“ Por isso Deus o
exaltou e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho de quantos há no céu, na terra e nos abismos e toda língua
proclame para glória de Deus Pai que Jesus Cristo é o Senhor” (Fil.2,9). Nas
literaturas apocalípticas antigas, Henoc e Moisés eram narrados como
mensageiros de Deus, e são elevados até junto de Deus e recebem o nome do
próprio Deus: são chamados com o nome de “senhor”. Henoc recebeu até todos os
setenta nomes de Deus, e lhe foi dado o império, o poder sobre todas as
criaturas. E o nome de Moisés era ”senhor de todos os profetas”
(Schilleebeeckx, Jesus, a história de um Vivente, Paulus, 2014,p.492). Como
vemos, para os judeus antigos era aceitável esta atribuição do próprio nome de
Deus e “senhor” aos seus mensageiros antigos e não contradizia o pensamento
estritamente monoteísta deles. “O nome de Deus, “o Senhor”, o “nome colocado
acima de todo nome” também foi colocado em Jesus, e atribuído a ele como
mensageiro enviado por Deus, e depois devolve tudo aos pés de Deus”
(o.c.p.492). Em Deuteronômio está escrita a teoria sobre o profeta escatológico
dos últimos dias: “Javé, teu Deus, fará surgir dentre teus irmãos um profeta
como eu em teu meio, e vocês o ouvirão” (Dt.18,15). Na tradição antiga,
Deus colocou, ou carimbou seu próprio nome nos seus mensageiros. Por isso
colocou e carimbou a pessoa de Jesus com seu próprio nome. Que a Jesus era
atribuído o nome de profeta dos últimos dias do Livro de Deuteronômio atesta-o
o evangelho quando ele é chamado de profeta: “Um grande profeta surgiu entre
nós” (Lc.7,16) e: “um dos antigos profetas” (Lc.9,19). Em cima desta
missão como “profeta dos últimos tempos” se aumentaram todos os outros títulos
e atributos dados a Jesus, e foi nesse status que se firmaram as credenciais de
Deus para que fosse proclamado “Senhor”, “Guia” e “Salvador”, e “Kyrios”, como
missões que eram credenciadas da parte do Pai. E como diante de Deus se dobrará
todo joelho, igualmente diante do seu mensageiro Jesus Cristo. “Diante de
mim se dobrará todo joelho, e jurará toda a língua” (Is.45,23), que depois
foi traduzido livremente por Paulo quando escreveu: “Está escrito, por minha
vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo joelho e toda língua dará
glória a Deus” (Rom.14,11). Esta citação de Isaías Paulo copiou-a e colocou
num contexto do julgamento de todos por Cristo como juiz. Isto esclarece a
missão do profeta escatológico dos últimos tempos que também vinha com a missão
de juiz: “Por isso é que morreu e
retornou à vida, para ser o “senhor” tanto dos mortos como dos vivos. Porque
julgas então o teu irmão? Todos temos que comparecer perante o tribunal de
Deus. Está escrito, por minha vida, diz o Senhor, diante de mim se dobrará todo
joelho e toda língua dará glória a Deus. Assim, pois, cada um de vós dará
contas de si mesmo a Deus” (Rom.14,11-14). Nesta página tivemos ocasião de
ver a origem da expressão “dobrar o joelho”, e seu histórico. Qual o
significado de “dobrar o joelho”? É expressão figurada para render-se,
submeter-se ou humilhar-se. Na religião cristã, dobrar o joelho ou ajoelhar-se
é um gesto de súplica, respeito e adoração. Uma cortesia ou reverência que é um
tradicional gesto de saudação na qual alguém dobra seu joelho, ou curva a
fronte. O gesto é caracterizado como uma tradicional saudação de um inferior
para um superior, mormente aos reis e rainhas. Também acompanhado com a mão que
se leva à boca, que em latim se diz “ad oris”, isto é, levar à boca, donde veio
a palavra “a-dorar”.
Cnclusão. Palavras geram atitudes e atitudes são sempre relativas e
culturais. A palavra “adorar” afinal vem de um gesto e de uma atitude: o joelho
e a mão e a boca. (o beijo).
P.Casimiro João
smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
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