terça-feira, 20 de agosto de 2013

PARÓQUIA DE CHAPADINHA - AS FAMÍLIAS NÃO PODEM SER ESCOLAS DE INDIFERENÇA RELIGIOSA!




AS FAMÍLIAS NÃO PODEM SER ESCOLAS DE INDIFERENÇA RELIGIOSA!

Educar religiosamente uma criança ou um adolescente não é só comprar-lhe um catecismo, mandá-lo decorar fórmulas ou transmitir-lhe conceitos doutrinais. É antes integrar o indivíduo num ambiente comunitário, ajudá-lo a mergulhar na transcendência de Deus e comunicar-lhe uma referência eclesial. 

A dimensão espiritual deve crescer com o crescer da pessoa.  E não se limita a uma simples influência na inteligência, a um desenvolvimento das capacidades intelectuais. Tem que atingir a totalidade da vida da pessoa: sua afetividade, emotividade, atividade, estética, curiosidade perante a realidade, dimensão relacional consigo, com Deus, com os outros, com o mundo... E isso não se faz só na idade escolar, mas desde o berço. Melhor, desde o ventre materno, dada toda a dependência da mãe. E, depois, é na família, no respirar do ambiente familiar, que a criança ou adolescente se abre à vida no seu ser, pensar, agir, transcender... Quem se fecha só na materialidade da vida... atrofia-se.

 A dimensão espiritual não pode ficar esquecida. Faz parte essencial da pessoa e, por isso, deve ser integrada, cuidada, desenvolvida, educada e conduzida. O primeiro espaço e o mais apropriado é a família que não deve ser escola de indiferença religiosa Aí nasce e se desenvolve a pessoa. Aí também deve ser testemunhada e desenvolvida a fé. 

Se alguém pensar que o dar catequese é só obrigação da paróquia, da comunidade... engana-se. Pais e família são os primeiros responsáveis e a eles compete transmitir a sensibilidade à atração da fé e a sua vivência. A catequese paroquial ajuda, estimula, amplia a vivência já começada. Não é um remendo, uma colagem em nada que ainda não existe. Não pode resumir-se a regar uma planta sem raízes. É, sim, uma ajuda, um estímulo, uma abertura mais vasta e enriquecedora a uma vivência que já existe. Se nada existe, possivelmente, pouco ou nada vai influenciar. Depressa vai desaparecer. Quase nada adianta. Serve apenas para provocar festas sociais e satisfazer a vaidade de hábitos tradicionais. 

Os Missionários da Boa Nova têm um colega no Brasil que é o promotor nacional da catequização das famílias para estas, depois, catequizarem os filhos. As crianças ou adolescentes não têm encontros na Paróquia. Fazem-nos em família com seus pais. São estes que os apresentam aos sacramentos. Claro, que é necessário que a paróquia se certifique se houve ou não essa catequese familiar! Precisamos de famílias evangelizadas que evangelizem. 

Urgente uma mudança de idéia sobre a família que não é somente um lugar onde se dorme e come. E, para o qual, se traz o resultado do trabalho para todos terem alimento para o corpo. As famílias precisam assumir seu papel primordial na educação e também na formação religiosa e no desenvolvimento espiritual e cristão dos filhos.    



A DESGRAÇA HUMANA DE NÃO VALORIZAR A GRAÇA DIVINA

A nossa pior desgraça é não valorizarmos a graça de Deus. O ídolo mais perigoso é o nosso egoísmo querer substituir Deus. Como é falso e presunçoso arrumarmos o sagrado para o lado e engordarmos o nosso nada! A vida espiritual tem um grande inimigo: o nosso descaso, o nosso desinteresse, o não lhe darmos a devida importância, o sossegar, o acomodar-se, o deixar pra lá, o negar esforço...

 Deus é Senhor de tudo, mas negamos-lhe espaço. Sua ação é onipotente, mas proibimo-lO de intervir em nós. Fechamo-lO no passado. Hoje mandamos nós. O que Ele tinha a fazer já o fez. Agora é a nossa vez. E tornamo-nos o deus de nós mesmos.”Pai nosso que estais nos céus”... ficai lá sossegado! Agora quem manda aqui somos nós! Estúpida pretensão!


Vemos, com freqüência, grupos de pessoas sentadas na frente da porta, descansando e fugindo ao calor do interior da habitação. Puxam um assento e aí ficam. Gostam mais da cadeira que do caminho, apreciam parar e ficar a ver os outros a movimentarem-se... E esse hábito tem repercussão na dimensão espiritual da vida. Os homens (sobretudo os homens!), na sua maioria, dispensam a religião, afastam-se da prática religiosa, colocam Deus de lado, lançam-nO no desinteresse. Não se querem envolver com Ele. Habituam-se ao descaso, normalizam o desleixo, trancam-se por dentro, fecham-se à chave, usam o cadeado de uma suposta importância e... ficam, confortavelmente, no falso reservatório de suas certezas.

 Num consultório, há dias, chegou uma senhora. Sentou-se e encheu completamente toda a cadeira.  E mostrou ter também a boca cheia de desculpas de tudo que acontece. Pensei, ao ver aquilo, como é fácil proibir que a responsabilidade entre na nossa vida! Corremos o risco de sossegar na situação, habituarmo-nos ao adquirido, darmo-nos por satisfeitos repetindo, sem pensar, os mesmos gestos e dando, irresponsavelmente, as mesmas desculpas. Sem duvidar dos motivos nem aceitar os resultados. Habituamo-nos à rotina, viciamo-nos na facilidade, fugimos das exigências. 

Acomodamo-nos na cadeira do conforto. Mas o caminho tem mais a ensinar que a cadeira, a procura é mais enriquecedora que a acomodação. E depois Deus não se deixa domesticar pelos nossos interesses, nem manipular por nossos raciocínios ou palavras. Paramos no fácil, habituamo-nos ao imediatismo, deixamo-nos arrastar pelo que os outros fazem ou dizem... O livro do Eclesiástico recomenda: “meu filho, se entrar para o serviço do Senhor, prepare a sua alma para a demora (Ecl.2,1) A fé é procura, é constante sede que se deve dessedentar, é fome que sacia, é vazio que pede plenitude, é escuridão que impele para a luz que brilha. 

A fé é busca de Deus que sempre nos escapa. Ele é sempre o Outro, o Diferente que está para além do que somos e vislumbramos. Na vida espiritual, só a contemplação, a oração, o mergulhar no silêncio da reflexão, o aceitar aquilo que a humildade sugere... só isso dá sentido à vida. A fé não é um saber satisfeito, não é preguiçosa acomodação a olhar para o dia de ontem. É escutar o silêncio, ver o invisível, estar atento ao eco do Deus que fala sem O ouvirmos. 

Ter fé é manter-se vigilante, ser atenta sentinela das surpresas de Deus. E isso não se faz na acomodação desinteressada, no parar naquilo que começamos a ser no nosso batismo: santos. O pecado é a banalização do mal.

FOI MARAVILHOSA A CAMINHADA NO ENCERRAMENTO DA SEMANA NACIONAL DA FAMÍLIA









                                                                                                                                                                     


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