sábado, 26 de maio de 2018

A doutrina da Trindade se desenvolveu em decorrência da necessidade da Igreja cristã de explicar como Jesus enquanto Cristo se relacionava com Deus



É conhecido que nos primeiros três séculos os imperadores cristãos eram tidos como os guardiões da fé. E havia uma preocupação pelo monoteísmo, em confessar Deus como um só.

Havia os unitários que se firmavam nisso e afirmavam que Cristo não podia ser Deus. Havia os trinitários ou modalistas que pensavam que podia haver três modos de Deus ser e se manifestar. Nos gregos seria como três pessoas tomando o termo pessoa como “máscara” (prosopon) utilizada pelos atores nos teatros gregos. 

Havia os Arianitas que diziam que o Filho era uma criatura, a mais elevada das criaturas, mas assim mesmo criatura.

Santo Atanásio, baseado na transfiguração (Mc.9,2) dizia que em Jesus “Deus se fez homem, e o homem se faz deus”.  E: “o que não é assumido não é sanado”. “Se o Filho é uma criatura o homem permanece mortal  e não ficaríamos unidos a Deus”. 

“O homem não seria divinizado se o Verbo que se fez carne não fosse da mesma natureza que o Pai”. Esta teologia foi aprovada no concílio de Niceia (325) convocado pelo imperador Teodoro temendo que essa discussão levasse à divisão do império. No entanto os gregos continuaram com as ideias de Ario (arianitas), e o ocidente com Atanásio.

Mais à frente veio S.Agostinho (séc.V) e dizia o seguinte, com a ideia da predestinação: “ a eleição ou escolha de Deus (predestinação) a respeito dos que seriam salvos se deu antes da criação do mundo, portanto antes de Jesus, e até antes de Adão. 


Por isso a teoria da Trindade não seria necessária pois só a decisão de Deus único e uno era necessária à salvação. Deste modo deixava de lado as teologias gregas confessando ele mesmo que não conhecia o grego, e só se baseava nas categorias de Aristóteles. 

Isso é importante porque na teologia oriental dos gregos, (sobretudo de Atanásio), a Trindade é necessária para que haja encarnação e para que haja salvação pela encarnação do Verbo.

Como já vimos, os gregos punham o termo “pessoa” em Deus usando a palavra pessoa (prosopon) no sentido de “máscara” usada pelos atores gregos como usando uma para o Pai, outra para o Filho e outra para o E.Santo. 

Outros teólogos em seguida disseram para entender “pessoa” noutro sentido de “indivíduo”, “separado”, “singular”, não relacionado a ninguém. Assim Boécio e S.Tomás. E mais tarde Karl Barth (s.XIX) Karl Barth (s.XIX) seguiu mais o “modalismo”, enquanto que Karl Rahner aos modos de manifestação divina chamou substâncias. Barth gostava de dizer “Triunidade” em vez de Trindade.

 J.Moltman acrescentou a noção de ‘Modalismo’ ou seja, três modos de Deus ser. Ele diz: Deus dá espaço para que a humanidade exercite a liberdade e a responsabilidade limitando seu poder para assegurar a interação humana e livre”.

Finalmente após vermos esta problemática do histórico da construção da teoria sobre a Trindade, alguém descobriu que no conceito tradicional da Trindade estão subjacentes teorias sobre machismo e domínio do masculino. 

Na verdade, a teologia medieval seguiu a influência de Aristóteles sobre o domínio do masculino nestes termos: “Toda a criança devia ser do sexo masculino pois ela é depositada toda pelo homem na mulher que apenas contribui para seu desenvolvimento porque provê um lugar acolhedor e seguro para nascer. Às vezes, devido a um vento ruim a criança nasce mulher, que é um homem deficiente.” 

Foi seguido por S. Tomás de Aquino (s.XIII) que disse: “Somente com relação à natureza no indivíduo feminino é algo deficiente e malgerado”. E conclui que  a alma da mulher é deficiente, que seu intelecto é fraco e que ela será facilmente manipulada”.

A teologia moderna não aceita estas colocações, e como a tradição bíblica e medieval de um deus masculino, rei, dominador, imperador, deu origem a que esta imagem fosse copiada pelos reis e imperadores, e deu também origem ao poder do pai no lar, que tinha que imitar o poder e fazer exercer a sua força sobre a mulher e os filhos. 

Na sociedade civil até os nossos dias tem aí a dominação do homem nas leis, nos cargos públicos, na política e nos salários, onde sempre a mulher recebe metade do salário do homem. Além da cultura do lar, onde 90 por cento das lares a mulher não tem voz, e basta a palavra “cala a boca mulher”.

Vimos que na origem da teoria da Trindade estava que Deus poda curar ou salvar uma ou algumas pessoas e condenar o restante ao sofrimento e à degradação como dizia S.Agostinho no Livro “A cidade de Deus”: “Dos eleitos, uns poucos são destinados ao gozo perfeitamente ordenado e harmonioso e de um com outro em Deus. 

E o castigo eterno dos não eleitos. Deus elegerá alguns para a salvação eterna. Esses pouco substituirão os anjos que se afastaram”.

Qual era o papel da fé para S.Agostinho? Simplesmente salientar que essa justificação é para mim (veja que foi seguido assim por Lutero).

Para dar outra vertente à doutrina da Trindade que se baseava nesse axioma donde resultou a discriminação racista, sexista e cultural até hoje, no horizonte um axioma alternativo sobe a Trindade ou às manifestações em Deus com os nomes: Ágape, Amante e Amigo. Ágape é a Mãe que dá vida e acolhe todos os filhos em vez do deus imperador. 

Amante, como Filho que faz solidariedade e fraternidade com toda a raça humana e com toda a Natureza; e Amigo, referido ao Espírito Santo, que os primeiros Padres da Igreja achavam ser dispensável na Trindade.

Alguém pode achar arbitrária esta teoria? “ Não mais arbitrária do que a doutrina da Trindade da teologia cristã ocidental” (Lynne F.Lorezen). Com efeito lá se dizia que Deus não precisava ser Trindade para nos salvar, outros definiam que sim. 

Uns apresentava, Deus como imperador favorecendo o poder do pai e dos reis. Outros que só a predestinação bastava para salvar alguns e condenar os outros (S. Agostinho). 

Agora este axioma é mais abrangente e direcionado mais ao abraço da Mãe, do Amante e do Amigo que tudo é Deus para envolver tudo e todos e toda a natureza na felicidade abrangente dum lar e duma família.

         NOTICIÁRIO:

1)- Dia 28: Reunião de formação para Pastoral do  batismo.

2)- Dia 29 Reunião para completar o esquema da 24ª Concentração do evento estadual do Coração de Jesus.

3)- Dia 30: Reunião com as coordenações da Pastoral Familiar

4)-Também 29: Confissão para Primeira Comunhão na igreja de São Pedro, Bairro do Campo Velho, e a Comunhão no dia 30.

5)- Dia 31: Festa e Procissão do CORPUS CHRISTI, com santa missa às 08.00h da manhã e 15.30h seguida da grandiosa procissão com as duas paróquias juntas rumo à igreja de NªSª da Conceição no Bairro de Terras Duras.

6)- 01-03/06: Encontro diocesano de animadores da Pastoral da Juventude na cidade do Brejo

7)- 01-03/06 também Encontro Regional do Comire em Barreirinhas.

8)- Dia 02/06: Tarde de confissões na matriz em preparação da Primeira Comunhão no domingo dia 03/06.

9)- Dia 03/06 início do festejo de S.Antônio na comunidade de S.Antônio (Parque Independência.

10)- Dia 01/06: reunião dos CAE’s (o financeiro das Comunidades e do Centro)

11)- Dia 02/06, próximo sábado: Encerramento do mês de Maria e coroação de Nossa Senhora. Também é a Missa da Unidade paroquial, com a presença de todos os Bairros, Movimentos e Pastorais. Não haja outros programas locais nesse dia. No final, grande Leilão em prol do financeiro para o Evento estadual do Coração de Jesus

Nenhum comentário: