sábado, 17 de junho de 2017

Vistes o que fiz aos egípcios: epopeias épicas baseadas em qual antropologia e cosmologia



A ideia que os povos têm de seus deuses está marcada por suas experiências com o cosmo, sendo os deuses que estão acima do mundo que o manejam.

Não é estranho que os hebreus inicialmente tivessem semelhantes ideias sobre  seu deus. O mais notório, e às vezes chocante é a ideia de Deus em termos militares: é o senhor dos “exércitos”, o que ordena massacres, que julga e fulmina. E ao mesmo tempo tem compaixão, mas por outro lado é vingativo e sem  misericórdia com seus “inimigos”.

Essas maneiras de entender e apresentar Deus foram assimiladas de algumas religiões dos arredores, como os cananeus, ainda que depois fossem lentamente purificadas, mesmo que em termos racistas: sendo só como o deus de Israel que age somente a favor deles.

Marcião, já no século II notou que o deus do Antigo Testamento era um deus iracundo e malvado, contrariamente com o deus do Novo Testamento apresentado por Jesus como misericordioso e amoroso. Por isso uma leitura fundamentalista desse tipo de literatura serviu de justificação para as matanças do povo negro na África do Sul, que os holandeses equipararam aos cananeus bíblicos, e eles se julgando o povo de Deus.

Devemos saber que os hebreus atribuíam tudo a Deus, e como se fosse ela fazendo essas coisas. “Vistes o que fiz aos egípcios” (Ex.19,4). Quando eles matavam diziam que era Deus que mandava. Quando sofriam derrotas atribuíam a castigos divinos. Vale dizer, os hebreus viam a sua história como intervenção divina, em termos de bênçãos e de maldições de Deus, de recompensa e de castigos, cf. Dt.30, 15-30. 

Eles interpretavam essa história como vontade ou desígnio de Deus e, ao relatá-la, o fizeram como se Deus tivesse ordenado esses massacres. 

Mais ainda, para ressaltar a suposta intervenção divina exageravam as descrições e as cifras, dizendo assim: a cidade estava cercada por muralhas, os inimigos eram tantos milhares e assim por diante. 

Como matar um inimigo equivaleria a matar mil, aliás exagero notado também no episódio de Davi e Golias, exagerando a grandeza de um e a estatura do outro. Com isso os narradores queriam produzir um impacto eu seu auditório. Os trabalhos de arqueologia ajudaram a compreender isso.

Resumindo, são épicas e epopeias militares, com as típicas acentuações nacionalistas que colocam Deus como agente principal dessas “glórias” nacionais porque assim legitimavam suas aventuras, e afirmavam sua identidade judaica como povo especial ou “escolhido”. 

Aliás, esta mesma mentalidade passou como sagrada para os povos que depois fabricaram a mesma ideologia de conquista e de posse dos povos conquistados nas Américas tanto do Sul como do Norte, considerando-se cada um o povo escolhido por Deus para escravizar.

E como a Igreja tinha nessa época a mesma mentalidade bíblica e política apoiava totalmente tais nacionalismos. Digamos, liam e interpretavam a Bíblia literalmente e no que liam estavam convencidos que isso era a “vontade de Deus”. 

Só mais tarde é que a própria Igreja foi acordando para outra vertente, que não é tudo palavra e vontade de Deus tudo o que está escrito na Bíblia. 

Nos últimos anos a Pontifícia Comissão Bíblica tem publicado documentos que ajudam os católicos a apreciar o entendimento da revelação e transcender abordagens fundamentalistas da Escritura. 

Já em 1994 declarou: “O problema de base dessa interpretação fundamentalista é que, recusando levar em consideração o caráter histórico da revelação divina ela se recusa a admitir que a Palavra de Deus inspirada foi expressa em linguagem humana e foi redigida por autores humanos cujas capacidades e recursos eram limitados. Por essa razão ela tende a tratar o texto bíblico como se tivesse sido ditado palavra por palavra pelo Espírito, e não chega a reconhecer que a Palavra de Deus foi formulada em uma linguagem e uma fraseologia condicionada por uma ou outra época. 

O fundamentalismo tem igualmente tendência a uma grande estreiteza de visão por considerar conforme à realidade uma antiga cosmologia já ultrapassada porque encontra-se expressa na Bíblia” (Pont. Com. Bíblica, São Paulo, Loyola, 1994, p.40-41).

Compreendemos assim que o deus dos “massacres” nos escritos bíblicos dependia de uma antropologia e de uma cosmologia diferente de hoje, e que além disso muitas narrações estão no rol de suas epopeias épicas semelhantes às grandes epopeias gregas da época.


Com a vinda de Jesus outra epopeia foi descrita: “ quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho”. (Rom.5,5). E: “curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos.” (Mt.9,8).

            NOTICIÁRIO:


1)- Ontem e hoje ainda estão decorrendo as festas juninas da Paróquia no Rincão





2)-Primeira Comunhão do Centro: acontece hoje neste domingo, na missa das 10.00h.

3)- Cartilhas do ANO MARIANO: Estão à venda no Secretariado, procurem. Nas reuniões de todas as pastorais e movimentos têm a prioridade sobre outras atividades.

4)- Formação de casais para CRISMA: Iniciaram ontem as reuniões com o Prof Evaldo Carlos, Pião, e Joseane Rodrigues.

5)- Reunião da Pastoral Afro: acontecerá no dia 23, no Brejo.

6)- Escola diaconal: terá lugar nos dias 24 e 25 também no Brejo.

7)- Missão Jovem: acontecerá nos dias 24 e 25, para as Catequeses de Profissão de Fé e Crisma, na Comunidade SANT’ANA, Aldeia e Vila Liberdade.

8)- Tríduo em honra ao Divino Pai Eterno: acontecerá na igreja do DIVINO PAI ETERNO bairro da Corrente, nos dias 30-01-02 de Julho. Participe.

9)- A LITURGIA DIÁRIA continua em promoção até no final do ano, somente por 30 reais.

10)- Aceitam-se computadores usados para o Rincão, a fim de proporcionar aulas grátis, só com preço simbólico de inscrição.

11)- Festejo e São Pedro: Inicia amanhã dia 19: às 16.00h, Caminhada da igreja de Santo Antônio até a igreja de São Pedro, e hasteamento da bandeira.
12)- Parabenizamos o Ministério dos Acólitos pela sua atuação na preparação e nos enfeites das ruas para a Procissão do Corpus Christi



       CALOTE DA   Prefeitura: 
           NOTA

Nós paroquianos confiando na continuação de um bom relacionamento aguardamos a conclusão dos compromissos firmados entre a Prefeitura Municipal e a Paróquia de Nossa Senhora das Dores.

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