segunda-feira, 19 de agosto de 2024

A TEOCRACIA DE MOISÉS PERMITIU DESPEDIR A MULHER POR DUREZA DE CORAÇÃO.

 

Moisés exercia o “poder” religioso e o poder “civil”. Nele, como em todos os líderes da Antiguidade, tudo funcionava assim. Era o tempo da teocracia. Uma consequência foi um dia uma resposta de Jesus à pergunta dos discípulos: “Como é que Moisés mandou dar certidão de divórcio e despedir a mulher? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar a vossa mulher” (Mt.19,7). Na verdade Jesus não condenou aí Moisés, mas aceitou o que ele fez. Isto é, segundo o texto, ele fez o correto. Qual foi o correto? Dar a certidão de divórcio e despedir a mulher. Por “causa da dureza do vosso coração”. Todo o problema aqui se baseia numa antropologia e numa cosmologia antiga. É diferente considerar se houve um primeiro homem e uma primeira mulher no tocante ao princípio da humanidade, o que se chama teoria do criacionismo, ou se houve ancestrais donde se originaram muitos homens e muitas mulheres originários da humanidade atual, o que se chama evolucionismo. Na antropologia e na cosmologia atual funciona a segunda teoria científica, a evolução ou evolucionismo. Por outro lado, essas duas teorias fundamentam teologias diferentes. E na verdade, toda a teologia do Antigo Testamento foi criada na base da antiga antropologia e cosmologia chamada do criacionismo. Essa teologia passou para o Novo Testamento, e ainda faz parte do imaginário de 99% de nossas cabeças. E como é um tronco de dois mil anos antes de Jesus, e mais outros dois mil anos depois de Jesus, levará outros dois mil e mais dois mil para brotar outra planta nova. Evidente que nessas teorias antigas não entravam coisas como bebês de proveta, barrigas de aluguel, manipulações de embriões e engenharia genética, assim como métodos anticoncepcionais. Todas estas coisas hoje lícitas seriam reprovadas, assim como seriam reprovadas as uniões que não produzissem filhos, porque nessas teologias arcaicas a união dos sexos seria só para reprodução de muitos filhos, porque ter muitos filhos era aumentar a riqueza da casa. Como uma fábrica que aumenta os funcionários. A fábrica eram as terras para cultivar, e os funcionários eram os filhos. É por isso também que eram proibidas uniões homofóbicas porque não produziam filhos e masturbações e companhia. Não tinha valor o afetivo, só o sexual produtivo. Inclusive na Igreja católica não eram permitidas carícias entre casados, e preliminares do sexo, porque seriam imorais, assim como seriam imorais se não houvesse o “sexo reprodutor”. Só este é que devia ser almejado. Foi grande a surpresa e a reação da cúpula da Igreja quando foram iniciados os métodos anticoncepcionais, e ela os condenou na época.

Conclusão. Hoje não é mais a teocracia mas a democracia e a separação de poderes inerentes à mesma democracia. As Nações são autônomas em organizar suas famílias e têm esse poder por direito natural de existência e sobrevivência. Assim como os primeiros seres que “originaram” os primeiros hominídeos tiveram esse direito natural de “criar homens e mulheres” que somos nós hoje.

P.Casimiro João     smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

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