A maioria de nossos manuscritos do Novo Testamento é do séc.IV em diante. Nenhum documento original de qualquer escrito do Novo Testamento foi preservado.
Todos
os documentos originais se perderam ou foram destruídos. E dos manuscritos que
restaram, que são 5.000, não há dois manuscritos iguais. E das 1000 Edições
modernas, desde 1415 até agora do Novo Testamento, com a invenção da Imprensa,
também não tem duas iguais entre si.
Jesus
não escreveu nada do Novo Testamento nem há qualquer indício nos evangelhos de
que Ele tenha instruído seus discípulos a registrar suas palavras ou ações. Em
termos de autoria, podemos dizer que o Novo Testamento não é o livro de Jesus.
Um terço dos livros do Novo Testamento é anônimo.
Não
deveríamos supor que o cânon foi formado num grande dia quando algum Papa,
algum bispo ou Concílio escolheu, entre muitos escritos os que deviam pertencer
à coleção dos livros canônicos. Eles foram sendo admitidos pouco a pouco e
aceitos pelas comunidades, uns na Ásia, outros na Grécia e outros em Roma.
Primeiro
foram colecionadas as 14 Cartas atribuídas a São Paulo, chamadas o “Kit
paulino”. Em seguida juntaram mais Sete escritos atribuídos a Pedro
(duas Cartas), a Tiago (1 Carta), a João (três Cartas) por serem os “três
pilares” da Igreja, e outro escrito atribuído a Judas por ser o "outro irmão" de Jesus, para compor o ritmo de outras Sete (E. Boring).
Com
essas 21 Cartas (7+7+7), somando os 4 evangelhos, Atos e Apocalipse, resultaram os 27 livros do
Novo Testamento.
Não
foi em vão que se tomou em conta o número Sete e seus múltiplos porque
adéqua com o símbolo da perfeição, do completo. Sete vezes três
igual a Vinte e Um, além do símbolo 4
dos Evangelhos representando os 4 cantos do mundo onde o Evangelho devia ser
anunciado. Na verdade além dos Quatro, havia ainda o evangelho de Tomé, de
Pedro e de Matias.
As
datas conhecidas, antes do séc.IV, da fixação do cânon, foram as tentativas de Marcião
que listou alguns escritos em 150 d.C, e Santo Irineu em 180 d.C. Avançou mais
o Códice de Alexandria, e o Códice Sinaítico, todos pelo ano de 350 d.C, porém
estes juntavam Cartas de Barnabé e do Hermas. Foi definitiva a atuação de Santo
Atanásio em 367 d.C. para a fixação do cânon atual.
Na
verdade, as 4 primeiras gerações de cristãos não tinham um Novo Testamento,
tinham Cartas que iam guardando e colecionando. A liturgia deles era a da
Sinagoga e daí começaram a arriscar a leitura de alguma Carta. E nesse século
IV em diante é que se fixou o número atual do Novo Testamento.
As
Cartas e Evangelhos não eram da mão dos apóstolos, somente as primeiras Sete
Cartas de São Paulo. As outras Cartas e os evangelhos foram simplesmente
atribuídas, como era o costume da época. Por exemplo no nome de Platão
existem 180 Cartas quando na verdade só escreveu 80.
Não
recebemos os textos do Novo Testamento das mãos de seus autores originais, mas
numa forma editada. Não sabemos o nome de nenhum dos indivíduos que
contribuíram para esse processo, Sabemos que havia a “escola paulina”, a
“escola mateana” e a “escola joanina” que fizeram parte dessa formação.
No
meio dessa formação e dessas edições havia interpolações sucessivas como
em Lucas em versículos da Ceia e após a ressurreição, exemplo Lc.22,19.24.
Assim como se admitem hoje erros de tradução e cópia, erros de audição, como
quando o leitor ditava o texto a ser copiado, e o copista confundia o som.
Outras coisas atribuídas ao cansaço dos copistas, e a palavras que estavam
deterioradas e eles ajeitaram do jeito que lhes parecia melhor.
Em
resumo, é uma tentativa de rever o histórico dos escritos do Novo Testamento, e
de adequar a numeração do número Sete mais Sete mais Sete Cartas e os Quatro
Evangelhos segundo seus símbolos que eram importantes no pensamento da época, mas
que para a época atual estariam fora de cogitação. É importante dizer aqui que
foi muito difícil a aceitação do evangelho de João e do Apocalipse, por causa
de suas conotações com as teorias gnósticas que assumiram.
P.Casimiro
smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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