Atentos e contratados observadores, peritos em ostracismo marítimo, detectaram perigo na publicação da existência de duas embarcações sem rota certa. Decidiram então, amarrar conhecimentos arcaicos naquilo que julgaram ser demonstração científica e puseram-se a defender a utilidade duma embarcação. E, em atitude quixotesca, saíram atacando ventos passados, pensando que eram caravelas portuguesas sulcando os mares dos descobrimentos.
Imperdoável engano! Não vale a pena viajar para o passado ao encontro de caravelas que sulcaram os mares carregadas de entulho. Agora o que interessaria era evitar barcos piratas que ainda hoje navegam dentro de nossa costa, pilhando o que encontram. O entulho que as caravelas trouxeram para cá já está esfumaçado e há muitos séculos. Não adianta nada bisbilhotices históricas para demonstrar os perniciosos efeitos que persistem em nossa realidade. Eles são bem notórios e estão à vista de todos.
Em excesso, há quem saiba bem malufar, cachoeirizar, avacarezar, demostenizar, belezar e até deixar-se arrastar ao sabor das correntes danubianas. Não vale a pena lembrar tristes passados. Os resultados, sim, são evidentes e não precisam de justificativas.
Agora deixem que lhes diga que entre os piratas antigos que sulcavam os mares tocados pelos ventos e de velas enfunadas ao serviço, sobretudo, da coroa holandesa e os atuais observadores-defensores há uma constante: não gostam de padres e odeiam a religião.
Antigamente, de uma só vez, mataram o Beato Inácio de Azevedo e os seus trinta e nove companheiros missionários que vinham evangelizar o Brasil. Como se pode ver nem tudo que as caravelas portuguesas traziam era entulho. Mas a mania de querer atacar a religião ainda continua hoje.
Haverá, entre nós, herdeiros famosos dos piratas antigos? Outra coisa: os piratas faziam tudo para servir à coroa holandesa. É lamentável que, ainda hoje, haja gente observadora-defensora que, para agradar a velhas coroas, goste de atingir religiosos. As caravelas estão arrumadas. Hoje os missionários viajam de avião.
Não é todo o pirata que os atinge, por mais especializado que se queira mostrar em artelharia histórica. Mas, se tiroteio for preciso (sou contra toda a guerra!) a oportunidade me oferecerá ensejo de uma escaramuça gostosa. Mas talvez seja mais proveitoso gastar o tempo em coisas mais úteis!
Quanto às embarcações, elas aí continuam sem rota marcada. Pelo menos, rota publicada, não têm. E que ninguém queira convencer ninguém a embarcar, tendo em vista o perigo. Melhor ficar na praia observando o que se passa em alto mar e esperar outra oportunidade.
Hoje só as mulheres são capazes de enfrentar a ferocidade das ondas, porque os homens se entretêm a atacar antigas caravelas.
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