domingo, 22 de maio de 2011

BOLETIM FORMATIVO E INFORMATIVO DA PARÓQUIA DE NªSª das DORES-CHAPADINHA. N°23-22/05/2011. Diretor: P.Manuel Neves// Tel.(98)34711262// www.paroquiadechapadinha.com

VIDAS QUE MERECEM PALMAS


          Conheci-o bem e fomos amigos. Aquele homem, de brancura albina, parecia também que tinha coração alvo e acolhedor. Constituiu família, teve filhos e dedicou toda a vida ao seu lar. Depois que os filhos cresceram e saíram, cada um para sua casa, ele decidiu aumentar e melhorar sua habitação. Ele também considerava os amigos seus familiares. Sempre tinha a porta aberta e a todos recebia com alegria. Tinha até, lá bem no interior da casa, um lugarzinho onde a boa fofoca era mais gostosa! E como gostava de palestrar, sentado, à noite, na frente de sua casa! Muitas vezes, ao passar na estrada, aí o víamos com sua esposa. O perpétuo namoro de um casal precisa de momentos assim!
Agora que os anos iam pesando gostava de celebrar missa, mesmo à semana, com sua esposa. Lá iam os dois à igreja, atravessando a praça e depois ainda visitando algum familiar que por ali mora perto. E juntos, depois em casa, costumavam ainda rezar o terço. “Família que reza unida, permanece unida!” É que na sua mente habitavam muitas intenções a exigir força e ajuda espirituais. Sofria com lares desunidos, com familiares que precisavam de reorientação de vida, sua esposa não tinha muita saúde! Mas uma noite, exatamente depois de rezar o terço e talvez de pensar em todas estas intenções, começou a sentir um aperto no peito e, mesmo de pé, às pressas, foi para o hospital local. Mas já era tarde. O coração queixava-se, dizia-se cansado e pedia licença para repousar. Faleceu. E imediatamente sua casa se foi enchendo. Uns choravam, outros rezavam, outros tentavam confortar familiares. Também eu estive lá. E impressionou-me que, por onde o caixão passou, todas as pessoas batiam palmas. Houve palmas na rua, ao entrar no templo religioso que ele sempre visitava, a caminho do cemitério e na hora de enterrar. Uma vida que mereceu palmas!
Quem vive bem não morre. Perpetua-se no estímulo que transmite a quem ainda está em viagem para a eternidade. Como precisamos de vidas assim!


 
QUEM SE METE EM ATALHOS METE-SE EM TRABALHOS

           Vivemos uma época muito confusa. Um tempo de profunda crise cultural, de mudança em que crescem por toda a parte a vingança, a intolerância, as incertezas, a violência, os confrontos, a pobreza e a fome. Sobretudo a cultura ocidental, que orientava meio mundo, deixou-se dominar pelo secularismo, pelo materialismo, pela ausência de Deus. Os europeus, confiados vaidosamente nas suas potencialidades econômicas, pretendem viver sem Deus. Longe do sagrado. Por isso, caíram na mais profunda crise existencial e mesmo econômica, social e política. Mas, ao lado deste caos, vem-se sentindo, cada vez mais forte, uma intensa busca espiritual. Nasce um grande desejo de Deus. Tão grande e premente é esse desejo que há até quem o busque, apressadamente, por lugares errados. A ciência, a técnica, as coisas materiais, o consumismo, o prazer efêmero... não conseguem responder às necessidades do coração e à pergunta sobre o sentido da vida. As muitas ofertas religiosas que por aí existem (pequenas igrejas, grandes negócios!) pretendem responder a esse vazio existencial. Gritam, pulam, facilitam opções evangélicas, mas mostram-se cada vez mais um mercado falso, dependente de interesses econômicos de grandes espertalhões. E desenganam. Deus anda pelos caminhos da verdade e da autenticidade, embora que, às vezes, se mostrem muito frágeis. A Igreja Católica que transporta, na sua longa tradição e na continuidade apostólica, o Evangelho de Jesus tem um desafio enorme: apresentar de modo credível e apaixonante Jesus Cristo, esperança viva e única do ser humano. Ele é a Palavra definitiva de Deus, a advertência última para nos salvarmos. Não é qualquer esperança que satisfaz. Não podemos, portanto, embarcar na moda, nas facilidades, na realização superficial.
Os jovens, sobretudo, vivem um tempo aonde chegam ideais, sonhos e projetos de toda a ordem. Devem, com muita responsabilidade, amadurecer suas decisões deixando-se conduzir por opções de verdade. E isso só em Cristo pode ser encontrado. Ao contexto socio-cultural em que vivemos faltam certezas válidas, valores duráveis, pontos de referência sólidos. Não podemos brincar com escolhas. Nem podemos optar pela fuga da dificuldade, escolhendo comportamentos perigosos ou dúbios como: dependência da droga, do álcool, do sexo ou de qualquer espécie de libertinagem atraente. São falsas soluções. Dizia S. Paulo :”pusemos nossa esperança no Deus vivo” (ITim.4,10) E isso é o que todos devemos fazer! Há um Caminho certo. E tem atalhos perigosos. É preciso saber escolher.

                         E S P A Ç O    I N F O R T I V O 

1- P. Cesáreo está preparando para breve sua viagem. Viajará para o Rio de Janeiro no dia 27 deste mês de Maio. Vamos esperá-lo em S. Luis. Desejamos ao P. Cesáreo boa viagem!
2- Já se pode ver a cruz no cimo da torre da construção da igreja da comunidade da Corrente. Estamos insistindo para que em breve a igreja seja inaugurada. Gostaríamos de ver lá uma multidão para agradecer ao Pai Eterno sua Misericórdia e Bondade para conosco.( Veja fotos abaixo)
3- Foi entregue e já gasto na compra de parte do piso da capela de S. António R$2.200,00 que foram resultado do show de música cristã que a comunidade realizou.
4- Foi aberto poço no terreno da comunidade do Areal, ao lado da igreja de Cristo Redentor.
5- Esta semana avançou em muito o arranjo do nosso Ranger que sofreu acidente com uma bezerra na estrada, ao chegar a Baturité.
6- Temos bastantes números do boletim de vida litúrgica do mês de Junho. Cada um custa quatro reais. Quem o quiser possuir pode procurá-lo no Secretariado.
7- A comunidade dos três Pastorinhos do fundo do Areal está em novena para o seu festejo.
8- A comunidade de Na Sra de Fátima vai ter o muro do terreno da capela aumentado por causa de problemas de segurança que aí surgiram durante a novena. Parabenizamos a comunidade pela alegria e participação que teve no festejo.
9- Nesta semana haverá preparação para a Primeira Comunhão em S. António e Terras Duras. Vejam o programa no número anterior do nosso Boletim Paroquial.
10- Queremos deixar aqui nosso aplauso e louvor ao Secretário Municipal de Meio Ambiente, Dr. Carlos Henrique, pelo esforço de implantação do Projeto de lei  denominado lei do Silêncio. Por motivo de saúde não pudemos estar presentes na Câmara nem ainda pudemos ler o projeto. Mas achamos que o assunto merece estudo, apoio porque precisamos de uma melhor qualidade de vida na cidade. Parece-nos zoada a mais, falta de respeito, agressividade ao meio ambiente, sobretudo durante a noite. Mas nada valerá se não houver poder coercitivo.

PARA REFLETIR                                

                                                                                                          
         A mim, pessoalmente mete-me impressão. E causa-me indignação. Viver é viver com dignidade. Com nobreza. Viver não é vegetar. Esta semana, no Campo Velho, aconteceu o que acontece muitas vezes: uma menina de doze anos fugiu com um menino de 13. Fugiram para a casa dos pais do menino. E pronto. Tudo aceito. Os pais da menina ficaram aflitos; a mãe foi parar ao hospital e o pai ficou desfeito. E comunicaram o caso ao Conselho Tutelar e à Polícia para que levasse ao Ministério Público. Até hoje o casalzinho de adolescentes está junto, embora o Conselho já tenha falado com eles. Pergunta-se:
a)- Que fazer nestes casos? Que atitude os pais devem tomar? O que pensar do pai que acolhe o casal de adolescentes?
b)- Como explicar a esperteza e ousadia destes adolescentes? Onde estará o fundamento de tanto atrevimento?
c)- Que pensar das autoridades que demoram a tomar uma posição? Achamos ou não perigosa uma gravidez precoce num organismo não maduro que pode gerar filhos com deficiência grave? Quem vai aguentar depois as despesas com essas crianças deficientes?
d)- A demora em solucionar estes casos não será aumentar a impunidade, incentivar outros à promiscuidade infantil? Pensamos que estamos numa cidade onde muitos jovens estão longe de seus pais que vivem no interior?

A FÉ É NECESSÁRIA. MAS “CADÊ” ELA?
A DISTRAÇÃO É NOSSO FORTE.


Impressionante! Quando paro e olho a meu redor, parece-me ver um formigueiro humano. As motos circulam aos montes, os carros enchem estradas e parques de estacionamento, as pessoas,  apressadas, dirigem-se em todas as direções, as lojas estão repletas de compradores e vendedores, os bares apinhados de gente, os lugares de diversão a abarrotar, nos bancos e loterias não há espaço para mais ninguém... As noites são barulhentas, as praças estão cheias de casais que namoram e, muitos, prestes a se prostituir. Anda toda a gente muito ocupada, apressada, correndo daqui para ali. Sem descanso. Todos em constante movimento, procurando viver do melhor modo possível. Nem que seja por pouco tempo, mas todos desejam esticar um pouco a alegria e a felicidade de viver. Carregam mil preocupações para alimentar o corpo, sustentar a família, satisfazer uma quantidade imensa de urgências materiais. Poucos se preocupam com o lado espiritual da vida. Quase ninguém abre lugar para Deus ou se recorda que somos peregrinos do Eterno. Pouquíssimos tentam gerar intimidade com Deus. À noite, pode ser que alguns se benzam e rezem uma oração. Talvez! Mas com a cabeça bem ocupada, sem refletir no que estão dizendo. Por mero hábito, como os jogadores quando entram em campo. Quer dizer: vegetamos. Vivemos de uma maneira meramente materialista. Ser honrado, não matar, não cometer crime, não criar encrenca, ter um carro ou uma motoca, casar, ter casa, filhos e um bom emprego... Eis tudo que desejamos. O resto não conta. Deus? – Guarda-se atrás da porta para enfeitar uma data festiva. Preferimos assim um deus ocasional, sem importância, que não exige muito. E, se não acontece alguma grave tragédia na vida, não há quem nos acorde para a verdade, quem nos faça lembrar Deus como necessidade absoluta. A religião é um aperitivo que, lá de longe em longe, procuramos. Não é prato forte, alimento substancial diário. E assim, com esta normalidade toda, vamo-nos arrastando pela vida fora. De quando em vez, lá virá uma insatisfação, uma contrariedade, um problema..., mas faz-se uma promessa a algum santo e... Deus continua longe. Como se não prestasse para nada. Se entramos numa igreja é, mais ou menos, como quem entra num armazém e não encontra o que deseja. Entramos e saímos sem um ato de adoração, sem uma oração íntima, sem uma atitude de respeito. A sensualidade, a luxúria, o orgulho, a avareza, a vaidade, a mentira, os deuses do dinheiro e do prazer... enchem toda a vida. Essas pessoas podem até dizerem-se católicas, crentes, mas quem comanda a sua vida são elas. Deus está ausente. Vivemos como se Ele não existisse.
Senhor, por que Te escondes? Quando chegará a hora de meus irmãos Te conhecerem e Te amarem?

A Cruz  da torre sendo puxada para pelos trabalhadores        





Vista do templo do Pai Eterno, do Bairro da Corrente                 





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