sábado, 18 de agosto de 2018

Discursos do evangelho de São João são devedores a discursos gnósticos da Síria e da teologia judaica.


Em primeiro lugar, sobre este João do evangelho devemos dizer três coisas: Primeiro, existiu o profeta João, que escreveu o livro do Apocalipse, nessa hora o apóstolo São João já tinha morrido há muito tempo; Outro nome de João escreveu o evangelho, e  não era também o apóstolo João; e outro João é considerado o autor das Cartas.

E, como afirma o pesquisador Helmut Coester, não é histórica a convicção corrente de que João mudou-se para Éfeso com Maria, a Mãe de Jesus: toda a tradição antiga é unânime em afirmar que Maria morreu em Jerusalém(Introdução ao N.Testamento, 201).

Também se tem certezas que os manuscritos que sobreviveram não preservam o texto original do Evangelho atribuído a João. E as certezas são também que o último capítulo desse evangelho foi outro autor (o cap.21) que o interpolou, assim como outros capítulos, como o oitavo, e partes de outros, como, Jo.7, 53-58.11.

E não só, mas o mesmo autor interpolou muito mais, e coisas mágicas no mesmo evangelho, como Jo.5, 28-29; Jo.6, 51-59; Jo.6,60.63, e todo o capítulo 17. Logo no início do evangelho, o primeiro capítulo é um discurso tirado da teologia da sabedoria judaica, embora o termo “sabedoria” tenha sido substituído pelo termo “Palavra” (Logos).

Como sabedoria, o Logos é preexistente com Deus, que cria o mundo por meio dela. O Logos vem ao mundo como luz reveladora, não é compreendido, mas dá aos que o aceitam o direito de serem filhos de Deus, já rezava a sabedoria judaica. Podemos conferir tudo isso no hino “o elogia à sabedoria“ (Prov. 8,1-36) e Sab.1,1-15,

 Alíás, essa mesma teologia gnóstica misturada com a judaica também atestava encarnação do logos celeste. Compare com todo o capítulo primeiro de São João, e teremos um paralelo bem interessante entre a fé e a sabedoria daquela época e a fé e a teologia desenvolvida no evangelho joanino.

O evangelho chamado de João é produto da uma tradição que é situada na Síria. Apropriou-se de histórias e coleções de milagres e também da narrativa corrente da Paixão, dependente dos escritos do Servo sofredor do Antigo Testamento. Este João usou uma fonte de discursos gnósticos não cristãos, isto é, da sabedoria e filosofia tradicionais, como testemunham inúmeros escritos descobertos recentemente na Biblioteca síria de Nag Hammadi.

Os diálogos de Jesus com seus discípulos são devedores aos evangelhos dos “Ditos de Jesus”, que “Ditos de Jesus”, que circulavam naquela época, e também a outros escritos “Diálogos do Salvador” e “evangelho de Tomé”

O autor do evangelho de João não compôs esses discursos de novo, mas utilizou e expandiu discursos mais antigos (o.c. pg. 195). Como exemplo flagrante, o discurso com Nicodemos (Jo.3) que começa com a citação de um dito sobre renascimento que aparece numa forma original em “Justino Mátir”. 

Materiais tradicionais sobre o “espírito” da sabedoria gnóstica, assim como uma passagem do Livro de Números, 21, em que a serpente do deserto é interpretada indevidamente com referência à cruz de Jesus.

Muitas fórmulas que começam com “Eu” são tiradas do evangelho apócrifo, “o evangelho de Tomé”. Assim algumas expressões até foram adaptadas e mudadas, “eu sou a luz que está acima de todos”, virou eu João “eu sou a luz do mundo”. “Quem beber da minha boca”, do evangelho de Tomé, também foi adaptada, assim como no discurso dos pães (oc. p.196). Estes são desenvolvidos numa controvérsia com interpretação gnóstica dos “ditos de Jesus” na forma de diálogo.

Finalizando, repetimos então que discursos do evangelho de São João são devedores a discursos gnósticos da Síria e da antiga teologia judaica, transpostos para o evangelho que leva o nome de evangelho de São João.


Obs. Evangelho de Tomé:Trata-se de uma coleção de 114 Sentenças de Jesus, algumas com correspondência nos evangelhos canônicos, principalmente nos sinóticos, na sua maioria de difícil, ou mesmo impossível interpretação para não iniciados.
              
                Noticiário:

1)-Hoje o segundo dia da 7ªedição do BOTE FÉ “EIS-ME AQUI”, 2018.
O inicio da caminhada será a partir da igreja matriz, às 18.00h. Ontem foi a concentração na Praça da Bandeira onde a pastoral familiar da paróquia de Cristo Rei se associou à caminhada da paróquia de N.S. das Dores, e hoje será a vez de nos unirmos à caminhada da pastoral familiar de Cristo Rei, e por isso a caminhada será a partir da igreja matriz até na PRAÇA DO POVO.

O evento começará com a primeira missa celebrada pelo novo presbítero P.Francisco de Assis do Vale, e continuando com o cantor COSME. Ontem aconteceu praça cheia, com a celebração da eucaristia pelo bispo diocesano e com o maravilhoso Show das Pequeninas. Agradecemos ao amigo Landry e senhora Luana Lima o patrocínio. Hoje esperamos  também praça lotada neste 2º dia. Por isso todo mundo lá.

2)- Neste dia 21, 3ª feira é a abertura do festejo de S.Raimundo no Bairro da Corrente. Às 16.00h acontecerá a caminhada do mastro vindo da igreja de São Pedro, participe.

3)- A igreja de São Pedro da Comunidade do Campo Velho está ganhando um novo visual, com a construção da torre que a Comunidade levou avante. Parabéns à Comunidade de São   Pedro.
O novo visual da igreja de S.Pedro na Comunidade do Campo Velho
4)- As formações para o sacramento da CRISMA continuam em todas as Capelas nos seus horários combinados pela comunidade. E também nos setores do interior.

5)- Atenção CATEQUESE: Curso para Catequistas nesta semana nos dia 24-25 e 26, com Prof.a Railda, Prof. Jânio, Prof.a Maria Coelho e prof. Bernardo. É a 1ª etapa para uma catequese renovada. .  Para a cidade e para as Comunidades vizinhas. O encerramento será celebrado com o  DIA NACIONAL DO CATEQUISTA no domingo dia 26

Parabenizamos essa equipe e também a organização paroquial na pessoa da catequista prof.a Ruthe e equipe.

6)- Escola diaconal na cidade de Brejo: acontecerá a continuação da Escola diaconal nos dias 25 e 26 onde estão sendo formados os diáconos das paróquias.















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