sábado, 26 de janeiro de 2019

O “Shemá”(A PROFISSÃO DE FÉ DE ISRAEL) é continuada no judaísmo dos primeiros cristãos e transformada em fórmulas como “Não há outro nome debaixo do céu pelo qual devemos ser salvos”(At.4,17).


Judeus e cristãos viviam das antigas promessas confiadas a Israel. A Bíblia de Israel era a única Bíblia que todos usavam. Um “Novo Testamento” reconhecido não houve antes do século II. Também os cristãos no início continuavam frequentando sinagogas e o Templo.

Havia duas teologias do Antigo Testamento, uma chamada deuteronomista que meditava a falência da instituição do reinado no século X: ninguém podia ser rei neste mundo, só Deus mesmo, e não podia terceirizar. 

E a segunda, a javeista quatro séculos depois, que tomou como exemplo o rei Davi e daí fez outra teologia para interpretar as origens da Criação. Davi falhou, mas tira daí um exemplo: como falhou o rei, também faliu a primeira criação com o primeiro homem Adão.

E põe o paralelo entre Davi e o 1º homem Adão. Davi era o pequeno homem chamado do rebanho atrás das ovelhas, o “pequeno homem” (2 Sam.7,18), tirado do pó e do barro (1Rs 16.1-3) assim como Adão também tirado do pó e do barro (Gn.2,7). Porém, tanto Davi como Adão foram exaltados como reis.

Esta teologia javeista sabia que a descendência de Davi tinha falido nesta tarefa, e que Deus o censurou e puniu como puniu o primeiro homem Adão. E por outro lado, que nem a um nem a outro Deus retirou os seus favores e as suas promessas (2.Sam.7,15).

Nesta tradição javeista o Adão, o homem tirado também do barro, equiparado ao modelo do rei Davi, do pó do nada, foi também estabelecido como rei da criação (Gn 2,7). A ele é confiado por Deus a guarda dos Jardins, a morada terrena. 

O homem ficou responsável pela história da terra como Davi devia mudar a desordem em ordem melhor na época dele. Deus acreditou no homem, digamos que essa foi a mensagem javeista da Criação. Da falta tanto de Davi como do 1º Adão veio uma nova confiança que nem tudo esta perdido.

Esta foi e reflexão que levou os Judeus a escrever a “história das Origens”, o livro do Gênesis no séc. V antes de Cristo, tomando o exemplo de Davi para aplicá-lo a Adão.

Porém a história não acaba aí. No Novo Testamento esta história é transferida para Jesus: Se em Davi não deu 100 por cento de sucesso, mas em Jesus deu. O reino de Deus se completa na pessoa de Jesus, na sua vida, na sua morte e ressurreição. Por isso ele é o filho bem sucedido de Davi. 

Jesus é o homem no qual a tarefa da criação teve êxito feliz. Segue que a confiança neste homem é a concretização da confiança de Deus no homem e na humanidade. Ele nos amou  quando ainda éramos pecadores (Rom.5,8)

Desta teologia inicial se foram formando as “confissões de fé” de exaltação do nome de Jesus. Tanto maior tinha sido a queda tanto de Davi como de Adão, tanto maior agora é a figura de Jesus, tanto para os judeus convertidos como para os cristãos vindos de outras crenças. “Não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devemos ser salvos” (At.4,12). 

Esse hino e outros semelhantes são de exaltação como quando uma nação declara que não tem rei igual ao seu. Tudo para afirmar que o que não deu certo nos primeiros homens, mas deu certo com Jesus.

Na verdade, o tempo vai modelando e configurando a fé da Igreja em novas afirmações e compreensões. Assim, o concílio de Florença em 1440 condenava ao  inferno todos os não cristãos, coisa que foi contestada no concílio Vaticano II, e desfez essa condenação.

Deste modo podemos constatar como é grande a nossa herança das construções de fé que professamos e que são desenvolvimentos das construções de fé dos Judeus. A partir da história do rei Davi que foi o fundador dos reinados de Israel, a teologia judaica construiu a teologia sobre o suposto primeiro homem e faz a paralelo entre ambos. 

De onde surgiu a afirmação do nosso título: O “shemá”  de Israel é continuado no judaísmo dos primeiros cristãos e transformado em fórmulas que ainda hoje sustentam a nossa fé católica, como aquela “não há debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devemos ser salvos”(At.4,12).

            NOTICIÁRIO:

1)- Encerra hoje a assembleia paroquial que teve dois dias de trabalhos sendo que ontem foi um tempo de formação com assessoria do diácono Jerry Lima seguindo-se avaliação e finalmente planejamento das atividades envolvendo o processo de INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ (com os temas: CATEQUESE E LITURGIA).

2)- Neste sábado dia 02 temos a missa da unidade, envolvendo todas comunidades, movimentos e pastorais.

3)- Próximo domingo dia 03 tem exposição do Santíssimo com adoração nos seus horários.

(Antônio Junior e Rodrigo Teles representantes da Paróquia deN.S. das Dores na XV JMJ do Panamá 2019)
4)- A jornada mundial da juventude (JMJ) ocorreu nesta semana, de 23-27 no Panamá, e lá se fizeram presentes o Antônio Junior e Rodrigo Teles. Aguardamos seu testemunho domingo que vem dia 03 e suas noticias neste horário.

5)- IX ASSMEBLEIA DIOCESANA DE CATEQUESE: 08 a 10/02 02 em Araioses, com a presença de 05 elementos de cada paróquia.

6)- Recordamos que a festa da inscrição para as catequeses será no dia 16/02.

7)- Inicio das catequeses no dia 23/02

8)- Lembramos o pagamento das assinaturas do “DOMINGO”  e LITURGIA DIÁRIA.

9)- Lembramos que nos dias 16 e 17 tem assembleia do Setor Juvenil das paróquias de Chapadinha no RINCÃO, se prepare.

10)- Lembramos que terá uma tarde de formação para a pastoral da acolhida no dia 10/3 no CBNET.

11)- Pedimos aos dizimistas buscar os carnês no Secretariado. Obg.


NOTAS LITÚRGICAS:
I)- “Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomais bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam” (Ne.8,10) – Lição moral: a partilha.

II)- “Como todos os membros do corpo embora sejam muitos formam um só corpo, assim também acontece com Cristo: Vós todos juntos sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo” (1 Cor. 12,12.27)- Lição moral: a unidade e a colaboração na Igreja e na sociedade.

III)- “O Espírito do Senhor está sobre mim porque ele me consagrou com a unção.”  Para ser um catequista (anunciar a boa nova); abrir caminhos contra as opressões e ajudar os cegos a ler; trabalhar dentro e fora da igreja para colaborar para uma sociedade mais liberta e aberta.(Lc. 1,18).

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