domingo, 25 de abril de 2021

A religião oficial do Estado de Israel onde havia a união do rei com a religião, deu no que deu: paganizar a religião de Israel.



 

Jezabel, rainha cananeia, casou com Acab e levou para a corte os seus ídolos. Inclusive pretendia fazer de Baal a religião oficial do Estado. Começou perseguindo todos os que continuavam fiéis a Iahweh e à aliança. Foi a época de Elias.

Nos relatos da época aconteceu assim: na pessoa do profeta Elias foi  cristalizada e simbolizada a oposição de todos os fiéis israelitas contra Jezabel. Nessa época, o paganismo canaanita com Acab e Jezabel tomava conta da Palestina do Norte, Israel, e com a perseguição dos javistas leais.

Esta situação começou já com o rei anterior, Amri, que conseguiu posição muito confortável, formando uma corte rica, tanto que era conhecida como a “Casa de Amri”. Foi Amri que formou a capital do Norte, Samaria, cidade por ele comprada aos cananeus. Nessa época certas cidades tinham túneis cavados na rocha para acesso às fontes para servirem de provisão em tempos de guerra.

Acab herdou uma boa posição quando sucedeu a Amri. E levou para o trono Jezabel que excedeu Acab em arrogância e ambição. Até que um grupo de israelitas lhe armaram uma cilada: Foi convidada para um grande culto no templo de Baal e aí foi assassinada.

Isto aconteceu no Norte, Israel. Sempre  o Norte estava em oposição ao Sul, porque não aceitava a sucessão dinástica com Davi. Tinha que ser por carisma e por “intervenção divina”, como desde Saul. No Sul, Judá, também não eram livres da influência pagã. Prestavam culto a “Aserah”, “rainha do céu    “. E nesses cultos corriam livres a “prostituição sagrada” e o homossexualismo.

A gente vê na Bíblia as críticas contra o reino do norte, mas isto porque o livro dos Reis foi escrito em Judá, Sul, e tachava o culto do Norte como como idólatra e apóstata, mas esquecia o culto idólatra de Aserah de Jerusalém (Judá). Este culto a Aserah era promovido por outra rainha também estrangeira e intrusa, Atalia, que por sua vez, como Jezabel do Norte, também foi morta noutra reunião de culto, em Jerusalalém.

Estamos vendo as características deste povo que andava com a sua religião de mão em mão. Um rei casava com uma tal rainha que trazia os seus cultos. Aliás isto já vinha de Salomão. Então fica claro que a religião unida ao Estado ou religião oficial dá nisso. Varia conforme o rei ou a rainha. E se paganiza.

É só observarmos como se deram as coisas na Idade Média, onde aconteceu de modo semelhante com a união da Igreja e do Estado. E hoje ainda algum presidente quer voltar a querer imperar também na religião e no Estado. Foi em boa hora que a Revolução Francesa (1788) deu início à Separação de Estado e de Igrejas, em Estado Laico.

Não vamos pensar que tudo voltou ao normal com o assassinato destas duas rainhas pagãs. Tanto no Norte como no Sul o poder dos reis que assumiam era de pouca duração e logo assassinados para outro tomar o lugar. E as nações vizinhas que constantemente ameaçavam de atacá-los só se aquietavam com acordos de impostos pesados, e outras tantas vezes mandavam para Israel e para Judá suas tropas, seus padrões de vida e seus deuses.

Por exemplo, no reinado do Acaz a Assíria tornou a levar tributos e também colocou no Templo de Jerusalém seus deuses, como já tinha feito no Norte. Uma vez que foi introduzido o culto assírio, isto era uma porta aberta para o paganismo. A paganização interna acompanhava a paganização que vinha de fora. Com o rei Manassés voltou a aceitação dos cultos assírios radicais, e com eles a “prostitição sagrada” até dentro do Templo. A magia. E o rito bárbaro dos sacrifícios humanos tinham livre prática. Estava instaurado um politeísmo aberto. 

Esta situação anunciava a ruína e a queda completa dos reinos do Norte e do Sul, pois quando acordaram e quiseram se libertar, isso já era considerado um ato de rebelião, quem se revoltava contra a religião revoltava-se contra a nação.

É lógico que o povo sofria dos dois lados: o descaso dos seus reinos, e a opressão das potências que sempre ameaçavam a sua soberania. Os males e opressões sociais corriam soltos, embora alguns profetas fossem a única oz que reclamavam. Era a época do profeta Amós e Oseias.

Além da atuação das rainhas na paganização de Israel ajunta-se outra causa: a absorção de muitos canaanitas dentro da população, como dito atrás. Estes, ou alguns deles, embora abraçassem a religião de Javé, eram só umas tintas, mas no fundo continuavam com o seu paganismo.

Isto significava que o relaxamento e abandono da aliança era geral. Fato este que se tinha  dado já em grande escala no reinado de Salomão, e que se repetiu depois com Jeroboão II no Norte, e agora nesta época, tanto no reino do reino do Norte como do Sul, com Ozias e Acab e Manassés.

No meio da maior corrupção, a religião oficial não podia, pela situação em que se encontrava, criticar a política do Estado e a conduta dos nobres que a dirigiam. Os religiosos ainda tentavam com seus cultos sofisticados alimentar a noção de que as exigências de Iahweh eram satisfeitas com rituais de sacrifícios. Porém, o clero era corrupto (Miq.3,5-8); os sacerdotes, oportunistas, preocupavam-se somente com sua vida material. Já já vêm os profetas Isaías e Miqueias para tentar reverter a descida vertiginosa do reino de Judá, porque o reino de Israel foi primeiro tomado pela Assíria (722), que não tirava os olhos e a atenção também do reino do Sul, Judá.

P.Casimiro João    smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

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