domingo, 19 de fevereiro de 2023

A terceirização da justiça


 

“Ouvistes o que foi dito aos antigos “olho por olho e dente por dente”, eu porém vos digo, amai os vossos inimigos (Mt.5,38 ss). Jesus é apresentado aqui maior do que Moisés e veio para aperfeiçoar a lei. Moisés deu a lei, que deu origem aos fariseus e ao fariseismo: seguindo a letra pela letra, Jesus manda olhar para o coração e o interior das intenções. “Vós observais o exterior mas desprezais a justiça e o amor de Deus” (Mt.22,23). Moisés fez a lei; Jesus fez o coração.

Em segundo lugar, há aqui a “terceirização da justiça” quando lemos “não enfrenteis quem é malvado” (Mt.5,39). Deus terceirizou a justiça às nações. Contra fazer a justiça pelas próprias mãos. Por isso tem os magistrados, os tribunais e os juízes. Você entregou sua causa ao juiz, terceirizou;  fica com a disposição de perdoar, mas a nação fará o seu trabalho. Se todo mundo fosse vingar pelas próprias mãos voltaríamos aos tempos primitivos do princípio do animal que destrói o outro animal. Essa fase já passou, seria a segunda fase da humanidade quando o cérebro ainda estava na sua segunda fase de agir pelo impulso. Sabemos que o nosso cérebro é um edifício de três andares, o 1º é o rés do chão, no nível de planta, o 2º andar evolui para o nível de sensitivo-animal, e o 3º andar é o de raciocínio, de Inteligência e de consciência reflexa e de fé. Por isso o mal que é feito depende do grau e do nível da ação. É devido a isto que os juízes mandam analisar psicologicamente tantos “criminosos” para poder estabelecer o grau de culpa imputável. Esse é o serviço da terceirização da justiça, para o particular e o cristão cabe o perdão e a compreensão da avaliação do “culpado”.

P.Casimiro João       smbn

www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.b

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