sábado, 7 de julho de 2018

Do Cristo carpinteiro de Nazaré ao Cristo cósmico, e pantocrator.



Na vida terrena de Jesus, ele gostava de usar o nome “filho do homem”, título correspondente quando nós dizemos “ser humano”, este ser humano que sou eu. Assim várias vezes nos salmos: “quem ó homem para que o conheças e o filho do homem para que o consideres”? (Sl. 144,3).

Foi reforçado com a mesma expressão e como que colocado em mistério quando foi usado numas palavras de Daniel cap. 07 quando nos sonhos dele se reporta a um “filho de homem” ou ser semelhante a um “filho de homem” ou figura humana. Este sonho influenciou daí em diante enchendo de mistério o que era simples e cotidiano.

Jesus não lhe atribuía tanto mistério. Jesus conjugava a dupla atividade de pobre entre os habitantes de Nazaré: camponês e rude artesão, um entre os outros camponeses e artesãos. Os evangelhos apócrifos lhe coloriram a infância e certa linguagem piedosa lhe embelezaram a vida.

Como já falei noutra ocasião, à segunda geração dos cristãos não interessava nem agradava a figura de um Jesus pobre, camponês, e derrotado numa cruz. Ainda tinham na lembrança aquelas promessas: “Quero que estes meus filhos possam sentar-se um à tua direita e outro à tua esquerda” (Mc.10,35). E “É agora que vais restaurar o reino de Israel?” (At. 1,6). E:” Sentar-vos-eis em doze tronos para julgar as 12 tribos de Israel” (Mt.19,28).

E também a apresentação do Jesus servidor e pobre colado à vida do povo pobre, sofredor e desprezado começou a questionar o poder eclesiástico  que se formou à imitação dos poderes e dos imperadores romanos.

É de notar que quando o império romano se desmoronou, o esquema de comando, títulos e vestuário passou a ser conservado na Igreja. Até há bem pouco os bispos eram chamados de “príncipes” da Igreja.

Foi assim que pouco a pouco a ideia geral foi se distanciando do cristo carpinteiro para o Cristo cósmico. Esse Cristo dominador a quem deviam estar sujeitos todos os poderes. Na verdade, uma figura de um Cristo pobre ia incomodar os poderes de uma Igreja que começava a controlar, abençoar e entronizar também os imperadores.

Na alta Idade Média o Papa era considerado como o imperador do Ocidente. A hierarquia assim fixada tornava visível a hierarquia divina encabeçada pelo único Deus, como antes era encabeçada pelo imperador.

O Papa Inocêncio III (1198-1216) até declarou em sua tomada de posse:” Eu sou o Vigário de Jesus Cristo, o sucessor de Pedro, e estou colocado entre Deus e o homem, menor do que Deus, mas maior do que o homem: eu julgo todos os homens, mas não sou julgado por nenhum deles” (Charles 1913:22). Isto era cópia do dito antigo: O rei é o último dos deuses, mas é o primeiro dos seres humanos. (Bruno L.Malina, “O evangelho Social de Jesus, 97).

As próprias teologias que começavam a se formar com os primeiros cristãos foram introduzidas nos evangelhos e nos primeiros Credos. O mais famoso é o “Símbolo dos Apóstolos”. Circulou a lenda que cada apóstolo tinha formado um artigo.

O “Símbolo dos Apóstolos” vem justamente do séc.IV, e a forma que chegou até nós se formou no séc. VII. Depois se firmou no Catecismo romano de 1566. E a Igreja nunca se deu conta de que é devedora de um tempo e de uma geografia” (L.Boff).

Sabemos que nesse intervalo aconteceram os concílios de Constantinopla (385), de Éfeso (413) e de Calcedônia (451) todos presididos e convocados pelos imperadores da época. Daí não podíamos esperar que fosse apresentado um Jesus colado com a vida de seu tempo mas um Jesus semelhante em tudo com os poderes e imagem de um imperador igual eles.

É importante nos interrogar neste momento: qual a figura de Cristo que mais faz bem agora para nossa vida e que mais adéqua com a realidade que Jesus viveu e com a realidade que vivemos hoje? A quem serve essa apresentação de Jesus como o Cristo “imperador” dos daqueles tempos e de figuras impressionantes?

           NOTICIÁRIO:


1)- Damos graças a Deus pelo evento de hoje acontecido nas nossas paróquias e porque Chapadinha foi escolhida para sediar esta 24ª Concentração estadual da Associação do Apostolado da Oração. Parabenizamos todos os movimentos e pastorais e todas as Comunidades das duas paróquias pelos trabalhos realizados. Para a senhora Odete Guimarães Lima, os especiais parabéns, na qualidade de presidente paroquial da Associação do APOSTOLADO DA ORAÇÃO.

2)- Vai acontecer reunião do clero da diocese nos dias 9,10 e 11 na cidade de Barreirinhas.

3)- Vai ter reunião de formação da Pastoral do Batismo nesta semana, 5ª feira dia 12. Sua presença é muito importante.

4)- Tem a continuação da Escola teológica nos das 8 a 14, esta sendo na cidade de Brejo.







COMO SURGIU O APOSTOLADO DA ORAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL


 A pequena semente foi lançada no dia 03/12/1844, numa casa de estudos, em Vals, perto de Lê Puy na França. Em 1844, no dia de São Francisco Xavier, Pe. Francisco Gautrelet explicou a um grupo de estudantes, animados de zelo pelas almas, como as orações e sacrifícios poderiam levar um preciosíssimo auxílio àqueles que trabalhavam já na seara do Senhor.

     As idéias propostas naquela exortação espiritual deram origem ao Apostolado da Oração. Foram imediatamente concretizadas por aqueles jovens, depois por sacerdotes nas regiões vizinhas e em breve se tornaram conhecidos em toda a França, não tardando chegar a outras nações.

     Para difundir estas idéias, o Pe. Gautrelet sugeriu uma organização, que levou o nome de “Apostolado da Oração”. Foi aprovada pelo Bispo Lê Puy, e o Papa Pio IX concedeu-lhe em 1849 as primeiras indulgências.

     A divulgação do Apostolado da Oração no mundo deve-se ao Pe. Henrique Ramiere, SJ. Foi ele o grande organizador e promotor do apostolado.

     Em 1861, foi publicado o livro intitulado “O Apostolado da Oração”. No mesmo ano, começou a publicação de uma revista intitulada “Mensageiros do Coração de Jesus”, a qual rapidamente difundiu-se nos anos seguintes em outras nações das mais diversas línguas: Itália, Áustria, Estados Unidos da América, Espanha, Colômbia, Hungria, Inglaterra, Holanda, Bélgica etc.

     Quando o Pe. Henrique faleceu em 1883, o Apostolado da Oração contava no mundo todo com 35.600 centros com mais de 13 milhões de associados.


APOSTOLADO DA ORAÇÃO NO BRASIL

     No Brasil, o primeiro centro foi fundado no dia 30 de junho de 1867, na cidade de Recife/PE, na Igreja Santa Cruz, oficiada pelos padres Jesuítas, chegados em Pernambuco no ano de 1865. O Pe. Bento Schembri, SJ foi seu fundador e primeiro Diretor. Em 1º de outubro de 1871, o Pe. Bartolomeu Taddei, SJ fundou o primeiro centro do Apostolado da Oração na cidade Itu/SP, fundando, logo, outros centros em nível diocesano e nacional. Por esta razão o Pe. Bartolomeu Taddei é considerado o fundador e o propagador do Apostolado no Brasil. Nomeado Diretor Nacional, o Pe. Taddei estendeu o Apostolado a todos os estados, de tal forma que o Cardeal D. Sebastião Leme pôde afirmar que “o renascimento espiritual do Brasil é obra do Apostolado da Oração”. No dia 1º de junho de 1869, o Pe. Taddei conseguiu superar as dificuldades e lançar o primeiro número da revista “Mensageiros do Coração de Jesus” como órgão do Apostolado da Oração. Além disto, com a colaboração fervorosa do Apostolado, o Pe. Taddei realizou o Primeiro Congresso Católico Brasileiro em 1900, na Bahia, completado com o Congresso de São Paulo e o do Rio de Janeiro. Esses congressos prepararam o caminho para Ação Católica e para a Ação Social em nosso país.Intensificando a vida eucarística e o culto ao Sagrado Coração de Jesus, o Apostolado da Oração revitalizou por toda parte a prática da religião, tanto individual, como nos lares por meio da consagração das famílias, através da consagração dos municípios, cidades e estados de todo o Brasil. A consagração do nosso país foi realizada oficialmente por ocasião do 36º Congresso Eucarístico Internacional, celebrado em 1956 na cidade do Rio de Janeiro.O Pe. Taddei faleceu no dia 03 de junho de 1913, na cidade de Itu/SP, junto ao Santuário Central do Sagrado Coração de Jesus por ele edificado, deixando em pleno funcionamento 1.390 centros do Apostolado da Oração espalhados por todo o Brasil, com cerca de 3 milhões de associados.

Organização e Estrutura

    Os papas confiaram a animação espiritual do Apostolado da Oração ao Superior Geral da Companhia de Jesus, com sede em Roma, cargo hoje ocupado pelo Pe. Peter Hans Holvenbach. Por motivos práticos e operacionais, este costuma nomear seu Diretor Delegado; Secretários Nacionais e Regionais; Coordenadores Provinciais. As províncias brasileiras são: Província do Brasil Setentrional; Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Maranhão, Piauí, Pará, Amazonas, Roraima, Marajó, Amapá. Província do Brasil Centro-leste: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Tocantins, Goiás. Província do Brasil Meridional: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia. Movimento Eucarístico Jovem (MEJ) - congrega adolescentes e jovens, constitui uma seção, o braço juvenil, o sangue novo do Apostolado da Oração. Tem sua espiritualidade centrada na Eucaristia. Seu projeto inclui três pilares básicos: Evangelho, Eucaristia e Missão. O Secretário Nacional do MEJ é atualmente o Pe. Roberto Rezende. Diretores Diocesanos: nomeados pelo Bispo Diocesano. Centros Paroquiais: formados de diretoria, corpo de zeladores (a) e famílias zeladas; Diretor Espiritual; Coordenador(a) Zelador(a); Vice-Coordenador(a); Secretário(a) e Tesoureiro(a) Zelador(a).

    O Apostolado da Oração tem raízes evangélicas, bíblicas, eclesiais, fundamentação teológica, oração e apostolado. Suas duas linhas mestras alicerçadas sobre seis pilares são:

    Oferecimento diário; Vivência da eucarística; Culto especial ao Coração de Jesus Culto a Maria Santíssima Sintonia com o Papa, o espírito eclesial Devoção ao Divino Espírito Santo.

Para a vida apostólica:

    Formação sólida das zeladoras e zeladores (espiritual, bíblica, litúrgica, apostólica), através de: Reuniões mensais, retiros, tardes de formação, reflexão, palestras

Objetivos da Ação Pastoral:

    Atuação na base: procura atingir as famílias da comunidade através e pequenos grupos de oração, reflexão e vivência cristã: zeladores(a) e famílias zeladas, que poderão formar verdadeiras comunidades eclesiais de base.

Irradiação da vida cristã no meio-ambiente, pelo testemunho de vida e pela palavra.

    Promoção humana e assistência social: vários membros participam de outras pastorais e grupo: Pastoral da saúde, Legião de Maria e outros.

    Espiritualização a comunidade: promover horas santas, novenas, terço em família, natal em família,vias sacras.

    Revitaliza a prática das primeiras sextas-feiras dando-lhes um conteúdo de oração comunitária, enraizada na Bíblia e na Liturgia.

Desperta nas famílias, espírito de oração e a imitação de Jesus Cristo, através de:

    Consagração da família ao Sagrado Coração de Jesus;Entronização, nos lares, da imagem do Coração de Jesus;Colaboração nas atividades e promoções e sociais da Paróquia.

Apostolado da Oração

    O Apostolado da Oração é a união de pessoas que procuram consagrar suas vidas a Deus pela oração e pelo testemunho. É um serviço à igreja. A principal devoção é o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Os membros do Apostolado encontram na oração e na vida sacramental, a força e a vitalidade.O Apostolado da Oração é uma associação de âmbito universal da Igreja Católica. A espiritualidade do Apostolado se baseia no oferecimento do dia, na vivência da Eucaristia, na devoção especial a Nossa Senhora, rezando diariamente o terço, e na invocação do Divino Espírito Santo, fonte de paz e de sabedoria eterna. O Apostolado está sempre em sintonia com o Papa.Podem participar do Apostolado, pessoas de ambos os sexos, inscrevendo-se como associados, inicialmente, e depois de um determinado prazo de vivência, passarão a Zeladores. A dimensão espiritual, a animação religiosa e a formação das lideranças do Apostolado da Oração cabem ao diretor espiritual.

    O Papa João Paulo II assim se expressou: “O testemunho do Coração do Papa e do Coração de Cristo é o Apostolado da Oração.”



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