sábado, 21 de abril de 2018

A RELIGIÃO DA DOUTRINA E A RELIGIÃO DO AMOR. A DOUTRINA PODE SE IMPOR E PODE DESUNIR; O SERVIÇO SOMENTE SE OFERECE E SÓ TEM A MISSÃO DE UNIR.




Quem não serve não ama. O evangelho de São João nos surpreende quando coloca no fim da vida de Jesus um único mandamento que ele deixou bem visualizado no serviço do lava pés: o mandamento do amor e do serviço. A doutrina pode dividir as pessoas, o amor que se torna serviço pode somente unir.

Na verdade, o amor vale mais do que a fé. A doutrina precisa de formulações segundo as diferentes culturas; o amor que se torna serviço é a linguagem universal que todos podem compreender.

A doutrina pode se impor; o serviço somente se oferece. O amor quando se traduz em serviço torna-se visível, e é o único distintivo dos que aceitamos Jesus; “nisto todos saberão que vocês são meus discípulos, se tiverem amor uns pelos outros”. (Jo.13,35) .

Pelo contrário, quando falta o amor aprontam-se outros distintivos como fardas, insígnias, roupagens e decorações com as quais nos queremos mostrar como religiosos. Na verdade “batas”, “fardas” ou “insígnias” estão ligadas a determinado contexto cultural limitado geograficamente a uma parte específica do mundo ao passo que o amor que se traduz em serviço é a linguagem universal que não conhece limites ou fronteiras geográficas reconhecida  por todos.

Pensemos nos serviços dos “Médicos sem fronteiras”, uma organização humanitária internacional que leva cuidados médicos a todas as parte do mundo. 

Pensemos também na maior ONG mundial que é PASTORAL DA CRIANÇA, nascida no Brasil e presente em mais de 70 países fundada pela doutora Zilda Arnes. 

Tanto nos Médicos sem Fronteiras como na Pastoral da Criança a fé pode ser diferente, mas o amor que se traduz em serviço é o mesmo.

Na verdade a doutrina pode se impor e pode desunir; o serviço somente se oferece e só tem a missão de unir.

O bom pastor Jesus, e o bom pastor Papa Francisco alimentando e segurando as famílias com vinte colunas na construção da torre de uma boa família.


Jesus pautou-se sempre pelo bom senso, e pela sensatez, que quer dizer bom senso, e faz a pessoa sensata. 
Um dia teve esta afirmação exemplar: “ Qual de vocês, querendo construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos para ver se tem o suficiente para terminar? (Lc. 14,28) Isto leva-nos a pensar que a família é essa torre para construir. 
Porque assim? Porque é uma construção alta, elevada. A família está nos olhares de todo mundo: “fulano casou, sabe, já reparou naquela família, como são pessoas bem educadas, e aqueles filhos, que amor de crianças”? 

O Papa Francisco dá umas vinte colunas que eu selecionei no Documento “A ALEGRIA DO AMOR” para a construção da torre de uma boa família. Primeiro, saber gerir o erotismo. “Não podemos de maneira nenhuma entender a dimensão erótica do amor como um mal permitido, ou como um peso intolerável, mas como um dom de Deus que embeleza o encontro dos esposos, evitando a obsessão por um único tipo de prazer, o que acabaria por debilitar e combalir o próprio prazer e prejudicar a família” (147 e 152). 2)- Desenvolver o hábito de dar real  importância ao outro (138).3. Despojar-se das pressas, colocar de lado as próprias necessidades e urgências, e dar espaço ao outro. (137). 4) O diálogo que é uma modalidade privilegiada e indispensável para viver e exprimir e maturar o amor, e desenvolve o hábito de dar importância ao outro. (118). 5) O uso de 03 palavras importantes: com licença, desculpa, obrigado(133). 6) Saber amar sem a imperiosa necessidade de possuir (127). 7. A vida toda, tudo em comum. “Os filhos querem não só que os pais se amem, mas também que sejam fiéis e permaneçam juntos (123). 8) Saber esperar e confiar, o que significa que nesta vida nem tudo acontece como se deseja, mas saber que Deus escreve direito por linhas tortas, o que significa saber tirar alguns bens dos males que não se consegue vencer nesta terra. (116), o que leva também a saber banir as suspeitas.(113). 9) Saber elogiar o outro e alegrar-se pelo bem do outro. “O amor convive com a imperfeição, desculpa-a, e sabe guardar silêncio perante os limites do ser amado. (113) 10. Saber perdoar-nos a nós mesmo para compreender e perdoar o outro. (107). 11)Não inventar todo tipo de más  intenções para não tornar-se cruel perante qualquer erro do outro. (105) 12. Saber que a carícia é o condimento do dia a dia e da noite. “às vezes é suficiente uma carícia sem palavras; mas nunca permita que o dia em família termine sem fazer as pazes.” (104) 13. Não procurar seu próprio interesse, e não cuidar somente do que é seu,  mas cuide também do que é dos outros”.(101) 14) O elogio. A pessoa que ama é capaz de dizer palavras de incentivo que confortam, fortalecem, consolam, estimulam. Diga palavras como “coragem”, você merece, você é lindo, linda”.(100) 15.Saber olhar nos olhos. A fim de se predispor pra um verdadeiro encontro, requer-se um olhar amável, pousado nele”(id). 16) Detestar fazer os outros sofrer (99). 17.Banir a lógica do domínio de uns sobre os outros, e a competição (98). 18) Não falar muito de si, mas centrar-se no outro (95 e 97) 19. Reconhecer o direito dos outros à sua felicidade (96) 20. Finalmente, a paciência, que leva a evitar fazer da família um campo de batalha, levando cada um a não querer ser o centro, e nem que se cumpra unicamente a sua vontade, mas promovendo e procurando o bem dos outros, e o crescimento de todos numa atitude permanente de serviço, descobrindo cada vez mais que amar é fazer o bem.
Com estes tijolos em mão, construirá a torre da sua família

LEMBRANDO O Pe.NEVES:

19/04/2018 – Há 03 anos nos deixou e foi ao encontro definitivo com o Senhor o Padre Manuel dos Santos Neves. Missionário autêntico e fiel ao seguimento do Evangelho, que conquistou a sua coroa na Glória e que em nenhum momento fraquejou mesmo que muitas vezes o seu rebanho não compreendesse a mensagem que ele queria transmitir.

Após 03 anos de sua partida algumas pessoas ainda esperam encontra-lo e muitos dizem não acreditar que já não está conosco. Ouvimos muitas vezes a frase: “Lembre-se do legado do Padre Neves e lute por ele”. Então eis aqui alguns dos legados do Padre Neves que não devemos esquecer jamais:

*Amor e respeito à Família – uma das frases que sempre dizia: “Brinquem em família, mas não brinquem com a família”.

*Amor à Eucaristia (e como a amava) ele sempre dizia: ”Domingo sem missa, semana sem graça”. E “Cristo está aqui, faça-lhe companhia! “Ao passar aqui na praça lembre-se de visitar Jesus que está a tua espera no Sacrário”.

*Amor ao sacramento da Penitência, colocava-se sempre ao dispor dos fiéis para ouvi-los em confissão, aos catequisandos cobrava sempre a atenção para a 1ªquinta-feira do mês, e não deixarem de fazer a 1ªsexta-feira.

*Amor à vida e em defesa da vida: Quantas vezes Padre Neves convocava os paroquianos para sair às ruas e lutar contra o aborto, contra a falta de água na cidade e outros problemas que surgissem na cidade. Lutou e muito por uma Política justa para todos e não a politicagem.

*Amor e defesa dos mais necessitados, os que não tinham trabalho, nem terra para cultivar, direito a uma boa saúde e uma boa educação. Pe Neves nunca teve medo de denunciar as injustiças.

O Amor por Chapadinha: amava tanto esta cidade que mesmo doente nunca deixava de lutar pelos direitos do povo. Com certeza ao chegar ao Céu diante do Senhor deve ter dito as mesmas palavras que disse ao chegar em Chapadinha: “Lutei, Venci, Estou aqui”. Só temos a agradecer a Deus a vida deste homem que lutou até o fim para que todos tenham vida e vida em abundância. (Gnu de Sousa Meireles, Secretária Paroquial

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