Socialismo
olha para a pessoa. Capitalismo olha para o capital. O comunismo no princípio
era um ramo do Socialismo. Vejamos a história. E como todos estes três sistemas
tiveram uma raizinha na Bíblia, comecemos com um fato histórico..
Certo
dia um judeu estava confuso, e duvidava sobre as disposições do primo Jesus.
Enviou até ele duas pessoas da sua confiança para questioná-lo: escute, é você
mesmo o enviado de Deus, pois eu escuto um monte de notícias sobre você, que se
envolve com a pobreza, com os marginais e as pessoas duvidosas? Jesus levou as
mãos à cabeça, como dizendo, afinal, nem o João entende a minha vida? Chamou
então pra perto de si os que tinham vindo e lhes deu o seguinte recado para
João: Não é o cuidado com cegos, aleijados, gente sem casa, sem trabalho e sem
saúde com que eu me ocupo? Levem esse recado a João. E digam ainda o seguinte:
ele terá sorte e será dos meus se não se decepcionar comigo. Não vão lhe dizer
que eu faço muitas orações, muitos jejuns, muitos sacrifícios, muitos cultos e
boas doutrinas. (Cf.Mt.11,2-7). E Jesus concluiu com a seguinte afirmação: “Os
pobres são evangelizados”. (v.5).
Após
vermos as ações que Jesus fazia em favor da sociedade, teremos que enfocar
agora estas duas sentenças com que Jesus remata o seu recado: 1º, “Os pobres
são evangelizados”, 2º “feliz aquele que não se escandaliza comigo”
(Mt.11,5-6). Primeiro, “os pobres são evangelizados”. Isto que tem sido muito
manjado significa a espinha dorsal da questão: é dada uma boa notícia aos
pobres, os pobres são notificados de uma grande notícia. Qual é? É que os
pobres têm o mesmo valor dos ricos e de quem tem muito dinheiro. Porquê isto?
Porque as notícias que os pobres recebiam era que eles não valiam nada, nem
mereciam andar com a outra gente. Segundo: “Feliz quem não se decepciona
comigo”, isto é, aqueles que pensavam que eu, Jesus, só vim para rezar, fazer
bons cultos, muitas orações, muitos sacrifícios e jejuns, e grandes pregações
vão-se decepcionar comigo. Porém, o reino dos céus está em primeiro lugar na
felicidade das pessoas, na saúde, na alimentação de cada dia, em ter trabalho e
casa de morar. Ou seja, numa sociedade mais igual e fraterna. Portanto, a boa notícia
(que quer dizer “evangelho”) é essa para os pobres que não a tinham: trocar o medo
pela paz; a carestia pela abundância, as opressões
pelas liberdades, as doenças pela saúde. Uma sociedade
melhor. A isto chamamos Socialismo. O Socialismo olha para a pessoa. O
contrário chama-se capitalismo. O socialismo olha a pessoa; capitalismo olha o
capital. E o comunismo?
O
seguinte: O Comunismo era um ramo do socialismo. Porém, na época em que se
começava a falar isto na Europa, alguns filósofos notaram que os países que
praticavam mais a opressão dos pobres eram os mais ricos e capitalistas, e eram
todos cristãos: olhavam só o capital e o dinheiro. Então pensaram assim: esse
povo usa a religião para fazer o povo sofrer. Foi aí que Karl Marx cunhou a
célebre acusação que foi a ideia mestra do comunismo: “A religião é o ópio do
povo”. Como dizendo: se a religião é que anda tão ligada com o capital e com o
sofrimento dos pobres, é melhor não ter religião.
Vários
críticos sociais criticaram os excessos de pobreza e desigualdade, e pensaram
em reformas com a distribuição mais igualitária de riquezas e a transformação
da sociedade. Entre eles Charles Fourier, Louis Blanc, o conde de Saint Simon,
e Marie Reybaud, na França. Na Inglaterra destacou-se o filósofo Robert Owen.
Entre as iniciativas começaram com cooperativas nos campos e conselhos de
operários nas cidades. Porém, o fundador do Socialismo é considerado Pierre
Leroux com a publicação do Livro “Da Plutocracia” em 1834. Para ele socialismo
combinava com compartilhar, socializar, em oposição a “individualismo.”. Daí em
diante muito se debateu esse tema em teorias e experiências.
Na
Rússia essas ideias chegaram com grande impacto. Críticos e filósofos
observavam que a Igreja ortodoxa russa andava muito unida com o império, e era
de lá que saíam os principais generais e homens da política. Lá se formou o
Partido Operário Social-Democrático Russo que deu origem ao Partido comunista
Russo que promoveu a revolução bolchevista de 1917, com Vladimir Lenin. Mais à
frente, em 1948, Karl Marx e Friedrich Hengels publicaram o “Manifesto
Comunista”. A ideia central era: “Mostrar aos trabalhadores que o que os
impedia de ter uma vida digna eram as relações de subordinação impostas pelos
seus respectivos empregadores”.
Hoje
em dia várias nações adotaram a filosofia socialista, e vários partidos
surgiram com sigla que inclui o Social. Porém, nenhum Partido tem mantido na
totalidade estes objetivos, só conservam o nome, uns mais outros menos. E a
ideia mais espalhada nas Nações moderadas é a Social-Democracia.
Conclusão. Tivemos ocasião de ver como a filosofia do
Socialismo tem suas raízes no evangelho. Apesar de que tardiamente, a Igreja
tem procurado se redimir de bastantes fracassos. Uma das maneiras tem sido a
publicação das Encíclicas Sociais. A primeira grande encíclica que deu muito
impacto foi a “Rerum Novarum”, do Papa Leão XIII em 1891. Nela se abordavam
justamente os problemas que os mesmos filósofos e críticos do socialismo faziam
nos seus escritos: Relacionamento entre patrões e operários, salário justo,
limite das jornadas de trabalho, o trabalho insalubre, o trabalho das mulheres,
o trabalhos das crianças, e trabalho escravo. Seguiram-se outras, entre as mais
importantes estão as seguintes: Quadragesimo anno, de Pio XII, 1931; Mater et
Magistra e Pacem in Terris de João XXIII, de 1963; Populorum Progressio de
Paulo VI em 1967; Laborem exercens, e Solicitudo Rei Socialis, de João Paulo II
em 1981 e 1987, e Centesimus annus de 1991. Com o Papa Francisco as duas Encíclicas
também de aspecto social “Laudato Si e Fratelli Tutti de 2020 e 2021.
P.Casimiro
João smbn
www.paroquiadechapadinha.blogspot.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário