“Jesus existiu mesmo
ou é um mito inventado pelas Igrejas?
Você não acha esquisito não termos provas da existência histórica dessa
pessoa tão importante? Há apenas testemunhos apresentados de forma muito
interessada e suspeita. Estou cada vez mais convencido, pela história e pelos
fatos, que por trás de tudo isso há verdadeira conspiração para legitimar o
poder do Cristianismo em dominar as pessoas”. (Jovem universitário, 19 anos,
confessa-se agnóstico mas católico na infância).
Será que não é olhar
com desconfiança para a credibilidade das instituições religiosas que anunciam
Jesus? Que crédito estão dando as doutrinas sobre Jesus?
Vejamos outro
testemunho: “Não concordo com muitas coisas dentro da Igreja. Muitos manipulam,
enganam e exploram com muitas coisas sempre repetitivas e chatas e decoradas.
Considero que Jesus foi um dos homens mais sábios que já viveu neste mundo.
Era
bom, denunciava as injustiças e sempre procurava ajudar os doentes, pobres e
pecadores. Eu também procuro ser do bem. Essa é a minha religião” (Jovem
universitário de 22 anos).
Neste testemunho
manifesta-se a explícita admiração pela pessoa e traços da vida de Jesus, mas
profunda desafeição pela maneira como ele é explicado. Estes Jovens lançam um
olhar crítico para as instituições religiosas
cristãs e denunciam, no dizer do teólogo P.Libânio, os seus aspectos
contraditórios e ambivalentes ou ambíguos (Linguagens sobre Jesus, p.17).
Tem outro que critica
quem afirma sua deste jeito: “Eu sei que no dia em que ele quiser, se Jesus
apenas estalar os dedos tudo pode se modificar”. E também: “Eu não preciso me preocupar se vou usar
camisinha ou não. Quando saio de casa, sei que me protege contra o mal, ou
mesmo de gravidez indesejada”.
Têm razão de criticar
quem atribui a Deus o mal ou o bem de que a pessoa é responsável. Se não deu
certo vai dizer “porque Deus permitiu? Porque Deus não me protegeu?” É como
quando o fulano encheu a cara e se matou num acidente de mota e alguém reclama
“porque Deus levou o meu filho”? Mas eu pergunto, foi Deus ou foi a cachaça?
E o seguinte
testemunho: “O pastor dizia, a Palavra de Deus ensina que Jesus, o Filho que
está sentado à direita de Deus, vai voltar em breve no meio das nuvens. E então
será o fim dos tempos e ele julgará os vivos e os mortos. Os fiéis serão
levados para o paraíso e os infiéis irão para o fogo eterno do inferno.
Para
não irmos para o inferno tínhamos que
confessar publicamente que Jesus é o Senhor e único Salvador. Percebei que,
mesmo fazendo a confissão de fé, eu continuava com as mesmas dificuldades do
dia a dia, percebi que alguma coisa estava errada na minha Igreja.
Conheci
pessoas que não fizeram essa confissão de fé em Jesus e são pessoas
maravilhosas. Quando falei com o meu pastor sobre isso, ele me disse sem
conhece-las, que eu deveria afastar-me desses filhos das trevas e que elas
seriam más companhias utilizadas pelo diabo para desviar-me do caminho da
salvação.
Meu Deus, a partir daí resolvi me desgarrar. Eu não queira mais
receber aquela lavagem cerebral” (Jovem universitário de 22 nos, fui evangélico
e hoje sou sem religião)
Temos que nos
perguntar o que vai mudando e o que tem que mudar na nova ótica de olhar a vida
e o mundo diante de uma visão inadequada aos novos tempos de hoje. Primeiro:
merece atenção a ingenuidade acrítica da
leitura bíblica literal e a compreensão infantil em relação aos processos e
acontecimentos históricos.
Toca às
Igrejas cristãs oportunizar às presentes gerações o acesso às atualizações
bíblicas para os nossos tempos, no dizer o teólogo citado P.Libânio.
Segundo: Superar a
leitura bíblica fundamentalista ou literalista que se tornou algo incontornável
para a vivência da fé no contexto atual.
Terceiro, promover a aproximação crítica em relação às contribuições
oferecidas pelo instrumental analítico da sociologia, da filosofia, da
antropologia e da nova cosmologia que perpassa em linha transversal todas as
páginas da Bíblia.
“Se isso não
acontecer, acontecerão as consequências seguintes: Diante do processo
irreversível da atual realidade cultural, as Igreja terão em seus quadros
adeptos desadaptados, infantilizados, ou, mesmo esquizofrênicos. Cristãos sem
capacidade de construir respostas adultas e pertinentes aos desafios postos
pela realidade em estamos inseridos.
Cristãos que olharão
as novas ciências com a suspeita de que são inimigas da fé cristã. Cristãos sem
coragem de construir diálogo crítico e autocrítico, condição fundamental para o
crescimento na fé cristã”. (João Batista Libânio, o.c. pag. 38)
Por isso o nosso
título: Os Jovens de hoje e Jesus: Que crédito têm as Igrejas e a Pessoa de
Jesus para os Jovens de Hoje? Sentem-se atraídos e encontram ambiente adequado
para a sua fé?
NOTOCIÁRIO:
1)- Terça feira, dia
08 – Reunião do CPP, sua presença é muito importante.
2)- Neste primeiro
domingo de Maio, dia 06 queremos as presenças de todas as pastorais familiares
dos Bairros e do Centro assim como todo 1º domingo do mês. E em especial hoje
para a bênção e envio das imagens da Sagrada Família para as reuniões nas
casas, e as Cartilhas. Lembre a palavra do P.Neves: Domingo sem missa –
semana sem graça.
3)- Já temos mais
Cartilhas para as reuniões do Ano dos Leigos e mais imagens da Sag. Família.
4)- Sexta, dia 11, tem
a Primeira comunhão na comunidade São Raimundo.
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