Celebrar
o Jubileu de 50 anos das CEBs quer dizer 50 anos de vida das paróquias da
diocese de Brejo. O que era, como foi e como está sendo agora.
Temos
que enfocar os aspectos históricos, sócio- políticos e religiosos. Passou-se da
época dos coronéis (fazendeiros) para a época do agronegócio. E no aspecto
religioso passou-se de uma religião intimista e individualista para uma fé
transformadora das realidades sofredoras das grandes maiorias.
A
Igreja foi deixando devagarinho essa fé individualista e assumindo aquilo que o
Concílio Vaticano anunciou “aprouve a Deus salvar o ser humano não
individualisticamente, mas em comunidade” (E.N. nº9).
Na
época de 1970 tínhamos herdado duas vertentes da mesma herança: a herança
escravocrata abolida em 1888 oficialmente mas continuada na prática nas
fazendas do Maranhão. E a outra herança da ditadura militar que deixou as
marcas e continuava impondo a ideologia do medo nas populações pobres para
continuarem se sujeitando aos ricos e políticos e à sua ditadura.
Na
época, os donos de terras usavam o braço do cabouco como máquina de
enriquecimento. E como máquinas tratavam os moradores de suas terras, que não
tinham nenhum direito, só o direito de obedecê-los e servi-los como seus únicos
donos, com direito a prisão pela menor desobediência. Na realidade, a nação
pouco contava, os fazendeiros eram a nação, a lei, o juiz e o tribunal. Na
época tinha até fazendeiros que diziam “eu sou federal”.
Num
ambiente assim, o medo era o combustível para manter o carro da história, e
perpetuar o poder dos fazendeiros e coronéis. E ao mesmo tempo perpetuar a
ignorância e a sujeição do povo. Alguma ou outra escola que tinha era na
cozinha da professora. E esta era trazida diretamente da cidade pelo
fazendeiro, e quando não servia mais aos seus interesses era logo despachada.
Em
frente a esta situação começou um fermento como coisa pequenina e escondida no
meio da massa fazendo a transformação. Foram as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs),
tanto no interior como na cidade. Justo, há 50 anos, em 1966 no norte do
Maranhão, nas cidades de Tutóia e Barreirinhas.
O povo começou a despertar na
sua fé e nos seus direitos de cidadania. O nosso bispo dom Valdeci nestes dias
assistiu uma celebração em Tabocas (Barreirinha) onde estava uma senhora dessa
época e contou como naquela época começaram a viver unidos em comunidade:
faziam roça comunitária para sobreviver em tempos de dívidas ao patrão, para
fazer viagens, comprar Bíblias, e levantar a capela.
Esse fermento foi se
espalhando pelas outras paróquias. E há 46 anos (em 1970), chegou também em
Chapadinha.
Um
comerciante ambulante pelo interior que vendia remédios começou levando Bíblias
nas suas bolsas para vender e dizia: Meus irmãos, está aqui um produto novo. É
a Bíblia. E começou juntando o povo nos dias de domingo, lendo e explicando a
Bíblia, e deixando assim esse costume
pelos povoados. Era o senhor Sebastião Alves.
Não
demorou a reação dos fazendeiros, que viam nessa união e nas mensagens da
Bíblia uma ameaça ao seu poderio. Começaram mandando para a cadeia os organizadores
dessas comunidades que começavam surgindo. E como diz o ditado, quanto mais
bate mais frutos dá, e as comunidades foram aumentando.
Paróquia, entidades de
direitos humanos, organismos criados pela CNBB como CPT, Caritas, juntos faziam
a defesa e acolhimento das causas que iam surgindo. Passados 50 anos, de entre
muitos espinhos brotaram os jardins de mais de 108 Comunidades , 54 na paróquia
de NªSª das Dores e 54 na paróquia de Cristo Rei no município de Chapadinha.
Pouco
a pouco, o católico foi entendendo que “ a vida só se ganha na doação”
(Diretrizes da Igreja no Brasil, n.11). E que “o discípulo missionário encontra
na atitude de alteridade e gratuidade as marcas que configuram a sua vida à de
Jesus Cristo”. (Leigos e Leigas na sociedade e na Igreja, 11).
A
abertura ao outro não é “um opcional”, mas uma condição necessária para a
realização do ser humano” (Evangelho da alegria, 2).
O
povo das comunidades foi aprendendo que era preciso rejeitar a tradição de uma
religião individualista e intimista que pensava honrar a Deus pisando nos
direitos dos irmãos.
E aprendeu que a missão é assumir ao mesmo tempo os
compromissos sócio-políticos transformadores das realidades sofredoras dos mais
pobres (Cristãos leigos e leigas no Brasil, n.112)
NOTICIÁRIO
1)-
Domingo passado foi o encerramento do Jubileu do ano santo da misericórdia. Nós
da Paróquia de NªSª das Dores fomos em caminhada às seis da manhã para
participar da missa das 07.00h do festejo da paróquia de Cristo Rei, fazendo
esse sinal como encerramento do Jubileu.
2)-
No dia 21 tivemos a reunião do clero da diocese, onde fomos informados pelo
senhor bispo que após o Ano da Misericórdia celebraremos neste ano O ANO
MARIANO, em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem de NªSª Aparecida
nas águas do rio Paraíba. Durante este ano a imagem da Aparecida percorrerá as
dioceses do Brasil e paróquias. Na diocese de Brejo será no mês de MAIO, que
bênção!
25-26/11
– Celebração do Jubileu de 50 anos das CEBs na diocese de Brejo. Dia 25 150
participantes de todas as paróquias estiveram reunidos num seminário lá em
Brejo. E no dia 26 ocorreu a grande romaria de todas as paróquias, com mais de
3 mil participantes, encerrando com a grande missa na praça em frente da
catedral. Também tinha 02 representantes de todas as dioceses do Maranhão.
4)-
Os ministros da Eucaristia teremos reunião na 1ª sexta feira de dezembro, dia
02/12.
5)-
Os colegiados no dia 06/12, a primeira terça feira.
6)-
Ontem, último sábado foi o Encontrão da P. Familiar assessorado pela Ir.
Antônia Elda, do Instituto Farina, sobre a Alegria do Evangelho.
7)-
A PJ comemorou nesta semana, de 25 a 27 o DNJ, com variado programa. Hoje,
neste domingo tem Show de calouros após a santa Missa das 20.00h, na praça do
estacionamento Contamos com sua presença.
8)-
A igreja de São Francisco do Bairro da Cruz já vai quase no meio das paredes.
Você que quer colaborar deixe sua oferta para a nova igreja na Secretaria
paroquial.
9)-
PROGRAMAÇÃO DO NATAL: Missa do galo às 22.00h (10 da noite), com o CORAL
NªSª DAS DORES; Missas do dia de Natal: 08.00h e 10.00h, e 20.00h; Casamentos: depois da missa das
08.00h; Batizados dos Catequizandos: dia de Natal às 15.00h; Batismos de
crianças: 17.00h; Comunhão Solene: na missa das 10.00h; Confissões dos pais
e padrinhos: dia 22. Confissão da Comunhão solene: dia 23. Reunião: dia
22 e 23 às 17.30h
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Desde os fundamentos, o nova igreja de São Francisco co Bairro da Cruz vai subindo |