sábado, 30 de dezembro de 2023

As novidades da Casa de Nazaré.


 

Eu suponho que quando um par de jovens junta a sua vida para formar uma família, a maior preocupação surge logo: e agora: o filho chegou, como educar esta criança? Deve ter pais que levam uma bagagem de conhecimentos, mas deve ter outros com muitos receios, como marinheiros de primeira viagem. 

 Augusto Cury dá algumas dicas: “educadores que querem controlar tudo na educação dos filhos acabam transmitindo o que mais detestam, a insegurança e o medo. A culpa excessiva esmaga a lucidez, e o desespero esfacela o prazer de viver, Quem não corre riscos está inapto para educar”.(Augusto Cury, Maria a maior Educadora da História, p.16).

Desde que recebeu o convite para conceber o menino Jesus, o mundo da jovem Maria de Nazaré virou do avesso. Ela estava só. A não ser seu futuro marido, ninguém poderia oferecer-lhe o ombro para chorar. Tinha que usar suas lágrimas para irrigar a serenidade e se conhecer para não entrar em desespero. A jovem mãe do menino  Jesus viveu uma vida pautada por fatos imprevisíveis. “Educar é caminhar sem ter a certeza de onde se vai chegar” (A.Cury, p.17).

Maria devia ser ótima contadora de histórias. Contava não apenas a sua história, mas a história do seu povo e dos personagens que o marcaram. O pequeno Jesus devia colocar as mãos sobre  a mesa que seu pai havia feito e ouvir prolongadamente a sua mãe. Jesus também leu o mundo e com sua mãe ia entendendo os seus problemas.(o.c.p.160).

“Maria falava das suas lágrimas para Jesus, dos seus temores, dos seus sonhos. Muitos pais trabalham arduamente para deixar uma herança para seus filhos, mas se esquecem de que o maior tesouro que eles podem dar é o seu próprio ser. Muitos lutam para que seus filhos tenham um diploma, mas não batalham para que eles aprendam a viver.” (o.c.p.156). Como sábia contadora de histórias, Maria contava a historia de sua vida, e os seus conflitos. Os educadores aconselham isso. Como instruir os filhos a lidar com os seus conflitos, se nos calamos sobre os nossos? Treinamos para realizar tarefas, fazer provas, praticar esportes, dirigir carros, lidar com a conta no Banco, mas não para falar de nós mesmos. Essa é uma das mais graves e absurdas contradições humanas. “Somos especialistas em maquiar o que somos” (A.Cury, p. 163).

Para muitos perfeccionistas vale também esta assertiva: Quem é plenamente saudável? Somos todos imperfeitos, mas sentimos a necessidade neurótica de ser perfeitos. Para Jesus somente é grande quem enxerga sua pequenez, somente é saudável quem assume sua doença. Mais que disciplinar, falar com segurança, colocar limites, devemos encantar nossos filhos com o filme de nossa existência” A.Cury, p.101).

Um olhar sobre a família de Nazaré nos dá outra lição. Jesus entendeu que não há quem torne os outros infelizes se primeiro não está machucado (lei da psicologia social tal como a lei da gravidade). O que leva ao seguinte esclarecimento: por trás de uma pessoa que fere há sempre uma pessoa ferida. (A.Cury, p.106). É por isso que Jesus se treinou para perdoar e falar sobre o perdão. O perdão será uma utopia se não compreendermos o outro na sua dimensão interior. Perdoar não é um ato coitadista, mas de elevada inteligência. Muitas pessoas montaram um departamento de cobrança em suas casas, são especialistas não em se amar, mas em se cobrar. E especialistas em exigir o que não podem dar. Jesus era especialista em se doar, e mais especialista ainda em não querer dos outros a mesma resposta. Esperava ser amado, mas não esperava ansiosamente o retorno. Era o segredo do seu equilíbrio emocional. Este é o segredo do equilíbrio emocional de nossa vida. E uma das maiores lições da Casa de Nazaré. (A.Cury,p.165).

Conclusão. Sem comentários, temos aqui em curtas frases muito da intuição e do estudo de Augusto Cury. Na verdade, só as mulheres podem dar uma nova face ao mundo. “Uma mãe fascinante como Maria com um braço ela segura o filho, com o outro muda a Historia” (p.147). Para encerrar esta página, A.Cury arrisca ainda uma afirmação inédita e inteligente: “Se num determinado momento as mulheres ocupassem as funções dos homens e os homens as das mulheres, é provável que 90% da corrupção, da discriminação, dos assassinatos, dos atos terroristas, dos conflitos internacionais, seriam eliminados em pouco tempo” (o.c.p.178). “Os homens sempre foram o sexo frágil, pois só os frágeis usam a força. As mulheres sempre usaram mais as ideias e a sensibilidade” (o.c.p18).

P.Casimiro João     smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.combr

 

 

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