Atualizado
em 17 de dezembro de 2025 às 15:04
A censura imposta pela
Arquidiocese de São Paulo ao padre Júlio Lancellotti não pode ser compreendida
sem olhar para o papel desempenhado por influenciadores da extrema direita
católica, que transformaram o sacerdote em alvo permanente. Entre eles, destaca-se
Miguel Kazam, ligado ao MBL (Movimento Brasil Livre) e com mais de 100 mil
seguidores, que há meses conduz uma campanha sistemática de ataques ao
religioso e de pressão pública sobre a Igreja.
Kazam construiu sua
relevância digital explorando o conflito. Em vídeos e postagens, ele associa a
atuação pastoral de Lancellotti a supostos desvios morais e ideológicos,
misturando críticas religiosas com narrativas políticas típicas da guerra
cultural. O episódio envolvendo o curta-metragem “São Marino” virou combustível
central dessa estratégia. Ao atacar a participação do padre na narração da
obra, Kazam passou a sustentar que Lancellotti promoveria uma agenda “trans”
dentro da Igreja.
A ofensiva não se
limitou às redes sociais. O influenciador admite ter preparado e enviado um
dossiê com denúncias à Arquidiocese de São Paulo e ao Vaticano, com apoio de um
advogado ligado a extrema direita católica. As acusações envolvem um suposto menor,
extorsão e chantagens embora investigações conduzidas pela Justiça paulista,
pelo Ministério Público e pela própria Arquidiocese tenham sido arquivadas por
ausência de materialidade. Ainda assim, Kazam segue tratando insinuações como
se fossem fatos consumados, reforçando um ambiente de linchamento moral. Ao
mesmo tempo, o discurso de Kazam busca se blindar sob a narrativa de vítima.
Após publicar vídeos críticos, ele afirmou ter sido alvo de “assédio judicial”
por parte de um suposto assessor de Lancellotti, episódio que passou a ser
explorado como prova de uma alegada proteção institucional ao padre. A
estratégia é conhecida: inverter papéis, apresentar-se como perseguido e usar
isso para legitimar ataques ainda mais agressivos, sem assumir responsabilidade
pelo impacto das acusações lançadas. O resultado dessa campanha foi a
contaminação do debate público dentro e fora da Igreja. Parlamentares da
direita passaram a ecoar o conteúdo produzido nas redes, como no caso do pedido
de CPI apresentado pelo vereador Rubinho Nunes, que tentou investigar
Lancellotti e organizações que atuam com a população em situação de rua. A
iniciativa naufragou quando vereadores retiraram apoio, alegando terem sido
enganados. Ainda assim, o estrago político já estava feito. A decisão de Dom
Odilo Scherer de restringir a atuação digital de Lancellotti surge nesse
ambiente de pressão fabricada. Não é um gesto isolado de prudência
institucional, mas uma resposta a uma ofensiva coordenada que transformou o
padre em problema administrativo para a Arquidiocese. Kazam e outros
influenciadores conseguiram empurrar a hierarquia para uma posição defensiva,
na qual silenciar o alvo pareceu mais fácil do que enfrentar publicamente a
máquina de difamação.” Ajuntamos alguns testemunhos mais:
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“Silenciar o Padre Júlio
não é assunto interno da igreja. É romper com a mensagem de Jesus. O incômodo
não é a transmissão da missa. É o compromisso com os pobres, os invisíveis, os
que vivem à margem. ![]()
Jesus enfrentou o poder, denunciou a
hipocrisia religiosa e caminhou com quem não tinha vez nem voz. Quando a fé
vira instrumento de privilégio e quem
vive o Evangelho é perseguido, o lado já foi escolhido. E não foi o de Jesus.”
“O Levante Popular da
Juventude manifesta sua total solidariedade ao Padre Júlio Lancelotti que foi
proibido de seguir transmitindo online suas missas aos domingos. Isso é mais
uma ação que faz parte das perseguições, ataques e tentativas de criminalização
por seu compromisso radical com os pobres, com a população em situação de rua e
com o Evangelho vivido na prática. Defender Padre Júlio é defender o direito à
vida, à dignidade e à justiça social diante de um projeto que tenta silenciar
quem denuncia a fome, a miséria e a desigualdade no Brasil. Essa perseguição e
tentativa de silenciamento revela o incômodo das elites com quem escolhe estar
ao lado do povo e enfrenta a lógica da exclusão e do ódio. Seguiremos em luta,
ao lado de Padre Júlio e de todos e todas que constroem a solidariedade como prática
política”.
@levantedajuventude
#euapoiopadrejuliolancellotti
. Outro: O caso levanta a pergunta: qual é o papel da Igreja no mundo moderno?
Deve ela se manter nos ritos tradicionais ou sujar os pés na lama para ajudar
os necessitados, mesmo que isso gere conflitos? Enquanto a burocracia decide o
futuro do padre, a fila do pão na rua continua, esperando por quem lhes estenda
a mão. ![]()
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Trajetoriatop ·
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Nosso comentário: É a
ditadura da Igreja que o cardeal de S.Paulo quer reassumir. O País venceu a
ditadura mas ele quer voltar à antiga, Deus que o livre. Vencemos um golpe e
uma ditadura, mas o dom Scherrer quer retornar à antiga ditadura da Igreja e dos
impérios, até proibindo a comunicação social, já se viu?
P. Casimiro João smbn
www.paroqujiadechapadinha.blogspot.com.br

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