quinta-feira, 29 de março de 2012

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - 29/03/2012 - ANIVERSÁRIO DE CHAPADINHA- 74 ANOS




CIDADE ALTANEIRA (Chapadinha: 74 anos)
Cidade altaneira
Em linhas retas precisas ser
Completas mais um ano que testemunha o relógio biológico do tempo
Não é nova nem velha
És inteira
Tua idade inventada pelos homens não corresponde à grandiosidade de
tua magnífica geografia, que irradia
Cidade altaneira
Tua imagem está estampada no fervor das ruas, das calçadas nuas
Das praças públicas, dos becos estreitos em cada adereço e endereço
Nos canteiros desajeitados onde se esconde tua flora bela e doce
Nas crianças negras e brancas, pobres e ricas, tímidas e audaciosas
Nas mães que acalentam seus filhos e nos filhos que procuram suas mães
Cidade altaneira
Teus desejos dissecados
Deleitam-se em cada rosto dos teus filhos amados
Teus filhos amados sendo amados
Tu terás um rosto nobre almejado
Cidade altaneira
Teu progresso permanece vivo e pronunciado
Mas com passos lentos e cadenciados
Ainda não foram alcançados
Pedimos-te perdão pela mera presença
Sem engendrar um olhar profícuo
Que tantas vezes só profiglou tua imagem
Fazendo-te descer diante do espelho
Cidade altaneira
Teu voo quer ir longe
A timidez embaçada
Faz-te embocar num leito largo desconhecido
Onde as lágrimas se desconhecem,
O riso se cala
E a razão se confunde
Cidade altaneira
Tu tens afeto de mãe que acolhes todos os homens
E fazes deles filhos teus
Tua história penetra nas veias
E na alma de cada ser que por ti passou
Cidade altaneira
Tua forma, teu corpo, relevos e chapadas
Misturados à multidão que transborda vitalidade
Multidão sem recuo no riso
Quer fazer de ti um pequeno paraíso preciso, com juízo e otimismo
Uma grande nau

(Prof. Robson Silva)

Os Primeiros Habitantes História
Primeiro Habitantes: Índios Anapurus da Tribo Tupi
Segundo historiadores a vida nomadista dos índios Anapurus, chegaram a ocupar terras pelo Brasil a fora principalmente terras litorâneas, e que em razão das perseguições dos colonos europeus, fez com que os mesmos se dividissem em pequenos grupos que procuraram migrar para várias regiões, baseados nesses fatos todos os historiadores acreditam que os habitantes primitivos da cidade de Chapadinha devem ser os índios Anapurus da Tribo Tupi.
Em face da topografia plana e da cor das mulheres primitivas que habitavam o local, o povoado recebeu a denominação de Chapada das mulatas. Segundo antigos historiadores, chapadinha nasceu por volta do século XVIII, com fixação em 1783, e era aproximadamente a 500 metros do centro da cidade na direção Sul, mais precisamente no bairro da Aldeia.
Naquele local se encontravam descendentes dos índios Anapurus da Tribo Tupi, os mesmos habitantes terras do baixo parnaíba, localizada na estrada entre o Porto da Manga (atualmente cidade de Nina Rodrigues) e Vila de Brejo (atualmente cidade de Brejo) natural das boiadas, de onde demandava Caxias e Piauí, ou daí procediam rumo a capital do Estado, o povoado prosperou rapidamente atraindo comerciantes e outras famílias. Hoje, após cerca de 229 anos de sua primeira povoação (foram 107 anos na condição de povoado, outros 48 anos como vila e agora 74 anos como cidade).
 Postado por William Fernandes 
HOMILIA DO PADRE NEVES NO ANIVERSÁRIO DE CHAPADINHA:
Deus não é um deus distante e desinteressado.

 No Antigo Testamento, Deus revela-se como Javé, como Aquele que está, que nos acompanha, um Deus amoroso, compassivo e atento à nossa vida. Um Deus que intervém na história humana ativa e gratuitamente. Sua intervenção é sempre anterior aos nossos gemidos e gritos de aflição, é sempre pura iniciativa de Sua graça. Na primeira leitura de hoje, Abrão prostra-se para adorar e rezar. Javé adiantou-se, amou-o de tal modo que até lhe mudou o nome para Abraão e fez-lhe promessas. Javé prometeu e cumpriu. Fez uma aliança com ele e deu-lhe descendentes e uma terra. Tornou-o pai de um povo numeroso. Quando Javé promete, faz. E, ao longo da Bíblia, Ele não dá coisas, dá sempre “alguém”, alguma pessoa que vai executar sua Vontade. Assim deu Abraão, deu Moisés, deu os profetas e, depois deu Jesus Cristo, a Sua Igreja e os santos. Hoje dá-nos a nós que temos que ser parceiros e colaboradores seus. Mas antes de enviar alguém, faz-lhe uma preparação. Moisés, por exemplo, anestesiado pelo ódio, quis libertar o seu povo, matando um egípcio. Só conseguiu medo e viver em perigo de vida. Por isso, foi para longe guardar os rebanhos do sogro. Aí meditou, cresceu, tornou-se livre e santificado, à imitação de Javé que ouve, conhece e desce para salvar. Foi a visão da sarça que ardia e não se consomia que o provocou e uma Palavra divina que ouviu: “Moisés, Moisés”, que o convocou.
A resposta de Deus hoje para as situações de dor e sofrimento que afetam o povo, somos nós. Nós que temos que ser livres e santificados. Quem se sentir chamado a essa missão libertadora tem que se preparar e ter as qualidades necessárias. Esse serviço não é fruto de uma vontade própria, natural. É sempre fruto da Palavra pessoal de Deus que chama e nos constitui em responsabilidade radical, dando-nos sempre a ajuda da Sua graça. Quem se impõe por pretensão própria, inferniza-se e inferniza os outros a quem é enviado.
Paremos um pouco para refletir, para uma pausa interior e ver o que Deus tem para nos dizer com este seu proceder: nossa vida é um chamado de Deus. Todos somos chamados à responsabilidade de uma vocação num emprego, num cargo, numa família, numa missão pública. Somos chamados a proteger a vida em todos os setores que nos encontrarmos. A ajudar sobretudo os mais carentes e desprotegidos. Chamados a zelar a nossa vida, a nossa família, as pessoas com quem nos relacionamos, a sociedade humana em geral. Será que estamos cumprindo essa missão com liberdade e conscientes da responsabilidade de sermos enviados por Deus? Procuramos manter intimidade com Deus ou satisfazemos unicamente nossos caprichos, buscamos realizar nossas teimosias, investimos exageradamente na satisfação de fazer o que nos dá prazer, mais poder e possibilidades de acumular dinheiro, tornando-nos insensíveis às necessidades dos outros?
Para sermos competentes na nossa missão temos que, aceitar fazer uma série de faxinas: 1º - uma faxina espiritual. Não podemos arrumar o espírito e viver só a nível corporal. Não somos só matéria nem nascemos para nos circunscrever a este tempo que passa. Não nos é lícito enterrar nosso viver no material, no consumismo, na vaidade e no charme. 2º - uma faxina da nossa dimensão relacional. Julgarmo-nos, vaidosamente tão espertos que os outros não contam para nada. Impor nosso ponto de vista como se fossemos uma reserva aprimorada de saber iluminado e pensar que o que fazemos ninguém nota nem vê, isso é sinal de enorme infantilidade que só deseja elogios. 3º faxina do nosso tempo. Temos que rever onde gastamos nosso tempo, o que é importante para nós, o que fazemos a serviço dos outros. O Evangelho nos lembra que seremos julgados pelas obras sociais que fizermos. Pensar só em nós, explorar os outros para amontoar mais, isso é diabólico e mete-nos no inferno a começar já agora. 4º - faxina material. Analisar os empecilhos que nos prendem ao amor próprio, ao egoísmo, à ganância, à preguiça (há quem queira descansar só porque está cansado de não fazer nada!).
Mas no Evangelho temos também uma Palavra muito séria. Jesus se afirma como Deus, pré-existente a tudo, bom e necessário para ser aceito por todos os seres humanos.. Além disso, censura os judeus que, com mil argumentos, não O aceitam e O vão condenar e matar. Também aqui temos importante espaço para refletir:
Quem é Jesus para mim? Se digo que Ele é Deus, que é o Salvador da humanidade, porque lhe dou tão pouca importância? .Quanto tempo dou para saber notícias Suas, para conhecer seu ponto de vista sobre minha vida, para preparar o encontro que vou ter com Ele e que vai decidir minha eternidade...? Jesus é para mim, apenas motivo de folia algumas vezes por ano? Estamos integrados em alguma comunidade onde Ele se faz presente e que celebra, reflete e procura viver seu projeto de amor? Investimos no esforço para melhorar o mundo nos ambientes em que vivemos e dar felicidade a quem vive em piores circunstâncias que eu? Ou, pelo contrário, penso demasiado em mim, em acrescentar coisas ilícitas ao que já possuo, em me realizar em coisas que o tempo vai terminar e de nada me vão valer para a eternidade? Urgente eternizar este tempo! Necessário fazer render os dons que Ele me deu! Sua sabedoria divina não quadra com a sabedoria humana. Às vezes até dá vontade de dizer que Cristo teve defeitos incorrigíveis, mas a isso O levou Seu amor. Amava todos e esquecia rápido o mal que lhe faziam. Perdoou a Madalena, a Pedro e até ao ladrão na cruz. Como nos custa a nós perdoar e como nos vingamos de quem nos persegue! Cristo não aproveitou a oportunidade que o diabo lhe ofereceu para possuir todos os reinos da terra, não tinha onde reclinar a cabeça e exigiu isso aos seus seguidores, não amontoou bens para se poder defender na hora da condenação. E nós tantas vezes dizemos que pessoas constituídas em autoridade não devem ser estúpidas e devem aproveitar a oportunidade para enriquecer. Jesus parece até não perceber muito de economia, porque multiplicou pães em demasia, a ponto de sobrarem doze cestos. E entregou a bolsa do dinheiro do grupo a Judas. Mas não permitiu que se perdesse nada. Mandou recolher o que sobrou. Foi poupado.Para nos dar a lição de não andar a desperdiçar dinheiro com coisas supérfluas e esquecer as mais urgentes como saúde pública que é o assunto da campanha da Fraternidade deste ano. E se confiou a Judas o dinheiro do grupo foi para experimentá-lo e dar-lhe a oportunidade de se converter. Porque ele continuou a roubar, o seu fim foi à perdição e terminou matando-se dependurado. Ainda hoje, Ele confia-nos dinheiro, mas temos que prestar contas, senão nosso fim será igual ao de Judas.
         Chapadinha faz 74 anos. Eu tenho 70. Somos os dois quase da mesma idade. E somos amigos. Vivo aqui há 34 anos. Apaixonei-me por Chapadinha ainda moça, até lhe chamavam a Princesa do Baixo Parnaíba. Vim de outras terras, tendo outros hábitos e educado familiarmente com exigências de verdade e sinceridade. Por minha vocação missionária, sou sensível aos mais carentes. Sofri e sofro ao ver Chapadinha sem uma administração transparente, uma Chapadinha explorada até pelos eleitores a quem se habituou a dar o que se retira dos cofres públicos, uma Chapadinha sem rumo histórico de futuro risonho, sem a dedicação organizada e eficiente do legislativo. Sair do coronelismo e do abuso do poder, trabalhar pela reforma agrária, educar o povo na solidariedade de pequenos povoados e comunidades cristãs, criar o sentido da participação social e política... foram e são ainda etapas difíceis do desenvolvimento deste Município. Hoje vejo Chapadinha crescer, mas sem uma agricultura familiar sustentável, sem saber o que vai acontecer a um povo que aqui se amontoa, mas sem uma empresa, sem segurança, sem estruturas básicas, sem futuro à vista. No conjunto que foi inaugurado com 1000 casas, além Areal, não há lugar para uma guarita policial nem para uma igreja católica. Virá o eucalipto para acabar com a pouca água do cerrado e desertificar nossas terras? Chapadinha vai ser monitorizada pelo Ministério do Ambiente por ter desmatamento exagerado. Neste ambiente não devia haver lugar para a acomodação. Da minha parte e dos meus colegas de Instituto prometemos trabalhar para revelar o Deus escondido que cada um traz dentro de si. Estamos velhos e cansados de abrir caminhos de esperança, de fazer construções, de percorrer de motorizada e de jeep esses péssimos caminhos do interior, de organizar comunidades e de gastar o que nossas  famílias nos deram e dão para bem deste povo. Me indigno ao ver tanta miséria nos bairros e haver gente que ganha dezenas de milhares por mês e não se contenta só com isso. Confesso que nunca bati à porta de nenhuma autoridade a pedir dinheiro. Tenho visitado a Prefeitura mas a pedir direitos e explicações necessárias a meus deveres de pároco. Nos últimos dois anos, a paróquia construiu e inaugurou quatro enormes igrejas, fez um centro em Terras Duras e tem outro, no Novo Castelo, prestes a ser inaugurado. No interior temos 126 comunidades, com pequenos lugares de culto que são visitados periodicamente com enorme sacrifício pelo mau estado dos caminhos. Não temos carros novos. Dois foram adquiridos há 23 anos, um em segunda e outro em terceira mão. Tentamos e muito conseguimos ao querer resgatar o sentido evangélico e apostólico da festa da Padroeira e a dos Padroeiros nos bairros. Agradecemos a juizes e promotores que nos ajudaram. Mais tarde e demoradamente à Câmara. Tudo isto é obra de uma comunidade amiga e cristã a quem desejo agradecer. Nunca pudemos contar com a compreensão e auxílio das autoridades em exercício. Mas também isso agradecemos porque nos deu mais liberdade de ação e  consciência do dever na educação popular.
 Quero hoje rezar por toda esta gente com quem trabalhei e trabalho. Pelos vivos e por aqueles que o Pai já chamou. Por todos vós que sois hoje minha famíliaa e que vivemos nesta terra onde é difícil viver e até morrer, embora haja muitas covas por aí até nas estradas, mas onde falta um hospital decente e um cemitério Municipal. Isso eu não esqueço diariamente.

 




Bandeira de Chapadinha



A Praça Cel Luis vieira



Veja algumas das melhores fotos de Chapadinha.
Praça Cel. Luis Vieira, Igreja Matriz

Igreja Matriz de N.ª Sª. das Dores
Acesso a Chapadinha vindo de Brejo
Av. Oliveira Roma
Prédio da UFMA
Vista geral da UFMA
Chapadinha de avião
Vista de avião
Outra vista de avião






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