segunda-feira, 30 de maio de 2022

A canonização dos Santos e as pressas em algumas canonizações, herdeiras dos imperadores romanos.


 

Existem na Igreja tabus conciliares, surgidos após o Concílio Vaticano II e que ainda subsistem. Questões relativas à família e novas disposições para a nomeação dos bispos, reforma da Cúria dos cardeais e sobre o papado. Eram tabus no Concílio. Quanto ao controle da natalidade e métodos contraceptivos houve três intervenções sucessivas de eminentes cardeais, porém o debate foi logo abortado pelo Paulo VI, que sucedeu a João 23. Afinal o tema foi delegado a uma Comissão especial, que favorecia o debate, mas mesmo assim foi mais uma vez anulado pelo mesmo Paulo VI na encíclica “Humanae Vitae” de 1968, após o Concílio. No entanto, esta tentativa do Papa não teve êxito, desde o surgimento da pílula em 1960. E é sabido que milhões de mulheres católicas em todo mundo se utilizavam já desse método anticoncepcional. Aliás, a pílula foi inventada por dois cientistas católicos John Rock e Pasquale DeFelice. A bem da verdade, a referida Encíclica que proibia o controle da natalidade e como tal o uso da pílula mostrou o primeiro caso na história do século 20 em que a grande maioria do povo e do clero recusou-se a obedecê-la. (Cf H.Kung A Igreja tem salvação, pg.175 e 178).

É verificável que houve atividade e um propósito de frear o movimento conciliar assim como as reformas propostas pelo Concílio logo desde o Papa Paulo VI. Esta atitude de não aceitação do Concílio ainda aumentou com a chegada do Papa João Paulo II, atitude que alguns teólogos chamam de “traição ao Concílio” (o.c.p.180), que consiste num distanciamento da Igreja de tudo que tinha sido decidido nos documentos conciliares, o que por sua vez fazia distanciar da Igreja numerosos católicos de todo mundo.

E porque é tabu dizer a verdade na Igreja? Um dos tabus do reinado de João Paulo II foi um caso impactante como o seguinte: No México havia a Instituição dos “Legionários de Cristo” comandada pelo Padre Marçal Maciel. Esta congregação era super rica e milionária, tanto que fazia correr muito dinheiro para o Vaticano. Tanto como eles só outra semelhante, a “Opus Dei” também uma das preferidas do Papa. O padre Maciel era quem mais se opunha às orientações do Vaticano II. No entanto, convivia publicamente com duas mulheres de quem teve três filhos. E apesar disso era acobertado pelo Papa João Paulo II, pois eram muito amigos, de tal maneira que o P.Maciel foi o companheiro fiel e o organizador das Quatro viagens que João Paulo II fez ao México.

Quando João Paulo II faleceu, em 2005, foi visto um Cartaz de grupos dos “LEGIONÁRIOS DE CRISTO”, infiltrados na multidão, que muita gente chamava de “Milionários de Cristo”, os mesmo que o Papa poucos dias antes tinha abençoado e elogiado das janelas do Vaticano. Os cartazes pediam “SANTO SÚBITO”, isto é, a canonização rápida de João Paulo II.  E quando o Cardeal Ratzinger o sucedeu como Papa, teve logo o interesse em por em prática o slogan do Cartaz. Na verdade, esta pressa tinha como objetivo não dar chance a maiores dificuldades e objeções contra a canonização de João Paulo II. Como disse depois o  escritor alemão Michael Walsh: “Os Papas herdaram a tradição dos antigos imperadores romanos, que tratavam de endeusar os seus predecessores”.  E era essa a preocupação de Ratzinger. Por isso nem foram respeitados os prazos legais tanto para a beatificação como para a canonização. Inclusive, os médicos duvidam se  até a freira francesa que supostamente foi curada do mal de Parkinson se até mesmo ela esteve doente. (o.c.p.186-187).

Falando de tabus, falemos também sobre as canonizações de Santos. As canonizações começaram em 1.200 com Inocêncio III que chamou para si todos os procedimentos, e dos quais ele viu que poderiam retornar em fabulosos lucros para o Papado. Até lá eram os bispos que levavam seus amigos à honra do título de Santos. Honra que era mais ligada ao poder e à influência do que “dedo de Deus”, por isso que só concedida a nobres romanos e europeus influentes. Hoje em dia esses processos também dão muito dinheiro ao Vaticano. Dizia a freira que levou Santo Antônio de Santana Galvão aos altares: “Gastarei o que for preciso, mas levarei o Frei Galvão aos altares”. A este propósito, só para falar nos últimos Santos, detenhamo-nos no último Papa que fez mais “Santos” do que os outros Papas em 400 anos, João Paulo II: 1.380 beatificações e 538 canonizações. Algumas destas canonizações foram duvidosas, como os mortos na guerra civil da Espanha. Outra, a do Padre Pio, no qual as “chagas” ou “estigmas” foram consideradas “manipuladas”. Também a canonização do Pio IX tão reacionário aos tempos modernos, e com documentos que ficaram padrão de uma Igreja inimiga da ciência e da inteligência. Por seu lado, já como dito atrás, Bento XVI, na canonização de João Paulo II extrapolou todas as regras e espaços de tempo. Além de que protegeu o famoso Padre Marcial Maciel, “casado” com duas mulheres, e com a agravante de ser o organizador das suas Quatro viagens ao México. Eles guiavam-se por aquela pauta falada pelo historiador alemão Michael Walsh, como dito atrás: “Os Papas herdaram dos antigos imperadores romanos a tradição de eudeusar os seus predecessores”.

Falando de canonizações não será tabu falar sobre os gastos. As beatificações rendem na média de 35 mil Euros; As canonizações cerca de 55 mil Euros, cada processo. Imagine se entre os Países do 3º Mundo será possível nem pensar nessa aventura? Além disso há os lucros adicionais: Medalhas, imagens, Livros, Turismo, e Doações. Mas tudo isto será tabu com a mistura da proclamação da santidade dos Servos de Deus, que ficariam de queixo caído se eles soubessem disso.

Falando de Pio IX: “Declarou guerra à modernidade, e com a incentivação dos Livros do “Index” proibidos mundialmente manteve as inteligências mundiais no obscurantismo de rebanho imbecilizado e analfabeto” (Cf.H.Kung o.c.p.454). Eis alguns nomes de fama mundial que colocou no Index dos livros proibidos: Copérnico e Galileu, os pais da ciência moderna; Descartes, Pascal, Bayle e Malebranche, e Espinoza, s pais da filosofia moderna; Os filósofos Kant, Locke e Hume; Literatos como Diderot, D’Alembert com as suas Enciclopédias e o Dicionário Larousse; Hugo Grotius, teórico do Direito Internacional; Vitor Hugo, Lamartine e Balzac e Simone de Beauvoir, para falar nos principais. Imagine-se o cegueirismo ditatorial da Igreja católica dessa época causando um apagão cientifico da fé e das ciências (Cf. o.c.p. 139).

Sem falar épocas anteriores, em que Inocêncio III fez o seu casamento dentro do Vaticano. Vivendo em monumental luxo na busca desenfreada do prazer e em monumental devassidão colocaram nessa época as bases para o celibato do clero. Sisto IV colocou todos os seus sobrinhos com cargos no Vaticano, ele que tinha a ideia fixa do dogma da Imaculada Conceição de Maria. Alexandre VI com as amantes, e Inocêncio VII levou seus filhos também para o Vaticano (o.c.p. 125).

Conclusão. Um dado importante é que entre os candidatos à canonização, os leigos não têm vez. Nas pesquisas dos historiadores encontraram um Leigo por ano em média, no meio de centenas por ano de muitos outros.

P.Casimiro João        smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

 

 

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