segunda-feira, 17 de março de 2014

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - PARA SE SER TEMOS QUE SAIR!


Deus não precisa subir aos céus para se esconder. Nem descer para se aproximar de nós. Ele é. Ele está. Tudo é residência Sua. Mas fez-nos, a nós seres humanos, muito frágeis e limitados. Fez-nos peregrinos de mil situações. Precisamos caminhar, subir, descer, sair, entrar, começar, empreender...

 A Bíblia gosta de retirar o homem de sua pequenez e de o levar acima das montanhas para falar com Deus. Não é para estar mais perto dos céus, mas para que possa olhar maior amplidão de horizontes que é preciso salvar. 

No primeiro domingo da Quaresma, observávamos Jesus entrando no deserto, sentir fome  como qualquer outro vivente, ser tentado pelo diabo, mas saber vencê-lo, assumir, em plenitude, nossa natureza e sofrer as consequências de sua fragilidade, mas conservando a força de Sua fidelidade à Vontade do Pai. 

Belo exemplo para todos nós, em quaresma! Temos uma natureza ferida e limitada. Nem sempre conseguimos força para satisfazer a ânsia de felicidade semeada em cada um. Por isso, precisamos de amparo e de quem nos salve. 

A liturgia deste segundo domingo da Quaresma leva-nos a sair de nós, de nossos hábitos e manias e a subir à montanha da esperança para sentir a grandeza divina de Jesus. 

Milagre não é Ele se transfigurar, aparecer brilhante e poderoso, falando com os máximos representantes da Lei e dos Profetas. Milagre é Ele, no quotidiano, esconder o brilho de Sua divindade para não amedrontar os discípulos com Sua forte intensidade de luz e beleza. 

Impressionante o apego de Pedro ao provisório! Verdadeiramente Jesus é Deus. É o Salvador prometido e presente a cumprir o que as Escrituras anunciaram. Ontem, hoje e sempre! 

Mas, como Abraão, nós temos que sair, mudar de situação e de vida, trocar nossas certezas pelas promessas divinas, nossos hábitos pelos pedidos do Criador. 

E aí está o exemplo de Abraão. Gozava de boa situação de vida: tinha família, terras, gado e convivia na tradição de seus antepassados. Mas sentiu que Deus o chamava a sair, a começar a História da Salvação, a perder referências adquiridas, a dar-lhe a preferência e a partir para o desconhecido, para se tornar um povo. 

Abraão obedeceu. Partiu para uma vida nova e diferente. E tudo deu certo. Deus é fiel a Suas promessas. Também a nós, Deus se manifesta hoje. A cada um de seu jeito. Cada um é cada um. Palavra, ação, modo de viver de Jesus, Seus valores... devem ser, para nós, uma ordem, um mandato, uma nova referência a aceitar... 

Como foram para Paulo de Tarso, para Francisco Xavier e para tantos milhões de pessoas que decidiram seguir Jesus. Ser cristão é estar profundamente convencido de nossa fragilidade e sentir necessidade da ternura, da misericórdia e da proximidade divinas que nos são oferecidas em Jesus. 

Ser cristão é deixar-se apaixonar, empolgar, entusiasmar por Jesus e Sua missão. Mas temos que deixar muita coisa! Ninguém pode servir a dois senhores! As árvores frutificam mais  quando são podadas! E as pessoas quando fazem penitência.


ABSTER-SE PARA SER

É um preceito de ordem divina cumprir obras de penitência: “Eu vos digo: se não fizerdes penitência, todos vós perecereis” (Luc.13,3). A Bíblia repetidas vezes nos aconselha a praticar obras de penitência. Se deseja ver, tome sua Bíblia e leia: Mat.4,2; 9,15; 17,21; Luc. 3,3; 13,15; 24,47; At.2,28; 13,2; II Corint.11,27, etc. Nosso tempo está marcado pela busca exagerada do prazer e pela satisfação do que nos agrada. Daí a necessidade de ter mais em conta o preceito divino.


Hoje, compreendemos muito bem que essas palavras: “penitência e mortificação” soem mal aos ouvidos de nossos contemporâneos. Mas temos que retirar delas todo o sentido negativo e sentir que são fonte de felicidade e liberdade e nos ajudam a renunciar a tendências e apetites que não nos engrandecem. Quem não as praticar tem que saber que não entrará no Reino dos céus. O espírito de penitência desprende-nos do que é terreno, é remédio para combater a concupiscência e vencer os apetites desordenados, consegue a reparação dos próprios pecados e alheios e é fonte de méritos diante de Deus.


A igreja encarrega-se de recordar esse dever e, para nos ajudar a cumprir este preceito divino, aconselha diferentes modos (jejum, penitência...) e em diversas condições (todas as sextas feiras e o tempo da Quaresma...) para viver esse espírito de mortificação (para dar morte à inclinação para o pecado). A necessidade de fazer penitência vai muito além dos dias que a Igreja marca.


O jejum consiste em ter só uma refeição ao dia, embora se permita tomar um pouco de alimento de manhã e à noite. O jejum foi praticado pelo povo eleito como sinal de arrependimento , por Cristo e por todos os santos. É instrumento de santificação, de controle do corpo e equilíbrio emocional. Obriga desde os 18 anos até aos sessenta. Pode haver causas que dispensam dele: doença, convalescença, pessoas débeis e quem se ocupa de trabalhos físicos pesados. É obrigatório em quarta feira de cinzas e sexta feira santa.


Abstinência, tradicionalmente, consiste em nos abster de comer carne, mas obriga, sobretudo, a levar com moderação nossa alimentação, escolhendo comidas  simples e pobres, por exemplo, a abstenção de alimentos mais requintados e caros. Sobretudo deve-nos obrigar a ser moderados nas bebidas e a evitar a embriaguez, tão comum, infelizmente, entre nós e que destrói tantas famílias. Nas sextas feiras do ano, a abstinência pode ser substituída por obras de caridade ou misericórdia. Durante a Quaresma, por obras especiais de caridade, oração ou sacrifício. A necessidade de manter o espírito de mortificação e renúncia tem fundamento na lei divina e vai além destes conselhos da Igreja. A abstinência obriga desde os 14 anos e não tem idade para terminar.


ANALFABETO RELIGIOSO E ANALFABETO POLÍTICO!

Democracia não se impõe por decreto. Não se instala por declaração pública. Exige tempo, supõe educação suficiente, precisa de esforço de aperfeiçoamento e de persistência na experiência. Democracia não se pressupõe, não se acha feita, nem apenas se afirma. Aprende-se. Para isso, é preciso ser aceite e que alguém a ajude a praticar. 

Apesar de todos os riscos e defeitos, democracia parece ser a melhor maneira de conviver em sociedade. Democracia é o Governo do povo, para o povo, através de representantes legitimamente eleitos. Em Atenas, na antiga Grécia, o povo se reunia para discutir os problemas da cidade em praça pública. Reunia-se para organizar a vida da cidade. “Cidade”, se dizia “polis”. E daí veio a palavra “política”. Então o povo se reunia para fazer “política”. 

Fazer política não é brincadeira, nem assunto de mercenários. É coisa séria, porque mexe com a vida de todas as pessoas. Quem não compreende isto é analfabeto. E dizem que o “analfabeto político” é o pior de todos, porque coloca em perigo todas as outras pessoas. É criminoso. 

Mas, quando a multidão de pessoas se tornou maior, foi preciso delegar em representantes do povo para exercer esta atividade. Quem era chamado devia defender os interesses comuns, as urgências públicas. Não podia assumir o cargo para satisfazer seus interesses individuais. Com o andar dos tempos, sobretudo onde o povo não conhece seus direitos e não foi educado no cumprimento dos seus deveres, onde viveu, prolongados períodos, escravizado a abusos de senhores prepotentes, esta atividade foi-se deturpando, afastando de seus legítimos objetivos. 

Os sabidos se aproveitaram! E, na vez de os políticos darem a prioridade ao povo, é o povo que tem que aceitar a prioridade dos interesses dos políticos. Eles fazem o que querem e quem não se cala é castigado. A coisa pública privatiza-se, esconde-se as contas, não há transparência na administração, inventa-se coisas fictícias para justificar gastos, compra-se recibos falsos, aliena-se as pessoas com bijuterias desnecessárias... 

Há casos em que as pessoas eleitas para terem a representação do povo não têm moral, nem educação, nem respeito para defender os legítimos interesses do povo. Numa palavra: não têm representatividade. Têm o direito de representação, mas não têm a capacidade de representatividade. Mas a democracia não é só fruto da atividade dos profissionais da política. É também fruto da participação do povo. 

A população não pode ficar parada. Tem que ir atrás, lembrar, exigir, denunciar. O povo também tem que ser político estando atento. O interesse é seu! Se isso não acontece, a democracia vira anarquia: cada um faz o que lhe apetece. Em Chapadinha, será que políticos e povo já vivem democraticamente? Ou será que povo é leão a exigir, mas atua como jumento ao votar? Que acha? “Política” é assunto que tem dimensão religiosa, se não, por que pedimos no “Pai Nosso” que o Reino de Deus venha a nós? 

Quem pensa que o Reino de Deus só se realiza na eternidade é “analfabeto religioso” . Outra coisa muito má, péssima mesmo! Não é cristão, porque esquece que Jesus encarnou, assumiu a realidade humana.



            ESPAÇO INFORMATIVO

1. Realizou-se no passado sábado uma reunião da Pastoral Familiar Paroquial onde foi apresentada a nova equipe de coordenação os casais: Cardeal e Rosimeire, Woston e Antonilda, Francisco e Leonete, Sousa e Vanderlene, Toínho e Francinete, Cruz e Têtê. E ficou também decidido que os casais de todos os bairros devem participar da missa das 08.00H, na Matriz, no segundo domingo de cada mês para haver um convívio na praça depois da celebração. Isso não retira que continue a ser o segundo Domingo do Dízimo na Matriz.


2. Houve também uma reunião do Secretariado Paroquial de Catequese. Foi apresentada a nova coordenação paroquial: Dadá, Paixão, Jesus Veras, Francisca Campos, Deusa e Aldeano. Outras pessoas foram nomeadas para ajudarem na formação.


3. No fim da última semana, participaram em Brejo numa reunião sobre a Pastoral da Educação os professores Jânio, Amélia Almeida e Alcides. Queremos que comece a funcionar esta Pastoral na nossa Paróquia. Para isso está agendada uma reunião com alguns professores amanhã, segunda feira. E vai aqui ser realizada uma reunião diocesana no próximo dia 02 de Agosto.


4. Esta semana colocou-se o piso morto na construção da nova capela de Nossa Senhora de Lurdes e rebocou-se parte do interior, no Recanto dos Pássaros. Também a equipe de carpintaria trabalhou na retificação de algumas tesouras na Igreja de St.ª Luzia. Trabalho muito complicado.


5. Ontem, sábado, começou a catequese paroquial em todas as comunidades.

6. Hoje, na missa das 10h00, na Matriz, daremos, oficialmente, posse aos Ministros da Comunhão. Todos, novos e quem não foi dispensado, de todas as comunidades.


7. Está aberta a inscrição para um novo grupo de Crisma de adultos com mais de 25 anos, no Secretariado Paroquial. Para adultos que queiram preparar o Batismo ou a Primeira Comunhão, há também inscrição aberta no Secretariado ou no Grupo de Servos do Evangelho.


8. Está entre nós o P. José Adauto, chegado de Moçambique. Irmã Júlia, das Missionárias da Boa Nova, viajou para Portugal.


9. Nossos doentes: Francisco Mário e irmã de P. Neves continuam em situação complicada no hospital. Agradecemos orações.


10. Esta semana fizeram-se as visitas da quaresma nos bairros de Aparecida, B. da Cruz, Novo Castelo e Recanto dos Pássaros. Nesta semana será a vez de Santa Luzia, Boavista, Corrente e Santo António.


11. Os ensaios para a Via-sacra começarão amanhã, 2.ª feira, no Centro paroquial. Será às 19h30, depois do ministério jovem. Convidamos todos os jovens para este grande evento paroquial.


12. Segunda-feira, uma pessoa representante da paróquia, participará de uma reunião a nível diocesano para preparar os objetivos da próxima Romaria da terra e da água que se irá realizar aqui em Chapadinha em 2015.


13. Comunicamos que os livros da Campanha da Fraternidade já terminaram e não há mais em lado nenhum. Mas não terminem as reuniões dos grupos de reflexão.






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