quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Exclusivo: MBL está por trás da censura ao padre Júlio Lancellotti Publicado por Thiago Suman


 

 Atualizado em 17 de dezembro de 2025 às 15:04

A censura imposta pela Arquidiocese de São Paulo ao padre Júlio Lancellotti não pode ser compreendida sem olhar para o papel desempenhado por influenciadores da extrema direita católica, que transformaram o sacerdote em alvo permanente. Entre eles, destaca-se Miguel Kazam, ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) e com mais de 100 mil seguidores, que há meses conduz uma campanha sistemática de ataques ao religioso e de pressão pública sobre a Igreja.

Kazam construiu sua relevância digital explorando o conflito. Em vídeos e postagens, ele associa a atuação pastoral de Lancellotti a supostos desvios morais e ideológicos, misturando críticas religiosas com narrativas políticas típicas da guerra cultural. O episódio envolvendo o curta-metragem “São Marino” virou combustível central dessa estratégia. Ao atacar a participação do padre na narração da obra, Kazam passou a sustentar que Lancellotti promoveria uma agenda “trans” dentro da Igreja.

A ofensiva não se limitou às redes sociais. O influenciador admite ter preparado e enviado um dossiê com denúncias à Arquidiocese de São Paulo e ao Vaticano, com apoio de um advogado ligado a extrema direita católica. As acusações envolvem um suposto menor, extorsão e chantagens embora investigações conduzidas pela Justiça paulista, pelo Ministério Público e pela própria Arquidiocese tenham sido arquivadas por ausência de materialidade. Ainda assim, Kazam segue tratando insinuações como se fossem fatos consumados, reforçando um ambiente de linchamento moral. Ao mesmo tempo, o discurso de Kazam busca se blindar sob a narrativa de vítima. Após publicar vídeos críticos, ele afirmou ter sido alvo de “assédio judicial” por parte de um suposto assessor de Lancellotti, episódio que passou a ser explorado como prova de uma alegada proteção institucional ao padre. A estratégia é conhecida: inverter papéis, apresentar-se como perseguido e usar isso para legitimar ataques ainda mais agressivos, sem assumir responsabilidade pelo impacto das acusações lançadas. O resultado dessa campanha foi a contaminação do debate público dentro e fora da Igreja. Parlamentares da direita passaram a ecoar o conteúdo produzido nas redes, como no caso do pedido de CPI apresentado pelo vereador Rubinho Nunes, que tentou investigar Lancellotti e organizações que atuam com a população em situação de rua. A iniciativa naufragou quando vereadores retiraram apoio, alegando terem sido enganados. Ainda assim, o estrago político já estava feito. A decisão de Dom Odilo Scherer de restringir a atuação digital de Lancellotti surge nesse ambiente de pressão fabricada. Não é um gesto isolado de prudência institucional, mas uma resposta a uma ofensiva coordenada que transformou o padre em problema administrativo para a Arquidiocese. Kazam e outros influenciadores conseguiram empurrar a hierarquia para uma posição defensiva, na qual silenciar o alvo pareceu mais fácil do que enfrentar publicamente a máquina de difamação.” Ajuntamos alguns testemunhos mais:

Perla Müller ·

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“Silenciar o Padre Júlio não é assunto interno da igreja. É romper com a mensagem de Jesus. O incômodo não é a transmissão da missa. É o compromisso com os pobres, os invisíveis, os que vivem à margem. 🤍✊ Jesus enfrentou o poder, denunciou a hipocrisia religiosa e caminhou com quem não tinha vez nem voz. Quando a fé vira instrumento de privilégio  e quem vive o Evangelho é perseguido, o lado já foi escolhido. E não foi o de Jesus.”

“O Levante Popular da Juventude manifesta sua total solidariedade ao Padre Júlio Lancelotti que foi proibido de seguir transmitindo online suas missas aos domingos. Isso é mais uma ação que faz parte das perseguições, ataques e tentativas de criminalização por seu compromisso radical com os pobres, com a população em situação de rua e com o Evangelho vivido na prática. Defender Padre Júlio é defender o direito à vida, à dignidade e à justiça social diante de um projeto que tenta silenciar quem denuncia a fome, a miséria e a desigualdade no Brasil. Essa perseguição e tentativa de silenciamento revela o incômodo das elites com quem escolhe estar ao lado do povo e enfrenta a lógica da exclusão e do ódio. Seguiremos em luta, ao lado de Padre Júlio e de todos e todas que constroem a solidariedade como prática política”.

@levantedajuventude

#euapoiopadrejuliolancellotti . Outro: O caso levanta a pergunta: qual é o papel da Igreja no mundo moderno? Deve ela se manter nos ritos tradicionais ou sujar os pés na lama para ajudar os necessitados, mesmo que isso gere conflitos? Enquanto a burocracia decide o futuro do padre, a fila do pão na rua continua, esperando por quem lhes estenda a mão. ⛪🙏🥪🤐 Trajetoriatop ·

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Nosso comentário: É a ditadura da Igreja que o cardeal de S.Paulo quer reassumir. O País venceu a ditadura mas ele quer voltar à antiga, Deus que o livre. Vencemos um golpe e uma ditadura, mas o dom Scherrer quer retornar à antiga ditadura da Igreja e dos impérios, até proibindo a comunicação social, já se viu?

P. Casimiro João     smbn

www.paroqujiadechapadinha.blogspot.com.br

 

 

 

 

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