quarta-feira, 28 de outubro de 2020

As heranças biológicas e os DNAs que herdamos de nossos antepassados e como temos que gerenciá-los.

Cada um de nós carrega uma herança biológica de nossos antepassados, um DNA. A maneira de sorrir, de falar ou de calar, de contar histórias, as reações e emoções que nos  invadem fazem parte dessa herança.

Temos também uma herança espiritual sobre a maneira de imaginar como  Deus é, e o que nós somos para ele. Herdamos uma visão católica do mundo em tenra idade. Nós a aceitamos, na maioria dos casos, sem questionar e procuramos ser fiel a ela.  Geralmente herdamos a ideia de Deus como ditador cruel. Essa crença tem enorme impacto em nosso relacionamento com Deus, nosso estilo de oração, e o que Deus é para nós.

E tem um problema sério nisso aí. Nossa espiritualidade herdada foi formada por padrões de pensamento religioso e visões de mundo que agora não são adequados. É assim como tentar realizar uma cirurgia cardíaca em um hospital moderno só com o conhecimento da ciência médica do século XV.

No século XVI, Galileu Galilei descobriu que a Terra não era mais o centro e o eixo do mundo. A Igreja se apavorou. Mas ainda tem muito cristão que se julga ser o centro e o eixo de Deus: como se Deus tivesse que andar em volta dessa pessoa, e só pensando nessa pessoa. Ele é o Deus de 400 bilhões de galáxias e está tão presente nesses 400 bilhões de galáxias como em mim. Como diz o teólogo Morwuoord: “O Papa não tem mais a presença de Deus do que o caminhoneiro ou a enfermeira; Em mim Deus fala, move-se, dança, compõe música, ou escreve poesia, faz amor e cria vida, ri da imperfeição de tudo e chora por ela”.

Nas galáxias e na flor ele é imenso como as galáxias que se expandem e criam novas estrelas todo dia, e na flor sorri e na criança olha para mim. Mestre Eckhart dizia: O mesmo olho com que olho a Deus é o mesmo olho com que Deus me olha”.

Deus estava no início das explosões das galáxias há 15 bilhões de anos, e nos seus desenvolvimentos de explosões de lá até agora, quando foi possível ao homem detectar essa vida no universo.

E há 200 mil anos a.C. quando o ser humano começou a sentir-se diferente do como era antes, começando a ser humano. E como desenvolvimento da linguagem há cerca de 150 mil anos. A história não é a de “queda” de um estado perfeito de percepção, é antes a história do lento surgimento da vida dos seres humanos.

Há bilhões e milhões de anos houve cataclismos, os dinossauros se extinguiram há 200 milhões de anos, os continentes se juntaram e se separaram. Havia morte e havia vida; o ser humano nascia e morria muito antes dos 4.000 anos da Bíblia e por castigo nenhum. E o cérebro do ser humano estava programado para tomar consciência.

Não houve seis dias mas bilhões de anos para que a evolução nos formasse. E não há registro histórico nenhum da queda bíblica nos anais da evolução programada pela evolução do cosmo.

A espiritualidade que herdamos é formada por dualismos: céu-terra; alma-corpo; espirito-carne; cabeça-coração; sagrado-profano; católico-protestante; divino-humano. Ora Deus não está mais presente em um do que no outro, mas em todos igualmente.

Como dissemos, nossa espiritualidade herdada foi formada por padrões de pensamento religioso e visões de mundo que agora não são adequados. Isto quer dizer que, como todas as outras dimensões, também as heranças biológicas e os DNAs que herdamos  de nossos antepassados  temos que gerenciá-los e adequá~los, porque a evolução é uma lei universal e está sempre em andamento. Se assim não fizermos viramos velas apagadas, como um dia disse o grande mestre do espaço,  Einstein.

P.Casimiro   SMBN

www.paroquiadechapadinha.blogspt.com.br

 

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