domingo, 12 de junho de 2022

As trindades das mitologias nas religiões da antiguidade.


 

“Oh três senhores, dizei-me qual é a verdadeira divindade dos Três”, rezava o devoto à Tríade dos deus da Índia. –“Ó devoto, aprendei que não há distinção real entre nós. O que lhe surge é somente a semelhança. O Único ser aparece sob as três  formas pelos atos de Criação, Preservação e Destruição. Mas Ele é um só”. Esta era a crença e a oração na antiguidade da Índia à Tríade dos deuses Brahma, Vishnu e Shiva. São Jerônimo afirmava, no sec.IV da era cristã que quase todas as religiões da Antiguidade possuíam uma doutrina similar à trindade. “Todas as nações antigas acreditavam na trindade de deuses” (Marie Sinclair, em “Antigas Verdades sob Uma Nova Luz’, p.382). Por seu lado, os Sumérios e babilônios tinham a sua trindade, Anu, que regia o céu; Entil, que regia a terra; e Ea, que regia as Águas.

Entre os gregos, o filósofo Aristóteles dizia: “Todas as coisas são em três, e três vezes é tudo. E vamos usar este número na adoração dos deuses, pois tudo e todas as coisas são limitadas por três, o fim, o meio, e  o início têm este número em tudo, e este compõe o númeiro da trindade” (Arhur Weigall, Paganismo e nosso cristianismo, 1928, p.197).

Vejamos o Livro dos Provérbios na nossa Bíblia: “O Senhor me possuiu como primícias de seus caminhos, antes de suas obras mais antigas; desde a eternidade fui constituída, desde o princípio, antes das origens da terra” (Prov.8,22 ss). A “Sabedoria” foi primeiramente a deusa Astarte que entre os judeus fazia parte da corte dos deuses e era a esposa do deus de Israel antes de “fecharem” com o único deus Javé, depois do exílio da Babilônia. Após o exílio e com o domínio dos Asmoneus e Macabeus transferiram o apelido da deusa Astarte para “a Sabedoria”, para se verem livres da semelhança com os vizinhos de “vários deuses”.

Para a doutrina cristã da Trindade foram decisivos os concílios de Niceia (325) e Constantinopla (381), onde o Espírito Santo ficou no posto de terceira pessoa da Santíssima Trindade. As polêmicas não acabaram entre os pensamentos de gregos e latinos, e foram vindo à tona em muitas ocasiões como nos concílios de Latrão IV em 1215; de Lião II em 1274; de Florença em 1431. Em 1995 voltou à baila no encontro do Patriarca Bartolomeu I e João Paulo II, onde rezaram juntos, e onde no Credo comum o santo João Paulo II teria omitido a fórmula “Filioque”, i.é, que o Espirito Santo procede do “Pai e do Filho” e que tem sido o nó nevrálgico das polêmicas.

P.Casimiro João

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