quarta-feira, 31 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - O QUE É O PURGATÓRIO - DOUTRINA DA IGREJA


                      O que é o purgatório?

Com a morte, a opção de vida feita por cada pessoa se torna definitiva. Podem existir pessoas puríssimas, que se deixaram penetrar plenamente pelo amor de Deus, e assim alcançam diretamente o Céu. Mas será que todos nós, quando morremos, já estamos plenamente convertidos a Deus? O que acontece com as almas que precisam se purificar? 


Resposta:         

Será que todas as coisas sujas que acumulamos  em nossas vidas se tornarão, de repente,  irrelevantes?                                               
 Para a Igreja Católica, o purgatório é um estado no qual as almas dos defuntos passam por um processo de purificação a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. É a ocasião final que Deus dá às pessoas de se habilitarem para a comunhão plena com Ele. Assim, o purgatório é a última conversão, na morte.
Suporte e Referências
   - O modo de viver de cada pessoa não é irrelevante. A morte não é uma esponja que simplesmente apaga todo o mal feito e o pecado cometido. Raros são os que, na morte, estão de tal forma purificados que podem mergulhar direto na santidade de Deus. A graça de Deus que salva não prescinde da justiça.

Quando uma pessoa morre, sua opção de vida torna-se definitiva. Podem existir pessoas que levaram uma vida puríssima, tendo morrido na graça e na amizade de Deus, estando totalmente purificadas. A Igreja ensina que tais pessoas seguem imediatamente para o Céu.
No outro extremo desse caso, podem existir aqueles que morreram tendo cometido faltas muito graves, sem terem se arrependido e acolhido o amor misericordioso de Deus. Estes passariam ao estado de autoexclusão definitiva da comunhão com Deus, chamado de Inferno.
Observando as duas situações acima, não é difícil perceber que nenhuma delas é a mais comum. O coração do homem vive constantemente em luta perante suas limitações e negações em acolher o amor de Deus de forma plena.
Em sua carta Spe Salvi, o Papa Bento XVI reconhece que na maioria dos homens “perdura no mais profundo da sua essência uma derradeira abertura interior para a verdade, para o amor, para Deus”.
Porém, nas opções concretas da vida, essa abertura para Deus “é sepultada sob repetidos compromissos com o mal: muita sujeira cobre a pureza, da qual, contudo, permanece a sede” (n. 45).
Mesmo aqueles que buscam viver a sua vida em amizade com Deus não estão totalmente isentos de apresentar inclinações desregradas, falhas em sua constituição humana, ou seja, características incompatíveis com a santidade de Deus.
Quantas vezes aquilo que chamamos de virtude não é, na verdade, um culto ao próprio “eu”; quantas vezes a prudência não se revela uma forma de covardia; a virilidade, arrogância; a parcimônia, avareza; e a caridade, uma forma de esbanjamento (Schamus, “Katholische Dogmatik” IV 2).
Quantas vezes em nossos corações não se instalam egoísmo, orgulho, vaidade, negligência, infidelidade...
Então pergunta o Papa: “o que acontece a tais indivíduos quando comparecem diante do Juiz? Será que todas as coisas imundas que acumularam na sua vida se tornarão, de repente, irrelevantes?” (n. 44)


O Papa tem aqui em mente a questão da justiça. A graça de Deus – seu socorro gratuito –, que salva o homem, não exclui a justiça. A graça não é uma esponja que apaga tudo que foi feito de mal no mundo, de modo que, ao final, tudo tenha o mesmo valor (n. 44).
A compenetração da graça e da justiça ensina que “o nosso modo de viver não é irrelevante”, ou seja, que o mal que cometemos e o pecado dos homens não é simplesmente esquecido.

   O ensinamento católico considera que o ser humano, na morte, ainda tem uma ocasião para se purificar e atingir o grau de santidade necessário para entrar no Céu. O purgatório é exatamente este estado em que as almas dos defuntos se purificam. Não é uma câmara de tortura e não deve causar medo. O purgatório é uma derradeira oportunidade para a pessoa tornar-se plena e evoluir até as últimas possibilidades do seu ser.

O mal do mundo e de nossos corações não fica simplesmente esquecido com a morte. Deus não é apenas graça, mas é também justiça. E toda pessoa, sendo dotada de liberdade, é ao final responsável por suas escolhas e atitudes.
Sendo assim, aqueles que morrem na graça e na amizade com Deus, mas não estão completamente purificados, têm a oportunidade de passar por essa purificação após a morte.

O ensinamento católico considera que o destino do ser humano na morte não alcança um ponto final estático da evolução. Ou seja, é possível realizar um caminho de aperfeiçoamento – de conversão e purificação – depois da morte.
Trata-se da última conversão da pessoa. Diante de Deus, na morte, cada um deve abrir mão, de forma radical, de todo orgulho e egoísmo, entregando-se incondicionalmente ao Senhor, depositando nele toda a esperança. Deve abandonar tudo que impossibilita amar a Deus com todo coração.
É a este último ato da evolução humana, esta conversão derradeira e purificação para mergulhar na comunhão com Deus que a Igreja chama de purgatório.

“É exatamente na morte e por ocasião do encontro com Deus que cada pessoa experimentará, com intensidade nunca antes conhecida, o significado de sua vida vivida.
E dependendo do que ela tiver feito de si durante esta vida, dependendo também do que ela tiver feito a outras pessoas e com as situações históricas e estruturais naquela vida, sua união com Deus também será ligada a uma purificação experimentada de maneira mais ou menos dolorosa”, afirma o teólogo Renold Blank no livro “Escatologia da Pessoa”.

Esta purificação é uma última oportunidade dada ao homem de cumprimento do plano de Deus, em que sejamos “conformes à imagem do seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8, 29).
Assim, o purgatório não deve ser visto como uma câmara de tortura cósmica e nem deve causar medo. O purgatório é no fundo de “um novo e reiterado ato de salvação de Deus, a fim de que o homem possa ser salvo” (Blank).

A oferta de Deus com o purgatório configura-se então como a etapa para a pessoa tornar-se plena, evoluir até as últimas possibilidades do seu ser, alcançar a plena realização de todas as suas capacidades, estando apta assim para entrar no Céu e na santidade de Deus.
                                                   



domingo, 28 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - A VIDA É MAIS QUE ESTA VIDA


          No “credo” rezamos: “creio na comunhão dos santos!” Que quer dizer isto?  Terá isso sentido para nós? Lembramos aqueles que nos transmitiram a fé que anima nossa existência? Precisamos respeitar aqueles que, com sua fé, amor e trabalho, moldaram nossas vidas, nos apontaram os carreiros por onde transita nossa existência e nos orientaram em tantas decisões. Quem morre apenas se adianta, mas fica vivendo nos corações dos que deixa para trás. Não morre. O fim não é o fim. Dentro de cada pessoa há uma galeria enorme de espíritos amigos, fortes e sorridentes que nos continuam a acompanhar. 

Os africanos enterram seus entes queridos bem perto da casa. É que acham que eles continuam a influenciar a família a que pertenceram  e a morte não corta essa relação. No dia de finados, as plantas, velas, flores e luzes sobre os túmulos silenciosos, marcam uma comunhão de vida entre uma geração e outra. Existe algo que transcende o último fechar de olhos. Ficamos por aqui mais sozinhos, mas juntos. Dependemos muito da visão e da mão daqueles que nos ajudaram a crescer e a ir mais adiante. A memória é presença que não morre. E quem tem fé sabe que, em Cristo, estamos para sempre ligados. Cada geração é um elo que nos une a outra. Viveremos para sempre interligados. Como  é  importante o padrão de vida que deixamos atrás de nós! Importante também não perder o bom exemplo dos que foram baluartes de nossa fé.

Quando chego a Portugal, gosto de visitar o túmulo de meus pais. Sua fé influenciou a minha. Foram heróis que admirei e não esqueço. Na sua fé, se apegou a minha. No estímulo de sua vida, encontrei força para o meu caminhar. Vou ao seu túmulo: choro, lembro, agradeço, rezo, suplico para eles a misericórdia divina. Gosto de os lembrar e de lhes falar no Cristo de quem eles tanto me falaram. E agradeço a disposição que tiveram em me criar e fazer crescer. Gosto de lhes lembrar a casa que habitaram e onde eu ainda hoje rezo por eles. Nas paredes de uma sala tenho um grande quadro com o retrato deles onde escrevi: “pai e mãe não deviam morrer!” Para mim, não morreram nem morrerão. E, na laje de mármore do seu túmulo, pedi para meus irmãos me deixarem escrever um pedido aos amigos: ”lembra-te, tu que lês / murmura uma prece / E Deus te pagará / porque Ele nada esquece”.

Temos que ser mais sensíveis ao bem. E temos que nos deixar influenciar pelo senso de santidade dos que nos precederam, dos que vivem à nossa volta e pensar nos que virão depois e buscarão provas do poder do sagrado. A vida é mais que esta vida. Como uma idéia se transforma em canção, como uma semente se transforma em flor, como um fósforo se transforma em chama, como o bicho da sede se transforma em borboleta e emigra...  sei que esta vida que tenho se transformará noutro tipo de vida mais perfeita, menos pesada, mas mais plena. Seria bom que eu e você, amigo leitor, vivêssemos com mais dignidade nossa vocação cristã para nos irmos transformando em criaturas ressuscitadas e vivermos para sempre com Cristo.


PERIGOSA E TRISTE A CEGUEIRA DE NOSSO PEREGRINAR

              Não basta estar perto da fé, ser batizado e ter uma crença em Deus. Continuar na beirada da estrada não é tudo. Bartimeu, o cego do Evangelho de hoje, já se tinha aproximado da estrada, mas continuava cego. Era cego, mas não era surdo. Ouviu o movimento da multidão. Teve que arriscar, gritar com coragem, ultrapassar a dificuldade dos que o achavam importuno, acreditar, abandonar a capa, preferir a vista e depois, mudar de vida e, persistir, seguindo Jesus

Nenhumas de nossas palavras contêm a verdade toda. Nenhumas de nossas certezas são absolutamente infalíveis. Nenhumas de nossas atitudes são irrepreensíveis. Nenhumas de nossas seguranças são definitivas. Nenhuns de nossos êxitos são perpétuos. Somos seres contingentes. Limitados. Muito falíveis. É evidente a  precariedade de nossas vidas. “A vida de um homem não passa de um sopro” (Jó,7,7) Nossas casas podem ser de concreto maciço, mas não passam de tendas provisórias. Nada é definitivo. Nossas cidades, por mais ricas que pareçam, são meros acampamentos. Hoje existem, amanhã desaparecem com o vento da História. 

Vivemos em tendas, carregamos mochilas, caminhamos entre perigos, aguentamos mil sofrimentos, vivemos cada dia assombrados, desconfiando do que nos pode acontecer... Nossas refeições parecem rações de combate. À pressa nos alimentamos e nunca sabemos qual é o último jantar. Somos soldados de uma missão que não sabemos se a vamos completar, lutamos por um ideal que não sabemos se o chegaremos a atingir. Tudo é passageiro. Estamos, nas mãos de Deus, para realizar um projeto que Ele nos propõe e para o qual Ele nos criou. Só Ele sabe a capacidade e os dias da existência de cada um. Ou nos deixamos conduzir por Ele ou estamos sujeitos a perder-nos no labirinto de nossos vis desejos. Vamos celebrar o Dia de Finados. 

O fim desta vida não é o fim da vida. Peregrinamos para a plenitude.Mais que uma vida mortal, temos um morte vital. Cada minuto nos aproxima do momento mais solene da vida que é o último suspiro. E cada vez que a irmã morte entrou no quintal de nossa intimidade e levou um amigo ou um ente querido, tivemos a prova do que acabamos de refletir. Apesar de tudo isso, vivemos juntando coisas e mais coisas e não nos lembramos que o caixão é apertado demais, não tem como levar muita coisa e não tem gavetas. Temos que deixar tudo, porque, na terra do descanso, nada nos vai preocupar a não ser louvar e agradecer a Deus. E esse cântico é que temos que ensaiar, enquanto andamos por aqui! É que, no Reino dos céus, só entrarão os que ensaiaram e aprenderam a não desafinar. Cuidado, para mim e para todos que me lêem!

Vivemos, hoje em dia, numa cultura perigosa. A sociedade moderna faz-nos esquecer valores, abandonar credos, enterrar cânones... para dar o máximo de importância a nós mesmos, à própria pessoa, à vontade individual. Vivemos para nós. Por isso, endeusamo-nos com facilidade, endeusando aquilo de que gostamos: a vaidade, o poder, o ter, o prestígio, a política... Estamos embarcados numa cultura egocêntrica, secular, altamente individualista. Os valores comunitários cederam lugar às prioridades pessoais, a tradição à percepção individual, a verdade às nossas conveniências, a beleza de bem viver às ilusões, aparentemente, agradáveis... Por isso, precisamos revitalizar o sentido comunitário, avivar mesmo nossa memória que reduzimos a uma função efêmera. 

O Evangelho de hoje (Marc.10, 46-52) mostra-nos Bartimeu, cego, começar a ver. Mas quantas coisas teve que fazer! Para nos encontrar com Deus há só um caminho: procurá-lO. Deus não se esconde de ninguém.  É preciso começar a ver de novo e coisas novas. Para isso:     
     - pobreza interior (era “um mendigo cego”).
    - ter desejos de ver Deus (“começou a gritar e a dizer: Jesus...”)
    -ultrapassar os obstáculos (“muitos repreendiam-no”)
  -abertura aos outros para se deixar conduzir (“dizendo-lhe: coragem, levanta-te”)
  - fé e despojamento (“ele, atirando fora a capa...”)
 - compromisso de vida (“e seguiu Jesus pelo caminho”)

                  SABER ENVELHECER

Hoje é duro envelhecer. A cultura atual alimenta a ilusão da juventude, fabrica “liftings”, isto é, pílulas de rejuvenescimento. Às vezes, é até ridículo ouvir uma pessoa idosa, mas arrebitada, repetir: “não aceito que me chamem de velha!” No entanto, a velhice chega inexorável. Sem apelação. Não perdoa! Eu mesmo que escrevo, já notei, não sei porquê, que gosto de fotografar o sol poente. Acho-o mais colorido, mais belo, mas mais saudoso... e repentino em desaparecer.

Velhice é tempo de despojamento. Pouco a pouco se vão as forças físicas, entrega-se as responsabilidades aos mais novos (se os houver!), foge a vida ativa, tudo nos cansa, perde-se a independência, os olhos já não enxergam, a memória esquece, os dentes se vão, e estamos sempre a repetir a mesma coisa. Com o passar dos anos, tudo se torna mais penoso! Pai e mãe já morreram, tantos amigos que já se foram! Velhice é tempo de recordações: umas trazem saudade, outras o amargo da lembrança, umas alegres, outras dolorosas. Lembrar é voltar ao passado e recordar tantos alegres presentes de Deus! Mas, quantas vezes, temos a impressão de estragos de vida com opções feitas!

Que belo é falar e contemplar uma pessoa idosa alegre, boa conselheira, sorridente e feliz, ainda de bem com a vida! Como nos levanta a moral! Na minha família, meus sobrinhos lembram-se, com saudade, de meu velho pai com quem, já totalmente dependente depois de quatro tromboses, gostavam de falar. Ainda hoje lhe levam à sepultura uma flor de agradecimento! Com pessoas assim dá gosto falar! Têm suas dificuldades, mas guardam suas mágoas no silêncio da oração que fazem constantemente. Sem o Espírito Santo, a velhice é dura demais: vem o medo, a solidão torna-se pesada, todos nos parecem abandonar, procuramos compensações, ficamos rabugentos demais... Mas Jesus disse: “bem-aventurados os pobres!” Quem mais pobre que aqueles a quem a vida despoja das forças físicas, da memória, da independência... as mãos ficam encarquilhadas e a pele enrugada?

O envelhecimento, para quem tem fé, é tempo de esperança. As forças abandonam-nos, mas vem a fortaleza da maior confiança em Deus. Quando a morte se parece avizinhar, sentimos quão dolorosa é a estreita e escura viela da morte! Mas só, nesse momento, faremos o mais profundo e sincero ato de fé. Não descobriremos porta de saída, com segurança, a não ser lançarmo-nos nas mãos da nossa irmã morte que nos levará aos braços do Pai. Pensar assim na morte é sentir a alegria do novo e eterno nascimento para a eternidade! Nada termina. Tudo se transforma! E este tempo é espaço de ensaio para a eternidade.

Velhice é tempo de promessa. Vemos chegada a maturidade da vida para a qual fomos criados. Viver os últimos anos com sentido de abandono total em Deus, Providência e Misericórdia, período de aprofundamento da vida espiritual, intensificação da oração, empenho na caridade agradecida dos que cuidam de nós.

Velhice é tempo de oferta. Nossos ofertórios são sempre muito pobres! Damos apenas um pouco do que temos. Mas, um dia, daremos tudo que temos e somos. Tudinho! Sem reservas nem apelação! E cairemos, por Cristo, com quem crucificamos nossa vida, em Deus. Pouco conta nossa idade. Valemos pela intensidade do nosso sincero “sim” à vontade do Pai.


             NOTICIAS DA PARÓQUIA


1- Mais uma semana e estará pronto o Centro catequético da comunidade de Nª Sª de Fátima. Será inaugurado no dia 9 de Dezembro, pelas cinco horas da tarde. Convidamos, desde já, as comunidades para se fazerem presentes.

2- P. Casimiro e Neves participaram de um encontro do presbitério da Diocese de Brejo que se realizou em S. Quitéria. Em Outubro de 2013, um desses encontros dos sacerdotes de toda a diocese será realizado em Chapadinha.

3- Começaram já a realizar-se reuniões de preparação para a Santa Missão Popular. Vai ter um tempo de aproximação e conhecimento, um tempo de inserção e conscientização, um tempo forte de realização e  o tempo de perseverança. Estamos prestes a anunciar a toda a Paróquia que se vai fazer essa Missão. Será no dia 2 de Dezembro em todas as comunidades e, à noite, na praça da Matriz. Depois teremos que formar missionários, marcar eventos, distribuir mensagens, fazer convites, realizar encontros, chamar quem anda distante e despertar quem tem sua fé adormecida. Pedimos a todas as pastorais, movimentos, comunidades e grupos que se comecem a interessar pela idéia. Há uma idéia que me tem andado na cabeça: a Igreja não é uma igreja “self-service”, onde cada um só escolhe e faz o que gosta. Jesus apontou um caminho e quem não o seguir está fora do Reino.

4- A Igreja do conjunto das 1000 casas já está marcada e já se começaram os preparativos com a compra de material.
 vamos iniciar a construção preparando o local e fazendo um poço para termos água que não salitre as paredes. A água do conjunto tem demasiada quantidade de sal.

5- Mais uma vez insistimos para que quem
deseja possuir a “folhinha litúrgica” ou a “liturgia diária”  faça sua assinatura o mais rápido possível.

6- Convocamos o Conselho Paroquial para se reunir hoje, domingo, pelas 15.00H. Na pauta a preparação para a Santa Missão Popular

7- Convocamos também os jovens da Pastoral da Juventude para se reunirem, na quarta feira, pelas 20.00H

8- Está entre nós um sacerdote (P. Raulino) de Brasília, Promotor Vocacional do Instituto Rogacionista do Sagrado Coração de Jesus que tem como lema: ser bom operário da vinha do Senhor, pedir para haver bons operários e difundir essa idéia na Igreja. Seu fundador que era italiano, P. Aníbal Maria, foi canonizado há poucos anos.

9- Ontem, sábado, já foi falado aos Regionais do interior sobre a Santa Missão Popular.

10- A RCC paroquial está em seminário no Centro Paroquial.

11- Parabenizamos a coordenação dos Acólitos pelo interesse, capacidade e boa vontade em formar novos Acólitos. Desejamos, quanto antes, colocar a tela na quadra paroquial para começarem a jogar lá.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - LABORATÓRIO DA FÉ TEMÁTICA 1


TEMÁTICA I

«Credo», a profissão da fé

— aprender a rezar —

— Ano da fé, fé professada — 
O «Credo» é sinal da nossa identidade cristã. «O ‘Credo’ é um símbolo porque, ao recitarmos este texto, reconhecemo-nos cristãos e parceiros de todas as gerações cristãs que nos precederam. É a expressão de uma fé comum, da fé da Igreja, e, por isso, tem de ser devidamente respeitado por todos. Esta dimensão eclesial da fé exige uma linguagem comum, ‘uma linguagem normativa para todos, que a todos une na mesma confissão de fé» (Catecismo da Igreja Católica, 185). Por isso, este ano pastoral será uma oportunidade para aprofundar os conteúdos do ‘Credo’, a partir do Catecismo da Igreja Católica». 

— O domingo, dia da fé — 
Na Carta Apostólica sobre o Domingo, o Papa João Paulo II qualifica o domingo, entre outros atributos, como o «dia da fé». «O domingo revela-se como o dia da fé por excelência. […] O «Credo», recitado ou cantado, põe em relevo o carácter batismal e pascal do domingo, fazendo deste o dia em que, por título especial, o batizado renova a própria adesão a Cristo e ao seu Evangelho, numa consciência mais viva das promessas batismais» (n.º 29). 

— O Credo, símbolo da fé — 
O «Credo» é designado símbolo da fé. Esta denominação está perfeitamente conforme com a origem etimológica da palavra, porque o símbolo, originalmente, era um objeto partido em dois, permitindo o reconhecimento entre as duas partes de um pacto, de um contrato. Cada parceiro conservava consigo uma metade desse objeto, e quando se juntavam as duas partes, podiam reconhecer-se ligados pelo pacto que anteriormente tinham assinado. O símbolo tem o valor do reconhecimento. Da mesma forma, o «Credo» é um símbolo porque, ao recitarmos este texto, reconhecemo-nos cristãos e parceiros de todas as gerações cristãs que nos precederam. É a expressão de uma fé comum, a fé da Igreja. Existem três fórmulas «oficiais» do «Credo». 


— Credo batismal — 
A fórmula mais antiga é a profissão de fé nascida da liturgia batismal, que se faz sob a forma de pergunta/resposta, permitindo ao futuro batizado proclamar a fé em Deus Pai, Filho, Espírito Santo. Esta fórmula estava ligada à tripla imersão do candidato; é a mais simples e a mais solene. Utiliza-se sempre nos batismos e nós vivemo-la aquando da Vigília Pascal. 

O Símbolo dos Apóstolos que tradicionalmente vem desde a época apostólica, e tem sido o mais recitado nas Catequeses de todo mundo.

O Símbolo de Necéia-Constantinópla, fruto do Concílio constatnipolitano ( 381), mais extenso e onde foram explicitadas as verdades sobre a teologia da Encarnação.
                         ( Continuaremos os temas sobre a Profissão de Fé, e os Símbolos). Aguarde


domingo, 21 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - A FÉ OU SE APEGA OU SE APAGA



A Igreja é, por própria natureza, missionária. Ou é missionária ou não tem razão de existir. E, na Igreja, todos os seus membros são missionários. Ou são missionários ou não são cristãos.

Deus é Amor, Amor unitivo e difusivo. As três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, são um só Deus: E este Amor total e absoluto que se comunicou à humanidade tem seu ponto culminante no envio do Filho Eterno e Unigênito que, para resgatar a humanidade do pecado e da morte, assumiu a natureza humana e tornou-se oferta na cruz. A Igreja existe para ser sinal desta força salvadora e comunicá-la a todos. E o ponto central de toda a atividade eclesial é Cristo, morto e ressuscitado. E vivo hoje, Senhor da História. Cada cristão é, ao mesmo tempo, destinatário e missionário do Evangelho deste Jesus.

O mandato de pregar o Evangelho a todo o mundo foi dado a toda a Igreja, a todos os cristãos. Os bispos sucessores do colégio apostólico,são os seus responsáveis prioritários. Sua responsabilidade não se esgota na solicitude pela porção do Povo de Deus que lhes é confiada E a responsabilidade de cada cristão também não se esgota nas suas relações familiares e comunitárias. Deve envolver, sim toda a atividade diocesana, paroquial e universal. O mundo não acaba no fundo do nosso quintal. Todos os setores pastorais, todo o ser e operar da Igreja, devem estar impregnados deste mandato universal do Senhor: “ide por todo o mundo...”(Mat.28 ) como esteve a vida de S. Paulo que trabalhou, lutou e sofreu para fazer chegar o Evangelho ao meio dos gentios (Col.1,24-29) 

Hoje, esta preocupação missionária universal deve ser avivada em cada cristão devido à complexidade do mundo em que vivemos. Há uma crise generalizada de falta de fé. Há fome e sede de Deus, mas perdeu-se a vontade de fazer um caminhar de fé, porque as coisas que queremos acumular nos prendem e tornam a vida opaca ao Transcendente. Há excesso de convicção que a ciência e a tecnologia modernas tornaram Deus desnecessário. Perdeu-se a referência a Deus.


A fé em Deus é dom e é mistério. Dom a acolher no coração e na vida. Mistério a não esquecer e que se deve agradecer constantemente. A fé é dom de Deus a cada um, mas para ser partilhado. Não pode ser guardado. A fé é talento recebido que se deve fazer frutificar, é luz que deve iluminar. Ou se apega ou se apaga. Não podemos guardar a fé só para nós.
A PALAVRA DE DEUS TEM SABEDORIA. 
O RESTO É PALAVREADO.

           Há “saber”. E há “sabor”. O saber dá ciência. O sabor dá sabedoria. Não basta frequentar colégios, fazer cursos, ler livros e estudar ideologias. É necessário, sim, ter o sabor da verdade, procurar o sabor da vida e transmitir sabor de verdade à vida. Como a boca tem “palavra” e “palavreado”, assim a inteligência tem sabedoria e arquiva saberes. Sem sabor, os saberes não prestam para muita coisa. Interessa que demos valor à Palavra de Deus, verdadeira e eterna Palavra, porque só ela é a fonte da Verdade e só ela pode dar sabor a nossos saberes e força e direção certa a nossas pretensas convicções. O resto são coisas “mais ou menos”. Podem ser ou podem não ser. Podem ter valor ou ser inúteis.

O critério da verdade não é uma soma de conhecimentos. Não é muita ciência. Não. É a Sabedoria, a capacidade para descobrir o sentido verdadeiro e saboroso das coisas. A Sabedoria é dom do Espírito Santo, é linguagem silenciosa, presença discreta, mensagem humilde que só as pessoas maduras e os santos têm. Para alguém ser sábio, segundo a Bíblia, é preciso estar em profunda comunhão com Deus, razão e força criadora de tudo. O sal atua em segredo, mas é imprescindível nas ementas de nossas refeições. O açúcar adoça sem barulho e sem orgulho. Só uma boa consciência, formada na justiça, no perdão, na hospitalidade... sabe ter Sabedoria, sabe dar sabor de paz a ocasiões de confronto, dar sentido de esperança a tantas situações absurdas, dar gosto pela vida a tantos sinais de desânimo e morte. Só Cristo é escola de Sabedoria. A Sabedoria é dom de Deus. Só Cristo é sal, açúcar e luz para iluminar nossos pontos de vista, nossa procura da Verdade.

Que nossas obras tenham, todas, o sabor de Cristo. Que realizemos todas as nossas ações à luz da candeia que é Ele. Que Cristo seja o sal para condimentar nosso existir.
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1- Hoje, domingo, haverá exposição solene do Santíssimo na Igreja matriz. Pedimos a todos os grupos que não esqueçam de ocupar, pelo menos a sua hora de adoração ao Santíssimo.

2- Lembramos também a necessidade de que quem quer ser assinante da Folha Litúrgica “Domingo” faça sua assinatura o quanto antes. 

3- Durante a semana, os sacerdotes participarão de uma reunião do Clero da diocese em S. Quitéria. Mas os serviços paróquias ficam garantidos com a ajuda do Pe. José Adauto.
SOMOS MISSIONÁRIOS, POR NATUREZA.
SERÁ QUE O SOMOS NA REALIDADE?


Hoje é Dia Missionário Mundial. Dia das Missões. Dia para nos convencer que quem acredita em Cristo tem que O anunciar a outros, tem que proclamar Seu Projeto, comunicar Sua Palavra e promover Seu jeito novo de viver. Quem O quiser guardar só para si já O asfixiou, já se enganou, deturpando sua fé. Jesus é o Missionário do Pai. Ao subir ao céu, ficou ainda presente na ação da Igreja. 

A Igreja não continua Cristo, mas é Ele mesmo, atuando por seus gestos e ação. A Igreja é Missionária de Cristo. A missão de Cristo está viva e atuante na Igreja e, nesta, todos nós devemos ser missionários. Temos que viver, proclamar, anunciar e transmitir Sua graça Salvadora. Ou somos isto ou não temos razão para nos dizer cristãos. A Igreja ou é missionária ou não tem razão de existir. A Igreja, e nela todos nós, não é caixa de isopor para guardar o Evangelho de Jesus. Nem é museu para mostrar o passado. É Cristo vivo, hoje, salvando a humanidade através das ações e gestos da Igreja. Daí a nossa responsabilidade missionária. Toda a nossa vida é missão. E, se não for missão, não merece ser vivida. 

Ser missionário de Jesus não é só ir longe, onde a Igreja ainda precisa de ajuda, porque não está suficientemente estabelecida. Há quem tenha essa vocação: são os missionários “ad gentes” que oferecem toda a sua vida para trabalhar noutra cultura. Mas todo o cristão tem que ser missionário, aí, onde vive, evangelizando seu próprio interior onde haverá sempre espaços onde Deus ainda não penetrou. Depois, na família, nos ambientes de trabalho, no colégio, no convívio social, nos tempos de lazer, na economia, na política, nos espaços de sua influência. Quem não é missionário de Jesus, já mostra que não é Seu seguidor, não é cristão. Chapadinha tem que ser uma Paróquia muito missionária, porque recebeu missionários “ad gentes”, os Missionários/as da Boa Nova, nos últimos 34 anos. 

Fez esta semana, no dia 16 de Outubro, 34 anos que eu saí de Portugal, rumo ao Brasil, a pedido do bispo de Brejo aos bispos portugueses. Depois outros colegas vieram: PP.Bastos, Casimiro, Américo, Antônio, Pedro, Kakinda, Justino, Martins, Nestor, Luis, Tiago. Depois as Missionárias da Boa Nova, os jovens Boa Nova (Jorge, Diana e Sofia), Jovens do Porto e de Aveiro e as Criaditas. O Grupo Missionário João Paulo II é outra realidade bonita de partilha da Igreja em Portugal. Agradecendo isso e outros missionários que nos têm ajudado, a Paróquia também já enviou, ultimamente, membros seus a Moçambique, Angola, Zâmbia, Colômbia e a outros Estados do Brasil. Pouco, para o muito que já devíamos ter feito. 

Para quando enviar casais, grupos de pessoas que possam disponibilizar-se, até aposentados, a ir anunciar Jesus? Em Janeiro, mais uma jovem partirá para Moçambique (Ir. Márcia). Damos graças a Deus por isso. Mas, para quem não pode partir, lembro a obrigação de evangelizar sua família, andar de porta em porta, como os Legionários/as, a acordar cristãos adormecidos na fé. Vamos começar nossa missão popular. Mas temos que estar sempre em missão. E ajudar, com nossa oferta, neste dia, a que outros vão, a que haja seminários a formar sacerdotes, a ajudar instituições católicas em terras carentes.
E  s  p  a  ç  o   i  n  f  o  r  m  a  t  i  v  o

1-Hoje é dia Mundial das Missões. Dia de acordar para a responsabilidade de levar o Evangelho a toda a parte. Há milhões de pessoas que desconhecem a manifestação do amor de Deus em Cristo. Não podemos deixar atolar no nosso desinteresse a propagação do Evangelho. Uns são chamados a ser missionários, a ir longe, deixar família e cultura. E todos devem ajudar da maneira que puderem. Todas as ofertas nas missas de hoje serão enviadas para a diocese e esta para a Congregação da Evangelização.

2 – Estarão hoje, no fim das missas, à disposição de quer quiser comprar pequenos folhetos (apenas R$1,00) que são resumo do primeiro documento do Concílio Vaticano II, sobre a Igreja. Esse documento é muito importante e foi a base de todos os outros.

3- A construção do Centro Catequético na comunidade de Nª Sª de Fátima, dentro de mais duas semanas pode estar terminado. Mas tencionamos inaugurá-lo no dia 09 de Dezembro, dia da Imaculada Conceição.

4) - Já estamos juntando material (ferro, madeira do telhado, portas e janelas) para a construção da Igreja a Nª Sª das Graças no conjunto das mil casas. Em Novembro vamos começar a construção.

5) - As reuniões de preparação para a Santa Missão Popular já estão em andamento. Brevemente vamos comunicar as pessoas que vão fazer parte do Secretariado da Santa Missão. Vamos concentrar esse secretariado num local onde se reunirão também as diversas comissões de trabalho.

6 – Pedimos a todos que querem ser assinantes da folhinha litúrgica do domingo que façam sua assinatura, quanto antes, assim como dos livrinhos da vida diária litúrgica. Não esqueçam!

7- Os ritos batismais para as crianças e adultos que vão ser batizados no Natal serão, depois da missa das 10.00H, nos dias 25 de Novembro (1º rito) e no dia 09 de Dezembro (2º rito). Pedimos que os pais não se esqueçam. Claro que quem não participa da liturgia dominical não terá como saber!

8- Temos entre nós P. José Adauto, Missionário da Boa Nova em Moçambique. Está de férias com sua família. Saudamos o P. Adauto e queremos que passe um tempo de repouso com proveito.

9- A comunidade de S.Luzia está sendo perturbada durante as celebrações por um bar nas vizinhanças. Como não houve acordo na Delegacia da polícia, vai-se recorrer a tribunal. Está sendo constituído advogado. Impressionante a ousadia de fazer bares em todo o lugar e de colocarem música perturbadora e ainda pensarem que têm todos os direitos .

10- Está em concurso, para os músicos, o Hino da nossa Santa Missão Popular em Chapadinha. Quanto à letra podem falar com o Pároco. Pedimos também colaboração dos artistas locais para o calendário paroquial do próximo ano.













sexta-feira, 19 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI PARA O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL





Veja a MENSAGEM DE BENTO XVI PARA O DIA MUNDIAL DAS MISSÕES  O DIA MISSIONÁRIO MUNDIAL.  Ocorre neste domingo, 21 de Outubro. Excelente publicação de Bento XVI para relembrar à consciência de todo batizado sobre nossa responsabilidade missionária

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - LABORATÓRIO DA FÉ




Laboratório da fé
«Redescobrir o caminho da fé» — Bento XVI, «A Porta da Fé», 2

 

Fé e anúncio — Dia Mundial das Missões —

— Leitura partilhada —

Na Mensagem para o Dia Mundial das Missões (21 de outubro de 2012),
o papa Bento XVI escreve sobre a fé e o anúncio:
O anseio de anunciar Cristo impele-nos também a ler a história para nela vislumbrarmos os problemas, aspirações e esperanças da humanidade que Cristo deve sanar, purificar e colmatar com a sua presença. De fato, a sua Mensagem é sempre atual, penetra no próprio coração da história e é capaz de dar resposta às inquietações mais profundas de cada homem.  Por isso a Igreja, em todos os seus componentes, deve estar ciente de que «os horizontes imensos da missão eclesial e a complexidade da situação presente requerem hoje modalidades renovadas para se poder comunicar eficazmente a Palavra de Deus» (Bento XVI, Exortação Apostólica «A Palavra do Senhor», 97). Isto exige, antes de mais, uma renovada adesão de fé pessoal e comunitária ao Evangelho de Jesus Cristo, «num momento de profunda mudança como este que a humanidade está a viver» («A Porta da Fé», 8).

Desafios ao anúncio e à proposta da fé

Sobre os desafios que o anúncio e a proposta da fé hoje colocam
André Fossion escreve assim na mais recente edição da revista «Lumen Vitae»: 
«O risco que ameaça a Igreja de hoje é que se torne uma instituição funcional, depositária do sagrado que distribui os sacramentos à franja de população que permanece ainda marcada pela religiosidade e que, de maneira individualista, sem relação fraterna nem leitura partilhada das Escrituras, pede ritos. A tentação para a Igreja seria dar lugar a esta tendência e restaurar o sagrado em particular na liturgia a fim de evitar a rápida secularização da sociedade e o crescimento dos saberes pagãos. Mas será que é a isto que o Evangelho nos convida?» (2012/3, 271).

Creio — esta é a nossa fé [1] —

A reflexão sobre o «Credo» limita-se, muitas vezes, a constatar que o texto é muito complicado... Não poderemos olhar de outra forma para as palavras que expressam a nossa identidade cristã?! Este ano pastoral, durante quarenta e duas semanas, vamos apresentar as expressões do «Credo» para, a partir do texto, aprendermos a «dizer» (melhor) qual é a nossa fé. [Para ajudar a compreender melhor, ler: Segunda Carta a Timóteo 1, 6-14; Catecismo da Igreja Católica, números 185 a 197

«Sei em quem acreditei» — esta afirmação de Paulo «ajuda-nos a compreender que ‘antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus’. A fé como confiança pessoal no Senhor e a fé que professamos no Credo são inseparáveis, se atraem e se exigem reciprocamente. Existe uma ligação profunda entre a fé vivida e os seus conteúdos: a fé das testemunhas e dos confessores é também a fé dos apóstolos» (Congregação para a Doutrina da Fé, «Nota com indicações pastorais para o Ano da Fé»).

Sinal de identidade. O «Credo» é designado símbolo da fé. Esta denominação está conforme com a origem etimológica da palavra, porque o símbolo, originalmente, era um objeto partido em dois, permitindo o reconhecimento entre as duas partes de um pacto, de um contrato. Cada parceiro conservava consigo uma metade desse objeto, e quando se juntavam as duas partes, podiam reconhecer-se ligados pelo pacto que anteriormente tinham assinado. O símbolo tem o valor do reconhecimento. Da mesma forma, o «Credo» é um símbolo porque, ao recitarmos este texto, reconhecemo-nos cristãos e parceiros de todas as gerações cristãs que nos precederam. É a expressão de uma fé comum, a fé da Igreja.

Existem três fórmulas «oficiais» para a profissão de fé, para o «Credo».
Credo batismal. A mais antiga é a profissão de fé nascida da liturgia batismal, que se faz sob a forma de pergunta/resposta, que permite proclamar, por um lado a renúncia ao mal, e, por outro lado, a profissão de fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Esta forma, muito litúrgica, porque estava ligada à tripla imersão no batismo, é a mais simples. 
Símbolo dos Apóstolos. O nome desta fórmula nasce de uma lenda que atribuiu aos Apóstolos a autoria do texto. Este Símbolo é considerado a «regra da fé, breve e grande» (Santo Agostinho): breve pelo número das palavras, grande pelo alcance capaz de evocar em poucas palavras a totalidade da fé cristã.

Símbolo Niceno-Constantinopolitano. Este texto não foi escrito, inicialmente, para uso na liturgia; resulta de discussões teológicas complicadas. O nome deste símbolo está relacionado com o Primeiro Concílio de Niceia (no ano 325) e com o Primeiro Concílio de Constantinopla (no ano 381), onde foi feita uma revisão do texto anterior. O «Credo» possui uma tríplice estrutura: a primeira estrutura é trinitária (Deus é confessado como único, mas também como comunhão de três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo), a segunda estrutura é narrativa (conta a História da Salvação); a terceira estrutura é enunciativa (não se refere apenas ao conteúdo da fé, mas também aos sujeitos que dele se apropriam, para o viver e testemunhar).

«O Credo está no coração da liturgia pascal, batismal e dominical. Está no coração da catequese no catecumenato dos adultos, na profissão de fé dos jovens, na confirmação como também nos materiais catequéticos (catecismos). Ele está também no coração da teologia» (André Fossion, «Dieu désirable», Novalis; Lumen Vitae, Bélgica 2010, 121).

Creio. «Com a palavra ‘creio [acredito em ti]’, manifestamos um modo pessoal, nosso, de nos pormos diante de uma determinada pessoa: consideramo-la digna de confiança, convencidos de que diz a verdade» (Dionigi Tettamanzi, «Esta é a nossa fé!», Paulinas). Dizer «creio» é afirmar a nossa confiança, apesar da dúvida ou do risco. Por isso, há uma (grande) diferença entre o crer, o ver e o saber. Como escreveu Jean Guitton, «saber é mais belo do que ver. Mas crer é ainda mais belo do que saber, porque no ato de crer há muito amor.Crer é uma operação feita pela vontade, e até pelo mais alto grau da vontade, que é o amor. Pois bem, há mais na inteligência do que nos sentidos; e há mais no amor do que na inteligência». Dizer «creio» é manifestar a nossa adesão livre e pessoal. Por isso, exige o envolvimento e o empenho da razão. Assim, torna-se útil e importante saber o que dizemos no «Credo» de modo a (re)descobrirmos a sua beleza e significado; e a fazer com que se torne um «sinal distintivo» da identidade cristã.

«Esta é a nossa fé» — é o título geral da iniciativa que se vai concretizar em quarenta e duas reflexões sobre o «Credo Niceno-Constantinopolitano». A partir de textos bíblicos e do Catecismo da Igreja Católica vão ser publicadas, nesta página, ao ritmo de uma por semana, até finais de julho de dois mil e treze.