Não vivo
por viver. Esforço-me por fazer o que devo na direção do sentido de vida que
escolhi. O que acho é hediondo disparate querer justificar o erro e ficar a
ruminar a asneira cometida. Pior querer inocentar pessoa culpada porque me
beneficia. Mas péssimo mesmo é comprar a obrigação de defender o erro dos
outros, vender sua dignidade ou trocá-la por interesses alheios. Falta de
nobreza de vida, vazio moral, desmoronamento intelectual. Desenvergonhada
maneira de colocar o véu do fingimento para estorvar a passagem da verdade.
Desculpar só por querer desculpar é... (Melhor ficar por aqui!)
Custa-me,
mas compreendo que alguém que nasceu e foi educado em arbitrárias tradições
queira continuar a fazer o mesmo. Mas gente nova que tem formação, que estudou
e tem cabeça para pensar não a saber usar para trabalhar e se venda a
interesses alheios... isso me indigna fortemente. Gostaria de gritar a esses
jovens que não enterrem suas potencialidades, não aceitem a mesquinhez, tenham
vergonha de dependurar seus dias na imbecilidade. Lutem por uma Chapadinha mais
desenvolvida, humana e habitável.
O Baixo Parnaíba deve ser, a nível nacional,
a região com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Apresentem
sugestões, ajudem, empurrem as administrações públicas pra frente. Não as
desculpem pela ineficácia, não escondam a corrupção, não se transformem em
empecilho... Mandem os oportunistas trabalhar, que não queiram enricar à custa
da miséria alheia.
Lembrem-se dessa multidão que ainda vive na marginalidade! Não
gastem forças defendendo um sistema económico-social que só privilegia uma
minoria. Deixem de exibir ideias exibicionistas, de defender pessoas que não
souberam administrar o Município com competência e que se entretiveram a
defender mais seus interesses que a humanizar nosso ambiente. Um exemplo: os
senhores políticos que defendiam o projeto da plantação dos eucaliptos para
onde mandariam nosso povo que ficava sem terras para cultivar? Que quantitativo
orçamental e que espécie de agricultura defende a Secretaria Municipal de
Agricultura? Isto no presente e isto no passado. Não se trata de passar por aí
a distribuir notas de cinco reais ou a promover shows para alegrar basbaque. E
a maioria da população ainda depende do cultivo de terra!
Chapadinha
tem dois grupos. Um defende quem está no poder e outro quem deseja ir para o
poder ou já lá esteve. Ambos poderosos e com defensores assanhados. Só para fabricar verborreia e ganhar uns vinténs.
Um ataca e o outro contra-ataca. Ambos com matéria de corrupção e incompetência
mais que suficiente para prolongados confrontos. Quem não pagou a quem
trabalhava, quem deixou projetos por executar, quem não prestou contas, quem se
governou e não soube servir o Município, quem disse que fazia e nunca fez, quem
meteu ao bolso dinheiro público com fartura, quem só aliena e não sabe administrar... saia da frente.
Não merece
confiança. Com essa gente, não percam tempo! Esqueçam! Vejam se encontram por aí
quem tenha amizade à terra, vergonha na cara e sensibilidade social para se
candidatar na próxima. Não basta querer. É preciso ser competente. Uma história
que minha avó contava falava dum espanhol que tinha dois grilos. Botou-os numa
caixa e esqueceu-se de lhes dar de comer. Pois os grilos comeram-se um ao outro
e nada restou.
Assim acontece em Chapadinha: monta-se uma discussão contra
outra discussão, enfrenta-se um mal com outro mal, faz-se guerra com a mesma
artilharia dos dois lados. Que resta? – Nada de útil. Apenas um passatempo engraçado.
Bons pensantes para deixar tudo como dantes. O povo é que perde. Continua
esquecido. Invistam sua energia em abrir horizontes de honestidade, em exigir
trabalho para desenvolver as potencialidades municipais e não a defender quem
não presta contas e cria fundadas suspeitas de gordos interesses. Não é
denunciar por denunciar.
É denunciar para todos começarmos a ver o Município
melhorar. Defender só por defender é que é imbecilidade intragável.
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