Nossos antepassados nem imaginavam as
maravilhas que se escondem na composição do Sol e do nosso universo. O sol
produz os fótons em seu centro, onde a fusão atômica cria átomos de hélio e de
hidrogênio, e, no processo, fotos são liberados na luz do sol. Os ións do
cérebro dependem do alimento, o alimento depende dos fótons produzidos no
centro do sol, o sol resulta de explosões anteriores, quando estrelas
explodiram, e tudo isso resulta de seja o que for que aconteceu no primeiro
momento do início dos 15 bilhões de anos. Essa saraivada fotônica do início dos
tempos provê de energia nosso modo de pensar. Incêndios do início dos tempos
fortalecem agora mesmo, neste instante você mesmo. O que você pensa e sente
neste momento só é possível através do fogo cósmico. Todo o seu sistema nervoso
é rico de deste fogo. Por isso o cientista Carl Sagan dizia que nós somos
faíscas de estrelas. A bola de fogo primeva existiu duzentos bilhões de ambos
sem consciência introspectiva. Por si só essa estrela não podia se dar conta da
sua beleza. Mas a estrela pode, por nosso intermédio, refletir sobre si mesma
e, em certo sentido, você é essa estrela. Você é aquela estrela trazida a uma
forma de vida que possibilita à vida refletir sobre si mesma. Então sim, a
estrela realmente sabe de seu grande trabalho, de sua entrega ao encanto da
vida e de sua enorme contribuição à vida, mas por meio de sua articulação
ulterior – você. Mais ainda nossa admiração cresce se soubermos o seguinte:
qualquer pesquisa vai fornecer uma riqueza de informações cheias de fascínio
sobre nossa galáxia e seu lugar no universo. Por exemplo: Há mais de 200
bilhões de estrelas só na nossa galáxia. Nossa galáxia é tão extensa que a luz,
viajando 300.000 quilômetros por segundo leva 100 mil anos para atravessá-la. O
Sol com seus planetas viaja ao redor desta galáxia à velocidade de 210
quilômetros por segundo. Uma viagem ao redor da galáxia o nosso Sol leva 250
milhões de anos. Nossa galáxia é a segunda maior num grupo de 30 galáxias. A
maior é Andrômeda, que está a 18.921.600.000.000.000 quilômetros de nós. Os
astrónomos calculam que há mais de 300 bilhões de galáxias, cada uma com
bilhões e bilhões de estrelas. Ainda mais: nosso Universo é apenas um entre uma
multidão de Universos e, em certo sentido, os muitos Universos competem uns com
os outros pelo direito de existir. (Cf. John Gribbin, “Os princípios, a formação
do Universo, 1994 p.XIII). Tudo isto fruto do Big Bang inicial acontecido há 15
bilhões de anos atrás. Aconteceram explosões que foram criando galáxias,
estrelas, constelações, aos bilhões. E ainda continuam numa atividade criativa
infinita em expansão contínua. Comparando agora, em contrapartida, com a visão
primitiva do Gênesis, podemos baixar as seguintes conclusões: A morte não veio
ao mundo por intermédio do pecado humano. A morte já era realidade milhões e
milhões de anos antes que os seres humanos caminhassem no planeta.
Desenvolvimento, morte, desastres e revoluções eram partes essenciais da
existência deste planeta milhões e milhões de anos antes que os seres humanos
entrassem em cena, com o sistema solar criado há 5 bilhões de anos incluindo a
Terra, as plantas e as flores há 600 milhões de anos, e o ser humano há cinco
milhões de anos. No entanto, toda a teologia do Novo Testamento está baseada
nisso como se fosse real. Então não deveríamos concluir que a “Queda da
criação” não será uma metáfora? Que não houve uma queda nada parecida com o que
está descrito no Gênesis? Como fica então a vida de Cristo e sua missão? Ou não
deveremos pensar o quanto de simbólico e não literal é a narrativa com que
estamos lidando? (Cf. M.Morwood o.c.p.19 e 33). Dessa visão ou cosmologia
antiquada e mítica do mundo é que, por exemplo, o Novo Testamento tirou as
consequências para a teologia de São Paulo que se baseava no imaginário
lendário da “criação de um só homem, e que pelo ‘pecado de um só homem’ entrou
o pecado no mundo” (Rom.5,17). A respeito disso devemos reler o documento da
Pontifícia Comissão Bíblia que nos fala nas “cosmologias já ultrapassadas: “O fundamentalismo
tem uma tendência a uma grande estreiteza de visão, pois ele considera conforme
à realidade uma antiga cosmologia já ultrapassada, só porque encontra-se
expressa na Bíblia”(Pontifícia Comissão Bíblica, 1993, 40-41). A Igreja no
princípio se negou a compartilhar a ciência de Galileu e ficou como hoje estão
os terraplanistas, fora dos padrões da ciência. Na época, a Igreja, se apoiando
numa falsa autoridade sobre a ciência condenou a ciência em nome da teologia,
invertendo a definição de teologia e trocando cosmologia por teologia e
teologia por cosmologia, firmando-se que a ciência de Galileu era contra a
Sagrada Escritura. Tanto assim que só 350 anos mais tarde deu o braço a torcer
apresentando ao mundo científico desculpas pelo modo como tratou Galileu e os
cientistas. Hoje em dia todo mundo está sendo formado na ciência de Galileu
sobre a astrofísica, astrologia e cosmologia, sobre a Terra que gira em torno
do Sol, e não o Sol em volta da terra, coisa que a Igreja condenava, como se
fosse missão da Igreja governar a ciência. E nós também somos convidados a
outra visão do mundo diferente daquela na qual a fé cristã se formou, com a
teoria terraplanista. É nessa visão que somos desafiados a falar de Deus,
Jesus, Igreja e nossa fé cristã.
Conclusão.
Se isto fosse parar na mente de terraplanistas iriam se arrepiar pensando que
na Bíblia nunca leram isso. E nunca irão ler. Como os bebês de proveta não vêm
na Bíblia, e também as últimas possibilidades de editar embriões humanos, e
quem sabe, selecionar embriões inteligentes para futuros super-homens e super-mulheres,
e implantações de chips nos cérebros humanos, e escanear o cérebro para ver as
possibilidades de seu pensamento e seus planos, o que servirá para futuras investigações
forenses e policiais, isso também não vem na Bíblia Assim como a Inteligência
Artificial e os robôs de múltiplos serviços que estão invadindo o mundo, de tal
maneira que, no Japão, o povo não distingue quem é gente e quem é robô que está
enchendo as ruas das cidades. Termino, com a pergunta que não cala, do início
do texto: O antes e o depois do Gênesis, ou continuar terraplanista, você topa?
P.Casimiro João smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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