Existem na Igreja
tabus conciliares, surgidos após o Concílio Vaticano II e que ainda subsistem. Questões
relativas à família e novas disposições para a nomeação dos bispos, reforma da
Cúria dos cardeais e sobre o papado. Eram tabus no Concílio. Quanto ao controle
da natalidade e métodos contraceptivos houve três intervenções sucessivas de
eminentes cardeais, porém o debate foi logo abortado pelo Paulo VI, que sucedeu a João 23. Afinal o tema foi delegado a uma Comissão especial, que favorecia o debate, mas
mesmo assim foi mais uma vez anulado pelo mesmo Paulo VI na encíclica “Humanae Vitae” de 1968, após o Concílio.
No entanto, esta tentativa do Papa não teve êxito, desde o surgimento da pílula
em 1960. E é sabido que milhões de mulheres católicas em todo mundo se utilizavam já
desse método anticoncepcional. Aliás, a pílula foi inventada por dois
cientistas católicos John Rock e Pasquale DeFelice. A bem da verdade, a
referida Encíclica que proibia o controle da natalidade e como tal o uso da
pílula mostrou o primeiro caso na história do século 20 em que a grande maioria
do povo e do clero recusou-se a obedecê-la. (Cf H.Kung A Igreja tem salvação,
pg.175 e 178).
É verificável que
houve atividade e um propósito de frear o movimento conciliar assim como as
reformas propostas pelo Concílio logo desde o Papa Paulo VI. Esta atitude de
não aceitação do Concílio ainda aumentou com a chegada do Papa João Paulo II,
atitude que alguns teólogos chamam de “traição ao Concílio” (o.c.p.180), que
consiste num distanciamento da Igreja de tudo que tinha sido decidido nos documentos
conciliares, o que por sua vez fazia distanciar da Igreja numerosos católicos
de todo mundo.
E porque é tabu dizer
a verdade na Igreja? Um dos tabus do reinado de João Paulo II foi um caso
impactante como o seguinte: No México havia a Instituição dos “Legionários
de Cristo” comandada pelo Padre Marçal Maciel. Esta congregação era super
rica e milionária, tanto que fazia correr muito dinheiro para o Vaticano. Tanto
como eles só outra semelhante, a “Opus Dei” também uma das preferidas do
Papa. O padre Maciel era quem mais se opunha às orientações do Vaticano II. No
entanto, convivia publicamente com duas mulheres de quem teve três filhos. E
apesar disso era acobertado pelo Papa João Paulo II, pois eram muito amigos, de
tal maneira que o P.Maciel foi o companheiro fiel e o organizador das Quatro
viagens que João Paulo II fez ao México.
Quando João Paulo II
faleceu, em 2005, foi visto um Cartaz de grupos dos “LEGIONÁRIOS DE CRISTO”,
infiltrados na multidão, que muita gente chamava de “Milionários de
Cristo”, os mesmo que o Papa poucos dias antes tinha abençoado e elogiado
das janelas do Vaticano. Os cartazes pediam “SANTO SÚBITO”, isto é, a
canonização rápida de João Paulo II. E quando o
Cardeal Ratzinger o sucedeu como Papa, teve logo o interesse em por em
prática o slogan do Cartaz. Na verdade, esta pressa tinha como objetivo
não dar chance a maiores dificuldades e objeções contra a canonização de
João Paulo II. Como disse depois o
escritor alemão Michael Walsh: “Os Papas herdaram a tradição dos antigos imperadores romanos, que
tratavam de endeusar os seus predecessores”. E era essa a preocupação de Ratzinger. Por isso nem foram respeitados os
prazos legais tanto para a beatificação como para a canonização. Inclusive, os
médicos duvidam se até a freira francesa
que supostamente foi curada do mal de Parkinson se até mesmo ela esteve doente. (o.c.p.186-187).
Falando de tabus,
falemos também sobre as canonizações de Santos. As canonizações
começaram em 1.200 com Inocêncio III que chamou para si todos os procedimentos,
e dos quais ele viu que poderiam retornar em fabulosos lucros para o Papado. Até
lá eram os bispos que levavam seus amigos à honra do título de Santos.
Honra que era mais ligada ao poder e à influência do que “dedo de Deus”,
por isso que só concedida a nobres romanos e europeus influentes. Hoje em
dia esses processos também dão muito dinheiro ao Vaticano. Dizia a freira que levou
Santo Antônio de Santana Galvão aos altares: “Gastarei o que for preciso, mas
levarei o Frei Galvão aos altares”. A este propósito, só para falar nos últimos
Santos, detenhamo-nos no último Papa que fez mais “Santos” do que os outros
Papas em 400 anos, João Paulo II: 1.380 beatificações e 538 canonizações.
Algumas destas canonizações foram duvidosas, como os mortos na guerra civil da
Espanha. Outra, a do Padre Pio, no qual as “chagas” ou “estigmas” foram
consideradas “manipuladas”. Também a canonização do Pio IX tão reacionário aos
tempos modernos, e com documentos que ficaram padrão de uma Igreja inimiga da
ciência e da inteligência. Por seu lado, já como dito atrás, Bento XVI, na
canonização de João Paulo II extrapolou todas as regras e espaços de tempo.
Além de que protegeu o famoso Padre Marcial Maciel, “casado” com duas
mulheres, e com a agravante de ser o organizador das suas Quatro viagens ao
México. Eles guiavam-se por aquela pauta falada pelo historiador alemão Michael
Walsh, como dito atrás: “Os Papas
herdaram dos antigos imperadores romanos a tradição de eudeusar os seus
predecessores”.
Falando de
canonizações não será tabu falar sobre os gastos. As beatificações rendem na
média de 35 mil Euros; As canonizações cerca de 55 mil Euros, cada processo.
Imagine se entre os Países do 3º Mundo será possível nem pensar nessa aventura?
Além disso há os lucros adicionais: Medalhas, imagens, Livros, Turismo, e
Doações. Mas tudo isto será tabu com a mistura da proclamação da santidade dos
Servos de Deus, que ficariam de queixo caído se eles soubessem disso.
Falando de Pio IX:
“Declarou guerra à modernidade, e com a incentivação dos Livros do “Index”
proibidos mundialmente manteve as inteligências mundiais no obscurantismo de
rebanho imbecilizado e analfabeto” (Cf.H.Kung o.c.p.454). Eis alguns nomes de
fama mundial que colocou no Index dos livros proibidos: Copérnico e Galileu, os
pais da ciência moderna; Descartes, Pascal, Bayle e Malebranche, e Espinoza, s
pais da filosofia moderna; Os filósofos Kant, Locke e Hume; Literatos como
Diderot, D’Alembert com as suas Enciclopédias e o Dicionário Larousse; Hugo
Grotius, teórico do Direito Internacional; Vitor Hugo, Lamartine e Balzac e
Simone de Beauvoir, para falar nos principais. Imagine-se o cegueirismo
ditatorial da Igreja católica dessa época causando um apagão cientifico da
fé e das ciências (Cf. o.c.p. 139).
Sem falar épocas
anteriores, em que Inocêncio III fez o seu casamento dentro do Vaticano.
Vivendo em monumental luxo na busca desenfreada do prazer e em monumental
devassidão colocaram nessa época as bases para o celibato do clero. Sisto IV
colocou todos os seus sobrinhos com cargos no Vaticano, ele que tinha a ideia
fixa do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Alexandre VI com as amantes, e
Inocêncio VII levou seus filhos também para o Vaticano (o.c.p. 125).
Conclusão.
Um dado importante é que entre os candidatos à canonização, os leigos não têm
vez. Nas pesquisas dos historiadores encontraram um Leigo por ano em média, no
meio de centenas por ano de muitos outros.
P.Casimiro João smbn
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