Comecemos pela figura de “Filho do
Homem”. A figura de Jesus como Filho do
homem está relacionada à ideia do povo oprimido de Israel, após a morte de
Jesus.
Na verdade, a nova comunidade precisava de uma figura que não se
relacionasse com a instituição militar, política e nem sacerdotal, precisava de
uma figura que ficasse do lado de suas necessidades, e que soubesse o que era
justiça para eles, porque não confiavam mais em estruturas religiosas e políticas.
Aliás, filho do homem também podia definir qualquer mortal: “O que é o homem
Senhor para vós, porque dele cuidais tanto assim, e no filho do homem pensais”?(Sal.143,4).
Para eles quem era Jesus? Era profeta e
amigo e eles acreditavam que sua proclamação era verdadeira. Que ele morreu
como os outros profetas já provava a retidão de seu ensinamento.
A figura de “filho do homem”, tirada do cap. 7 de Daniel, já tirada do livro de
Enok o etíope e de Esdras, 4,13 é uma figura simbólica do fim dos tempos e o
líder do rebanho dos eleitos. Por isso a ele iria ser dada a incumbência divina
de reunir e julgar os eleitos no fim dos tempos, colocando uns à direita e
outros à esquerda (Mt.25,31).
Portanto, o “Filho do homem” era uma noção
popular para os camponeses em geral; era a expectativa de que finalmente o
homem certo estava do lado deles, era ele, Jesus, o filho do Homem.
Assim, a classe camponesa oprimida da
Palestina aceitava alegremente a figura do filho do homem, de preferência à de “Messias.
E o que era a figura do “Messias”, ou “Cristo”? CRISTO era o nome que começou e
ficou sempre associado e junto a Jesus, “Jesus Cristo”. Isto aconteceu porque o
cristianismo começou a passar para os gregos, que aportaram ao cristianismo a
sua cultura helenística. E justamente na cultura helenística ou grega não era
adequado que a pessoa tivesse um nome só. Tinha que ser não só “Jesus”, mas “Jesus
Cristo”.
E mais: como os cristãos posteriores e
mormente os helenistas foram perdendo a noção do Jesus que viveu na Palestina,
e não o tinham conhecido, então não ligavam muito àquela figura sofrida “o
filho do carpinteiro”, que tinha vivido como operário e tinha até sido
crucificado.
A eles interessava um Jesus e um Cristo glorioso com poderes
guerreiros e militares. E foram sabendo que o rei Davi tinha sido o escolhido para ser o pai de um Messias ou
Ungido, o “Cristo”. Na linguagem grega o Ungido e Messias traduziam por “Cristo”.
Foi assim associado ao Jesus terreno o
termo real e militar CRISTO. A identificação de Jesus como Jesus Cristo começou
a se espalhar. Até que, note bem, a palavra “Filho do Homem” nunca foi
traduzida para o grego mas somente as palavras “ungido ou messias” com o nome
de “Christos”, Cristo.
Assim sendo, o Cristo como rei
governador e militar (título régio) era o esperado como restaurador do reinado
de Davi, ligado a Deus e imbuído de poderes sobrenaturais. Então Jesus foi deixando
de ser olhado e contemplado como o “Jesus terreno”, mas o Jesus ressuscitado
como “Christos”(Cristo) que vai exercer esse poder no fim dos tempos.
E o que é a palavra “Cosmocrator”? É o
Cristo restaurador que começa a exercer a autoridade de Deus não por “usurpação”
como diz a carta aos filipenses (2,6), mas por substituição. E que foi aclamado
como criador do próprio cosmos, ou seja o criador preexistente do próprio mundo.
Aqui, na concepção e na conexão com outras divindades helenísticas e olímpicas,
o conceito de “Cosmocrator” transforma-se em poder de governo imperial.
Na verdade, a restauração esperada
começou a ficar ligada a uma pessoa agora elevada ao céu. As comunidades
começaram confessando sua fidelidade a essa pessoa e tinham confiança que ela
era íntima e dependente daquele que endireita o mundo, e que está ao lado de
Deus, e assim a comunidade acredita que participava da mudança radical da
realidade do mundo e celebrava sua nova existência já manifestada na própria
comunidade.
Assim como Jesus de Nazaré, o Cristo,
foi transformado em Senhor do mundo (Cosmocrator), assim os membros das
comunidades tinham a fé de que sua realidade fosse também transformada ds forma
radical como a dele foi transformada.
Em resumo, tivemos ocasião de ver o
significado dos nomes de Jesus como “Filho do Homem”, “Cristo” e “Cosmocrator” e
o que isso poderá significar para a evolução histórica do Cristianismo e dos
impérios que que se originaram.
NOTICIÁRIO:
1)-
Dia 1º de Maio tem CRISTOTECA no RINCÃO, ao cuidado do Prof. Bernardo Ayres,
com muitas atrações. Participe. Todo dia você encontrará ambiente de festa e
muita alegria, com músicas ao vivo o dia todo, danças, feijoada e muita animação.
O objetivo é colaborar com a construção da igreja de Sant’Ana da Aldeia e Vila
Liberdade.
2)
Dia 03 é a primeira 5ª feira com confissões na matriz.
3)-
Dia 04, sexta feira convoco as equipes do financeiro dos Bairros (CAE's) e do Centro
numa reunião no CBNET às 19.00h. Sua presença
é muito importante.
4)-
Sábado tem a Primeira Comunhão na igreja de S.Francisco do Bairro da
Cruz.
5)-
Hoje encerra o Encontro diocesano da Pastoral da Criança que aconteceu em
S.Bernardo.
6)- Sábado tem a Missa de Unidade
do 1º sábado e tem a Bênção e envio das Imagens para a peregrinação
de Maio
7)- Próximo domingo, dia 06, Missa
da Pastoral Familiar e das pastorais de todos os Bairros, com a Bênção e
Envio das Imagens da Sag. Família e das Cartilhas das reuniões.
8)- Programações da Catequese: 12
e 13 de Maio: Homenagem às Mães nas comunidades. Visitas da Sagrada Família às
famílias. Encontros de pais e catequizandos nas comunidades
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