sábado, 29 de junho de 2019

O Concilio vaticano II mostrou que a Igreja, e as Igrejas, não são o único caminho da salvação.


Ao considerar o valor que nossos semelhantes que não pertencentes às Igrejas têm e podem ter em relação ao bem e à felicidade da Humanidade, a Igreja católica se redimiu do pensamento que só ela era o único caminho da salvação.

Como vimos noutras publicações deste jornal, a Igreja afirmou no Concílio de Florença e Ferrara (1437) o seguinte jargão “fora da Igreja não há salvação”. Porém agora o jargão mudou para “fora da Igreja há muita salvação”. Anotei também aqui noutra data que na Idade Média num mundo praticamente sem leitura, e onde todos eram analfabetos, a verdade lhes chegava pronta, e lhes chegava pela autoridade que, assim, tinha o poder sobre o verdadeiro e o falso, o bem e o mal.

Por outro lado, nesses países onde a Igreja tinha relações de amizade com o poder e com as classes dominantes, os acordos e tratados a mantiveram, por longo tempo, como religião oficial do Estado. A população era predominantemente rural, e isto veio a modificar-se nos últimos séculos, quando o fenômeno da urbanização já atingiu quase toda a população do mundo.

Ora, uma população daquela época, que vivia na sombra das verdades eternas teve que se enfrentar com as teorias novas das filosofias de Descartes, de Darwin e do filósofo Kant, como aconteceu esse diálogo no próprio concílio do vaticano. Até que o próprio cardeal Ratzinger formulou que a Igreja e as Igrejas trabalham e trabalharam com verdades históricas, o que significa que as verdades dependem da história, como já tinha dito Galileu “a verdade não depende da autoridade mas da história”.

Isso quer dizer que uma tese ou teoria ou aporema pode ser considerada verdade, e daqui 50 anos já não. É o caso do jargão “fora da Igreja não há salvação”. E o fato de que as crianças e adultos sem batismo não tinham salvação, e agora têm.

Às diversas construções teológicas em questão podemos chamar hoje de “construções históricas, espaciais e temporais” na afirmação anterior citada de Ratzinger. Históricas porque dependem das condições históricas e conhecimentos históricos, e espaciais porque dependem dos espaços sociais e geográficos onde foram feitas.

No documento  da Aparecida se chama a atenção para esta verdade quando afirma “vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural, como dizia Frei Beto que não estamos numa época de mudança mas numa mudança de época". (n.44)

Um conceito muito revelador do Concílio foi também o conceito de Missão. Até ao concílio vaticano II a “Missão” era propriedade dos Bispos. A ordenação dos presbíteros se dava para ajudá-los nessa tarefa. Ora no Concílio, depois de muita discussão, o apostolado ou a “Missão” da Igreja pertence tanto aos bispos quanto a todos os membros da Igreja. E foi por isso que o Papa Francisco deu o seguinte recado: “Não tenham medo das mudanças” (discurso aos Jovens). E inventou a grande afirmação que nossa Igreja “é uma Igreja em saída”.

Na verdade a Igreja começou semítica, virou grega e depois virou romana e feudal. Quando a Igreja começou semítica ela se enxertou na Bíblia do A.Testamento. Basta reparar que nós continuamos ainda muito com os pés no Antigo Testamento. 

Exemplo, a Carta aos Hebreus foi escrita por um hebreu que se tornou cristão e nessa Carta dois terços da mesma colocam a teologia judaica e a cultura do templo. Assim como os salmos que configuram a oração de todos os dias, sem falar nos primeiros capítulos do gênesis.

Quando virou grega adotou as filosofias grega e platônica e aristotélica que levaram a configurar a nova fé da Igreja nascente em categorias gregas, que ainda hoje influenciam. E agora está dialogando com as ciências que têm feito avançar a Humanidade para categorias em que se irmanam católicos e protestantes, religiões orientais e ocidentais com credos que cada vez mais se reconhecem como levando para caminhos que conduzem ao mesmo Deus que é a mesma fonte de onde todos saímos.

NOTICIÁRIO:

1)- Hoje tem Missão Jovem no Bairro da Cruz com os catequizando de Profissão de Fé, Crisma 1 e Crisma 2

2)- Na sexta e sábado, dias 05 e 06 celebramos o 3º jubileu das Santas Missões Populares.

3)- Sábado é a Missa da Unidade e o encerramento das SMP.

4)- Dia 04 é a primeira 5ªfª do mês e tem confissões durante o dia e celebração penitencial à noite.

5)- Próximo domingo tem a Exposição do Santíssimo com os horários respectivos.

6)- Dia 01 tem reunião da Pastoral Familiar pois é a primeira 2ª fª do mês de Julho.

7)- Dia 03 será a entrega da imagem da Aparecida para a paroquia de Cristo Rei.
A igreja Matriz em reforma da torre e mudança do TELHADO





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