Sempre ouvi contar esta
história: naqueles tempos não havia bicicletas. Quem podia andava de cavalo. Pois,
certo manhã, um rapaz montou seu cavalo e foi visitar uma pequena feira que se
realizava no Município vizinho. Passou perto de vendedeiras de verdura, parou o
cavalo e olhou para uma moça que vendia também flores, juntamente com uma
familiar já de certa idade. Trocaram-se olhares. Talvez um sorriso. E houve a
oferta de um cravo.
O rapaz avançou com seu cavalo, mas deixou o coração preso
àquele lugar e àquela moça. Namoraram e casaram. Eu sou fruto do amor desse
casal. Esse rapaz e essa moça são meus pais. Hoje celebramos na Paróquia e
neste mês de Agosto o “Dia da Família”, ocasião para todos analisarmos como
estamos vivendo esse projeto divino de homem e mulher se amarem, viverem
juntos, procriarem e fazerem depender sua felicidade um do outro.
Durante a
semana, houve alguém que lembrou que casar é como duas pessoas entrarem num
pequeno barco a remos. Se as duas pessoas remarem certo e de uma maneira serena...
o barco avança. Mas se uma delas começar a não remar com ritmo ou a balouçar,
desiquilibra a embarcação. A outra pessoa tem que fazer esforço para equilibrar
o barco... ou depressa vão as duas para a água.
Casar é viver em amor, em
harmonia, em projeto de ajuda mútua. É uma vida a dois. Brincar com a família é
desiquilibrar a harmonia, afundar o amor. Lar é escola de comunhão, vivência e
amizade. Lar é universidade de valores ou será cemitério de sonhos. Lar é
igreja doméstica ou será pequena praça de confrontos.
Lar é santuário de vida
em comum: vida que se dá, que se partilha e se aumenta. “Casar é assunto sério.
Não bote o amor no cemitério!”. Carro não anda sem motor, pessoa não vive sem
coração. Motoca não anda sem rodas.
A força da vida a dois, o coração do casal,
o que possibilita a alegria conjunta é o amor. Não se vive sem coração e não
persevera, no amor, uma família sem oração.
Ou se traz Cristo para o casal ou o
ambiente pagão e mundano o invadirá com toda a facilidade. Lar sem
espiritualidade é como casa sem portas. Entra tudo. O que não presta, com toda
a rapidez, aí habitará.
Precisamos muito de sentir a beleza do Evangelho da
família. Não só ”viver em família”, mas ”viver a família” como dom e como
compromisso.
VISITA PASTORAL DE D. VALDECI
Semana passada
tivemos D. Valdeci cinco dias conosco. Foi boa esta experiência. Padres, irmãs,
pastorais, movimentos e vários segmentos da sociedade civil puderam
encontrar-se, dialogar, analisar situações e sonhar com novas maneiras de
trabalhar. Muito útil essa iniciativa! Que restou de tudo isso?- Vejamos alguns
assuntos:
1)- A Paróquia está
grande demais. Precisa de ser dividida para ser melhor trabalhada. Chapadinha
deve ser dividida em três Paróquias. D. Valdeci já deu seu consentimento para
começar uma nova Paróquia a partir da igreja de Cristo Redentor no areal. Mas
como? – Aumentar trabalho com livros, residência...?
2)- A Educação é o
combustível do desenvolvimento. Onde não há empenho pela Educação, a sociedade
não avança. Os jovens do interior de Chapadinha não têm Ensino Médio. Só há
dois colégios com esse ensino e prevê-se que, para o ano, serão mais cinco.
Este atraso é lamentável e tem vindo a adiar-se ano após ano!
3)- Tiúba é um caso
grave. Aí aconteceram e estão acontecendo crimes gravíssimos e desprezo pelos
direitos fundamentais das pessoas: direito de ir e vir, ter água potável,
habitação, sossego familiar, respeito pelos bens individuais... Foram queimadas
residências, animais e destruída uma capela com autêntica perseguição
religiosa. Há uso arbitrário de força, presença de pistoleiros perigosos,
faz-se justiça por próprias mãos... O senhor bispo visitou o lugar, falou com
os moradores e veio profundamente impressionado, a ponto de, na missa da noite,
falar claro.
4)- O aumento da
delinquência, da criminalidade e o uso de drogas... perturbam. Urgente juntar forças e construir uma
iniciativa que não só trate os dependentes, mas coloque mais prevenção e
informação no ambiente que está a ficar degradante.
5)- Quer queiram
quer não, Chapadinha está a ser
preparada para ser uma cidade polo no âmbito civil. Também a nível religioso, o
centro da Diocese terá que vir para Chapadinha. Importante preparar estruturas
para isso.
6)- Imensos Colégios,
Universidades, Institutos Superiores... tudo está em Chapadinha. Precisamos
fortificar a Pastoral da Juventude.
7)- A família depende
muito do esforço dos casais. Mas precisamos de políticas públicas que ajudem as
famílias. Temos barulho a mais na cidade e muito ambiente irresponsável de
festas, noite adentro, o que leva às famílias muita dificuldade em educar os
filhos.
8)- Há falta de
transparência na administração pública. Há uma fofoca terrível no ambiente
social. Mas a população participa e é causadora de tudo isso fazendo das
campanhas eleitorais uma feira de votos. E depois das eleições deixam-se os políticos
livres para fazerem tudo que lhes apetece. O que está acontecendo em Municípios
vizinhos é uma vergonha que agora subiu a nível nacional. E o assunto parece
tão natural que os implicados não estão nem aí.
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