e exprimir e
maturar o amor, e desenvolve o hábito de dar importância ao outro. (118). 5) O
uso de 03 palavras importantes: com licença, desculpa, obrigado(133). 6) Saber
amar sem a imperiosa necessidade de possuir (127). 7. A vida toda, tudo em
comum. “Os filhos querem não só que os pais se amem, mas também que sejam fiéis
e permaneçam juntos (123). 8) Saber esperar e confiar, o que significa que
nesta vida nem tudo acontece como se deseja, mas saber que Deus escreve direito
por linhas tortas, o que significa saber tirar alguns bens dos males que não se
consegue vencer nesta terra. (116), o que leva também a saber banir as
suspeitas.(113). 9) Saber elogiar o outro e alegrar-se pelo bem do outro. “O
amor convive com a imperfeição, desculpa-a, e sabe guardar silêncio perante os
limites do ser amado. (113) 10. Saber perdoar-nos a nós mesmo para compreender
e perdoar o outro. (107). 11)Não inventar todo tipo de más intenções para não tornar-se cruel perante
qualquer erro do outro. (105) 12. Saber que a carícia é o condimento do dia a
dia e da noite. “às vezes é suficiente uma carícia sem palavras; mas nunca
permita que o dia em família termine sem fazer as pazes.” (104) 13. Não
procurar seu próprio interesse, e não cuidar somente do que é seu, mas cuide também do que é dos outros”.(101)
14) O elogio. A pessoa que ama é capaz de dizer palavras de incentivo que
confortam, fortalecem, consolam, estimulam. Diga palavras como “coragem”, você
merece, você é lindo, linda”.(100) 15.Saber olhar nos olhos. A fim de se
predispor pra um verdadeiro encontro, requer-se um olhar amável, pousado
nele”(id). 16) Detestar fazer os outros sofrer (99). 17.Banir a lógica do
domínio de uns sobre os outros, e a competição (98). 18) Não falar muito de si,
mas centrar-se no outro (95 e 97) 19. Reconhecer o direito dos outros à sua
felicidade (96) 20. Finalmente, a paciência, que leva a evitar fazer da família
um campo de batalha, levando cada um a não querer ser o centro, e nem que se
cumpra unicamente a sua vontade, mas promovendo e procurando o bem dos outros,
e o crescimento de todos numa atitude permanente de serviço, descobrindo cada
vez mais que amar é fazer o bem.
Com
estes tijolos em mão, construirá a torre da sua família
LEMBRANDO O Pe.NEVES:
19/04/2018 – Há 03 anos nos deixou e
foi ao encontro definitivo com o Senhor o Padre Manuel dos Santos Neves.
Missionário autêntico e fiel ao seguimento do Evangelho, que conquistou a sua
coroa na Glória e que em nenhum momento fraquejou mesmo que muitas vezes o seu
rebanho não compreendesse a mensagem que ele queria transmitir.
Após 03 anos de sua partida algumas
pessoas ainda esperam encontra-lo e muitos dizem não acreditar que já não está
conosco. Ouvimos muitas vezes a frase: “Lembre-se do legado do Padre Neves e
lute por ele”. Então eis aqui alguns dos legados do Padre Neves que não devemos
esquecer jamais:
*Amor e respeito à Família – uma das
frases que sempre dizia: “Brinquem em família, mas não brinquem com a família”.
*Amor à Eucaristia (e como a amava) ele
sempre dizia: ”Domingo sem missa, semana sem graça”. E “Cristo está aqui,
faça-lhe companhia! “Ao passar aqui na praça lembre-se de visitar Jesus que
está a tua espera no Sacrário”.
*Amor ao sacramento da Penitência,
colocava-se sempre ao dispor dos fiéis para ouvi-los em confissão, aos
catequisandos cobrava sempre a atenção para a 1ªquinta-feira do mês, e não
deixarem de fazer a 1ªsexta-feira.
*Amor à vida e em defesa da vida:
Quantas vezes Padre Neves convocava os paroquianos para sair às ruas e lutar
contra o aborto, contra a falta de água na cidade e outros problemas que
surgissem na cidade. Lutou e muito por uma Política justa para todos e não a
politicagem.
*Amor e defesa dos mais necessitados,
os que não tinham trabalho, nem terra para cultivar, direito a uma boa saúde e
uma boa educação. Pe Neves nunca teve medo de denunciar as injustiças.
O
Amor por Chapadinha: amava tanto esta cidade que mesmo doente nunca deixava de
lutar pelos direitos do povo. Com certeza ao chegar ao Céu diante do Senhor
deve ter dito as mesmas palavras que disse ao chegar em Chapadinha: “Lutei,
Venci, Estou aqui”. Só temos a agradecer a Deus a vida deste homem que lutou
até o fim para que todos tenham vida e vida em abundância. (Gnu de Sousa Meireles, Secretária
Paroquial
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