domingo, 27 de setembro de 2020

Eu trago no meu corpo as marcas de Jesus Cristo (Gál.6,17). O que são os “estigmas” Ou marcas?

São Paulo afirmava isso em resposta e alguns cristãos que faziam questão de mostrar as marcas da circuncisão para não ser dedurados e perseguidos por judeus e pelos romanos

Era porque  os cristãos que já não praticavam mais a circuncisão podiam ser dedurados  e corriam o risco de prisão, e então circuncidavam-se e mostravam as marcas da circuncisão.

Porém São Paulo retrucava: em vez dessas marcas eu mostro claramente que sou de Cristo, e as minhas marcas são de Cristo. Querendo dizer para eles: mostrem também que são seguidores da cruz de cristo e das suas marcas. E ainda: “Os que querem lhes obrigar à circuncisão são homens que se querem impor, só para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Para mim, o mundo está crucificado e eu para o mundo” (Gál. 6,12-14). E não eram sinais ou “estigmas”.

Qual a explicação dos “estigmas”? 

Manifestações psicossomáticas:

Os médicos e os parapsicólogos estão de acordo em que são manifestações psicossomáticas. Hoje em dia é uma coisa certa que até o câncer pode ser produzido pelo inconsciente como efeito psicossomático. Há vários fatores que causam esse tipo de efeito.

1. Autosugestão. A auto sugestão pode produzir na carne da pessoa o que o seu espírito sofre interiormente ou quer produzir.

Apresentamos dois exemplos de duas santas autosugestionadas. Santa Gema Galgani formou chagas que correspondiam perfeitamente em tamanho e posição às chagas de um grande crucifixo diante do qual ela costumava rezar. Noutra senhora, Ana Emunerich, as marcas eram em forma de ípsilon (Y), reproduzindo a forma de um crucifixo em forma de Y onde ela rezava desde a infância.

Uma pessoa em estado de transe ou patológico pode movimentar energias psíquicas e modelar em si mesma esses ferimentos num efeito ideoplástico, ou seja, uma realização fisiológica das suas próprias ideias e desejos para produzi-los em si própria. O médico Adolf Lechler sugestioou uma doente, e ela chorou lágrimas de sangue, e os estigmas da coroa de espinhos na sua fronte também apareceram depois da sugestão.

2. Autopunição. Forma-se uma necessidade inconsciente de autopunição quando no seu íntimo a pessoa contempla os sofrimentos de Cristo e se sente culpada,  por si ou pelos  outros.

3. Obsessão de se parecer com Cristo. O P. Thurston chama de obsessão de certas pessoas contemplativas se conformarem fisicamente com os sofrimentos de Cristo. Ele conta que Elisabeth, uma jovem luterana alemã que depois de assistir um filme da Paixão de Cristo sentiu fortes dores nas mãos e nos pés quando chegou em casa. Aí o dr. Lechler disse para ela que tinha as mãos e os pés perfurados com cravos. E apareceram as feridas por causa dessa sugestão.

O mesmo P.Thurston afirma que “não encontrei até hoje um simples caso de estigmas num indivíduo sadio, é sempre em pessoas de sintomas neuróticos”.

Geralmente estes sintomas são acompanhados de convulsões histéricas, como na conhecida Teresa Neumann que tinha histeria muito grave, com cegueira e paralisia facial

4. O poder inconsciente da mente. Como atrás dito, até câncer o inconsciente pode produzir para sofrer por outros ou como autopunição, quando a pessoa se sente super-rejeitada. O seu inconsciente vinga-se assim para obter a  atenção e a compaixão dos outros.

Outros produzem imunidade física em contato com o fogo, sem queimaduras. Em 1871 um senhor, Daniel Dunglas colocou a cabeça nas chamas sem nem sequer chamuscar os cabelos. O mesmo segurava brasas em suas mãos. Também é conhecido o caso de uma senhora chamada Maria Sonet. Nesse caso chama-se  hipertermia, que é a elevação térmica na pessoa que fica mais abrasadora que o fogo.

5. O poder magnético do corpo humano.

Dá para ver os poderes desconhecidos do nosso corpo, sobretudo em certas pessoas. São Francisco de Assis e o Padre Pio (São Pio) tinham também o complexo ou obsessão de crucificação como atrás falado, que combina com uma maior sugestionabilidade do indivíduo, de querer muito se assemelhar à pessoa do Cristo contemplado.

Os especialistas dizem que estes fenômenos só começaram depois do século XIII em diante. Até lá a Igreja precisava de conversões e então não era oportuno apresentar a cruz de Cristo. Apresentavam-se milagres e curas. Foi no séc.XIII que o crucifixo virou símbolo do cristianismo. E São Francisco foi o primeiro influenciado, digamos com aspas e “contaminado.” E foi um santo de fácil autosugestão como o São Pio.

Já no século XVIII, em 1.756 o Papa Bento XIV explicava como naturais esses fenômenos, não tendo nada de milagres por aí. E dizia assim: “Alguns santos são santos não por causa disso, mas apesar disso”. E também: “Os santos também têm autorização para ser doentes”.

P. Casimiro   smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

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