domingo, 6 de junho de 2021

A lei da religião era também a “lei do rei”, por isso se devia orar pelo rei: Templo e salários pagos pelo rei.


 

Vejamos como foi. A construção do primeiro Templo foi obra de Salomão (930 a.C.). Quando o reino do Norte (Israel), voltou do cativeiro da Síria, o rei Ciro construiu o templo de Betel (530) para a Samaria. E quando mais à frente o reino do Sul (Judá) voltou da Babilônia, com Neemias e Esdras, Dário reconstruiu também o templo de Jerusalém. E quando mais à frente sofreu abalos por guerrilhas internas, ainda foi de novo o rei Artaxerxes I que subsidiou, já bem perto da época dos macabeus.

Os reis, mesmo os dominadores, sabiam que a religião servia à segurança do império. Por isso, quando Neemias e Esdras reorganizaram o Judaísmo, depois do decreto de Ciro que decidiu a volta dos deportados para a sua pátria, o rei Dário, filho de Ciro, permitiu que reconstruíssem o Templo. Porém, mesmo com as recomendações de Esdras e Neemias, eles não levaram avante. Ninguém mexia uma palha para a reconstrução do templo Quem, passados uns 25 anos, construiu foi o rei Seleuco, que sucedeu a Dário e  Elexandre.

Quando morreu Nabocodonosor, após anos de cativeiro, a frustração e a desilusão era tanta que entre os Judeus que tinham retornado para a Judeia debaixo do comando de Neemias, generalizavam a ideia de que não havia nenhuma utilidade em ser leal à religião. E havia o grande risco da desintegração da religião, como já tinha acontecido na comunidade de Elefantina, que tinha se formado no Egito.

Providencialmente, na corte de Artaxerxes, depois de Dário, havia um judeu chamado Neemias, que tinha um alto posto como copeiro do rei. Foi enviado para Jerusalém para animar os Judeus e para reconstruir o Templo. Uns anos depois, foi Esdras para auxiliar na observância da Lei, o qual levou consigo um exemplar da Lei.

Na carta, o rei dizia que era “decreto régio”, e um judeu que tal lei desobedecesse, desobedeceria também “à lei do rei”. Porquê? Porque a religião servia à segurança do Estado e  do império.

Foi este o motivo do envio de Neemias para Judá. Neemias depois chamou o sacerdote Esdras para acertar as coisas com a prática judaica.

Após este período, Judá ficou bastante entregue a si , na época de Alexandre, que derrotou os dominós babilônicos e assírios. Viveu não muitos anos, só 30, e veio Ptolomeu, para tomar conta da Babilônia, e de quebra, da Palestina.

Os Judeus que viviam fora da Palestina, sobretudo no Egito, eram mais de um milhão, muito mais do que os da Palestina mesmo. Após várias escaramuças, entre facções antagônicas, o Templo sofreu vários abalos. Foi preciso ainda ajuda dos reis selêucidas para reconstruírem. Após esta época, vem a época de Antíoco IV Epifanes, que tentou impor a cultura e a religião gregas, mas respeitou o Templo, na sua estrutura, porém colocou lá os deuses gregos de mistura com o culto judaico.

Voltamos à nossa afirmação inicial “orar pelo rei” e pelo bem estar do rei foi sempre uma constante dos Judeus, pelos motivos explicados, além de outros motivos já nestas matérias anteriormente falados, oriundos do pensamento antigo de que o rei era filho de Deus e ocupava o lugar de Deus na terra.

Sistema este que era chamado “teocracia”, substituído nos tempos modernos pela democracia, e separação de poderes entre religião e Estado. (Estado Laico).

P.Casimiro João    smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

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