No céu, todos os dias
nascem bilhões de estrelas, e na Terra milhões de crianças. Estudantes do Fundamental
aprendem na Internet que o universo começou há cerca de quinze bilhões de anos.
O Sol, estrela de segunda geração, nasceu dos fragmentos de outras estrelas
muito antigas. O mapa reverso é fascinante: íons cerebrais dependem do
alimento; o alimento depende dos fótons liberados no núcleo do Sol; e o Sol
resulta de explosões de estrelas. A bola de fogo primeva existiu por milhões de
anos sem consciência introspectiva, incapaz, por si só, de se dar conta do
próprio esplendor. Mas a estrela reflete sobre si por nosso intermédio; em
certo sentido, você é essa estrela. Não se trata de pura poesia: se os íons
dependem do alimento e estes dos fótons do Sol, e se o Sol vem de estrelas que
explodiram, então essa saraivada fotônica do início dos tempos alimenta o seu cérebro. O que você sente e
pensa agora só é possível pelo fogo cósmico. Você participa das estrelas – e elas
participam de você. Não é por acaso que as estrelas entraram nos sonhos bons da
humanidade: a “estrela de Jacó” (Num.24,17), a estrela de Belém
(Mt.2,7), símbolos de luz, espírito e sobrevivência. Em culturas asiáticas, a
estrela é fragmento do Ovo cósmico; entre os astecas representa a alma dos
mortos; no Islã, é pela estrela que a Kaaba se situa no entro do céu; na
mística nórdica, indica a região luminosa onde mora a divindade, como janela
aberta. Estrela de Natal é mistura de profecias de Israel, e de intuições
universais. Só não esqueça a estela que é você. O universo segue em expansão;
no seu interior, berçários de estrelas permanecem acesos. Na Via Láctea, diz-se
haver algo como 100 bilhões de estrelas; no conjunto do cosmos, estimam-se 200
bilhões de galáxias, cada qual com centenas de bilhões de Sóis. Estelas nascem
quando, no ventre de uma galáxia, grandes massas de hidrogênio e hélio se
comprimem; quando gás se contrai, esquenta como a bomba de encher pneu.
Acende-se o combustível nuclear, núcleos se fundem, liberta-se energia em
temperaturas de bilhões de graus; nasce uma estrela. A partir daí, o astro
queima o combustível que o sustentará por toda a vida. As distâncias se medem a
anos de luz; um ano de luz é 9.46 trilhões de quilômetros. A galáxia mais
distante conhecida estaria a 32 bilhões de anos de luz. Imagine-se que, para
chegar da Terra ao Sol levaríamos 500 anos; e diz-se que a Via Láctea produz
uma nova estrela a cada 36 dias, como se o nosso Sol ganhasse uma irmã por mês,
enquanto galáxias maiores acendem estrelas a cada duas horas. A consciência e a
inteligência, vistas sob esse prisma, são fruto dessa energia. Um dia, íons e fótons
no cérebro geraram uma sinapse decisiva no córtex; desse clique emergiu a consciência
e, com ela, um novo DNA humano, separado dos primatas, com os quais ainda
compartilhamos 98% do código genético. Os primeiros hominídeos, há 25 milhões
de anos, já não tinham cauda; hoje, o embrião humano mostra uma cauda de 4 cm
que é absorvida até a oitava semana. Em 6 de novembro de 2021, nasceu uma
criança em Fortaleza com 12 cm de cauda não absorvida. Há cerca de 200 mil
anos, a espécie humana aprendeu a falar; hoje, uma criança leva cerca de um ano
e meio para falar. Há 4,4 bilhões de anos os primeiros hominídeos começaram a andar de
pé, os australopitecos afarenses da Etiopia; os primeiros animais
surgiram há 500 milhões de anos; dos peixes às criaturas terrestres, dos
dinossauros aos primatas, chegámos à era
do 5G, da inteligência artificial, dos robôs e das viagens espaciais. No céu
nascem todos os dias bilhões de estrelas, na Terra, milhões de crianças; e, um dia, nasceu
uma Criança-Estrela chamada Jesus.
(Obs: Você encontra este
trecho no livro PÁGINAS DE TEOLOGIA BÍBLICA PARA HOJE, de Casimiro João,
vol.05, pag.99-102).
P.Casimiro João smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br

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