segunda-feira, 6 de junho de 2022

O mandamento universal – não faça aos outros o que não quer que façam a ti mesmo (Mt. 7,12).


 

É igual a: “amar o próximo como a si mesmo” (Mc.12,31); e “quem ama cumpriu toda a lei”(Rom.13,10). Paulo afirma que agora há as três virtudes, fé, esperança e amor, “Mas a maior delas é o amor”(1 Cor.13,13). Quer dizer que o amor vale mais do que a fé. Essa que é chamada a “regra de ouro” que vem expressa em todas as religiões da antiguidade, e por isso a Bíblia cristã a trouxe igualmente no Livro de Tobias: “Não faça para ninguém o que não gosta que façam para você”(Tob.4,15) e repetida no evangelho de Mateus: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles; esta é a lei e os profetas” (7,12).

Numa constatação pela historia, vemos que a tradição e a prática das Igrejas não tem sido essa, mas aquela de que a fé vale mais do que o amor. Por isso se matava, se queimava, se perseguia e se proibia de falar e de escrever, como na Inquisição e nas Cruzadas. Mas esta historia vem já do judaísmo: para impor a sua religião guerreavam com todo mundo. Porém, a mesma fé que formou e unia o povo judeu foi a mesma que acabou com o povo judeu 70 anos depois de Cristo.

 Logo em seguida continuou no Novo Testamento com o primeiro imperador Constantino condenando todo mundo que não se convertesse à nova religião do Estado que já era o cristianismo. Logo depois vieram as Cruzadas na Idade Média para combater o Islão. Em seguida a Inquisição e a caça às bruxas para matar e queimar quem não professasse a fé. Católicos matavam protestantes, e protestantes matavam católicos. Logo depois vieram as conquistas e as “colonizações” e os genocídios de populações dos novos continentes porque não eram do rei e da fé.

Por último, ainda ficou um saldo da Inquisição com a condenação de quem não tivesse as teologias da Idade Média, condenações como a do teólogo Leonardo Boff. Perseguições no Brasil de Leonardo Boff e da teóloga Ivone Gevara, que defendia os direitos das Mulheres. Houve as seguintes perseguições na América Latina: Gustavo Gutierrez, Ernesto Cardenal e Fernando Cardenal, e o bispo Dom Romero; e Jon Sobrino, que sobreviveu a uma chacina de seis jesuítas, igual o Frei Beto, brasileiro. Na Espanha: José Maria Castilho, Miguel d’Escoto, Edgard Parrares e Juan Afonso Estrada. Na França: Teilhard de Chardin, Dominique Chenu, Jacques Dupuis, Ives congar e Henri de Lubac. Na Alemanha: Karl Rahner, Edward Shillebeeckx e Bernhard Haring; Na Holanda: Hans Kung; Na América do Norte: Charles Curran e a teóloga Larina Byrne; Além de Marciano Vidal na Espanha, que junto com Bernhard Haring são os maiores moralistas do século 20.

Fazemos a seguinte observação: O Papa João Paulo II recebeu 15 visitas da CIA, no governo de Ronald Reagan, dos USA, pedindo informações políticas sobre a América do Sul para orientar o Card. Ratzinger e combater a teologia da libertação. Uma ocasião deixou de receber o bispo de El Salvador Dom Romero que fazia a caminhada com os pobres de El Salvador e o forçava a se submeter ao regime genocida do governo, até ser morto pelo regime dentro da catedral de El Salvador. Depois do assassinato do mesmo bispo o Vaticano reconheceu que promoveu uma campanha de difamação contra ele para não ser elevado às honras do altar, e não ser canonizado. (Cf. http://bit.lv/1xeiWi5).

Constatamos, porém, que nas cenas dos refugiados de guerras, e nas calamidades naturais, no atendimento a milhares de seres humanos ninguém pergunta qual é sua religião? E quando vêm técnicos de todas as Nações para socorrer terremotos, Tsunamis? Eles vêm de todas as nações e de todas as religiões...”Tudo quanto quereis que os outros vos façam, fazei também a eles” Esta é a religião universal, onde o amor vale mais do que a fé, como dissemos. E já vimos que a fé pode matar, so o amor salva. A fé pode condenar, só o amor perdoa. A fé pode dividir, só amor une.

P.Casimiro João     smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

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